O Magistério Ordinário da Igreja Católica, por Dom Paul Nau, O.S.B. – Vários modos de apresentar a regra de Fé.

Posts anteriores da série:
  1. Apresentação.
  2. O Concílio Vaticano I e o Ensinamento Ordinário do Soberano Pontífice

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Vários modos de apresentar a regra de Fé

Não há necessidade de fundamentar nosso caso nessa única citação de Santo Irineu, que tem, de fato, sido objeto de numerosos comentários doutos [11], particularmente nos últimos anos; nem trazer à baila testemunhas ao longo das épocas para o pensamento da Igreja no que tange a função de seu Magistério. Nós preferiríamos retornar diretamente ao Concílio do Vaticano para questionar como aqueles sucessores dos Apóstolos procuravam renovar a apresentação do depósito revelado da verdade.

Ao definir a regra de fé, a Constituição Dei Filius (O Filho de Deus) aproveitou a oportunidade para tornar definitivo o procedimento duplo para a apresentação doutrinal, à qual os fiéis estão obrigados a responder crendo na verdade a eles apresentada em nome de Deus.

Deve-se, pois, crer com fé divina e católica tudo o que está contido na palavra divina escrita ou transmitida pela Tradição, bem como tudo o que a Igreja, quer em declaração solene, quer pelo Magistério ordinário e universal, nos propõe a crer como revelado por Deus. [12]

O depósito revelado pode ser apresentado de duas maneiras. Ele pode consistir em um juízo solene cercado pelas garantias necessárias para protegê-lo contra qualquer equívoco, que em si mesmo pronuncia conclusiva e infalivelmente sobre o objeto da Fé.

Mas este método de apresentação, às vezes chamado o Magistério extraordinário, é apenas uma ocorrência excepcional. Ele é mais comumente usado para responder a um erro, colocar fim a uma controvérsia [13] ou, quando a intenção é evitar antecipadamente toda dúvida possível, solenemente pronunciar que uma verdade já admitida torna-se agora um dogma de fé.

A maioria das verdades que se deve crer é proposta pelo Magistério Ordinário [14] da Igreja.

Este não consiste em uma proposição isolada, pronunciando-se irrevogavelmente sobre a Fé e contendo suas próprias garantias de verdade, mas em um conjunto de atos que podem concorrer ao comunicar um ensinamento.

É o procedimento normal pelo qual a Tradição, no sentido pleno do termo [15], é transmitida; foi praticamente o único procedimento conhecido nos primeiros séculos, e também é o que mais geralmente alcança todo o conjunto de cristãos.

O Magistério Ordinário, assim como o juízo solene, igualmente demanda crença na doutrina proposta. Portanto, ambos carregam segurança contra o erro. Se faltasse esta certeza, com efeito, ninguém estaria obrigado a lhe dar seu assentimento leal, isto é, a aderir a ele na autoridade da verdade suprema [16]. Considerados do ponto de vista de obrigar a crença, esses dois métodos de exposição são apresentados pelo Concílio como equivalentes, ao menos na obrigação moral de crer. Ninguém pode, de fato, suspender a crença no que lhe é revelado de maneira certa: mas não é apenas aquilo que é definido como tal que é revelado certamente, mas tudo que é manifestadamente ensinado como tal pelo Magistério Ordinário da Igreja. A nota teológica de heresia tem de ser aplicada não apenas ao que contradiz uma verdade revelada, mas também ao que conflita com uma verdade claramente proposta pelo Magistério Ordinário [17].

Continua…

[11] Além do artigo de Bostein (vide nota 9) c.f.: R. Jacquin, “Le témoignage de Saint Irenée sur l’Eglise de Rome”, in L’Anne Theologique IX, (1948) pp. 95; C. Mohrmann, “About Irenaeus Adv. Haer.” 3, 3, I, em Vigiliae christianae III, (1949) pp. 57; R. Jacquin, “Comment comprendre ‘ab his qui sunt undique’ dans le texte St. Irénée sur l’Eglise de Rome.” Revue Sr. XXIV. (1950) pp. 72; F. Sagnard, O.P., “Irénée de Lyon, Contre les Hérésies, Livre III,” Sources chrétiennes, 34, (Paris-Lyon, 1952).

