Padres casados.

Por Dom Antônio de Castro Mayer

Em todos os tempos, os hereges, com a doutrina tradicional, rejeitaram também a disciplina do celibato sacerdotal, igualmente tradicional. Não admira, pois, que o Vaticano II tenha suscitado, nos nossos tempos, movimentos contrários ao celibato dos padres. O Vaticano II marca um afrouxamento da doutrina e da vida católica tradicional. Quanto ao celibato, no mesmo Concílio, o Sr. D. Pedro Paulo Kop, então Bispo de Lins, pleiteou a ordenação de homens casados. Seria a abolição pura e simples do celibato sacerdotal. Teve quem o contraditasse, e o escândalo não consumou-se.

Paulo VI, por sua vez, estabeleceu normas a serem seguidas nos caso de dispensa da Lei do Celibato por parte de padres. Em outras palavras, deixou considerar tais concessões exceções raríssimas.

Com João Paulo II, apareceram como naturais fatos de si destruidores da disciplina do celibato sacerdotal. Nos Estados Unidos, com inteira aprovação de João Paulo II, um Bispo do Missouri, D. Bernardo Law, em 29 de Junho de 1982 ordenou sacerdote um homem casado de 51 anos, na presença da sua esposa e filhos. A porta abria-se, com alguma estupefação. Por isso, passou-se a aplainar a estrada com a ordenação de diáconos permanentes. A Lei do Celibato atinge também os diáconos, e até os subdiáconos quando ainda os havia. Paulo VI introduziu os diáconos permanentes, com a possibilidade de se constituírem diáconos também homens casados. Daí à ordenação de padres casados há apenas um passo. E o povo, com esse relaxamento gradual da disciplina, vai se habituando à Igreja secularizada inaugurada pelo Concílio.

– Mas, dirão, os apóstolos não eram casados?

– A Escritura jamais fala das esposas dos Apóstolos. Se eram casados deveriam ser péssimos cristãos que assim relegam suas esposas. Na realidade, pelos Evangelhos, só consta da existência da Sogra de S. Pedro, o que leva a deduzir que realmente S. Pedro fora casado. Mas os evangelhos também dizem que os Apóstolos deixaram tudo, para seguir ao Senhor. E a norma para os sacerdotes é dada por S. Paulo 1 Cor. VII, 32: “Quem não é casado cuida das coisas de Deus, procura agradar ao Senhor”. E logo depois acrescenta o Apóstolo : “Quem é casado cuida das coisas do mundo, procura agradar à mulher”.

A razão do celibato exprime-a muito bem Pio XII (Enc. “Menti Nostrae”, 1950): “É exatamente porque deve estar livre das preocupações profanas, para se dedicar todo ao serviço divino, que a Igreja estabeleceu a Lei do Celibato, a fim de que ficasse sempre manifesto a todos que o Padre é ministro de Deus e pai das almas”.

(Monitor Campista, 20.03.1983)

Resposta do Revmo. Pe. Renato Leite ao artigo “Santa Pedofilia”, de Hélio Schwartsman, publicado na Folha de São Paulo.

Lendo seu artigo sobre a pedofilia nas fileiras da Igreja Católica me perguntei o porque de um judeu, que se assume como anticlerical, que adota a matriz do pensamento maçônico como instrumento de análise da realidade e que reconhece publicamente que a Igreja  classifica como pecado grave  a pedofilia, se mostrou tão crítico ao analisar o problema quando esse se dá na Igreja Católica e tão indulgente quando ele ocorre entre os membros da sinagoga?

E para se sustentar  pretensiosamente em “fatos” e eximir os que estão mais próximos de responsabilidades em casos similares, afirmou sem base que:

“A forma de organização da Igreja Católica, entretanto, parece favorecer a ocorrência dos abusos que, ao menos aparentemente, não acontecem na mesma escala em colégios e seminários protestantes, islâmicos ou judeus”.

