Bento XVI, Pio XII e o Vaticano II.

Padre João Batista de Almeida Prado Ferraz Costa

Associação Civil Santa Maria das Vitórias

Padres Conciliares Na linha da hermenêutica da continuidade, Bento XVI declarou que uma das fontes mais importantes do Vaticano II é o magistério de Pio XII. Disse que, depois da Sagrada Escritura, os textos mais citados pelos padres conciliares são os documentos do papa Pacelli.

É muito louvável o empenho de Bento XVI de promover uma leitura do Vaticano II à luz da tradição, desautorizando assim aqueles que pretendem transformar o Vaticano II no marco inaugural de uma nova Igreja Católica, um “super-concílio” criado ex nihilo.

No entanto, é preciso reconhecer que o Vaticano II apresenta sérias dificuldades para ser interpretado na linha de continuidade do magistério da Igreja, ainda que se admita um desenvolvimento orgânico na vida eclesiástica. A Igreja está na história, mas sua doutrina não pertence à história e sim ao Verbo Eterno. Com efeito, como diz Romano Amério em Stat Veritas, ao que vem depois compete demonstrar sua continuidade com o precedente. E para tanto, não bastam citações de autores antigos. Os protestantes e os jansenistas citam, em tom elogioso, a Santo Agostinho. Todavia, seria grosseiro equívoco dizer que pertencem à mesma estirpe doutrinária de Santo Agostinho. Apenas o citam para corromper-lhe o pensamento ou para se cobrirem com o prestigio de um autor universalmente acatado.

Quanto ao Vaticano II, são conhecidas as lutas internas, os episódios dramáticos dos embates entre os padres fiéis à tradição da Igreja e os inovadores. Estes, depois de fulminados por São Pio X, passaram a viver homiziados à espera de uma ocasião oportuna para dar um golpe e revolucionar a Igreja. Em 1923, Pio XI pensou em convocar um concílio que pudesse concluir os trabalhos do Vaticano I, suspenso em 1870, em virtude de problemas políticos. Foi desaconselhado pelo cardeal Billot que lhe disse:

Eis a razão mais grave, aquela que me parece militar absolutamente contra a convocação.

A retomada do Concílio é desejada pelos piores inimigos da Igreja, isto é, os modernistas, que já se apressam – como o atestam os indícios mais certos – a aproveitar os estados gerais da Igreja para fazer a revolução, o novo 1789, objeto dos seus sonhos e esperanças.

Inútil dizer que não o conseguirão, mas veremos dias tão tristes como os do final do pontificado de Leão XIII e do início de Pio X; veremos coisa ainda pior, e seria a destruição dos bons frutos da encíclica Pascendi que os reduzira ao silêncio.[1]

Mas, enfim, por um desígnio insondável da Providência, o concílio realizou-se. Os seus frutos não são os melhores. Os próprios entusiastas do Vaticano II reconhecem que a situação da Igreja, após o VII, não é brilhante. Há problemas de toda ordem. Reina uma confusão enorme entre os católicos, a corrupção doutrinal é espantosa. Paulo VI chegou a falar em auto-demolição da Igreja e na penetração da fumaça de Satanás no templo de Deus.

Quanto à existência de uma crise na Igreja após o concilio há um testemunho concorde e unânime dos católicos dotados de um mínimo senso critico. O problema está em estabelecer uma relação de causa e efeito entre a crise e o próprio VII. Alguns chegam a admitir que a crise resulta de um espírito revolucionário dos anos Sessenta que invadiu toda a sociedade, inclusive a Igreja. O problema não estaria no próprio concilio. Nas atas conciliares não haveria nenhum problema, nada que justificasse uma reviravolta na vida da Igreja, nenhuma concessão à heresia, ao espírito mundano anti-católico.

Ora, isto não corresponde à verdade dos fatos. Está solidamente documentado que durante o Concílio houve uma tentativa de harmonizar correntes teológicas antagônicas, um esforço de operar uma síntese que lançasse a Igreja a um patamar mais alto, permitindo-lhe descortinar novos horizontes para a humanidade. Esse problema nos levaria longe demais, porque envolve toda a questão do humanismo de Maritain e da negação da ordem sobrenatural na obra de de Henri de Lubac e karl Rahner.[2] A questão merece estudo mais aprofundado e excede o objetivo deste modesto artigo.

O famoso livro O Reno se lança no Tibre do padre Ralph Wiltgen SVD (Editora Permanência, Rio de Janeiro, 2007) faz uma reportagem interessante dos momentos críticos do VII, quando, em face de um confronto doutrinário, optava-se por uma solução de compromisso mediante a redação de textos ambíguos. Wiltgen cita o dominicano holandês Schillebeeckx que disse: “A maioria tinha recorrido a uma terminologia deliberadamente vaga e excessivamente diplomática e o próprio padre Congar tinha bem cedo protestado contra a redação deliberadamente ambígua de um texto conciliar.” (o.c. p. 245)

Um concílio que não lança anátemas, não define pontos doutrinários, é algo inédito na história da Igreja. Um concílio que tenta ignorar o principio de não contradição para formular uma teologia à maneira hegeliana não pode prosperar. Se chegasse a uma síntese resultante de um compromisso de todos os envolvidos em tal concilio, essa síntese seria uma ruína geral.

