Sedeocupacionismo Desobediente.

por Roberto F. Santana

No dia 17 de Outubro de 2006, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos escreveu uma carta assinada pelo Cardeal Francis Arinze. Nesta ordem, o Vaticano determina que nas Missas, durante a consagração, sejam usadas fielmente as palavras que Nosso Senhor Jesus Cristo usou. E requisita às Conferências dos Bispos que providenciem catequeses e uma preparação para a correta tradução em um prazo de um ou dois anos. O “PRO MULTIS” traduzido para “POR MUITOS” e não para “por todos”.

Não é necessário aqui se aprofundar nas graves consequências que tal erro de tradução pode ter, na web existe material para pesquisas.

Consultando os três principais folhetos dominicais que circulam pelas paróquias: “O Domingo” da editora Pia Sociedade de São Paulo; “Deus Conosco” da editora Santuário; “Povo de Deus” da Arquidiocese de Brasília; podemos constatar que nenhum deles ainda acatou o decreto romano, todos usam a tradução errada e potencialmente perigosa.

Parece que aqui no Brasil, bispos e padres vivem uma caricatura do sedevacantismo, estão num confortável e cômodo “sedeocupacionismo”, sabe-se que existe um Papa, seu nome, sua história e nas sacristias o retrato de Bento XVI é pendurado, é só.

Não se tem obediência por seus decretos e cartas, nos sermões não se explicam suas encíclicas, exortações são omitidas, motu proprios são recusados, homilias desprezadas e mensagens esquecidas.

E numa inversão absurda de papéis, se um católico tradicional se aventura pelas “secretarias dos santuários” para fazer uma correção fraterna, é logo enxotado e taxado de radical, fundamentalista e cismático.

É um “Habemus Papam” que o clero brasilis traduz para um “Yes, nós temos papa.O papa Ratzinger.Nós aqui e ele lá, sentado, “ocupando” a Sé. That’s all.”

17 comentários sobre “Sedeocupacionismo Desobediente.

  1. Roberto, salve Maria,

    No dia 3 de maio de 2008, mandei o seguinte e-mail para a equipe da Paulus, que publica o herético “O Domingo”, de uma Missa também saborosamente herética:
    ———————————————
    Prezado(a) leitor(a) deste e-mail.
    Laudetur Jesus Christus.

    Gostaria de fazer um questionamento sobre o seguinte trecho da Oração Eucarística apresentada pelo Semanário Litúrgico-Catequético “O Domingo’: “[…] Confirmai na fé e na caridade a vossa Igreja, enquanto caminha neste mundo: o vosso servo o papa, o nosso bispo (….), com os bispos do mundo inteiro, o clero e todo o povo que conquistates”. (Missa do 6º Domingo da Páscoa, ano LXXVI, remessa VII, 27 – 4 – 2008, nº 22, p. 3).

    Por que o nome do Papa é omitido? Eu verifiquei isso neste exemplar que citei, assim como em outro. Gostaria de saber o por quê da omissão, sabendo-se que, durante o Pontificado de João Paulo II, a letra “N..” era seguida do nome do Papa, para que o celebrante pudesse mencionar o nome do Santo Padre, além de que, no trecho acima, pede-se menção do nome do Bispo, já que foi colocado reticências. Aliás, o próprio Rito da Missa obriga o celebrante a mencionar o nome do Papa.

    Outra questão é sobre a Consagração do vinho. No folheto assim está: “[…] QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS [….]” (op. cit., p. 3. Destaques meus).

    Há quase dois anos a Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos publicou um documento, dirigido às Conferências Episcopais de todo o mundo, no dia 17 de outubro de 2006.

    Este documento falava da mudança nas palavras da Consagração do vinho: ao invés de por todos, seria por muitos, e citava todas as razões pelas quais a mudança era feita, pois seguia a imemorial tradição da Igreja.

    Pergunto: por que até hoje–passados quase dois anos desse documento–o semanário “O Domingo” ainda conserva a expressão errônea? Por que não muda para a tradução mais certa, do ponto de vista teológico?

    Agradecido pela atenção, despeço-me aguardando respostas.