De onde lhe veio a idéia de que os abusos não ocorrem “aparentemente na mesma escala” em instituições similares inclusive nas judaicas? A ocorrência da pedofilia entre os membros da sinagoga, consegue ser ainda mais “escabrosa” do que  quando acontece na Igreja Católica. Será?

É o que conseguiu constatar o  “The New York Times” numa reportagem esclarecedora e que nos dá uma amostra da dimensão do problema entre os judeus e a praxe das autoridades religiosas judaicas no tratamento da questão e que afirma, entre outras coisas: “Já não é mais tabu processar criminalmente por pedofilia, em Nova York, judeus ultra ortodoxos” segundo o artigo assinado por Paul Vitello.

Eles não sofriam processos por pedofilia, mas isso mudou com o Promotor-Geral Charles J. Hynes. Oito pessoas já estão presas e 18 esperam julgamento.

Havia proibição religiosa de acusação fora do grupo, inclusive sob ameaça de morte. Como era necessária a aprovação do rabino, mas este nunca dava a permissão, e nos tribunais religiosos (a sinagoga) os acusados eram sempre absolvidos, as famílias decidiram recorrer à justiça comum.

Quarenta menores concordaram em testemunhar no tribunal. Alguns blogs, como FailedMessiah e The Unortodox Jew, têm encorajado as vítimas.

Os líderes religiosos estão começando a aceitar a situação, e Hynes tem feito reuniões com grupos ultraconservadores para encorajar as vítimas a se manifestarem. Há 180 mil judeus ultraconservadores em Nova York.

Para David Zwiebel, da Agudath Israel of America: “Há consenso nos últimos anos que muitos desses casos não podem ser decididos dentro da comunidade”. Mas ele acha que devem ser encontradas alternativas para prisão, de forma a não tirar de uma família o que lhe provê o pão, e para encontrar famílias boas que fiquem com as crianças retiradas de suas famílias.

Em 2000, o rabino Baruch Lanner, principal líder carismático da juventude yeshiva e que por mais de 20 anos foi acusado de abusos, foi objeto de uma reportagem reveladora na The Jewish Week que resultou numa pena de sete anos de prisão.

Há programas de rádio que incentivam as vítimas a fazerem acusações, como o de Dov Hikind, da rádio WMCA. Centenas de jovens fizeram acusações.

O pai de um menino de 6 anos que havia sido abusado pelo rabino Kolko foi a Jerusalém pedir permissão a um rabino de alto prestígio para ir à polícia.

A resposta foi: “Vá, porque você não estará cometendo nenhum pecado.”

O artigo completo pode ser encontrado no link abaixo: http://www.nytimes.com/2009/10/14/nyregion/14abuse.html?pagewanted=1&em

Pergunto eu: deveria se creditar os casos de pedofilia entre rabinos à forma de organização da sinagoga? Como avaliar racionalmente um problema crescente entre as autoridades religiosas judaicas se estas não são celibatárias e, ao contrário, obrigadas ao casamento e à procriação diferentemente dos membros do clero católico?

Seria criminoso também o acobertamento dos casos entre judeus e rabinos por parte da sinagoga ou deveria se respeitar uma suposta “autonomia” do judaísmo, não obrigando a denuncia às autoridades civis e  ainda considerar  legítimo o uso de ameaça de morte para evitar escândalos como o praticado pelas autoridades religiosas dos Hasidin em New York?

O problema é de todos e em alguns casos, como demonstrado  pelo artigo do “New York Times”, mais grave ainda do que quando ocorre nos meios católicos, com direito à acobertamento e ameaças, entretanto, dedos acusadores como o seu, só apontam para a Igreja Católica.

Como se pode constatar, sua análise da questão é simplista e tendenciosa e, na verdade, o seu artigo não tem outra intenção a não ser fazer prevalecer sua opinião, diga-se de passagem,  bem anticlerical dos fatos, sobre os fatos propriamente ditos.