Portanto, não causa admiração que o VII cite com profusão o magistério de Pio XII. Isto, porém, não significa que o VII esteja na linha de continuidade do magistério do grande papa. Com efeito, Pio XII na Mystici Corporis, aprofundando a doutrina perene dos papas sobre a constituição da Igreja, sobretudo a Satis Cognitum de Leão XIII, diz: “Afastam-se da verdade divina aqueles que imaginam a Igreja como se não pudesse ser alcançada nem vista, como se fosse uma coisa “pneumática” (como de fato o dizem), pela qual muitas comunidades de cristãos, se bem que separados entre si pela fé, todavia seriam entre si unidos por um vínculo invisível.”

Ora, é fato irrefragável que a Lumen Gentium atenta contra essa doutrina com sua tristemente célebre expressão subsistit e seus desdobramentos no campo da “política ecumênica” pós-conciliar, tais como os jargões “comunhão imperfeita entre as igrejas irmãs” Que significa isso? Para onde nos querem conduzir?

Igualmente, Pio XII reitera solenemente na encíclica Divino Afflante Spiritu, de 30 de setembro de 1943, a doutrina tradicional da Igreja sobre a inerrância absoluta da Sagrada Escritura como decorrência necessária da sua inspiração divina. Ao contrário, o VII se exprime em termos dúbios a respeito e o Catecismo pós-conciliar categórico ao reduzir a inerrância bíblica à verdade salvífca. (Cf. CIC nº 136).[3]

Concilio Vaticano IIOutrossim, o Santo Oficio, sob o pontificado de Pio XII, condenou a doutrina que equipara os fins do matrimônio: o auxílio mútuo não se subordinaria ao fim primário, o bem da prole (Cf. DS. Nº 3838). Ao contrário, a Gaudium et Spes do VII ignora essa hierarquia de fins. O Código de Direito Canônico de 1917, no cânon 1013, era claríssimo nessa matéria. O novo Código, de 1983, no cânon 1055, diz simplesmente que o matrimônio está ordenado ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole.

As conseqüências de todas essa inovações doutrinárias, de todas essas reformas, são desastrosas e estão aí para quem quiser ver. A grande maioria dos católicos hoje são ecumenistas radicais, irenistas ou quase sincretistas. Dizem com todas as letras, com a consciência tranqüila, que todas as religiões são boas. Que “o importante é o amor”. Que o importante é que haja paz para que a gente tenha vida boa aqui na terra. No campo da moral familiar, o que existe é um verdadeiro escândalo, consentido e apoiado por grande parcela do clero e do episcopado. Diz-se abertamente que se pode evitar filho por qualquer meio. A família católica tradicional está praticamente liquidada. É uma vergonha o que se vê!

Na verdade, esta questão é perfeitamente esclarecida pela desolação litúrgica vivida pela Igreja após o VII. A liturgia é a expressão da doutrina da fé. Ela não pode sofrer dilacerações, rupturas sem que o dogma seja ferido. A doutrina não pode ser alterada sem que a liturgia seja desfigurada. Após a reforma litúrgica o cardeal Benelli, de Florença, declarou que a missa tradicional não podia ser autorizada porque ela traduzia uma eclesiologia ultrapassada. Quer dizer, a Igreja da democracia e da colegialidade, na qual se obscurece o sacerdócio hierárquico e se corrói a autoridade suprema do Vigário de Cristo, é incompatível com a liturgia tradicional que se opõe a essas heresias.

Ora, o cardeal Ratzinger prefaciou a obra de Mons. Klaus Gamber La Réforme Liturgique en question (Édition Sainte-Madeleine, 1992). Ratzinger diz que a reforma litúrgica foi uma devastação, sustentando assim a tese do autor que diz que a reforma litúrgica de Paulo foi mais radical que a de Lutero.

Como se vê, é muito dificultoso, para não dizer impossível, pretender que o VII não ofereça nenhum problema de interpretação dos seus documentos ou simplesmente pretender que todos seus ensinamentos estão na linha da tradição. Há, sim, uma ruptura, que é urgente sanar. Como fazê-lo? Roma tem sabedoria milenar e a assistência do Espírito Santo para encontrar a forma adequada. Confiando ao Instituto do Bom Pastor a missão de fazer uma crítica construtiva ao VII, a Santa Sé admite a existência do problema e dá um passo importante na busca de um remédio. No momento, basta verificar que o VII é um concílio atípico.