[12] CL. c. 252 bc. Latin text — nesta tradução, usada a versão portuguesa publicada pela Associação Cultural Montfort em http://www.montfort.org.br/index.php?secao=documentos&subsecao=concilios&artigo=vaticano1&lang=bra.

[13] Non pro veritate cognoscenda erant necessariae synodi generales, sed ad errores reprimendos” CL, c 397 Be; isto é: “Sínodos gerais (assembléias eclesiásticas) não são necessários para conhecer a verdade, mas para reprimir erros”.

“Por este uso extraordinário do Magistério nenhuma invenção é introduzida e nenhuma coisa nova é acrescentada à soma de verdades que estando contidas, pelo menos implicitamente, no depósito da revelação, foram divinamente entregues à Igreja, mas são declaradas coisas que, para muitos talvez, ainda poderiam parecer obscuras, ou são estabelecidas coisas que devem ser mantidas sobre a fé e que antes eram por alguns colocados sob controvérsia”. (Papa Pio XI, Mortalium Animos, 6 de janeiro de 1928).

Pe. H. de Lubac, Catholicisme, (Paris, 1938) p. 241, descreve o caráter do Magistério Extraordinário como “ocasional, fragmentário e normalmente mais negativo que positivo”.

[14] “Esse modo de expor a doutrina (visto em si mesmo) é aquele encontrado na profissão e pregação eclesiástica normal e permanente”. J.B. Franzelin, relatório ao Concílio do Vaticano sobre o esboço da constituição dogmática”, CL c. 1611.

[15] Cf. M.L. Guérard des Lauriers, op. cit. 1, p. 298.

[16] Cf. ibid. t. II p. 151, nota 661;

[17] Segundo H. Dezinger, Enchiridion Symbolorum, (1921) prefácio p. 7; e B.H. Merkelbach, in Angelicum, T. VII, (1930) p. 526. Cf. também: Código de Direito Canônico, cânones 1323 e 1325.

Carta aos católicos irlandeses pronta. Instrução sobre aplicação de Summorum Pontificum ressuscitada.

Sairá em 6 de março a esperada carta do Papa aos católicos irlandeses sobre os abusos sexuais. O esboço já estava preparado por ocasião da reunião de Bento XVI com os bispos irlandeses de 15 e 16 de fevereiro, no Vaticano. Mas o Pontífice quis revisar o texto tendo em conta as observações dos bispos. Em particular, algumas passagens da carta teriam sido suavizadas que, não obstante, se prenuncia muito severa. Haverá, ademais, um forte chamado à unidade da Igreja irlandesa, dilacerada pelos escândalos.

E também está na reta final a Instrução da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei para a interpretação e aplicação do motu proprio do Papa, Summorum Pontificum, sobre a liberação da Missa em latim com o rito antigo. Há quase três anos da publicação do controvertido documento papal, os grupos tradicionalistas denunciam, todavia, o obstrucionismo de alguns bispos contra a celebração da Missa com o rito tridentino. Ao que se acrescenta dúvidas e contestações sobre a interpretação das normas. A esperada instrução deveria dar a palavra final a estas divisões.

Fonte: Il blog degli amici di Papa Ratzinger

Tradução a partir de versão de La Buhardilla de Jerónimo

A Nova Ordem.

Por Cardeal Antonio Cañizares Llovera

De instâncias influentes se pensa e trabalha por uma Nova Ordem. Pretende-se levar a cabo, com implacável engenharia social, uma mudança cultural de grande envergadura, um grande projeto para uma nova identidade. Digam ou não, no fundo, se está tratando de construir um mundo em que já não há nada verdadeiro, nem bom, nem valioso, nem justo em si e por si mesmo, nada transcendente, nem nada que esteja acima de nós. O relativismo se apropria da cultura e das mentes.