Fica desqualificado seu artigo como avaliação referencial  do problema da pedofilia que, como você mesmo reconheceu, é na verdade o problema das relações homossexuais com menores e  no caso do judaísmo, não parece ser menor, ao contrário é tão grande ou maior, proporcionalmente falando quanto ao que ocorre na Igreja Católica envolvendo também centenas de jovens.

Não se pode concluir outra coisa, a partir da  análise dos fatos, a não ser a existência oportunista de uma campanha difamatória contra a Igreja Católica que tem nos profissionais de mídia, com baixo teor de honestidade intelectual, como é o seu caso, seus instrumentos mais eficazes.

Padre Renato Leite, São Paulo

Legionários de Cristo oficialmente renegam Marcial Maciel.

(IUH) Os Legionários de Cristo se separam do seu fundador, Marcial Maciel, cujos “atos contrários aos deveres de cristão, religioso e sacerdote (…) não correspondem ao que nos esforçamos em viver na Legião de Cristo e no Movimento Regnun Christi”, afirma um comunicado assinado pelo diretor geral da Legião, Álvaro Corcuera, e todos os diretores territoriais da congregação no mundo. Uma carta que, apesar de tudo, é visto como insuficiente para evitar uma intervenção da Santa Sé na congregação.

A notícia é do sítio Religión Digital, 26-03-2010.

O comunicado inicia de forma contundente, dirigindo-se “a todos aqueles que foram afetados, feridos ou escandalizados pelas ações reprováveis do nosso fundador, o Padre Marcial Maciel Degollado, L.C.”.

Levamos tempo para assimilar estes fatos da sua vida. Para muitos – sobretudo para as vítimas – este tempo foi demasiadamente longo e doloroso”, prossegue o texto, que reconhece “que não temos podido ou sabido ir ao encontro de todos como teria sido necessário”.

Os legionários reconhecem que Maciel abusou sexualmente de seminaristas menores e que teve vários filhos. “Profundamente consternados, devemos dizer que estes fatos aconteceram”, diz a nota.

Expressamos, mais uma vez, nossa dor e pesar a todas e cada uma das pessoas que foram feridas pelas ações do nosso fundador. Participamos do sofrimento que este escândalo causou à Igreja e que nos aflige profundamente”, acrescenta o comunicado, pelo qual os legionários “pedem perdão a todas as pessoas que o acusaram no passado e que nós não demos crédito ou não soubemos escutar, pois naqueles momentos não podíamos imaginar estes comportamentos”.

“Ante a gravidade de suas faltas (de Maciel), não podemos olhar a sua pessoa como modelo de vida cristã e sacerdotal”, afirma o texto, numa clara desautorização de seu fundador.

Quanto ao futuro, a carta da cúpula dos Legionários de Cristo se mostra decidida a:

– seguir buscando a reconciliação e o encontro com os que sofreram,
– buscar a verdade sobre a nossa história,
– continuar oferecendo segurança, sobretudo para os menores de idade, em nossas instituições e atividades, tanto nos ambientes como nos procedimentos,
– crescer no espírito de serviço desinteressado à Igreja e às pessoas,
– colaborar melhor com os pastores e com outras instituições dentro da Igreja,
– melhorar a nossa comunicação,
– seguir velando pela aplicação dos controles e procedimentos administrativos em todos os níveis e seguir atuando uma adequada prestação de contas,
– redobrar o nosso empenho na missão de oferecer o Evangelho de Jesus Cristo ao maior número possível de homens,
– e, buscar a santidade de vida com renovado esforço.