Ademais, todo o espírito pós-conciliar é completamente oposto ao espírito de Pio XII. João Paulo II, por ocasião do Jubileu do Ano 2000, promoveu aquele infeliz e controvertido pedido de perdão por supostos pecados cometidos pelos filhos da Igreja que lhe teriam desfigurado o rosto.[4] Denegriu assim a história da Igreja. Consta que o cardeal Ratzinger foi contra esse pedido de perdão. Pio XII, ao contrário, lamentava: “Ouço em torno de mim inovadores que querem desmantelar a Sagrada Capela, destruir a flâmula universal da Igreja, rejeitar seus ornamentos, dar-lhe remorsos de seu passado histórico. Eu, meu caro amigo, tenho a convicção de que a Igreja de Pedro deve assumir seu passado ou ela cavará a sua sepultura.”[5]

Cardeal discutem no Concilio.

Pio XII, como bem o reconheceu o papa Bento XVI, foi, sem dúvida, um grande papa. Governou a Igreja em período de grande turbulência, não só durante a segunda guerra mundial, mas arrostou os desafios do pós-guerra, quando no mundo ocidental começava a acentuar-se a tendência laicista da sociedade contemporânea, de uma democracia atéia universal. Não cedeu um milímetro em matéria doutrinal, não negou um artigo do direito público eclesiástico. As várias concordatas assinadas pela Santa Sé em seu tempo são provas históricas da sua fidelidade.[6] Além disso, salvou a Itália da ameaça comunista em 1946. Até hoje os católicos italianos recordam com grande veneração o trabalho de mobilização, verdadeira cruzada, contra o comunismo, encetada por Pio XII.

Seria uma bênção para toda a Igreja a elevação de Pio XII à honra dos altares. Eu mesmo, segundo testemunho de minha mãe, fui salvo quando bebê por sua intercessão. Uma asma fortíssima e renitente me deixou à beira da morte e minha mãe invocou o papa Eugênio Pacelli. Desde pequeno o cultuo privadamente como um santo. Não é justo dizer que ele está para o VII assim como, por exemplo, um São Leão Magno, um São Gregório Magno, um São Bernardo de Claraval, um Santo Tomás de Aquino estão para Trento ou para o Vaticano I.




[1] Apud Spadafora, Francesco, La tradizione contro il Concilio, Roma, 1989.

[2] Aos interessados em aprofundar o tema recomenda-se a leitura de De Lamennais a Maritain, de Julio Meinvielle, Buenos Aires, 1945; Getsemani, Cardinale Giusppe Siri, Roma, 1987. Para uma leitura propedêutica, O humanismo integral de Jacques Maritain, disponível em www.santamariadasvitorias.com.br. Cf. Documentos.

[3] O cardeal Albert Vanhoye, ex-secretário da Pontifícia Comissão Bíblica, em entrevista à revista 30 Dias, confirmou a novidade exegética. (Cf. ano XXVI, n.6/7 -2008).

[4] Cf. João Paulo II, Carta Apostólica, Tertio Millennio Adveniente, § 35.

[5] Mgr. Roche, Pie XII devant l’histoire, p. 52-53.

[6] A propósito, recordo um interessante artigo do jornalista Fernando Pedreira, um verdadeiro trabalho de filosofia da cultura, em que o articulista de formação liberal dizia que o grande derrotada da Segunda Grande Guerra Mundial não foi o nazifascismo mas a Europa tradicional representada por Pio XII, pela Espanha de Franco e o Portugal de Salazar.

“Se poderia dizer que então o Concílio de Nicéia é hoje mais atual que o Concílio Vaticano II”.

Por Sandro Magister – www.Chiesa

 

ROMA, 24 novembro de 2008 – Desde sua aposentadoria sobre a colina de Bolonha, o Cardeal Giacomo Biffi entregou suas reflexões em um novo livro, ao qual ele deu o título de “Pecore e pastori [Ovelhas e Pastores]”. E explica assim:

 

Pecore e pastori - Cardeal G. Biffi“Antes de qualquer outra coisa, todos na Igreja pertencem ao redil de Cristo. Todos, desde o Papa até o mais recente dos batizados, possuem o verdadeiro motivo de sua grandeza não tanto em estar a cargo de esta ou aquela tarefa na comunidade cristã como de fazer parte do ‘pequeno rebanho’. Há, portanto, uma substancial igualdade entre todos os crentes enquanto eles realmente crêem: apenas crendo alguém se conta entre as ovelhas de Cristo”.

Como em seus livros anteriores, também desta vez as palavras cheias de vida do cardeal e teólogo não são as familiares nas escolas de teologia mais frequentadas, mas remetem diretamente à linguagem do Evangelho, aberto “ao pequenos” e fechados para os “sábios”.

