(kreuz.net, Tulsa) A celebração da missa de costas para o Sacrário teve várias conseqüências negativas imprevistas e de longo alcance, esclareceu o Bispo Edward Slattery, de Tulsa, em uma contribuição para o seu jornal diocesano. O jornal traz o título “Ad orientem”.
Tulsa está localizada no estado americano de Oklahoma, no centro dos Estados Unidos.
Mons. Slattery considera a celebração com as costas voltadas para o Sacrário como “uma grave ruptura com a antiga Tradição da Igreja”. Ela pode dar a entender que o sacerdote e os fiéis entabulam uma conversa sobre Deus – ao invés de adorá-Lo.
No final das contas, essa direção na celebração desloca o sacerdote e a sua personalidade bastante para o centro – para uma espécie de “palco litúrgico”.
Toda a história da Igreja contra quarenta anos
Mons. Slattery esclarece que desde os tempos antigos o sacerdote e o povo olhavam na mesma direção durante a Missa – habitualmente em direção ao oriente. De lá esperavam a segunda vinda de Cristo:
“A Missa ad orientem foi a norma litúrgica por mais de 1.800 anos.” Deve ter havido bons motivos para conservar essa direção na celebração por tanto tempo.
A liturgia católica sempre esteve comprometida com a Tradição apostólica. O bispo descreve a Missa como “tendo sido recebida dos apóstolos”.
O Cânon não está direcionado para o povo
Segundo o bispo, a celebração direcionada para o Sacrário corresponde também à essência da Santa Missa. Até mesmo alguém que não estiver familiarizado com a Missa poderá reconhecer através desse direcionamento na celebração que o sacerdote vai a frente do povo para mostrar o caminho e juntos oram a Deus.
O Bispo Slattery lamenta que essa orientação comum nos últimos quarenta anos tenha se perdido. O sacerdote e os fiéis teriam se acostumado a olhar em direções opostas.
O celebrante olha para o povo “embora a Oração Eucarística seja dirigida ao Pai e não às pessoas “.
Com o bom exemplo à frente
Bem antes de sua eleição papal, Bento XVI já exortava ao apoio da antiga prática litúrgica – recorda o Bispo. “Portanto, eu adotei a venerável celebração ad orientem ao celebrar a Missa na catedral.”
Esse gesto não deve ser mal interpretado, como se o Bispo estivesse dando as costas para os fiéis. Uma tal interpretação ignora que a direção de olhar em comum mostra “que nós nos dirigimos juntos a Deus”.