    X
    ———————————————
    Sr. X

    Quanto à primeira questão: Seguimos o que indica o Missal Romano. Quem preside a celebração eucarística, evidentemente, deverá lembrar o nome do atual Papa. Estamos repassando sua mensagem ao setor de redação do periódico em alusão para que tão logo possível seja grafado Papa N, como o senhor sugere corretamente nesta sua comunicação (e como orienta o Missal Romano).
    Quanto à segunda questão, estamos aguardando orientação oficial do setor de Liturgia da CNBB para iniciar a aplicação de sua observação. Em recente contato com este setor de nossa Conferência Episcopal foi-nos dito que ainda demorarão alguns anos para a publicação oficial em nossa língua (das palavras da Consagração). Qualquer dúvida nesse sentido, sugerimos comunicar-se diretamente com o setor de Liturgia da CNBB.
    Fraternalmente
    dlm.
    ———————————————
    A resposta que o coordenador do períodico “O Domingo” me mandou também foi enviada em cópia para o Padre Nilo, que escreve para o referido jornal. Será que para alertá-lo de possíveis leitores mais atentos aos seus lapsos?

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  2. Esses folhetins de missa contém verdadeiras aberrações! A Missa Nova é uma aberração!
    É preciso ter muito sangue frio para conter-se diante de tamanha desobediência à diretrizes vaticanas.
    No entanto, de vez em quando aparecem certos “religiosos” com conversa fiada aqui no blog para indicar que ficou “ruborizado” com a ira que muitos de nós mostramos diante de tamanha dessacralização e falta de respeito para com Nosso Senhor e Sua Igreja.
    Para esse religioso e para os demais que se “escandalizam” com o os fiéis escandalizados diante das aberrações, fica a pergunta:
    – Se és padre, já acataste a ordem para aplicar o Pro Multis?

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  3. Se não me engano, como disse Padre Paulo Ricardo em um dos seus programas, teremos de esperar a nova tradução do missal em português para que seja trocado o “por todos” pelo “por muitos”.

    Enquanto temos a velha tradução impressa no missal é melhor seguirmos o que está escrito, como fez o próprio Santo Padre em sua visita ao Brasil em maio de 2007.

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  4. a igreja na américa latina é cismática, e ainda tem a cara de pau de se dizer católica.

    em tempo. como eu sei que essas coisas nos deixam estressados. um vídeo pro roberto tentar esquecer um pouco essas coisas.

    ps. sempre funciona comigo.

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  5. Caríssimo Roberto e leitores: confesso que nunca li nada mais original e consetâneo para definir os atuais modernistas aqueles que estão em comunhão com eles: SEDEOCUPACIONISMO.
    Estái uma alcunha nova para os neo-tradis: SEDEOCUPACIONISTAS.
    Parabéns!!

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  6. OFF TOPIC :

    Ferreti, há no site golias.fr uma notícia que dá conta da possibilidade real de o Papa usar uma tiara para a bênção Urbi et orbi neste Natal. Eu não sei francês direito, mas creio que dado a credibilidade do site, e as numerosas vezes que seus rumores se concretizaram, a nota merece uma tradução.

    EM JMJ

    Lucas

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  7. Aproveitando as eleições e que alguns Bispos estão no fogo cruzado contra a peste vermelha, alguém poderia escrever uma carta aberta a CNBB para que ela repassasse ao “povo de Deus” as instruções contidas na “Libertatis Nuntius”, na “Dominus Iesus” e na “Libertatis conscientia”. Alguém se lembra de mais alguma coisa?

    O Ferreti bem que poderia fazer uma postagem: “Recordar para obedecer…” Recordando algumas coisas esquecidas pela CNBB e para que os leitores lembrassem outras…

    Os ministros da eucaristia foram reduzidos por JPII, a situaçoes extraordinarias, ou foram abolidos?

    A confissao comunitaria que foi abolida, atè ano passado tinha em uma paroquia SCS (socialista, comunista e simpatizante…).