O Cardeal Biffi sabe que a heresia está em moda. Mas isso para ele é um motivo a mais para defender a ortodoxia:

“Às vezes, em alguns setores do mundo católico se chega inclusive a pensar que deve ser a Revelação divina a se adaptar à mentalidade corrente para chegar a ser crível, e não mais que é a mentalidade atual a que deve converter-se à luz que nos é dada do alto. Contudo, se deveria refletir sobre o fato que ‘conversão’ e não ‘adaptação’ é a palavra evangélica”.

A adaptação ao pensamento atual – escreve – chega até a obscurecer a divindade de Jesus, reduzido-o a simples homem, ainda que de valor extraordinário:

 

“Por mais paradoxal que possa parecer a afirmação, a questão Ariana [de Ário, o herege condenado pelo Concílio de Nicéia em 325 d.C.] está sempre na ordem do dia na vida eclesial. Os pretextos podem ser muitos: desde o desejo de sentir Cristo mais próximo e como mais um de nós, até o propósito de facilitar a compreensão exaltando quase de maneira exclusiva os aspectos sociais e humanitários. Ao fim, o resultado é sempre o de retirar do Redentor do homem sua unicidade radical e classificá-lo entre os seres tratáveis e domesticáveis. Neste aspecto se poderia dizer que então o Concílio de Nicéia é hoje mais atual que o Concílio Vaticano II”.

 

São muitas as páginas do novo livro de Biffi que estão na contra-mão. […]

 

Sandro Magister reproduz um dos capítulos mais interessantes do livro, sobre a Castidade, aqui.

 

De volta à Fé de nossos pais.

Abadia de MariawaldNo mosteiro trapista de Mariawald em Eifel um inesperado acontecimento ocorreu que é único no mundo. Na Festa da Apresentação de Nossa Senhora no Templo – 21 de novembro – a Abadia Trapista alemã de Mariawald ganhou de Roma a permissão para retornar ao Rito Antigo e à sua disciplina religiosa original. De acordo com observadores, este é um evento único na história da igreja.

Os Trapistas foram fundados como uma ordem de reforma dos Cistercienses. Seu dia era marcado por orações prolongadas, trabalho duro e estritos jejum e silêncio. Na esteira do Vaticano Segundo a disciplina quase ruiu totalmente.

A Abadia de Mariawald está localizada próxima à cidade de Heimbach em Eifel, no distrito de Colônia. É situada na Diocese de Aachen.

O Mosteiro foi fundado em abril de 1795 pela primeira vez e refundado em 1861 pela Abadia Trapista da Alsácia de Ölenberg. O Mosteiro foi também fechado durante o Kulturkampf e no tempo do Nacional Socialismo.

Entre os anos de 1962 e 1964, os monges adaptaram a igreja do mosteiro às modas litúrgicas comuns de então. Hoje quatorze monges vivem na Abadia sob a direção do Abade Joseph Vollberg. As horas de orações para os monges começam às 4:00 am.

A Abadia de Mariawald é hoje sustentada por operar um restaurante, uma livraria, uma fábrica de licor e uma loja do mosteiro. O mosteiro tem uma casa para hóspedes anexada.

O Abade Joseph Vollberg (45) foi criado em Wetzlar. É o nono abade de Mariawald. Depois do serviço militar e estudos de administração em Giessen, ele ingressou em Mariawald em 1º de dezembro de 1986. Estudou teologia na Abadia Cisterciense da Santa Cruz em Viena.

Em 26 de janeiro de 1992 fez sua profissão solene. Em agosto de 2003 o monge foi apontado superior ad nutum e obteve então os direitos de um abade. Então em 17 de dezembro de 2005 Dom Josef recebeu as ordens diaconais e em 29 de junho de 2006 foi ordenado padre pelo Bispo de Aachen, Heinrich Mussinghoff. Em novembro de 2006 o Capítulo Conventual escolheu Vollberg como o Abade para toda a vida da Abadia de Mariawald. Sua consagração abadial solene foi em 26 de Janeiro de 2007 na Igreja abadial do mosteiro.

Fonte: Kreuz/Catholic Church Conservation.

O Abade publicou uma nota oficial que pode ser lida aqui, cujos principais excetos traduzimos abaixo:

Numa carta da Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei” de 21 de novembro de 2008 este privilégio papal foi concedido à Abadia. Nele é feita referência à decisão pessoal do Santo Padre de consentir em todos os respeitos aos privilégios desejados pelos Trapistas de um retorno pleno ao Antigo Uso na liturgia e na vida monástica. Isso inclui o retorno à antiga tradição litúrgica da Ordem na celebração da Missa e do Ofício Divino como eram vinculantes até a reforma do Concílio Vaticano Segundo. O projeto de reforma em Mariawald e o pedido do Abade a respeito pode ser visto como um fruto dos esforços do Papa Bento XVI para uma renovação da Igreja no Espírito da tradição.

