Nota da Congregação para a Doutrina da Fé sobre os Ordinariatos Pessoais para Anglicanos que ingressam na Igreja Católica.

Congregação para a Doutrina da Fé anuncia nova Constituição Apostólica com disposições sobre o ingresso de Anglicanos na Igreja Católica. Abaixo, a íntegra da declaração [tradução não-oficial]:

Com a preparação de uma Constituição Apostólica, a Igreja Católica responde a muitos pedidos que foram submetidos à Santa Sé de grupos de clérigos e fiéis Anglicanos em diferentes partes do mundo que desejam entrar em plena comunhão visível.

Nesta Constituição Apostólica, o Santo Padre introduziu uma estrutura canônica que provê tal reunião corporativa ao estabelecer Ordinariatos Pessoais, que permitirão aos antigos Anglicanos entrar em plena comunhão com a Igreja Católica enquanto preservam elementos do distintivo patrimônio espiritual e litúrgico Anglicano. Conforme os termos da Constituição Apostólica, a vigilância e o governo pastoral para tais grupos de fiéis já Anglicanos serão asseguradas através de um Ordinariato Pessoal, cujo Ordinário será habitualmente indicado entre o antigo clero Anglicano.

A vindoura Constituição Apostólica concede uma razoável e mesmo necessária resposta a um fenômeno mundial, ao oferecer um único modelo canônico para a Igreja universal que é adaptável a várias situações locais e justo aos antigos Anglicanos em sua aplicação universal. Ela provê a ordenação como padres Católicos do clero casado anteriormente Anglicano. Razões históricas e ecumênicas impedem a ordenação de homens casados como bispos tanto na Igreja Católica como Ortodoxa. A Constituição estipula, então, que o  Ordinário seja um padre ou um bispo não casado. Os seminaristas no Ordinariato deverão ser preparados ao lado de outros seminaristas Católicos, embora o Ordinariato possa estabelecer uma casa de formação para responder às necessidades particulares de formação no patrimônio Anglicano. Desta maneira, a Constituição Apostólica procura, por um lado, equilibrar a preocupação de preservar o digno patrimônio litúrgico e espiritual Anglicano, e, por outro, a preocupação de que estes grupos e seu clero sejam integrados à Igreja Católica.

O Cardeal William Levada, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que preparou esta disposição, disse: “Tentamos ir ao encontro dos pedidos por uma plena comunhão que nos últimos anos nos chegaram de Anglicanos de diferentes partes do mundo de maneira uniforme e equitativa. Com esta proposta a Igreja quer responder às legítimas aspirações destes grupos Anglicanos por unidade plena e visível com o Bispo de Roma, sucessor de São Pedro”.

Estes Ordinariatos Pessoais serão formados, segundo as necessidades, mediante prévia consulta às Conferências Episcopais, e sua estrutura serão similares de certo modo àquela dos Ordinariatos Militares que foram estabelecidos na maioria dos países para prover cuidado pastoral aos membros das forças armadas e seus dependentes pelo mundo. “Aqueles Anglicanos que se aproximaram da Santa Sé deixaram claro seu desejo por plena e visível unidade na una, santa, católica e apostólica Igreja. Ao mesmo tempo, eles nos expressaram a importância de suas tradições de espiritualidade e culto Anglicanos para sua jornada de fé”, disse o Cardeal Levada.

A provisão desta nova estrutura é consistente com o empenho no diálogo ecumênimo, que continua sendo a prioridade para a Igreja Católica, particularmente através dos esforços do Conselho Pontíficio para a Promoção da Unidade dos Cristãos. “A iniciativa surgiu de um número de diferentes grupos de Anglicanos”, continou o Cardeal Levada: “Eles declararam que partilham a fé Católica comum como é expressa no Catecismo da Igreja Católica e aceitam o ministério Petrino como algo desejado por Cristo à Igreja. Para eles, chegou o tempo de expressar esta unidade implícita na forma visível da plena comunhão”.

