Nenhuma razão para festejar.

(kreuz.net) Em 3 de abril de 1969, o Papa Paulo VI († 1978) implementou o Novus Ordo Missae com a Constituição Apostólica ‘Missale Romanum’. Algumas vezes, ela é chamada erroneamente de “Missa do Concílio”.

O Atual Prefeito da Congregação para a Fé, Cardeal William Levada, durante a celebração do Novus Ordo com objetos litúrgicos não autorizados.
O Atual Prefeito da Congregação para a Fé, Cardeal William Levada, durante a celebração do Novus Ordo com objetos litúrgicos não autorizados.

Assim, teve início uma decadência litúrgica como a cristandade nunca vira antes desde a fundação da Igreja por Jesus Cristo.

A Constituição ‘Missale Romanum’ fixou o primeiro domingo do Advento do ano 1969 como a data para a implementação da Missa Nova.

Na verdade, o Novo Missal foi publicado pela primeira vez em 1970. Traduções completas para o vernáculo surgiriam muito mais tarde. Nas comunidades os folhetos e folhas soltas substituíram o Missal.

O Novo Missal diferenciou-se claramente do Missale que fora promulgado na seqüência do Vaticano Segundo.

Juntamente com o Cânon Romano, existiam agora três Orações Eucarísticas alternativas, que efetivamente substituíram o Cânon Romano imemorial. A líder foi rapidamente a mais breve das Orações Eucarísticas – uma corrupção da Oração Eucarística de Santo Hipólito († 236).

Também no Cânon Romano as palavras de consagração foram alteradas e as genuflexões logo após a consagração do pão e do vinho foram suprimidas.

O ordinário da Missa foi intensamente simplificado. A Missa Nova teve em vista, sobretudo, a eliminação das assim chamadas repetições.

Entretanto, Paulo VI queria reimplementar certos elementos dentro do sentido da “Tradição dos Padres”: a homilia, as orações de intercessão e o Confiteor no início da Missa, o qual foi logo substituído por gritos de Kyrie geralmente sem significado sem o Confiteor.

A quantidade de textos recitados da Bíblia aumentou maciçamente. No Rito Antigo há 1% de leituras do Antigo Testamento e 16,5% do Novo Testamento, enquanto que no Novo Rito são 13,5% de leituras do Antigo Testamento e 71,5% do Novo Testamento.

Entre estes há inúmeros textos, que o fiel que vai habitualmente à Missa dificilmente tem acesso ou que foram colocados totalmente fora de contexto.

Novus Ordo Missae.Em conseqüência das assim chamadas reformas do Novo Rito, logo deixou de existir também a celebração ou freqüência diária da Missa.

A primeira edição do Novo Missal continha a propósito uma definição herética da Santa Missa. Por isso, ela precisou ser retirada de circulação rapidamente.

Em geral, os textos e orações da Missa Nova foram frequentemente criticados como sendo vazios de conteúdo e superficiais. Essa vulgarização se agravou ainda mais devido a traduções frequentemente imprecisas e contemporâneas para o vernáculo.

No caso das palavras de consagração, foi feita uma tradução verdadeiramente errônea para muitos idiomas e aceita pelo Vaticano.

No sentido da crítica reformadora sobre a Santa Missa, elementos textuais, que expressam o caráter sacrifical da Missa, foram reduzidos ou totalmente evitados em razão de inúmeros ritos alternativos.

As magníficas orações do ofertório da Missa Antiga foram substituídas por duas fórmulas de benção triviais, inspiradas em orações judaicas para ação de graça às refeições.

Juntamente com essas modificações oficiais, houve uma abundância de modificações bárbaras de natureza anárquica, incluindo a introdução da Comunhão na mão, a introdução de mesas em lugar do altar, a supressão do latim, a supressão das casulas, a terceirização de inúmeras igrejas, a secularização da missa, a habitual submissão do rito a gosto do sob celebrante.

Rapidamente foi introduzido também o grave abuso da concelebração, o que levou frequentemente sacerdotes que vivem em comunidade a não celebrar mais Missa alguma durante meses.

8 comentários sobre “Nenhuma razão para festejar.