Como as várias reformas pós-conciliares não renderam para o mosteiro o florescimento esperado na liturgia e na vida do Convento, agora o retorno à tradição nos liga à centenária tradição da Ordem. Através do retorno à antiga liturgia Gregoriana e o estrito uso da forma monástica de vida, Dom Josef espera novos impulsos espirituais, também no que diz respeito a novas vocações para a abadia. Mundialmente pode ser percebido que as comunidades monásticas que conservam a liturgia latina pré-conciliar podem ostentar um significante número de vocações.

Dom Josef se vê confirmado em sua decisão pelo Santo Padre, cujo o generosamente formulado privilégio de todas as desejadas formas de retorno à tradição também evidenciam seu desejo pessoal de que, no redescobrimento da antiga liturgia e modo de viver, uma renovação da vida monástica como um todo possa ser estimulada. Portanto, o Abade está convencido de que a ação pessoal e direta do Papa para a Abadia de Mariawald corresponde ao “Projeto de Tradição” que o Santo Padre iniciou em 2007 por seu Motu Proprio “Summorum Pontificum” para a liturgia.

Dom Josef e sua Abadia se vêem sustentavelmente motivados pelo Santo Padre e seu ato jurídico imediato e direto a implementarem a reforma orientada para a tradição do mosteiro com novo vigor espiritual para a causa de seu futuro.

Carta-prefácio do Papa ao livro de Marcello Pera: “Um verdadeiro diálogo [inter-religioso] não é possível sem colocar entre parênteses a própria fé”.

Caro Senador Pera,

Perché dobbiamo dirci cristiani - Marcello PeraEstes dias pude ler o seu novo livro “Porquê temos de nos dizer cristãos”. Foi para mim uma leitura fascinante. Com um estupendo conhecimento das fontes e uma lógica convincente, ele analisa a essência do liberalismo a partir de seus fundamentos, demonstrando que a essência do liberalismo está enraizada na imagem cristã de Deus: a sua relação com Deus de quem o homem é imagem e de quem havemos recebido o dom da liberdade. Com lógica irrefutável ele mostra que o liberalismo perde a sua base e destrói a si mesmo se abandona este seu fundamento. Fiquei não menos impressionado com a sua análise da liberdade e do multiculturalismo em que mostra a contradição interna deste conceito e conseqüentemente a sua impossibilidade política e cultural. De importância fundamental é a sua análise do que poderá ser a Europa e uma Constituição Européia na qual a Europa não se transforme em uma realidade cosmopolita, mas que encontre, a partir de seu fundamento cristão-liberal, a sua própria identidade. Particularmente significativo é para mim também a sua análise dos conceitos de diálogo inter-religioso e inter-cultural.

Ela explica com grande clareza que um diálogo inter-religioso no sentido estrito da palavra não é possível, enquanto exorta muito mais ao diálogo inter-cultural que aprofunda as conseqüências culturais da decisão religiosa de fundo. Enquanto nesta última um verdadeiro diálogo não é possível sem colocar entre parênteses a própria fé, é necessário enfrentar no confronto público as conseqüências culturais das decisões religiosas de fundo. Aqui o diálogo e uma mútua correção e um enriquecimento mútuo são possíveis e necessários. Da contribuição sobre o significado de tudo isso para a crise da ética contemporânea é importante o que ela diz sobre a parábola da ética liberal. Ela mostra que o liberalismo, sem deixar de ser liberalismo, mas pelo contrário, para ser fiel a si mesmo, pode se conectar com uma doutrina do bem, em particular aquela cristã que lhe é congênere, oferecendo deste modo verdadeiramente uma contribuição à superação da crise. Com a sua sóbria racionalidade, sua ampla informação filosófica e a força de sua argumentação, este livro é, em minha opinião, de extrema importância nesta hora da Europa e do mundo. Espero que encontre ampla acolhida e ajude a dar ao debate político, para além das questões urgentes, aquela profundidade sem a qual não podemos vencer o desafio do nosso momento na história.

Grato por sua obra lhe desejo de coração a benção de Deus.

Bento XVI

Fonte: Papa Ratzinger blog. Resenhas sobre o livro: aqui e aqui.

Pio XII e os problemas modernos (VI): A mulher moderna.

O caráter da vida da mulher e a iniciação da cultura feminina eram inspirados, conforme a mais antiga tradição, pelo seu instinto natural que lhe atribuía como reino próprio de atividade a família, a não ser no caso de, por amor de Cristo, preferir a virgindade. Retirada da vida pública e à margem das profissões públicas, a jovem, como flor que cresce guardada e reservada, estava destinada por sua vocação a ser esposa e mãe. Junto da mãe aprendia os labores femininos, os cuidados e negócios da casa e tomava parte na vigilância dos irmãos e irmãs menores, desenvolvendo assim as forças, o engenho, e instruindo-se na arte e no governo do lar. […] Hoje, pelo contrário, a antiga figura feminina está em rápida transformação. Podeis ver que a mulher, e, sobretudo a jovem, sai de seu retiro e entra em quase todas as profissões, até aqui exclusivo campo de ação e vida do homem. [1]

Pio XII

Digamos imediatamente que para Nós o problema feminino, tanto em seu complexo, como em cada um de seus múltiplos aspectos particulares, consiste todo na conservação e no incremento da dignidade que a mulher recebeu de Deus. […] Em que consiste, portanto esta dignidade que a mulher tem de Deus?