A negação da verdade e do bem é o motor que impulsiona um processo de expulsão de Deus e da religião do âmbito público. Se o bem e a verdade não podem ser conhecidos, então somente se pode ligar a lei a um sentido procedimental; isto é, a lei vem a ser uma maneira de se entender os homens, de viver em comunidade sem se matar, de garantir um marco onde cada indivíduo possa realizar seu “plano de vida” sem causar dano aos outros. Graças a este primeiro passo — relativista — a religião fica reduzida ao âmbito do privado. Há um segundo passo. A visão contratualista da sociedade se torna absoluta, porque o Estado não tem limites. Não há Deus, não há lei natural, não há nenhuma verdade sobre o bem que esteja acima da vontade do Estado. É um Estado absoluto. A liberdade do indivíduo é ilimitada, segundo esta concepção filosófica. Cada homem é livre para fazer o que quer. Não há nenhuma lei superior que indique o que se pode ou não realizar. Contudo, para tornar possível a vida na sociedade se realiza um pacto, através do qual cedemos nossos ilimitados direitos ao Estado. Ele velará para que estes direitos ilimitados possam ser realizados, assegurando ao mesmo tempo solidariedade e segurança. Pois bem, se não existe uma verdade última que guie e oriente a ação política, as idéias e as convicções humanas podem ser instrumentalizadas para fins de poder. O pluralismo supostamente é aceito, mas com exceção daqueles que crêem conhecer a verdade. Estes não podem ser aceitos porque são um perigo para a democracia.

Essa situação é real, a temos instalada em certos âmbitos do poder, e se estende sobretudo entre os setores jovens, ante a passividade ou a resignação, como se nada ocorresse. O que está em jogo por detrás de tudo, o digo uma vez mais, é um mundo com Deus ou sem Deus. Nesta ausência de Deus se funda a crise de nossa cultura. Por isso mesmo, só se superará tal crise se desaparecesse esse “silêncio ou  ausência” de Deus, se o homem voltar a Deus, ou se devolver a Deus o lugar vital e central que lhe corresponde no coração, no pensamento e na vida do homem. Não acuso a ninguém; menos ainda condeno alguém — tampouco à sociedade que tem costas-largas –. Sei que dizer isso é nadar contra a corrente, “não está nada moda”. Mas não posso nem devo falar com palavras aduladoras. É muito, é tudo, o que aqui está em jogo. Não esqueço de São Paulo, para quem “a verdade era muito grande para se estar disposto a sacrificá-la em benefício de um êxito externo. Para ele, a verdade que havia experimentado no encontro com o Ressuscitado merecia, pelo contrário, a luta, a perseguição e o sofrimento. Mas o que o motivava no mais profundo era o fato de ser amado por Jesus Cristo e o desejo de transmitir aos demais este amor. São Paulo era um homem capaz de amar, e todo seu trabalhar e sofrer se explicam a partir deste centro” (Bento XVI).

Fonte: La Razón – 24 de fevereiro de 2010

Agradecimentos à leitora Natália Prado pela indicação do artigo.

O Papa poderia preparar uma surpresa para o “mundo católico” que se daria a conhecer na Quinta-feira Santa.

SECTOR CATOLICO – 24/02/10 – Segundo foi informado Sector Catolico, o Papa Bento XVI poderia estar preparando uma enorme “surpresa” para o “mundo católico” que se conhecerá, presumidamente, na próxima Quinta-feira Santa, data em que a Igreja celebra a instituição da Eucaristia e da Ordem Sacerdotal.

O então Cardeal Joseph Ratzinger celebrando a Santa Missa no Rito Latino-Gregoriano, em 1990, no seminário da Fraternidade São Pedro, na Alemanha.

Segundo apontaram estas fontes, que não souberam determinar com exatidão em que consistirá a medida, falam, no entanto, de dois possíveis marcos. Por um lado, a supressão do indulto universal para receber a Sagrada Comunhão na mão. A outra possibilidade é que, finalmente, o Papa se anime a celebrar a Santa Missa in cena Domini segundo a “forma extraordinária” do Rito Romano.

Com qualquer uma delas ficaria nitidamente expressa a vontade do Papa para o conjunto da Igreja universal no que se refere à celebração sacramental, onde é necessário recuperar com urgência o caráter sagrado das celebrações, desde a urbe ao orbe, para expressar com maior dignidade o que celebramos os católicos, especialmente na Santa Missa, renovação incruenta do sacrifício de Jesus no Calvário e cume da redenção do gênero humano (“… por vós e por muitos homens para o perdão dos pecados”).

De fato, esse tipo de comentário está já nos corredores eclesiásticos de Roma e transcendeu as cúrias diocesanas de alguns lugares e países. Não sabemos ainda o que o Papa nos prepara, mas sem dúvida será uma surpresa e das boas! Longa vida ao Papa!

Mons. Pozzo, a exclusividade do rito tradicional e o Vaticano II.

Em agosto do ano passado, os Beneditinos da Imaculada, comunidade fundada pelo Padre Jehan, egresso do mosteiro do Barroux por não aceitar a política bi-ritualista que vem se implantando naquela abadia, tiveram uma audiência com Monsenhor Guido Pozzo, secretário da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei. Os monges relataram a conversa, cuja tradução segue abaixo:

Mons. Guido Pozzo em visita ao IBP-Roma.Mons. Pozzo quis esclarecer que, segundo a carta que acompanha o motu proprio Summorum Pontificum, o rito romano existe em duas formas e que nenhum padre “pode se recusar, em princípio, a celebrar de acordo com uma ou outra forma”. Concretamente, isso implica, para ele, que, se um padre, celebrando normalmente segundo a forma extraordinária, se encontrasse numa situação de necessidade pastoral na qual a autoridade competente exigisse uma celebração segundo a forma ordinária, ele deveria aceitar fazê-lo.

Mons. Pozzo, no entanto, escutou a opinião que Mons. Stankiewicz, decano do tribunal da Rota, exprimiu ao Padre Jehan após ter lido cuidadosamente as constituições do Barroux, e segundo a qual um monge-padre do Barroux não tem o direito de celebrar segundo o Novus Ordo Missae, tanto no exterior como no interior do mosteiro. Assim, a obrigação de celebrar segundo o rito antigo seria um direito-dever específico que se aplica aos monges do Barroux, sendo tal verdadeiro onde quer que eles se encontrem.

Mons. Pozzo disse que conhecia Mons. Stankiewicz. Por sua vez, acrescentou que, ainda que a carta pontifícia que acompanha Summorum Pontificum precise que os padres que celebram o rito antigo não podem recusar por princípio a celebração do novo, ela deixa aberta, no entanto, a possibilidade de um direito próprio para certas sociedades cujos membros celebrariam segundo o rito antigo exclusivamente.

No que diz respeito ao Concílio Vaticano II, para Mons. Pozzo, o problema não está tanto nos textos como na sua interpretação e aplicação abusivas, de acordo com o famoso “espírito do Concílio”. Mas, após tantos e  tantos anos de quase monopólio de expressão pública nas mídias e na Igreja, agora é muito difícil separar este “espírito do Concílio” dos textos em si. É necessário, portanto, fazer compreender esta distinção à FSSPX (Fraternidade Sacerdotal São Pio X) e, assim, seus membros poderão aceitar os textos do Concílio.

Quando lhe foi respondido que a FSSPX conhecia bem esse discurso e persistia em sustentar que há problemas graves nos próprios textos do Concílio, Mons. Pozzo modificou sua posição:

— É verdade, acrescentou, que há passagens mal formuladas e pouco claras nesses textos. Isso se deve ao fato de que os padres conciliares queriam evitar a linguagem teológica clássica, para falar de uma maneira “mais acessível aos homens da época”. Isso pôde provocar ambigüidades, mas não significa uma intenção de negar ou mudar a doutrina católica tradicional. Pelo contrário, os padres consideravam que a doutrina católica era uma coisa estabelecida. Tratava-se apenas de alterar a maneira de se exprimir por razões pastorais. Nesta ótica, é, portanto, legítimo criticar as passagens que não são muito claras do ponto de vista da doutrina tal como fora ensinada anteriormente. Mas não é necessário lhes atribuir um significado heterodoxo, pois não havia nenhuma intenção de mudar a doutrina tradicional. Conforme uma sã hermenêutica, é necessário compreender tais passagens do Vaticano II que geram dificuldade num sentido que não contradiz o Magistério constante anterior, pois é o mesmo Magistério que ensina a todas as épocas.

— É necessário, então, distinguir nos documentos, e em cada documento, as reafirmações do dogma e da fé tradicional, as propostas ensinadas como doutrina do Magistério autêntico, das exortações, diretrizes, e,  finalmente,  das opiniões e explicações teológicas que o Concílio propôs sem qualquer pretensão de vincular (pretesa di vincolare) a consciência católica. Não se deve, portanto, impor aos católicos a aceitação pura e simples de opiniões que o próprio Concílio não impôs com a pretensão de exigir o assentimento intelectual. A esse respeito, seria útil fazer uso das notas teológicas  que a teologia e o Magistério formaram durante os séculos. Infelizmente, hoje até mesmo os bispos não são capazes de fazer tais matizes nos documentos da Igreja.

Nosso Senhor Jesus Cristo, outrora Deus, agora “bem cultural” na Espanha.

Autoridades e povo de Murcia, na Espanha, rechaçam a retirada do “Cristo de Monteagudo”

MADRI, 15 Fev. 10 / 01:44 am (ACI).- A sociedade e as autoridades da cidade de Murcia, ao Sul da Espanha, rechaçaram uma demanda que pede retirar uma estátua do Sagrado Coração de Jesus do castelo de Monteagudo, onde permanece desde 1926 e que se converteu em um símbolo da identidade desta localidade espanhola.

A demanda foi posta pela Associação Preeminência do Direito e José Luis Mazón, o mesmo que em 2008 acusou de prevaricação o juiz Ferrín Calamita por dificultar uma adoção por um casal de lésbicas.

Agora vai contra a imagem conhecida como o Cristo de Monteagudo, a que chama “uma relíquia do totalitarismo católico” imposto pelo Francisco Franco e um atentado à laicidade do Estado, por estar em um imóvel que é propriedade do Ministério de Fazenda. Também se ampara na sentença do Tribunal Europeu de Direitos humanos, que recentemente obrigou o Estado italiano a retirar os crucifixos das salas de aula dos colégios públicos.

Entretanto, o pedido foi rechaçado pela sociedade em geral e pelas autoridades, que solicitaram declarar o monumento “Bem de Interesse Cultural” (BIC). Inclusive a porta-voz do PSOE na prefeitura de Murcia, María José Alarcón, qualificou de “despropósito” a demanda de Mazón, porque se trata de uma escultura arraigada no coração dos cidadãos há anos.

A oposição se trasladou também à rede social Facebook, onde proliferaram os grupos a favor de manter ao Cristo de Monteagudo como gesto da identidade de Murcia.

Por isso, da prefeitura, o Grupo Municipal Popular anunciou uma moção para o 25 de fevereiro que exige que se declare a imagem como BIC e assim se garanta sua conservação.

Uma “razão supersticiosa”

Em declarações ao Web Site Público.es, Mazón afirmou que com sua demanda “a Igreja topou com o poder da razão”, a qual “está em alta” e portanto “da Igreja daqui a um tempo se falará como hoje se fala da União Soviética, de um poder vindo a menos”. Além disso chamou a estátua de “emblema da irracionalidade dos poderes públicos”.

Entretanto, ato seguido disse que “o Cristo trouxe mal agouro (má sorte) ao povo”. Mazón afirmou que “não se prospera com essa estátua, é uma energia negativa que opera sobre Monteagudo e sobre a Murcia”.

Ecclesia Dei: o uso das variações litúrgicas próprias das Ordens Religiosas fica a juízo de seus superiores.

Esta é uma resposta datada de 15 de outubro de 2009, mas que se tornou pública apenas agora. A Ecclesia Dei foi solicitada a precisar se, em virtude de sua própria iniciativa, as ordens religiosas, tendo conhecido um ritual próprio antes da reforma litúrgica, podem utilizá-lo para celebrar.

A resposta é infelizmente negativa: o motu proprio atribui uma plena liberdade para os padres, sem nenhuma licença ou autorização, utilizarem os livros litúrgicos em uso em 1962, mas para os rituais que são utilizados nas diversas ordens religiosas, a questão é remetida aos superiores das ordens.

Por exemplo, um franciscano pode, por sua própria iniciativa e sem pedir nada a ninguém, seguir o Missal Romano de 1962. Está excluído,  contudo, o uso do Missal seráfico utilizado em 1962 por sua ordem, se os superiores da Ordem não decidirem favoravelmente.

Mas quais eram as ordens que gozavam de um ritual?

Ei-los:

Franciscanos

Dominicanos

Carmelitas

Servitas

Norbertinos

Beneditinos

Cartuxos

Cistercienses

Fonte: Le Forum Catholique

Um recado aos católicos de Uberaba.

X, quanto a rezar missa no rito de São Pio V e reformado por João XXIII em 1962, eu interpreto como um gesto de boa vontade de Bento XVI, na direção do pessoal que sente forte atração pela tradição antiga. Aqui nunca ninguém pediu uma celebração nesse rito. Mas vou atender, se um grupo significativo o solicitar. Abraços. + Roque scj

Embora não haja necessidade de autorização por parte do bispo diocesano, quando o clero local não atende a necessidade dos fiéis, cabe ao ordinário providenciar a observância da lei (Summorum Pontificum,art. 7º).

Os artigos de Dom Aloísio Roque Oppermann, que destoam dos publicados por outros epíscopos brasileiros, podem ser encontrados no site da CNBB.

Mais um sacrilégio, graças à Comunhão na Mão.

San Jose, Calif., 12 de fevereiro 2010 / 07:08 pm (CNA).- Os católicos de Costa Rica continuam expressando sua repulsa após as ações de Deborah Formal, namorada do candidato à presidência Otto Guevara. No último domingo, Formal partiu um pedaço da Eucaristia e colocou no bolso de seu namorado.

A mídia costa-riquenha continou a transmitir a cena da Missa que mostra Formal recebendo a Comunhão, levando um pedaço dela a seu assento e dando a Guevara.

Divorciado, Guevara não se apresentou para a Comunhão.

O vídeo mostra que, ao se aproximar do arcebispo para receber a Comunhão, ambos rapidamente trocaram palavras. Formal disse depois que pediu permissão ao arcebispo para “compartilhar a benção” da Comunhão com Guevara. Ela disse ter mal interpretado o arcebispo e pensou que ele tivesse dado a ela permissão.

“Nunca foi minha intenção desrespeitar a Igreja Católica”, disse.

Formal é vista recebendo a Comunhão na mão, consumindo um pedaço e levando o que restou a seu banco, onde se inclinou e colocou o pedaço no bolso da camisa de Guevara.

“Tentei fazer algo que permitisse Otto carregar uma parte de Deus em seu coração”, explicou Formal.

Depois dos padres terem sido avisados das ações de Formal, eles pediram ao candidato presidencial para devolver a hóstia consagrada. Ele a devolveu e ela foi imediatamente consumida por um dos padres concelebrantes.

Vários católicos entrevistados pela mídia expressaram seu escândalo pelas ações de Formal, disse que ela demonstrou não apenas ignorância em descrever a hóstia consagrada como uma “benção”, em vez da Presença Real de Cristo, mas também completo desrespeito pela Comunhão e pela Hóstia Eucarística.

O arcebispo Hugo Barrantes, de San Jose, qualificou suas ações de “inapropriada e desrespeitosa”, embora não sacrílega.

Schmidberger: “A Igreja entrou em águas mais tranqüilas”.

O Padre Franz Schmidberger nasceu em 19 de outubro de 1946 em Riedlingen. Depois de ter estudado matemática na Universidade de Munique, em 1972 entrou no seminário da Fraternidade São Pio X em Ecône. Ali, em 1975, foi ordenado sacerdote pelo arcebispo Marcel Lefebvre. Em 1979, Schmidberger se tornou superior do Distrito alemão da Fraternidad e, em 1982, em Superior Geral da Fraternidade. De 1994 a 2003, esteve ativo na liderança da Fraternidade. Em 2003, foi nomeado reitor do seminário de Zaitzkofen. Em 2006 foi eleito novamente como Superior do Distrito alemão.

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Reverendo, qual é sua avaliação do estado atual das discussões teológicas entre os representantes da Fraternidade São Pio X e da Santa Sé?

Com base nas informações disponíveis, mas bem escassas, as discussões teológicas para esclarecimento começaram bem. Pela primeira vez somos capazes de expor sem pressa à autoridade competente nossas reservas sobre as declarações do Concílio Vaticano II e sobre os desenvolvimentos pós-conciliares. Estas discussões certamente continuarão por um tempo longo, talvez anos. Mas talvez nossos interlocutores serão capazes de determinar rapidamente que não é possível negar que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X seja católica, ainda que possa haver pontos de desacordo. Isso representaria um enorme progresso. A natureza muito discreta das discussões é absolutamente necessária para o êxito, nada bom causa um tumulto e nada positivo provem de um tumulto.

Recentemente, em uma vídeo entrevista, o bispo Richard Williamson se referiu às discussões. Porém, ele se expressou negativamente e estava evidentemente pouco convencido de que cheguem a um acordo. O que pensa de seus comentários? Representam a posição oficial da Fraternidade?

A opinião do bispo Williamson sobre as discussões em Roma é lamentável, porque certamente não representa a posição da Fraternidade. Por outro lado, ao mesmo tempo, é necessário claramente advertir contra um exagerado otimismo a respeito das discussões. Monsenhor Fellay disse que seria um milagre se elas se concluírem verdadeiramente com êxito.

Segundo o senhor, quão realista é um acordo entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X? Em 1988, como superior geral, o senhor já esteve envolvido em discussões similares. A situação mudou desde então?

Um acordo entre a Santa Sé e a Fraternidade só poderia significar uma coisa: que Roma aceita a voz do Magistério pré-conciliar. A Fraternidade nunca desenvolveu uma posição própria, mas, pelo contrário, se fez porta-voz dos Papas, sobretudo daqueles desde a Revolução Francesa até o Concílio Vaticano II. Desde 1988, a situação mudou na medida em que Roma agora leva a sério nossas objeções e está em busca de respostas.

Em sua opinião, quais são principalmente os argumentos que necessitam de esclarecimentos e de discussões de natureza teológica ou magisterial? Há argumentos que poderia descrever como “batatas quentes”?

A questão da nova liturgia é, sem dúvida, um ponto de discussão, mas também o ecumenismo, o papel das outras religiões e a relação da Igreja com o mundo. Como “batatas quentes” definiria, sobretudo, a questão da liberdade religiosa e também a questão da doutrina.

Há um ano, Bento XVI levantou a excomunhão dos quatro bispos de sua Fraternidade. Esta decisão do Santo Padre teve um efeito positivo no trabalho da Fraternidade?

A revogação do decreto de excomunhão eliminou obstáculos e nos trouxe mais fiéis. Por outro lado, contudo, o tumulto da imprensa levantou algumas barreiras. Creio, não obstante, que esta valente decisão tomada pelo Papa afetou positivamente não só a Fraternidade e seu trabalho, mas, na realidade, toda a Igreja.

Como o senhor avalia o estado de ânimo de seus priorados e capelas? Que pensam os fiéis e os sacerdotes das discussões com a Santa Sé?

Pelo que posso dizer, o estado de ânimo em nossos priorados e capelas é geralmente muito bom, e em geral, nossos membros recebem bem as discussões com a Santa Sé. Contudo, nenhum de nós é vítima de ilusões.

Em abril de 2005, com o Cardeal Joseph Ratzinger, foi elevado ao trono de Pedro um príncipe da Igreja que representou um sinal de esperança para muitos católicos “tradicionais”. Até hoje, Bento XVI governou a Igreja por quase cinco anos. Como avalia estes primeiros cinco anos de pontificado?

A Igreja entrou em águas mais tranqüilas com Bento XVI. A reabilitação do Santo Sacrifício da Missa na forma tradicional, a revogação do decreto de excomunhão e as discussões doutrinais com a Santa Sé são atos muito positivos deste pontificado. Por outro lado, lamentamos a visita à sinagoga romana, e sobretudo, a declaração do Papa de que nós e os judeus oramos ao mesmo Deus.

Nós, cristãos, rendemos culto à Santíssima Trindade e adoramos a Nosso Senhor Jesus Cristo como Filho de Deus, consubstancial ao Pai. Os judeus de hoje, diferentemente, não aceitam nenhuma destas verdades fundamentais de nossa santa religião. Sendo que não existe outro Deus fora da Santíssima Trindade, nem outro Senhor senão Jesus Cristo, nós não damos culto ao mesmo Deus que os judeus.

As coisas eram diferentes com os justos do Antigo Testamento. Eles estavam abertos à verdade da Trindade e à Filiação Divina do Messias prometido. O Papa se afastou de forma alarmante daquelas palavras do primeiro Papa, São Pedro: “Em nenhum outro [fora de Jesus Cristo] há salvação” (At. 4, 12). Isso se aplica a todos, também aos judeus e muçulmanos.

Fonte: Kathnews

Tradução a partir de versão de La Buhardilla de Jerónimo