Segundo Levada, “É a esperança do Santo Padre, o Papa Bento XVI, que o clero e os fiéis Anglicanos que desejam se unir à Igreja Católica encontrem nesta estrutura canônica a oportunidade de preservar aquelas tradições Anglicanas preciosas a eles e consistentes com a fé Católica. Enquanto estas tradições expressam de maneira diferente a fé  comum que é professada, elas são um dom a ser partilhado na Igreja universal. A unidade da Igreja não requer uma uniformidade que ignora diversidades culturais, como a história da Cristianismo mostra. Ademais, as diversas tradições presentes na Igreja Católica atualmente são todas enraizadas no princípio articulado por São Paulo em sua carta aos Efésios: ‘Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo’ (4:5). Nossa comunhão é, portanto, fortalecida por tais diversidades legítimas, e portanto estamos felizes que estes homens e mulheres tragam consigo suas contribuições particulares para a nossa vida comum de fé”.

Informações contextuais.

Desde o século XVI, quando o Rei Henrique VIII declarou a Igreja da Inglaterra independente da autoridade Papal, a Igreja da Inglaterra criou suas próprias confissões doutrinais, livros litúrgicos e práticas pastorais, frequentemente incorporando idéias da Reforma no continente Europeu. A expansão do Império Britânico, junto do trabalho missionário Anglicano, finalmente deu surgimento à Comunhão Anglicana em nível mundial.

No curso de mais de 450 anos de sua história, a questão da reunificação dos Anglicanos e Católicos nunca foram esquecidas. Na metade do século XIX, o movimento de Oxford (na Inglaterra) mostrou um renovado interesse nos aspectos Católicos do Anglicanismo. No início do século XX, o Cardeal Mercier, da Bélgica, entrou em conversações públicas com Anglicanos para explorar a possibilidade de união com a Igreja Católica sob a bandeira de um Anglicanismo “reunido, mas não absorvido”.

Posteriormente, no Concílio Vaticano Segundo a esperança por união foi nutrida quando o Decreto sobre Ecumenismo (n.13), referindo-se às comunhões separadas da Igreja Católica na época da Reforma, afirmou que: “Entre aquelas nas quais as tradições e instituições Católicas continuam em parte a existir, a Comunhão Anglicana ocupa lugar especial”.

Desde o Concílio, as relações entre Anglicanos e Católicos criaram um maior clima de mútuo entendimento e cooperação. A Anglican-Roman Catholic International Commission (ARCIC) produziu uma série de declarações doutrinais no curso dos anos na esperança de criar as bases para a unidade plena e visível. Para muitos em ambas comunhões, as declarações da ARCIC foram um veículo no qual uma expressão de fé comum pôde ser reconhecida.  É neste contexto que esta nova disposição deve ser vista.

Nos anos depois do Concílio, alguns Anglicanos abandonaram sua tradições de conferir as Sagradas Ordens apenas a homens ao convocar mulheres ao sacerdócio e ao episcopado. Mais recentemente, alguns seguimentos da Comunhão Anglicana se afastaram do ensinamento bíblico comum sobre a sexualidade humana — já claramente afirmado no documento da ARCIC “Life in Christ” — pela ordenação de clérigos abertamente homossexuais e pela benção de uniões homossexuais. Ao mesmo tempo, enquanto a Comunhão Anglicana encara estes novos e difíceis desafios, a Igreja Católica permanece plenamente empenhada em continuar o compromisso ecumênico com a Comunhão Anglicana, particularmente através dos esforços do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos.

Neste ínterim, muitos Anglicanos individualmente entraram em plena comunhão com a Igreja Católica. Às vezes, houve grupos de Anglicanos que entraram enquanto preservaram alguma estrutura “corporativa”. São exemplos deste ingresso a diocese Anglicana de Amritsar, Índia, e algumas paróquias individuais nos Estados Unidos, que mantiveram uma identidade Anglicana ao ingressar na Igreja Católica por uma “provisão pastoral” adotada pela Congregação para a Doutrina da Fé e aprovada pelo Papa João Paulo II em 1982. Nestes casos, a Igreja Católica frequentemente dispensou das exigências de celibato para permitir àqueles clérigos Anglicanos casados que desejassem continuar seus serviços ministeriais como padres Católicos serem ordenados na Igreja Católica.