  1. Além de todo esse “desmonte” das cerimônias da Santa Missa, a reforma litúrgica foi responsável pela “limpa” do Santoral Romano, o calendário universal das festas dos santos: muitas festas de santos foram apagadas e até mesmo certas festas de Nosso Senhor (como a da Circuncisão, a do Santíssimo Nome e a do Preciosíssimo Sangue) foram deletadas do novo calendário.

    Esta “limpeza” desencentivou os fiéis a frequentarem a igreja durante a semana.

    A título de curiosidade, naqueles tempos decentes ainda se batizavam as crianças com nomes de santos, escolhidos no Santoral do dia em que a criança nascia, ou mesmo de outro santo cujo nome agradasse os pais. Os fiéis cultivavam a devoção de comemorar o “Santo do Nome”. Por exemplo: se amanhã não fosse Domingo de Ramos, dia 5 de abril seria a Festa de São Vicente Ferrer, e iam as pessoas de nome Vicente e Vicentina para a Missa, e assim durante todo o ano: acorriam as marias, os josés, os joões, antonios e pedros à igreja para saudar o Santo onomástico. Isto era muito mais frequente no tempo litúrgico Pós-Pentecostes.

    Hoje porém, não me parece que um dia litúrgico denominado “Terça-Feira da Vigésima Sétima Semana do Tempo Comum” atraim tantos fiéis à igreja…

    O mais tragicômico da reforma litúrgica pós-Vaticano II são os incessantes e intermináveis debates sobre a Liturgia renovada, os cursos, os “mutirões”: se faz assim e não assim. Uma liturgia tão crua, tão desprovida de beleza e solenidade e falsamente humilde, mesmo assim ninguém sabe celebrá-la direito, e ninguém a ENTENDE, pois ela não possui os claríssimos objetivos que a Liturgia de Sempre possui.

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  2. Passados 40 anos, a missa no Rito de Paulo VI já demonstra senilidade, mesmo porque vítima de abusos sobre abusos. Pode-se dizer: senil e estéril, pois não produziu nem produz frutos para a vida da alma. Mesmo seus defensores mais ardorosos hão de concordar que tal rito em nada contribuiu para manter o povo católico fiel à Santa Igreja, mas dispersou-o por entre milhares de seitas protestantes, afinal o Novus Ordo se confunde, se amalgama com a ceia protestante e rompe totalmente com a Tradição da Igreja e Sua Ortodoxia ralativizando a Fé.

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  3. Quarenta anos de razões para lamentar e sessenta e dois motivos para não frequentar a Missa do Novus Ordo (que foram escritos por quem hoje trai aquilo que sempre pregava).
    Vou à Missa Nova porque não tem jeito… Não há Missa Tridentina em Salvador… só em Candeias, a 50km daqui… Pelo menos a Missa Nova do Mosteiro de São Bento não possui histeria carismática, abusos litúrgicos e apupos, o que já é alguma coisa.

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  4. ” Pelo menos a Missa Nova do Mosteiro de São Bento não possui histeria carismática, abusos litúrgicos e apupos, o que já é alguma coisa.”

    Os Mosteiros são o refugio dos que não podem ter a perfeição e fogem do imperfeito.

    Frequente-mo-los antes que sejam contaminados pela RCC!

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  5. Quarenta anos de alienação litúrgica e doutrinaria. É mole? O pedaço desse bolo nem quero comer…só de pensar me dá dor de barriga! As velas do bolo? Os lobos que a assomprem, eu prefiro ficar com o vento que sopra na vela do barco vacilante de Pedro rumo à tradição.

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  6. Caro Sr. Ferreti e demais leitores, se aplicarmos a distinção de João XXIII, ao depósito da fé. Poderemos entender muita coisa. Vejam:

    Uma coisa é a substância do Rito de Paulo VI, outra, a forma que o reveste.

    O mesmo se aplica ao Concílio Vaticano II, que até agora tem a defesa de sua ortodoxia, restringida a letra:

    Uma coisa é a substância do Concílio, outra, a forma que o reveste.

    Interessante não?

    Fiquem com Deus.

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