A carta é assinada pelos seguintes responsáveis:

P. Álvaro Corcuera, L.C., diretor geral
P. Luis Garza, L.C., vigário geral
P. Francisco Mateos, L.C., conselheiro geral
P. Michael Ryan, L.C., conselheiro geral
P. Joseph Burtka, L.C., conselheiro geral
P. Evaristo Sada, L.C., secretário geral
P. José Cárdenas, L.C., diretor territorial do Chile e Argentina
P. José Manuel Otaolaurruchi, L.C., diretor territorial da Venezuela e Colombia
P. Manuel Aromir, L.C., diretor territorial do Brasil
P. Rodolfo Mayagoitia, L.C., diretor territorial do México e Centroamérica
P. Leonardo Núñez, L.C., diretor territorial de Monterrey
P. Scott Reilly, L.C., diretor territorial de Atlanta
P. Julio Martí, L.C., director territorial de Nueva York
P. Jesús María Delgado, L.C., director territorial de España
P. Jacobo Muñoz, L.C., director territorial de Francia e Irlanda
P. Sylvester Heereman, director territorial de Alemania y centro Europa

Segundo informa o sítio Religión  Digital, 26-03-2010, e o jornal Folha de S. Paulo, 27-03-2010, Raúl González Lara, um dos supostos filhos, disse que a nota da ordem é “ridícula” e pediu reparação.

O Magistério Ordinário da Igreja Católica, por Dom Paul Nau, O.S.B. – O ensinamento do Vaticano I.

Posts anteriores da série:
  1. Apresentação.
  2. O Concílio Vaticano I e o Ensinamento Ordinário do Soberano Pontífice
  3. Vários modos de apresentar a regra de Fé.
  4. Paridade entre o ensinamento da Santa Sé e o da Igreja.

* * *

O Ensinamento do Vaticano I

Na realidade, a princípio, é possível se surpreender pela discrição apresentada pelo Concílio sobre a questão do Magistério Ordinário Pontifício.

Na constituição Dei Filius, onde se encontra o termo “Magistério Ordinário”, esta expressão é complementada pelo epíteto “e Universal”, que parece desaprovar a extensão da definição ao magistério do Soberano Pontífice atuando sozinho.

A constituição Pastor Aeternus, que por si mesma definiu em termos fixos a infalibilidade pontifícia, utiliza expressões que rigorosamente limitam as circunstâncias em que se verificam as condições de um juízo solene:

  1. O Papa deve falar como pastor e mestre de toda a Igreja;
  2. Ele deve agir na plenitude de sua autoridade;
  3. Deve expressar claramente que tem intenção de impor como verdade revelada uma doutrina sobre fé ou moral [23]

Se estas condições não forem satisfeitas, o termo definição não pode ser usado, nem pode o juízo pontifício ser considerado como em si mesmo infalível ou irreformável.

Mas uma coisa é limitar as circunstâncias nas quais as condições de um juízo solene são verificadas; outra coisa é limitar a apenas o juízo solene os modos autênticos de apresentar a regra de fé pelo Soberano Pontífice; ainda outra, impor como objeto de fé tudo que é ensinado como revelado pelo Magistério ordinário e universal; outra ainda, limitar a obrigação de prestar sua fé a apenas esta espécie de ensinamento. [24]

Nenhuma das duas constituições do Vaticano I mencionadas acima estabelece quaisquer destes limites. Portanto, elas não podem ser consideradas como autoridade para excluir o magistério pontifício ordinário dos modos autênticos de apresentar a regra da fé.

Se esta discrição demonstrada pela constituição aprovada pelo Concílio do Vaticano de 1870 causa alguma surpresa, tal se deve apenas à ignorância ou esquecimento do que é o verdadeiro objetivo de um concílio ecumênico. Pois, como o Cardeal Franzelin explicou aos bispos:

“Nunca foi o objetivo dos santos Concílios, ao propor a definição de uma doutrina, expor a doutrina Católica em si mesma, na medida em que ela já era possuída pelos fiéis em completa tranqüilidade – o objetivo é sempre manifestar os erros que estão ameaçando alguma doutrina e excluí-los por uma declaração da verdade que é diretamente oposta a tais erros”.