À luz destes desenvolvimentos, os Ordinariatos Pessoais estabelecidos pela Constituição Apostólica podem ser vistos como outro passo em direção à realização das aspirações por plena e visível união na Igreja de Cristo, um dos principais objetivos do movimento ecumênico.

Fonte: Versão inglesa do Comunicado disponível no Bollettino.

30 comentários sobre “Nota da Congregação para a Doutrina da Fé sobre os Ordinariatos Pessoais para Anglicanos que ingressam na Igreja Católica.

  1. Exatamente a estrutura ideal para a FSSPX. Vida autônoma e isenção total dos bispos diocesanos! Rezemos, esse Papa não mede esforços para salvar almas.

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  2. Fico muito feliz por tudo isso ser fruto da Primavera Conciliar hoje sendo colocada em prática por Bento XVI, rezemos pelo Papa, pois ainda terá muita notícia boa pra vir e mais irmãos voltando ao Seio da Santa Igreja.

    Pax!

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  3. Fruto da primavera conciliar? Deve ser piada né?

    Se fossem outros tempos, já teriam sido recebidos a muito mais tempo.

    Antes do diabólico Vaticano II o número de conversos era muito maior.

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  4. Agora sim! Estamos observando o verdadeiro ecumenismo . Esse ecumenismo consiste em trazer as pessoas para dentro da Igreja, aceitando seus ensinamentos, seus dogmas, a unidade,a autoridade do Papa.

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  5. Primavera conciliar?

    Que primavera?

    SÓ SE FOR A PRIMAVERA TRAZIDA PELO MAGNÍFICO CONCÍLIO DE TRENTO!

    Meu amigo, pode ter certeza de uma coisa, a causa que fizera com que os anglicanos se voltassem a verdade não foi mesmooooooo o VATICANO II e muito mesmo esta suposta primavera trazida por ele, este ( o vaticano II) só relativou a fé e fez com que os protestantes, pagãos, hereges,cismáticos e cia acreditassem que estavam agradando a Deus com suas funestas doutrinas… Na verdade temos aí o resultado da tsunami conciliar, milhares de católicos se perderam, almas se perderam graças ao concílio. Isso infelizmente ficará na história.

    A CONVERSÃO AO CATOLICISMO ACONTESSE SOMENTE QUANDO A PESSOA SE VOLTA A VERDADE CONTIDA NA SANTÍSSIMA TRADIÇÃO CATÓLICA, E ESTE CONCÍLIO… SÓ DEUS….

    VIVA O SANTO PADRE O PAPA!
    VIVA A SANTA IGREJA!
    VIVA A ROMA ETERNA!

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  6. Engraçado: se lermos com atenção o histórico das igrejas, veremos que a década de sessenta foi para os anglicanos tradicionais um “mato sem cachorro”, porque foi um período em que o anglicanismo estava numa crise ainda mais acentuada – crise essa que remontava desde o século XIX com o liberalismo que envenenou esta denominação e iniciou uma intensa migração de anglicanos para a Unidade Católica, particularmente com o movimento de Oxford, mas que persistiu num sangramento contínuo e cada vez maior por uma boa parte do século XX.

    A quantidade de anglicanos que retornou ao catolicismo só teve um “break” considerável nos anos pós-concílio, porque a anarquia liturgico-doutrinária que se verificou terminou por convencê-los de que a Igreja Católica havia deixado de ser alternativa.
    Com efeito, só nos últimos e mais conservadores anos de João Paulo II é que se iniciou um retorno mais interessante de almas saídas da heresia em direção a Roma.

    Interessante ressaltar que o grande responsável pelo DIÁLOGO ECUMÊNICO – Walter Kasper – nem sequer é citado… Não deveria ser ele o cardeal que deveria levar os louros pelo trabalho de trazer de volta os dissidentes? No entanto, os próprios hereges buscaram a Congregação da Doutrina da Fé, porque o desejo deles em passarem para o catolicismo é maior do que o de Walter Kasper em convertê-los.