Em sua dignidade de filhos de Deus, o homem e a mulher são absolutamente iguais, como também a respeito do fim último da vida humana, que é a eterna união com Deus na felicidade do céu. É glória imortal da Igreja ter colocado em luz e em honra esta verdade e haver livrado a mulher de uma degradante servidão contrária à natureza. Mas o homem e a mulher não podem manter e aperfeiçoar esta sua igual dignidade, senão respeitando e colocando em ato as qualidades particulares, que a natureza lhes concedeu a um e a outra, qualidades físicas e espirituais indestrutíveis, das quais não é possível mudar a ordem sem que a própria natureza sempre novamente a restabeleça. […] Ainda mais. Os dois sexos, por sua própria qualidade particular, são ordenados um para o outro de tal modo que esta mútua coordenação exercita seu influxo em todas as múltiplas manifestações da vida humana social.

[…]

Em um como em outro estado [matrimônio ou vida religiosa] o dever da mulher aparece nitidamente traçado pelos lineamentos, pelas atitudes, pelas faculdades peculiares ao seu sexo. Colabora com o homem, mas no modo que lhe é próprio, segundo sua natural tendência. Ora, o ofício da mulher, sua maneira, sua inclinação inata, é a maternidade. Toda mulher é destinada a ser mãe; mãe no sentido físico da palavra, ou em um significado mais espiritual e elevado, mas não menos real.

Reação à morte do Papa Pio - New York, 1958.

Que desde muito tempo os acontecimentos públicos tenham-se desenvolvido de modo não favorável ao bem real da família e da mulher é um fato inegável. E para a mulher, voltam-se vários movimentos políticos, para ganhá-la à sua causa. Alguns sistemas totalitários colocam diante de seus olhos magníficas promessas; igualdade de direitos com os homens, proteção das gestantes e das parturientes, cozinha e outros serviços públicos comuns que libertarão do peso das obrigações domésticas. […] Permanece, porém, o ponto essencial da questão, a que já acenamos: a condição da mulher com isto se tornou melhor? A igualdade de direitos com o homem, trazendo o abandono da casa onde ela era Rainha, sujeita a mulher ao mesmo peso e tempo de trabalho. Desprestigiou-se a sua verdadeira dignidade e o sólido fundamento de todos seus direitos, quer dizer, perdeu-se de vista o fim desejado pelo Criador para o bem da sociedade humana e sobretudo pela família. Nas concessões feitas à mulher é fácil de perceber, mais que o respeito de sua dignidade e de sua missão, a mira de promover a potência econômica e militar do Estado totalitário, do qual tudo deve inexoravelmente ser subordinado.

[…]

Observemos a realidade das coisas.

Eis a mulher que, para aumentar o salário do marido, vai ela também trabalhar na fábrica, deixando durante sua ausência a casa no abandono, e esta, talvez já suja e pequena, torna-se também mais miserável pela falta de cuidado; os membros da família trabalham cada um separadamente, nos quatro ângulos da cidade e em horas diversas: quase nunca se encontram juntos, nem para o jantar, nem para o repouso depois das fadigas do dia, ainda menos para as orações em comum. Que permanece da vida de família? E quais atrativos que podem ser oferecidos aos filhos?

A estas penosas conseqüências da falta da mulher e da mãe no lar, ajunta-se outra ainda mais deplorável: ela diz respeito à educação, sobretudo da jovem e sua preparação para a vida real. Habituada a ver a mãe sempre fora de casa e a própria casa tão triste no seu abandono, ela será incapaz de encontrar aí qualquer fascínio, não provará o mínimo gosto pelas austeras ocupações domesticas, não saberá compreender a nobreza e a beleza das mesmas, nem desejará um dia dedicar-se a isso, como esposa e mãe.

Senhoras rezam pela alma do Papa Pio XII.