O Concílio do Vaticano não fez exceção a esta regra. Ele definiu com precisão a infalibilidade do Papa ao emitir juízos solenes, que era na época objeto de ardentes controvérsias. Não lhe competia recordar, e não o fez, ao menos por algum texto oficial, a tradição que reconhecia o caráter de regra de fé do ensinamento ordinário da Santa Sé, uma tradição que então era “possuída em tranqüilidade”. Esta parece ser a explicação para o relativo silêncio do Vaticano I sobre o Magistério ordinário pontifício. O apelo à tradição romana como uma regra de fé, suficiente em si mesma [26], feito por um ou outro dos rapporteurs, os próprios dizeres do capítulo IV onde o ensinamento da Santa Sé é colocado no mesmo plano que os decretos dos Concílios; isso é suficiente para nos garantir esta verdade [27].

Mas nós temos uma referência muito mais explícita a este ponto; Mons. d’Avanzo, respondendo a vários membros da oposição em nome da Deputação da Fé (i.e., em nome da Comissão Conciliar) inicia suas considerações apelando a certas atitudes essenciais com relação ao ensinamento da Igreja admitido por todos:

“Na Igreja, a infalibilidade ocorre de maneira dupla: primeiramente, através do Magistério Ordinário… É porque, assim como o Espírito Santo, que é o Espírito da Verdade, permanece na Igreja sempre, assim também a Igreja sempre ensina as verdades de fé com a assistência do Espírito Santo. Ela ensina todas as verdades, sejam as já definidas, sejam as explicitamente contidas no depósito da revelação embora não definidas, sejam as que são objeto de uma fé implícita: estas verdades a Igreja ensina no dia-a-dia, principalmente, através do Papa, mas também através dos bispos em comunhão com ele. Neste ensinamento ordinário todos – tanto o Papa como os bispos – são infalíveis com a mesma infalibilidade que a Igreja possui. Elas diferem apenas neste aspecto: os bispos não são por si mesmos infalíveis, mas precisam estar em comunhão com o Papa que os confirma em seus ensinamentos: mas o Papa por si mesmo não tem necessidade de nada, exceto da assistência do Espírito Santo que lhe fora prometida. Assim, o Papa ensina, e não é ensinado; confirma, e não é confirmado.

Que parte nisso tudo têm os fiéis? O mesmo Espírito Santo que assiste ao Papa e aos bispos em seus ensinamentos através do carisma da infalibilidade, dá também aos fiéis que são ensinados a graça da fé, através da qual eles crêem no Magistério da Igreja”. [28]

Pode ocorrer, entretanto, que surjam dúvidas, que pontos sejam contestados ou verdades sejam desviadas de seu significado. “É então que surge o caso para uma definição dogmática”, em conseqüência do que Mons. d’Avanzo explica e prossegue indicando aos Padres conciliares em detalhes que não precisamos nos deter. Após o bispo de Calvi, Mons. d’Avanzo, será suficiente recordar que o objetivo desta definição é simplesmente encerrar, através de um juízo conclusivo e infalível, os casos disputados deixados em aberto pelo caminho único do Magistério Ordinário. [29]

Continua…

[23] CL c. 399-401

[24] Cf. R.T., (1962) pp. 343-345

[25] CL c. 1611-1612; a tradução é tomada do Pe. de Lubac, Catholicisme, PP. 240-241, que previamente apresentara os textos conciliares como reações de defesa.

[26] CL c. 404, a-b, ibid.c-d.

[27] Constituição Pastor Aeternus, Dezinger, (1832).

[28] Mansi, Sacrorum conciliorum nova et amplíssima collectio, t. III, c. 764 ab. Cf. R.T., (1962) p. 355.

[29] Mansi, LII, 764 CD-765

Blog em recesso – Semana Santa.

O blog encontra-se em recesso para a Semana Santa, retornando na segunda-feira, 5 de abril. Notícias importantes podem ser postadas a qualquer momento. Alguns posts foram programados, mas a caixa de comentários estará fechada.