    Vale lembrar também que todo católico está obrigado a aceitar o ecumenismo segundo o ensinamento CONSTANTE de Pio XI, que não fez a encíclica Mortalium Animos a título de uma mera opinião, mas escreveu e fez publicar com estilo de mestre e soberano, que mostra o que é certo e combate o que é errado.
    Releiam Mortalium Animos e vocês perceberão pelo tom das palavras que esta Encíclica faz imperar o ensino de Pio XI como uma VERDADE, e não como um PALPITE…

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  7. Mas que o Ecumenismo seja algo que deva ser praticado acho que não é dúvida de nenhum católico que se enquadra entre os tradicionalistas…

    O grande problema é a forma como é feita…

    Será que PioXI encararia o ecumenismo pós-conciliar como correspondente à Verdade que ele expôs em sua enciclica?

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  8. Caro quase xará.

    Bem, queira você ou não, foi o trabalho de Roma, Roma que dá a continuidade do trabalho do Concílio Vaticano II, Roma governada por Bento XVI que é o primeiro maior defensor do mesmo, que trouxe eles de volta.

    O ponto interessante para observar é o trecho da Constituição Dogmática Lumen Gentium que expressa verdadeiramente a posição da Igreja como a Barca de Pedro da qual os anglicanos quiseram entrar:

    “Em primeiro lugar, é aos fiéis católicos que o santo Concílio dirige o pensamento. Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, ensina que esta Igreja, peregrina na terra, é necessária para a salvação. Só Cristo é mediador e caminho de salvação: ora, Ele tornar-se-nos presente no seu corpo que é a Igreja; e ao incular expressamente a necessidade da fé e do batismo (cf.Mc 16,16; Jo 3,5), ao mesmo tempo corrborou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pela porta do batismo. Por conseguinte, não poderão salvar-se aqueles que, sabendo que Deus a fundou por Jesus Cristo como necessária a salvação, se recusam a entrar ou a perseverar na Igreja católica.

    São incorporados plenamente na sociedade da Igreja, todos os que, tendo o Espírito de Cristo, aceitam integralmente a sua organização e todos os meios de salvação nela instituídos, e no seu organismo visível estão unidos com Cristo, que a dirige mediante o Sumo Pontifície e os bispos, pelo vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão.” Pár. 14

    Como o Concílio quis e deu continuidade dos ensinamentos bimilenares o parágrafo teve como base os escritos de Santo Agostinho, Bapt. c. Donat.,V, 28.39 e Epístola Apostólica Praeclara Gratulationis de Leão XIII.

    Bem, o meu comentário sobre a notícia já foi feito, continuemos e orar pela Unidade e pela conversão dos que estão fora da Santa Igreja.

    Pax

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  9. É o Gaudium et Spes que nada claro fala da salvação de todo gênero humano e da tal semente divina que não se pode condenar em ninguém, a ficar assim ambíguo tudo que é tradicional da necessidade de conversão ao catolicismo nos documentos conciliares.

    É necessário outra nota explicativa para alguém se aventurar ao afirmar que esse documento nada dogmático quis realmente uma conversão católica.

    Nota Explicativa Prévia do “dogmático” documento.

    “A Comissão decidiu fazer preceder o exame dos Modos das seguintes observações gerais:

    1. Colégio não se entende em sentido estritamente jurídico, isto é, como um grupo de iguais que delegassem o seu poder no presidente, mas como um grupo estável cuja estrutura e autoridade devem deduzir-se da Revelação. Por isto é que na resposta ao Modo 12 se diz expressamente a respeito dos Doze que o Senhor os constituiu “à maneira de colégio ou grupo estável” (cf. também o modo 53, c) — Pela mesma razão, ao falar do Colégio Episcopal, se usam indistintamente os termos Ordem ou Corpo. O paralelismo entre São Pedro e os demais Apóstolos, por um lado, e entre o Sumo Pontífice e os Bispos, por outro, não implica a transmissão dos poderes extraordinários dos Apóstolos aos seus Sucessores, nem, como é evidente, a igualdade entre a Cabeça e os membros do Colégio; mas implica tão só uma proporcionalidade entre a primeira relação (Pedro–Apóstolos) e a segunda (Papa-Bispos). Por isso, a Comissão resolveu escrever no n* 22, não eadem sed pari ratione (paralelamente) Cf. o modo 57.

    2. Alguém se torna membro do Colégio em virtude da sagração episcopal e da comunhão hierárquica com a Cabeça e com os membros do Colégio. Cf. n* 22 parágrafo 1, ao fim.

    Na sagração é conferida uma participação ontológica nos ofícios sagrados, como indubitavelmente consta da Tradição litúrgica. Emprega-se propositadamente o termo officio (munera) e não poderes (potestates), porque este último termo poderia entender-se dum poder apto a exercer-se. Mas, para que haja poder assim apto a exercer-se, é indispensável a determinação canônica ou jurídica da parte da autoridade hierárquica. Esta determinação de poder pode consistir na concessão de um cargo ou na designação de súditos, e é dada segundo as normas aprovadas pela autoridade suprema. Uma tal norma ulterior é requerida pela natureza das coisas, pois se trata de ofícios que devem ser exercidos por vários sujeitos, que, por vontade de Cristo cooperam hierarquicamente. É evidente que esta “comunhão” teve aplicação na vida da Igreja, conforme as circunstâncias dos tempos, antes de codificada no direito.

    Por isso, se diz expressamente que se requer a comunhão hierárquica com a cabeça e os membros da Igreja. Comunhão é uma noção que foi tida em grande honra na antiga Igreja (e ainda hoje, sobretudo no Oriente) Não é entendida como um sentimento vago, mas como realidade orgânica que exige uma forma jurídica e, ao mesmo tempo, e animada pela caridade. Daí que a Comissão tenha decidido, quase por unanimidade escrever: “em comunhão hierárquica”. Cf. Modo 40 e também o que se diz a respeito da missão canônica, no n* 24.

    Os documentos dos Sumos Pontífices recentes, relativos à jurisdição dos Bispos, devem entender-se desta necessária determinação de poderes.

    3. O Colégio, que não existe sem a sua Cabeça, diz-se “que é também detentor do poder supremo e pleno sobre a Igreja inteira”. E isto tem necessariamente de ser aceito para que não se levante problema sobre a plenitude do poder do Romano Pontífice. Colégio entende-se sempre e necessariamente como incluindo a sua cabeça, que, dentro do Colégio, mantém íntegra a sua função de Vigário de Cristo e de Pastor da Igreja Universal. Por outras palavras, a distinção não se faz entre o Pontífice Romano e os Bispos tomados coletivamente, mas entre o Romano Pontífice sozinho e o Romano Pontífice junto com os Bispos. E porque o Sumo Pontífice é a Cabeça do Colégio, só ele pode por determinados atos, que não são de modo algum da competência dos Bispos, v. g., convocar e dirigir o Colégio, aprovar normas para a sua atividade, etc. Cf. Modo 81. Ao juízo do Sumo Pontífice, a quem foi entregue o cuidado de toda a grei de Cristo, convocar e dirigir o Colégio, aprovar normas para a sua atividade, etc. Cf. Modo 81. Ao juízo do Pontífice, a quem foi entregue o cuidado de toada grei de Cristo, compete determinar, de harmonia com as necessidades da Igreja que variam com os tempos, como convém que esta missão se exerça, quer de maneira pessoal, quer de maneira colegial. O Romano Pontífice, quando se trata de ordenar, promover e aprovar o exercício da colegialidade, em vista do bem da Igreja, procede segundo a sua própria discrição.

    4. O Sumo Pontífice, como Pastor Supremo da Igreja, pode exercer o seu poder em qualquer tempo, à sua vontade, como é exigido pelo seu cargo. Ao contrário, o Colégio, que existe sempre, nem por isso age permanentemente com ação estritamente colegial, como atesta aliás a Tradição da Igreja. Por outras palavras, não está sempre ” em pleno exercício”: é só intervalos e sempre com o consentimento da Cabeça que ele age de modo estritamente colegial. Diz-se “com o consentimento da Cabeça” para que não se pense numa dependência ( como de alguém que a à mesma fosse estranho), o termo “com o consentimento”, pelo contrário, evoca a comunhão entre a Cabeça e os membros, e implica a necessidade de um ato que compete propriamente à Cabeça. Isto é explicitamente afirmado no n* 22, parágrafo 2, e desenvolvido no fim do mesmo parágrafo. A fórmula negativa “não sem” compreende todos os casos: é evidente portanto que as normas aprovadas pela autoridade suprema devem ser observadoras. Cf. Modo 84.

    De tudo isto ressalta que se trata de uma união estreita dos Bispos com a sua Cabeça, e nunca de uma ação dos Bispos sem a sua Cabeça”

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  10. David deve ser outro ingênuo ao estilos dos tolos do Veritatis.

    O diabólico Vaticano II afirmou que os Espírito Santo não se recusa a usar as seitas como caminhos de salvação (blasfêmia!!!!). Que interesse poderia ter alguém de se tornar católico num ambiente desses?

    Notem que o Catecismo de Trento afirma o contrário: que as seitas são guiadas pelo demônio para a perdição das almas. Para quem bem ler, Vaticano II é completamente herético. Claro como água.

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  11. Prezados(as),

    Salve Maria puríssima!

    É com júbilo que recebo esta notícia, da qual comentava no final de semana com amigos. Nem imaginava que pudesse ver isto em breve tempo.
    Ecumenismo em que se abre as portas a todos que desejam adentrar (ou retornar) na Santa Igreja de Cristo, liberando seus antigos vícios ou incorreções, não sintonizantes com a fé da qual se tem um só batismo. Esta fé que vivemos e professamos.

    Se o concílio tentou dizer isto, ficou difícil entender pq. o que vimos depois e até hoje, não me parece com o ocorrido.

    Agora, uma dúvida…a Igreja em que o Reinado da Inglaterra está baseada, qual será? Eles estão submetidos neste novo Ordinariato ou ainda estão a margem da Santa Igreja?

    [ ]s fraternos, AMDG
    RVGarcia

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  12. E como sempre, a mídia brasileira, esforça-se a demonstrar que a ação é de “caça a anglicanos” e que “foi um duro golpe sobre a não fragmentação”.
    “Não sabia que o anúncio seria agora” (Rowan Williams).

    http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2009/10/21/ult1766u33786.jhtm

    Apresenta-se o assunto como se quer, no tocante a jornalismo…escurecem o claro e apagam a luz…tudo pode nos tempos modernos.
    Mídia nefasta e de meia verdade (mentira inteira). Quem trabalha as escuras não é a Sta. Igreja, mas são os senhores, próprias corujas da história. Nojenta e desagradável.

    Ad Majorem Dei Gloriam,
    RVGarcia

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  13. Em si mesma, uma notícia esplendida. A execução daquilo que eu sempre pensei sobre ecumenismo. É evidente que a Igreja católica está e sempre esteve aberta a receber no seu seio, como iguais, aqueles que, tendo errado e se separado, declarem o seu erro e voltem.
    Pode haver alguns pontos, nitidamente acessórios, nunca essenciais, que a Igreja católica deva mudar para tornar mais suave o regresso dos “filhos pródigos”, no sentido de tornar a prática da nossa Fé ainda mais coincidente com o desejo de Cristo.
    Pode acontecer, como é o caso presente, que a Igreja e, portanto, o Papa, aceite fazer algumas modificações que permitam aos “filhos pródigos” que voltam o uso de algumas regalias que eles tinham antes. Não aconteceu isso até hoje, o que não impediu que grandes vultos da igreja anglicana ingressassem na Igreja católica. É um assunto que exige muita ponderação e cuidado que necessáriamente Bento XVI não deixou de ter.
    Neste momento é de júbilo a notícia e jamais a medida tomada pelo Vaticano se pode classificar de “caça aos anglicanos”. Pelo contrário, é uma medida de acentuada caridade por irmãos em Cristo que se sentem traídos (com imensa razão) pelas estruturas supeiores da sua igreja.

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  14. Os anglicanos ingressam na Igreja Católica ou os católicos ingressam na Igreja Anglicana? A questão se justifica, pois a igreja conciliar mais se parece, a cada dia que passa, com as igrejas protestantes, inclusive com a anglicana. De notar que a exigência do celibato é explícitamente dispensada aos anglicanos aceitos pelo catolicismo. Não tardarão os atuais padres católicos a exigir o mesmo tratamento que é garantido aos recém-admitidos padres anglicanos? Afinal, a igreja conciliar sempre flertou com a igualdade e a democracia…

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  15. Salve Maria!

    Não seria o caso de aceitar os padres já casados, mas, não aceitar que futuros também se casem, a fim de acabar com o costume anglicano que contra-põe-se ao Católico ocidental, ficando desta forma, os convertidos mais adaptados ao catolicismo, ao qual retornaram e uma maneira de não dar “brecha” para os Padres e candidatos ao sacerdócio que visem também o matrimônio?

    Cleber

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  16. Há muito o que se pensar dessa “conversão” e desse “acolhimento”…
    Seja pelo liberalismo ultra-heterodoxo do anglicanismo atual com suas ordenações de gays e sacerdotizas, seja pelo ambiente ainda “acolhedor” da neo-catolicidade, ainda que mal-ou-bem “blindada” ao radicalismo progressista mais mundano, esses recém-conversos precisam provar que estão realmente aderentes de todas as forças, de toda a alma e de todo o entendimento à fé católica! Caso contrário, será um erro tremendo recebê-los somente pelo “desejo de união”, ainda mais pelo péssimo exemplo que dessa “abertura” poderá advir!
    Mais informações aqui http://permanencia.org.br/revista/Crise/anglicanos.htm

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  17. Sobre o tema, no Orkut:

    http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=12901339&tid=5296615585832489385&start=1

    Discordo de muitas coisas nesse texto de D. Lourenço. Vamos a elas:

    “Qual a qualidade deste recomeço? Parece-me causado muito mais pelos desmandos e loucuras da atual igreja anglicana do que em função da fé católica. A impressão que se tem é que os anglicanos encontram no ambiente cultural ditado por Roma algo semelhante com o mundo aberto do anglicanismo, mas sem os excessos que os chocaram tanto.”

    Isso é um claro equívoco da parte de D. Lourenço. Se esses anglicanos estivessem procurando apenas o “clima aberto” e não um norte seguro, teriam ficado com suas “igrejas continuantes”. Além disso, o mero fato de que a firmeza doutrinária em matéria moral no pontificado de João Paulo II e a possibilidade de manter seu ethos litúrgico é que os atraiu, já vai de encontro a tal conclusão.

    “O próprio texto da nota, por seu caráter aberto, ecumênico e tolerante deixa a impressão de que não se trata de um verdadeiro movimento de conversão, onde se larga o erro para se aderir à Fé Católica.”

    Não vi nada disso na nota. Agora, se para D. Lourenço a mera citação do ecumenismo, mesmo que se dê a ele uma exegese católica, é um problema, paciência!

    “Dentro da prática milenar da Igreja, se exigiria, além da clara profissão de fé católica, a Abjuração ao erro. Porém, Vaticano II já deu cabo deste ato há muito tempo.”

    De onde ele tirou isso? A abjuração dos erros continua a ser prevista e usada. Recentemete vi isso de um grupo de assembleianos que se converteu, bem como de um monge “ortodoxo” que também aderiu à Igreja.

    “Além disso, pergunto: porque essa pressa?”

    Pressa? É por isso que as pessoas não de vem falar do que não estudaram. Esse é o final de um processo que se desenrola desde os últimos anos da década de 1970 e, portanto, não é novo e nem feito de maneira atabalhoada.

    “Porque não experimentar a qualidade de vida católica desses grupos junto à paróquias católicas para, em seguida, se fosse o caso, se pensar em uma estrutura particular?”

    Porque a qualidade da vida católica deles já está mais do que provada e experimentada.

    “É bem verdade que pergunto isso em tese, visto que não se conhece paróquia atual onde se possa viver de modo íntegro a fé católica. Ou seja, os anglicanos estão deixando os excessos morais do clero anglicano para cair nos excessos doutrinários do clero pós-Vaticano II. Pobre gente!”

    Afirmações gratuitas e derivadas de uma visão bem restrita do que vem a ser vida católica.

    “Que eu saiba o patrimônio litúrgico e espiritual dos Anglicanos é formado por algo da antiga tradição católica, como todas as seitas, somado a uma série de erros e revoltas que levou estes protestantes a perderem o sacerdócio católico, a falsificarem os sacramentos católicos e a destruirem o celibato dos seus ministros.”

    Por isso mesmo, antes de escrever esse artigo, seu autor deveria ter procurado estudar mais o assunto. Na liturgia dos anglo-católicos há uma série de elementos que, em si mesmos, são um bem.

    No mais, temos uma repetição do desconhecimento de todo o processo e de quem são os anglo-católicos, bem como a repetição daquelas críticas sem fundamento ao Vaticano II (e no que se refere a padres casados, a não ser pelas conseqüências disso ao diaconato, eu, sinceramente, não vejo problema nenhum).

    Talvez a maior questão que essa conversão “joga” para certos tradicionalistas é a de repensar suas críticas ao Vaticano II e isso, naturalmente, causa temor e um temor que, muitas vezes, se manifesta na rejeição pura e simples da realidade.

    Aqui temos uma reflexão de quem entende do assunto (foi sacerdote anglicano, leigo católico atuante e agora é padre católico):

    http://gkupsidedown.blogspot.com/2009/10/watch-out.html

    Sobre o anglican use (o uso anglicano do rito romano que já existe na Igreja):

    http://apologetica.ning.com/forum/topics/anglican-use

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  18. Já nso anos 70 circulavam rumores que a Rainha Elizabeth II havia manifestado ao Papa Paulo VI o desejo de converter-se ao Catolicismo.
    E que Montini teria recusado, convencendo a Rainha a desistir da idéia de converter-se.

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  19. No meu entender, o que as autoridades da Igreja procuram atualmente é a união, e não a unidade. Por isso, a grande quantidade de acordos de reciprocidade, declarações de convivência, entendimentos, etc. etc. Só diplomacia. Onde fica a doutrina? No estudo abaixo, mostra de maneira suscinta como foram feitas as modificações na liturgia anglicana para se adequar à doutrina protestante de Cramer: http://www.statveritas.com.ar/Libros/Protestantismo_en_Inglaterra(Hugh_Ross_Williamson).pdf

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  20. Isso todo mundo já sabe. Só que, independente de tais modificações, muito foi conservado e desenvolvido mais tarde pelo movimento anglo-católico. E, evidentemente, a Igreja, quando criou o “anglican use” filtrou a influência calvinista.

    —-

    Roberto, tal movimento de conversão, embora tenha ganhado força em alguns lugares no final dos anos 70 (em outros, por causa do desastre pós-conciliar, foi o contrário), tem sua origem no século XIX. Devido a ele é que Pio XII, já na década de 1950, permitia a ordenação de homens casados (contanto que tivessem nascido no meio anglicano).

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  21. Não vejo problema nenhum em aproveitar o que os anglicanos tem de bom. Assim como a Igreja soube usar bem o que os pagãos haviam descoberto, a tradição anglicana deve ter muita coisa boa. Diria até que o uso anglicano é mais católico que o Novus Ordo…

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  22. Certamente que é.

    E é sempre bom lembrar que o que o “anglicanismo tem de bom”, na verdade, é algo de católico inserido lá. Formalmente é anglicano, mas materialmente é católico.

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