
[..] De algumas formas o que nós estamos vendo sob Bento XVI é um retorno aos velhos dias quando o próprio Papa comandava o Santo Ofício.
Até 1968, de fato, o Papa era formalmente o Prefeito do escritório doutrinário do Vaticano, apontando um cardeal para trabalhar como secretário (depois, o título tornou-se “pro-prefeito”). Bento XVI recrutou a CDF [Congregação para Doutrina da Fé] com pessoas que eram próximas a ele enquanto ele trabalhava como prefeito, garantindo ampla continuidade com a direção que ele ajustou.
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Os cargos mais sensíveis na Santa Sé sob Bento XVI estão geralmente indo para personalidades de “ortodoxia afirmativa”. Por fim, eu suspeito que isso seja lembrado como a característica determinante no papado de Bento — sua forma intrigante de unir o amargo com o doce, de combinar clareza doutrinal com dolcezza pessoal.