Os informantes do Papa Bento.

José Maria Mayrink – O Estado de S.Paulo

O papa Bento XVI recomendou, ontem, aos bispos brasileiros, ao condenar a descriminalização do aborto e da eutanásia, que lembrem aos cidadãos “o direito, que é também um dever, de usar livremente o voto para a promoção do bem comum”. Os bispos, ressaltou, “têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”, sempre que os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem.

“Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático é atraiçoado nas suas bases”, afirmou ontem Bento XVI, durante audiência a 14 bispos do Maranhão que participam da visita ad limina do Regional Nordeste 5, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A visita ad limina apostolorum é a viagem que os bispos fazem obrigatoriamente a Roma, a cada cinco anos, para prestar contas da administração de suas dioceses.

Embora falasse três dias antes da eleição de domingo, Bento XVI não ligou explicitamente seu discurso à polêmica levantada por bispos e grupos de católicos que cobraram uma posição dos presidenciáveis e vetaram, já no primeiro turno, candidatos e partidos supostamente favoráveis à descriminalização do aborto. A advertência do papa, porém, teria endereço certo, porque se basearia em informações recentes levadas ao Vaticano.

“O papa ouve e interroga os bispos sobre temas que possam ser tratados por ele”, observou ao Estado o cardeal d. Geraldo Majella Agnelo, arcebispo e Salvador e primaz do Brasil, ao ler, ontem de manhã, o discurso de Bento XVI aos membros do Regional Nordeste 5. “Como os bispos apresentam relatórios sobre problemas de suas dioceses, é provável que tenham levantado a questão do aborto“, acrescentou. O cardeal achou oportuna a palavra do papa e admite que ela tenha relação direta com o momento eleitoral.

Para o bispo de Guarulhos, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, que tomou posição contra Dilma Rousseff, recomendando aos católicos que não votassem nela – “porque a candidata e o PT são favoráveis ao aborto” -, é possível que Bento XVI tenha sido alertado para a situação eleitoral no Brasil. “Dei conhecimento ao papa do que está acontecendo aqui, relatando minha atuação nesse caso, mas é preciso lembrar que ele é sempre bem informado e deve ter recebido relatos também de outras fontes“, revelou d. Luiz Gonzaga.

2 comentários sobre “Os informantes do Papa Bento.

  1. Graças a Deus o Papa toma frente e se direciona aos Bispos…A Igreja Católica tem que se unir com todos os fiéis nesse momento e ser forte, valente e votar no candidato do “Bem”, pois a candidata a presidenta já deu entrevistas antes das eleiçõe e disse ser a favor do aborto e que o aborto é tão simples como a extração de um dente…Isso é um horror! Não podemos deixar o Brasil afundar com o PNDH3…Tenho rezado diário e pedido a Deus o milagre, pois esse existe e acontece todos os dias…
    A Igreja tem realmente de se posicionar e orientar a todos nós católicos,porque política e religião caminham juntas desde que o assunto se trata da defesa da vida…Vamos divulgar, ainda é tempo…
    O Bispo D. Luiz Bergonzini é uma pessoa exemplar em sua postura…provou que ama a Deus e a Igreja Católica de Nosso Senhor Jesus Cristo..Parabéns a ele…Fico feliz em saber que a minha Igreja sai em defesa da vida de um modo sábio e racional…
    Ana Maria

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