Isto é real em todos os graus sociais, em todas as condições de vida. A filha da mulher mundana, que vê todo governo da casa deixado nas mãos de pessoas estranhas e a mãe ocupada em ocupações frívolas, em fúteis divertimentos, seguirá seu exemplo, quererá emancipar-se o quanto antes, e segundo uma bem triste expressão, “viver a sua vida”. Como poderia ela conceber o desejo de se tornar um dia uma verdadeira “domina”, isto é, uma senhora da casa em uma família feliz, próspera e digna? Quanto às classes trabalhadoras, obrigadas a ganhar o pão cotidiano, a mulher, se bem refletisse, compreenderia talvez como não poucas vezes o suplemento de ganho, que ela obtém trabalhando fora de casa, é facilmente devorado pelas despesas ou também pelos desperdícios ruinosos para a economia familiar. A filha, que vai também ela trabalhar em uma fábrica, em uma empresa ou em um escritório, perturbada pelo mundo agitado em meio ao qual vive, cegada pelo ouropel do falso luxo, desejosa de tristes prazeres, que distraem mas não saciam nem repousam, naquelas salas de “revistas” ou de danças, que pululam em todo lugar, muitas vezes com intentos de propaganda de parte e corrompem a juventude, tornando-se “mulher de classe”, desprezadora das velhas normas “oitocentescas” de vida, como poderia ela não encontrar a modesta moradia doméstica inóspita e mais tetra daquilo que na realidade é? Para torná-la agradável, para desejar estabelecer um dia a dela própria, deveria saber compensar a impressão natural com a seriedade da vida intelectual e moral, com o vigor da educação religiosa e do ideal sobrenatural. Mas qual formação religiosa recebeu ela em tais condições?

E não é tudo. Quando, com o transcorrer dos anos, sua mãe, envelhecida pelo tempo, enfraquecida e desgastada pelas fadigas superiores às suas forças, pelas lágrimas, pelas angústias, a verá voltar à casa à tarde, em horas talvez bem avançadas, longe de ter nela um auxílio, um sustentáculo, deverá ela mesma cumprir junto da filha incapaz e não habituada às obras femininas e domésticas, todas as obrigações de uma serva. Nem mais feliz será a sorte do pai, quando a idade avançada, as doenças, os achaques, as desocupações obrigarão a depender para seu mesquinho sustento da boa ou má vontade dos filhos. A augusta, a santa autoridade do pai e da mãe, ei-las descoroadas de sua majestade. Diante das teorias e dos métodos que, por diferentes caminhos, arrancam a mulher de sua missão, e com a lisonja de uma emancipação desenfreada, ou na realidade de uma miséria sem esperança, nós ouvimos o grito de apreensão que invoca, o mais possível, sua presença ativa no lar. […] A sorte da família, a sorte da convivência humana, estão em jogo; estão em vossas mãos, “tua res agitur!”. Toda mulher, portanto, sem exceção, tem o dever, o estrito dever de consciência, de não permanecer ausente, de entrar em ação (nas formas e nos modos condizentes às condições de cada qual), para conter toda a corrente que ameaça o lar, para combater as doutrinas que lhe corroem os fundamentos, para preparar, organizar e cumprir sua restauração.

Fiéis rezam pela alma do Papa Pio XII

[…] Ela tem de concorrer com o homem para o bem da civilização, na qual está em dignidade igual a ele. Cada um dos dois sexos tem o dever de tomar a parte que lhe cabe segundo sua natureza, seus caracteres, suas atitudes físicas, intelectuais e morais. Ambos os sexos tem o dever e o direito de cooperar para o bem total da sociedade, da pátria, mas está claro que, se o homem é por temperamento mais levado a tratar dos negócios externos, os negócios públicos, a mulher tem, geralmente falando, maior perspicácia, tato mais fino para conhecer e resolver os problemas delicados da vida doméstica e familiar, base de toda a vida social, o que não tolhe que algumas saibam realmente dar demonstração de grande perícia também no campo da atividade pública. [2]

[1] Discurso à Juventude Feminina de Ação Católica, 24 de abril de 1943.

[2] Discurso às mulheres de Ação Católica, 21 de outubro de 1945.

Cardeal Arinze confirma mudança no “sinal da paz”; Bux para substituir Ranjith?

A mudança no posicionamento no ordinário da missa do “sinal da paz”, objeto de um questionário enviado pela Congregação para o Culto Divino às Conferências Episcopais (citado aqui), foi confirmado pelo Cardeal Francis Arinze. O purpurado ainda acrescentou o motivo da mudança: “Para criar um clima de maior recolhimento enquanto se prepara para a Comunhão, e pensou em transferir o sinal da paz para o ofertório. O Papa fez uma consulta a todo o episcopado. Logo, decidirá“. A balbúrdia que se faz no momento de distribuir o “sinal da paz” deve ser mais um daqueles “abusos que chegaram ao limite do suportável“.

Aumentam os rumores sobre as sucessões na Congregação para o Culto Divino. O Cardeal Arinze, que completa 76 anos em novembro, seria substituído pelo espanhol Cardeal Canizares, arcebispo de Toledo; já o secretário da Congregação, Mons. Ranjith, retornaria a seu país, Sri-Lanka, como arcebispo (e futuro Cardeal) de Colombo, cuja sede está vacante. Seu substituto natural seria Don Nicola Bux, amigo do Papa. É o que informa Bruno Volpe.