Desejamos a todos os leitores e amigos uma Santa Páscoa! Christus Vincit! Christus Regnat! Christus Imperat!

Sua esmola a serviço da revolução.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA 2010

Destinação dos recursos arrecadados no Domingo de Ramos.

60% da Coleta das Igrejas ficarão à disposição de cada comunidade eclesial local (diocese, presbitério etc.) e segundo os costumes tradicionais de cada uma delas será destinado à solidariedade local apoiando projetos relacionados com o tema da Campanha [Nota dos editores: O Texto base dá a entender que os projetos sociais estão em aberto]. As comunidades locais são convidadas a reproduzir, onde for possível, em âmbito local ou regional, um gesto ecumênico como é realizado em âmbito nacional.

40% da Coleta das Igrejas serão enviado para a constituição do Fundo Ecumênico de Solidariedade Nacional que apoiará projetos relacionados com o tema da Campanha.

O Fundo Ecumênico de Solidariedade (soma dos 40% de contribuição das Igrejas; das doações pessoais e rendimentos bancários) tem a finalidade de apoiar projetos para contribuir com os processos de superação da exclusão social e econômica.

Atividades piedosas propostas pelos Bispos Brasileiros para a Quaresma:

Preservação do meio ambiente e Reforma Agrária

119. Preservar o meio ambiente de modo a mantê-lo ecologicamente equilibrado é dever e tarefa da sociedade e do Estado e é parte essencial da missão das Igrejas cristãs que continuam lutando para:

• Impedir a depredação dos recursos naturais: floresta e solo, degradação do ambiente urbano, poluição industrial e agrícola revertendo a tendência destrutiva dos agentes causadores das mudanças climáticas.

• Garantir o acesso à água como direito humano e bem público que não pode ser privatizado e mercantilizado.

• Continuar a luta pela Reforma Agrária que é uma luta histórica de entidades e de Igrejas e uma necessidade de toda a sociedade, tanto dos moradores da cidade como dos moradores do campo.

120. Limitar a acumulação de capitais e do patrimônio é sinal de mudança de uma economia individualista para uma economia de solidariedade. Concretamente, a CFE apóia e reforça através de uma ampla mobilização, a campanha nacional pelo Limite de Propriedade da Terra, em defesa da Reforma Agrária e da Soberania Territorial e Alimentar para que sejam estabelecidas outras prioridades no uso da terra e no desenvolvimento solidário da sociedade brasileira.

Fonte: Texto base da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010

* * *

Enquanto isso, em Roma…

Mensagem do Santo Padre Bento XVI por ocasião da Campanha da Fraternidade:

“Por isso, encorajo-vos a preservar no testemunho do amor de Deus, do Filho de Deus que se fez homem, do amor agraciado com a vida de Deus, do único bem que pode saciar o coração da gente, pois, “mais do que de pão, [o homem] de fato precisa de Deus” […].

Se “a boca fala daquilo que o coração está cheio” (Mt 12, 34), podeis conhecer vosso coração a partir das vossas palavras. “Reconciliai-vos com Deus”, de modo que as vossas palavras sirvam sobretudo para falar de Deus e a Deus

Via Sacra escrita por Dom Antônio de Castro Mayer.

ORAÇÃO PREPARATÓRIA

Meu Senhor Jesus Cristo, disponho-me a acompanhar-Vos no caminho que trilhastes do pretório de Pilatos ao Calvário, para Vos imolardes por minha salvação. Peço-Vos a graça de conceber grande dor e arrependimento de ter pecado, causando vossos atrozes sofrimentos, e que vosso Sangue preciosíssimo infunda em minha alma o propósito firme de nunca mais pecar.

ANTES DE CADA ESTAÇÃO

Dirigente: Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos;

Todos: Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

No final da consideração, depois da Ave Maria:

Todos: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com vossa graça a emenda, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

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Angelus Domini nuntiavit Mariae.

[Os escravos de Jesus em Maria] terão uma devoção especial pelo mistério da Encarnação do Verbo, a 25 de março, que é o mistério adequado a esta devoção, pois que esta devoção foi inspirada pelo Espírito Santo: primeiro, para honrar e imitar a dependência em que Deus Filho quis estar de Maria, para glória de Deus seu Pai e para nossa salvação; dependência que transparece particularmente neste mistério em que Jesus Cristo se torna cativo e escravo no seio de Maria Santíssima, aí dependendo dela em tudo; segundo, para agradecer a Deus as graças incomparáveis que concedeu a Maria, principalmente por tê-la escolhido para sua Mãe digníssima, escolha feita neste mistério. São estes os dois fins principais da escravização a Jesus Cristo em Maria.

São Luis Maria Grignon de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem.

Anunciação de Nossa Senhora e Encarnação do Verbo

Angelus Domini nuntiavit Mariae

Et concepit de Spiritu Sancto.

Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum; benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc et in hora mortis nostrae. Amen.

Ecce ancilla Domini,
Fiat mihi secundum verbum tuum.

Ave Maria…

Et Verbum caro factum est.
Et habitavit in nobis.

Ave Maria…

Ora pro nobis, sancta Dei Genitrix.
Ut digni efficiamur promissionibus Christi.

Oremus.
Gratiam tuam, quaesumus, Domine, mentibus nostris infunde; ut, qui, angelo nuntiante, Christi Filii tui incarnationem cognovimus, per passionem ejus et crucem, ad resurrectionis gloriam perducamur. Per eundem Christum Dominum nostrum.

R. Amen.

Publicação original em 2009.

Igreja se opõe à redefinição de moralidade.

Caros leitores, apresentamos abaixo o excelente artigo do Pe. Michael Rodríguez publicado no El Paso Times. Em virtude de sua ousada exposição do ensinamento da Igreja no que tange o aborto e as uniões homossexuais, o texto do sacerdote texano, que esteve no Brasil em 2009, vem sendo duramente criticado por liberais e progressistas, alguns dos quais despejam todo o seu ódio à Igreja. Seus familiares e amigos pedem a todos que rezem pela integridade física do religioso.

Igreja se opõe à redefinição de moralidade

Pelo Rev. Pe. Michael Rodriguez | Colunista Convidado

É necessário que eu enfatize as seguintes verdades a todos os fieis católicos de nossa diocese: Cada católico tem o dever absoluto de se opor ao assassinato de bebês nascituros; cada católico tem o dever absoluto de se opor a qualquer tentativa governamental de legalizar uniões homossexuais.

A Santa Igreja Católica tem o poder, dado a Ela pelo próprio Jesus Cristo, para ensinar de maneira infalível nas áreas de fé e moral. Baseando-se na sagrada Tradição e nas Sagradas Escrituras e em virtude do que chamamos de seu Magistério universal e ordinário, a Igreja ensina, de maneira infalível, que os atos homossexuais são intrinsecamente desordenados, constituem uma depravação grave e são mortalmente pecaminosos.

Esta é uma verdade absoluta – revelada por Deus – que todos os católicos devem aceitar e crer, ponto final. Se você não aceita este ensinamento da Igreja, então, por definição, você não está mais em comunhão com a Igreja Católica.

Roma já se pronunciou sobre esse assunto. A Congregação para a Doutrina da Fé afirmou: “todos os católicos são obrigados a fazer oposição ao reconhecimento legal das uniões homossexuais,” e a “Igreja ensina que o respeito pelas pessoas homossexuais não pode levar de maneira alguma à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal de uniões homossexuais.”

Sei de antemão que esse não é um ensinamento popular. Creiam-me, como pastor de almas, estou nas “trincheiras” diariamente. Eu também tenho pessoas queridas com fortes tendências homossexuais.

Todavia, sempre devemos nos esforçar para amar a Deus e confiar Nele: devemos ser obedientes aos seus mandamentos a qualquer custo. Isso é o que significa ser um verdadeiro católico.

Se Deus estabelece um mandamento é porque Ele nos ama e quer que cheguemos ao Céu. A Igreja Católica busca, em primeiríssimo lugar, a salvação de nossas almas – devemos confiar em seus ensinamentos acima de tudo o mais e viver de acordo com eles.

Se você é homossexual e está lutando bravamente para ser leal ao nosso Salvador Jesus Cristo e a sua Igreja, tenha coragem! Continue a luta contra o demônio, o mundo e a carne e confie-se à proteção maternal da Mãe de Deus! Saiba que você está em minhas orações.

A ação praticada pela Câmara dos Vereadores é gravemente nociva ao bem comum e de nossa cidade e contrária ao entendimento apropriado de justiça. Como católicos romanos, somos obrigados a desfazer o erro que eles cometeram.

Este é certamente um “assunto religioso” porque as pessoas estão tentando redefinir o matrimônio e a moralidade.

Os argumentos banais e superficiais que estão sendo propostos em apoio à atividade homossexual são seriamente errôneos. Ninguém até agora abordou a questão moral do certo x errado, que forma o fundamento racional necessário para as noções como “justiça” e “compaixão.”

Por exemplo, este fundamento é a razão pela qual nos opomos à pedofilia. Não se trata de dizer que o criminoso não é “igual,” nem consideramos esta “discriminação,” porque nosso senso “racional” de certo e errado “triunfa” sobre tudo o mais.

Além disso, aqueles que apóiam os homossexuais estão ignorando a distinção necessária entre a pessoa e suas ações; e nenhum deles reconheceu que a preponderância da comprovação científica está firmemente contra as causas genéticas para o homossexualismo.

Meus amigos, quem está forçando crenças a quem neste caso?

Não somos nós àqueles que estão usando linguagem enganosa, ex.: “parceiros em um relacionamento comprometido”, “forçar” uma redefinição de casamento à sociedade. Não somos nós aqueles que estão “forçando” os contribuintes a apoiar uma noção distorcida de “igualdade.”

Para encerrar, convido a todos, especialmente, líderes políticos e religiosos, a um debate público sobre este assunto.

Pe. Michael Rodríguez é pároco da igreja católica San Juan Bautista.

* * *

Alguns dos mais de cem comentários furiosos ao texto de Pe. Rodríguez:

Proud American: A Constituição dos Estados Unidos ergue uma barreira inviolável entre religião e governo. Parece que a Igreja Católica não reconhece a Suprema Lei da Terra. Os católicos e outros zelotas religiosos deveriam perceber que a religião deve ser mantida fora do governo, assim como o governo deve ficar fora da religião. Os religiosos radicais se colocam contra a fundação da democracia ao negar a liberdade, igualdade e justiça. Certamente, eles colherão intolerância que plantaram.

Francisco: O Pe. Rodriguez é um charlatão. Ele não está nem mesmo na periferia da Igreja Católica. Ele está bem fora da margem. O Evangelho de hoje falava sobre a lição maravilhosa que Jesus deu aos fariseus que queriam apedrejar a mulher que fora pega cometendo adultério (hmmmm….mas nada do homem …. ou será que ela estava adulterando consigo mesma?). A lição?“Deixe que aquele dentro vós que não tem pecado a ser o primeiro a atirar a primeira pedra.”

Isso é tolerância, compaixão e amor. Não sinto muito disso no Father Rodriguez. Sinto que ele tem uma necessidade de julgar e condenar.

Michael Rodríguez (pseudônimo): Que Dios te perdone este odio que expresas en contra de tus semejantes. Hace recordar el odio que expresaba la Iglesia “infalible” contra los indigenas declarando que no tenian alma y el odio de la iglesia ‘infalible’ contra los judios cuando los incineraba Hitler. Eres mas bajo y cruel que el peor de los pecadores que discriminas.