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  8. Alguém me mostrou um estudo antigo que provava que o catolicismo no Brasil sempre foi popular e desvirtuado do sediado em Roma. O Brasil jamais conheceu, para aplicar, Roma. Algumas coisinhas oportunas e pontuais, mas, nós brasileiros, que detestamos ler, nunca estudamos direito e em dia a Doutrina Sagrada e o Sagrado Magistério. E dizer que Santo Tomás de Aquino comprovou que tal estudo levamos para o Céu a ponto de fazer com que fiquemos mais perto de Deus do que aqueles que lá chegam contando apenas com suas boas intenções de conhecer. O Papa Bento já disse: o Céu nada mais é que o gozo da Face de Deus, o pleno conhecimento de Deus. O estudo da Verdade é caridade para com Deus e para com as almas. Aumenta e conduz a fé e sem fé não se pode agradar a Deus, nem mesmo com boas ações. Daí, que a caridade verdadeira sempre beneficia a fé e vigora para salvar almas, conduzindo-as à Verdade. O estudo da Verdade é zelo correspondente ao amor. Denota o grau de interesse por Deus e por Seu plano de Salvação. Sem estudo, sem meditação, sem deslumbramento e adoração da Verdade, não pode haver fé madura e caridade eficaz. É conhecer o Amor que, assim, é cada vez mais amado. Mas, “o Amor não é amado”. O Amor no Brasil é até ferido e profanado na sua dignidade, já muito além de uma simples falta de temor, tudo, porque, por aqui, o antropocentrismo moderno, que substituiu totalmente o teocentrismo, calhou muito bem à nossa mentalidade egoísta e egocêntrica que tanto dificulta nosso sentimento de nação. É por isso que a RCC faz tanto sucesso por aqui, de uma forma que dela não se larga (porque substitui com suas experiências o crédito e o interesse devidos à Doutrina e ao Magistério), uma vez que “o encontro com Jesus” não vigora para a exigência cada vez maior e mais grave de conhecê-lo e amá-lo, mas porque foi um modo de saciar as carências sentimentais, enquanto era e é apenas a sedução de início, que, entretanto, não pode parar em si mesma, pois, “tu me seduziste Senhor”, mas também, “eu me deixei seduzir” e sempre mais e mais, tanto quanto é evidente tal exigência pelo gozo de tão grande Amor.

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  9. será pq né rapaz?!
    uma coisa relativamente mto fácil de se resolver!
    dpois vao prestar contas pra Deus e nao vao ter como se justificar.
    em certas coisas eu penso(talvez inocentemente) que mesmo os bispos fazem certas coisas pq nao pensam estar fazendo errado, mas isso daí mostra o qual inocente eu sou!

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  10. Salve Maria

    Não é só no Brasil que exite esta má vontade de corrigir o por todos na consagração.
    Os Bispos da Alemanha estão se comportando exatamente da mesma maneira, como se pode comprovar no texto abaixo

    Hermann

    Die Deutsche Bischofskonferenz stellt sich gegen die Anweisung des Papstes
    Die deutschen Bischöfe wollen die Falschübersetzung der Wandlungsworte auch gegen den Willen des Papstes beibehalten. So berichtet die KNA unter der Überschrift „Bischöfe gegen fundamentale Änderungen am Messbuch“: „Die neuen deutschsprachigen Messbuchtexte sollen sich nach dem Willen der deutschen Bischöfe nicht wesentlich von den bisher geltenden Texten unterscheiden. Der Vorsitzende der Deutschen Bischofskonferenz, Erzbischof Robert Zollitsch, erklärte am Freitag in Fulda, die bisherigen Texte genügten bereits den römischen Anforderungen nach einer authentischen Übersetzung der lateinischen Texte. Die Bischöfe seien dagegen, die bei den Priestern und Gläubigen bewährten liturgischen Texte ohne Not durch fundamental neue Übersetzungen zu verändern und ihre Akzeptanz in den Gemeinden zu gefährden. Dies gelte auch für die Einsetzungsworte bei der Wandlung. Hier seien die deutschen Bischöfe dafür, die theologisch korrekte Aussage ‚für alle’ beizubehalten und sie nicht durch die enger am lateinischen Text liegende Variante ‚für viele’ zu ersetzen. Eine unter Leitung des Kölner Kardinals Joachim Meisner erarbeitete behutsame Neufassung der Messtexte werde nun Rom zur Genehmigung vorgelegt, so Zollitsch.“

    Rom hatte im Oktober 2006 die Richtigstellung der falschen Übersetzung „für alle“ verlangt, die auf die inzwischen eindeutig widerlegte Behauptung des protestantischen Exegeten Joachim Jeremias zurückgeht, „für viele“ bedeute in Wirklichkeit „für alle“, da es im Hebräischen bzw. Aramäischen kein Wort für „alle“ gebe.

    Christus ist zwar für alle Menschen gestorben, insofern als alle Menschen die Möglichkeit haben, das Heil zu erlangen. In der Messe geht es aber um den Neuen Bund („Dies ist der Kelch des neuen und ewigen Bundes, mein Blut …“), und zu diesem Bund gehören nun einmal nicht alle, sondern nur viele, nämlich diejenigen, die das Heil annehmen. In der Messe geht es also nicht um das Heilsangebot, sondern um die wirksame Heilsvermittlung.

    Nach unseren Informationen hatte die unter der Leitung von Kardinal Meisner arbeitende Kommission die von Rom gewünscht Verbesserung tatsächlich vorgesehen. Das scheint aber von der Mehrheit der deutschen Bischöfe abgelehnt worden zu sein. Bedeutsam ist nun, dass Erzbischof Zollitsch die Zurückweisung der Korrektur damit begründet, man wolle Priestern und Gemeinden keine fundamental neue Übersetzung zumuten. Damit gibt er zu, dass durch das „für alle“ tatsächlich etwas anderes ausgedrückt wird als durch das „für viele“. Der tiefere Grund für die falsche Übersetzung liegt nämlich in der modernen Annahme der Allerlösung, also in dem Glauben, dass alle in den Himmel kommen und kein Mensch verloren geht. Nun befürchtet man, dass Priester und Laien die korrekte Übersetzung „für viele“ nicht akzeptieren. Nachdem man den Leuten über Jahrzehnte hinweg erzählt hat, es gebe keine Hölle oder, wenn es sie gibt, sei sie bestimmt leer, ist es natürlich peinlich, wenn in der Liturgie auf einmal wieder zum Ausdruck kommen soll, dass dem doch nicht so ist. Damit offenbart sich einmal mehr die Tiefe der Krise: Die Mehrzahl der Priester und noch irgendwie praktizierenden Gläubigen ist im Irrglauben so verhärtet, dass sie sich auch vom Papst nicht mehr zur Wahrheit zurückführen lassen will.

    Es bleibt abzuwarten, ob Rom der Deutschen Bischofskonferenz nachgibt, wie es so oft seit dem Konzil geschehen ist, oder fest bleibt.

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  11. Sedeocupacionismo foi boa. Outras opções:

    cnbb = sedecomunismo

    pt= sedeabortismo

    cn=celeiro de heresias= sedeprotestantismo

    “católicas” pelo direito de abortar= sedevagabundismo

    ecumenismo= sedesatanismo

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  12. Caros Amigos;
    -João Magro e Luciano Padrão;
    Um folheto desses é um baú contendo regras de como não se reza uma missa.
    Você observou bem a questão da omissão do nome de Bento XVI na Oração Eucarística.Mais uma vez se vê um apelo sedevacantista com suas missas Una Cum.
    Aqui em Curitiba, existem vários padres de origem polonesa,penso que exista influência de uma escola fenomenológica que teve força na Polônia no século XX, daí João Paulo II ser o queridinho das paróquias, uma inclusive com um imenso outdoor com a foto desse papa.É difícil encontrar um modernista que não goste de João Paulo II, depois é claro, de João XXIII.

    -Italo,
    Obrigado pela sugestão.
    Sem querer abusar do off-topic,
    Sugiro o seguinte:

    Não sou ligado à música mas é uma bela produção e o som deu um toque especial na apresentação.Cuidado, corações românticos sentimentais!
    Na atual situação litúrgica em que vivemos, só mesmo uma visita a Oshkosh para relaxarmos um pouco.
    O homem é capaz de fazer coisas horríveis mas quando quer, faz belas máquinas e espetáculos que sem dúvida, são agradáveis a Deus.
    Talvez até mesmo os anjos devem descer para ver e pensar,
    Maravilhosos idiotas, esses homens…

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  13. Resposta neocon:

    ai, a exigência era só para novas edições do missal que saíssem depois de dois anos, até agora não saiu a nova edição, então não precisa mudar.

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