Resta-nos rezar.

Arrependei-vos e fazei penitência.

Comunicado de Erich Leitenberger, porta-voz do Cardeal Christoph Schönborn:

Algumas pessoas ficaram seriamente ofendidas na Santa Missa para jovens que foi celebrada pelo Cardeal vienense Christoph Schönborn em 16 de novembro em Wolfsthal, uma cidade próxima à fronteira da Áustria-Eslováquia.

Em constraste à presunção, devido à de muitos modos amadora e irrealista transmissão gravada pela Gloria TV, deve ser claramente afirmado que nessa celebração, de maneira alguma, qualquer tipo de especificação litúrgica foi violada.

O pão Eucarístico era não-fermentado e sua forma estritamente seguiu a forma que foi usada no Oriente Médio desde o 1º século. O “bolo achatado” é similar àquela forma usada em Mossul nestes dias – essa é a metrópole localizada no rio Tigre onde os Cristãos ainda testemunham a verdade de Jesus com seu próprio sangue.

Werner Pirkner, o conselheiro espiritual para a Santa Missa em Wolfsthal, e Stephan Bazalka, coordenador da Juventude Católica, tiveram máxima atenção ao fato de ao quebrar o pão nenhum mínimo pedaço de pão alguma vez tocasse o chão.

Aqueles que ousaram, tentados por uma cobertura jornalística incompleta, lançar acusações contra o arcebispo de Viena, possam ponderar, arrepender-se e pedir a Deus o seu perdão. Rezemos todos juntos pela Santa Igreja!

Qualquer pessoa de boa vontade compreende perfeitamente que não houve nenhuma violação a qualquer norma litúrgica:

Os judeus continuam a protestar contra a oração da Sexta-feira Santa recitada por sua conversão.

CIDADE DO VATICANO (Agência Petrus) – A oração da Sexta-feira Santa continua a dividir os judeus e católicos, ao menos na Itália. O rabino Giuseppe Laras, presidente da Assembléia Rabínica da Itália, anunciou que está suspensa a cooperação judaico-cristã no que diz respeito à comemoração de 17 de janeiro, a “jornada do judaísmo” italiana.

A Igreja italiana ainda não reagiu à notícia dada pelo rabino à margem de uma conferência na Câmara sobre as religiões e a paz, e não está claro se se trata de uma decisão definitiva ou se a comunidade judaica italiana pode voltar atrás em sua decisão.

Este ano, ao contrário do que aconteceu anteriormente – se não houver uma mudança de última hora – não haverá iniciativas conjuntas entre judeus e católicos, e isso porque, disse Laras, mesmo depois de um diálogo entre os representantes das duas confissões, não se chegou a um acordo sobre o texto que pudesse ser considerado “satisfatório” aos judeus.

“Este ano – disse Laras – a jornada do judaísmo não será celebrada conjuntamente como sempre ocorreu, haverá uma suspensão da colaboração com os católicos, dado que não foi resolvido a ‘disputa’, ou melhor, a questão, surgida em fevereiro passado, e conhecida como oração da Sexta-feira Santa”.

A questão diz respeito a algumas passagens da oração, objeto de várias reformulações, tanto da parte de João XXIII, que eliminou a referência à “perfídia” judaica, como de Bento XVI, que cancelou as alusões à cegueira do povo judaico.

Mas são as referências à “iluminação” e à “conversão” que ofenderam a sensibilidade judaica e que estão presentes no texto introduzido por Bento XVI no último mês de Fevereiro, meses depois da liberação do missal pré-conciliar com o rito latino.

Numa tradução em italiano, não oficial, da oração (recitada em latim), se lê: “Oremos pelos judeus. O Senhor Nosso Deus ilumine seus corações para que reconheçam Jesus Cristo Salvador de todos os homens. Onipotente e eterno Deus, Vós que desejais que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade, concedei propício, entrando a plenitude do povo em vossa Igreja, todo Israel seja salvo”.

Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé.

Nosso leitor de Portugal, Sebastião da Silva, nos envia o seguinte relato:

Finalmente temos notícias sobre a celebração da santa missa no rito tridentino em Fátima:é a primeira resposta ao Motu Próprio do Papa Bento XVI em Portugal.

O senhor Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, e Padre Stefano Manelli, Fundador ds Franciscanos da Imaculada.
O senhor Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, e Padre Stefano Manelli, Fundador dos Franciscanos da Imaculada.
Fatima
O Fundador celebrando a Santa Missa Gregoriana.

Fátima

Fátima

Fátima

A casa dos Franciscanos da Imaculada está situada na Rua São José, nº 14, Cova da Iria, Fátima. Mais informações aqui.

Abaixo, um pouco mais dos Franciscanos da Imaculada: