Cardeal Burke: “Penso também no incansável trabalho de nosso Santo Padre para levar a cabo uma reforma da reforma litúrgica pós-conciliar, conformando a celebração da Sagrada Liturgia ao ensinamento perene da Igreja”.

Cardeal Burke profere homilia no Pontifício Colégio Norte-Americano, em Roma.
Cardeal Raymond Leo Burke profere homilia no Pontifício Colégio Norte-Americano, em Roma.

A batina, a tradicional e venerável veste do Padre, Bispo e Cardeal, ao executar o ofício da caridade pastoral, sobretudo nos Sacramentos da Penitência e Sagrada Eucarístia, é um sinal de sua pertença total a Cristo através da consagração sacerdotal. Quando o Padre veste a batina, é lembrado, de uma maneira visível, que foi configurado a Cristo, Cabeça e Pastor do rebanho em todo tempo e lugar, e que é Cristo quem age nele, mais especialmente no oferecimento no Santo Sacrifíio da Missa e no perdão dos pecados no Sacramento da Penitência, para a salvação de todos os homens de todo o mundo. A batina também o ajuda a evitar a tentação de se ver, em vez de Cristo, como o protagonista nas obras de caridade pastoral, e, por isso, ela é uma ajuda prática na vida conversão diária de vida, no esvaziamento diário de si, de modo que seu ser sacerdotal possa ser preenchido com a graça de Cristo Sumo Sacerdote.

[…] No empenho em compreender o serviço do Cardeal na Igreja, naturalmente nos voltamos para as vidas de Cardeais que foram heroicamente virtuosos em cumprir as responsabilidades de seu ofício. Penso, por exemplo, em São João Fisher, que recebeu o chapéu Cardinalício quando já estava na prisão por sua recusa a assinar o Ato de Supremacia, do Rei Henrique VIII, pelo qual ele teria traído Cristo, negando que Cristo apenas é Cabeça e Pastor da Igreja através de Seu Vigário na terra, o Romano Pontífice, Sucessor de São Pedro. Quando o chapéu Cardinalício chegou a Calais, na França, em seu caminho de Roma para Londres, o Rei foi informado e enviou imediatamente seu secretário, Thomas Cromwell, para conversar com Dom Fisher na prisão. Quando Cromwell perguntou ao bom bispo se ele aceitaria o chapéu Cardinalício que o Santo Padre, o Papa Paulo III, deveria lhe enviar, São João Fisher respondeu:

“Reconheço-me mui indigno de tamanha dignidade, que não penso absolutamente nada sobre tais questões; mas se ele o enviar, esteja certo que trabalharei de todas as formas para que possa beneficiar a Igreja de Cristo, e a este respeito o receberei de joelhos”.

O Rei, cujo coração outrora pertencera ao Senhor, mas que então havia se voltado contra o Senhor, compreendeu o significado das palavras de São João Fisher e, em sua irada rebelião contra lei de Nosso Senhor escrita em seu próprio coração, declarou:

“Bem, deixem que o Papa lhe envie um chapéu quando desejar. Mas providenciarei para que, ao chegar, ele possa usá-lo sobre seus ombros, pois não terá mais cabeça para nela vê-lo”.

Em 22 de junho de 1535, São João Fisher foi decaptado, intrépido em doar-se totalmente a Nosso Senhor e Sua Igreja, até o derramamento do seu sangue.

[…]

Há muitos outros aspectos do ministério petrino do Papa Bento XVI aos quais um Cardeal deve observar e estar pronto também a oferecer sua assistência ao Vigário de Cristo na Terra.

Penso também no incansável trabalho de nosso Santo Padre para levar a cabo uma reforma da reforma litúrgica pós-conciliar, conformando a celebração da Sagrada Liturgia ao ensinamento perene da Igreja como fora apresentado novamente no Concílio Ecumênico Vaticano Segundo, de modo que em toda ação litúrgica possamos ver mais claramente a ação do próprio Cristo, que une céu e terra, mesmo agora, na preparação de Sua vinda final, quando inaugurará “novos céus e nova terra”, quando celebraremos todos a plenitude da vida e do amor na liturgia da Jerusalém celestial. O Cardeal hoje é chamado, de maneira especial, a assistir o Sucessor de São Pedro, em transmitir, em uma intacta linha orgânica, o que o próprio Cristo nos deu na Igreja, Seu Sacrifício Eucarístico, “fonte e mais alta expressão de toda a vida Cristã”. A correta ordem do Culto Divino na Igreja é a condição da possibilidade da correta ordem de seu ensinamento e da correta ordem de sua conduta.

Excertos da homilia proferida por Sua Eminência Reverendíssima, o Cardeal Raymond Leo Burke, Prefeito da Assinatura Apostólica, por ocasião da Santa Missa celebrada no Pontifício Colégio Norte-Americano, em Roma, em ação de graças pelo Consistório em que foi criado Cardeal.

Arquidiocese de Aracaju pune Pe. Antonio Maria por “simulação de administração de sacramento”.

Depois de receber uma denúncia da participação de Padre Antônio Maria em uma cerimônia de união civil realizada na cidade de Capela, interior de Sergipe no dia 9 de setembro de 2010, a Arquidiocese de Aracaju, de acordo com o código canônico, abriu um processo administrativo para apurar os fatos, e coube ao Bispo Auxiliar e Vigário Geral, Dom Henrique Soares da Costa instruir o processo e emitir a soberana decisão.

Após a conclusão do processo, com a ouvida do reverendo foi constatado que o sacerdote reconheceu seu erro por ter cometido um delito canônico e foi punido pelos bispos da Província Eclesiástica do Estado com a suspensão de atividades em Sergipe por cinco anos.

Fonte: Arquidiocese de Aracaju

Koch diz que protestantes rejeitaram o verdadeiro propósito do ecumenismo.

The Tablet – Robert Mickens and Christa Pongratz-Lippitt,  20 de novembro 2010.

O Cardeal Kurt Koch, novo presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, acusou os protestantes de renunciar a meta original do ecumenismo. Eles sucumbiram à uma visão relativista da eclesiologia, baseada na comunhão partilhada entre Igrejas separadas —  disse ele nesta semana — e, ao fazê-lo, abandonaram o próprio objetivo ecumênico de unidade genuína.

“Decididamente, é nesta mentalidade pós-moderna caracterizada por tendências pluralistas e relativistas que se encontra o grande desafio na procura da unidade visível da Igreja de Jesus Cristo”, declarou o arcebispo suíço nesta segunda-feira, na abertura da plenária do Conselho em Roma, marcando o quinquagésimo aniversário do pontifício conselho. Num discurso teologicamente denso à sua primeira plenária desde que tornou-se presidente em julho passado, afirmou que esta mentalidade era encontrada não apenas entre os protestantes, mas também “em muitos Católicos”.

O presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, feito Cardeal no último consistório, disse que a atual crise do ecumenismo se reduz ao que ele chamou de duas “mentalidades profundamente diferentes” que moldam a maneira com que Católicos e protestantes descrevem a natureza da Igreja.

“As Igrejas e comunidades eclesiais nascidas da Reforma renunciaram o objetivo original do ecumenismo enquanto unidade visível e o substituiram pelo conceito de reconhecimento mútuo enquanto Igrejas”, disse.

O Cardeal Koch disse que as Igrejas da Reforma foram marcadas pelo “grave fenômeno de fragmentação eclesial” e adotaram, assim, um “pluralismo eclesiológico”, que veria a meta do ecumenismo como “diversidade reconciliada” de muitas Igrejas, em vez da reconstrução da unidade visível (enquanto aceitam a diversidade) em uma Igreja. O Cardeal alegou que o “pluralismo” protestante entre diferentes Igrejas confessionais “constrasta com a convicção Católica de que a Igreja de Jesus Cristo ‘subsiste’ na Igreja Católica, noutras palavras, que ela já é uma realidade existente”. “Está claro que há uma profunda diferença entre esta visão protestante e a interpretação Católica e ortodoxa segundo a qual o objetivo ecumênico não pode ser a inter-comunhão, mas ‘comunhão’, dentro da qual a comunhão eucarística também encontra seu lugar”, declarou.

Em seu discurso de 18 páginas, o Cardeal Koch não fez nenhuma menção específica à comunhão anglicana, mas, numa entrevista à Rádio Vaticano antes da plenária, ele respondeu a questões sobre a constituição apostólica Anglicanorum Coetibus, que provê o ingresso de leigos, padres e bispos anglicanos na Igreja como um grupo.

Questionado por Mario Galgano — que foi porta-voz da conferência de bispos da Suíça de 2004 a 2006, quando Dom Koch era Presidente da conferência — se os bispos anglicanos casados que queriam juntar-se à Roma não eram “um obstáculo insuperável” para a Igreja, Koch admitiu que bispos casados não eram um fator novo: “Nós já temos experiência com padres casados. Eles continuam padres casados. Mas há um problema com bispos casados, já que nossa tradição… não tem experiência [disso]”.

O entrevistador lembrou Koch que um dos bispos anglicanos envolvidos disse ao jornal The Times que vários milhares de anglicanos desejavam se unir à Roma. Isso não é um problema para a igreja anglicana?

É “certamente” uma situação difícil para a comunidade anglicana, admitiu Dom Koch, “no que diz respeito à nossa Igreja, é uma questão de ajudar pessoas que, por assim dizer, estão batendo em nossa porta… isso não deve se revelar um obstáculo para o diálogo ecumênico, já que a unidade ainda está sendo procurada”.

Recordando Bartolucci.

Em homenagem ao neo-cardeal Domenico Bartolucci, que no próximo dia 8, festa da Imaculada Conceição, celebrará uma missa pontifical na paróquia da FSSP em Roma, recordamos nossa tradução, de agosto de 2009, de sua entrevista ao blog Disputationes Theologicae:

* * *

Cardeal Bartolucci e o superior geral do Instituto do Bom Pasteur, pe. Philippe Laguerie.
Cardeal Bartolucci e o superior geral do Instituto do Bom Pastor, pe. Philippe Laguerie.

Maestro, a recente publicação do Motu Proprio “Summorum Pontificum” trouxe um sopro de ar fresco no desolador panorama litúrgico que nos rodeia; também o senhor pode agora, portanto, celebrar a “Missa de sempre”.

Mas, para dizer a verdade, eu sempre a celebrei ininterruptamente, desde a minha ordenação… Por outro lado, teria dificuldade em celebrar a Missa no rito moderno, uma vez que nunca o fiz.

Nunca abolida, então?

São as palavras do Santo Padre, ainda que alguns finjam não entendê-las e mesmo que muitos no passado tenham sustentado o contrário.

Continuar lendo

Mudança de rumo.

The Tablet – A rota do Concílio Vaticano Segundo deve ser corrigida e a própria reforma litúrgica de 1970 deve ser reformada, se for para se fazer justiça ao Concílio, afirmou o Cardeal Kurt Koch, novo chefe do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. No domínio público, o Vaticano II comumente foi apresentado como uma ruptura com a tradição da Igreja, mas essa interpretação apenas foi possível porque as declarações do Concílio foram lidas seletivamente, e não tomadas como um todo, disse o Cardeal Koch à agência católica de notícias  online Kath.net, em 19 de novembro.

Foto da semana.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Os “santos” canonizados por conta própria pelo Santuário Nacional de Aparecida, na “arte” dos painéis de azulejo de Cláudio Pastro. Entre os “veneráveis”: Frei Caneca, Zumbi dos Palmares, Pe. Cícero, Dom Hélder Câmara, Alceu Amoroso Lima, Vladimir Herzog (!!), Índio Gaudino, Dom Luciano Mendes de Almeida. Ficaram fora das fotos outras figuras, como Chico Mendes e Dorothy Stang.

A consciência negra da Arquidiocese de Curitiba.

Imagens do culto inter-religioso em comemoração ao dia da Consciência Negra, na Igreja do Rosário de São Benedito, em Curitiba, Paraná:

Embora não seja possível, por estas imagens, concluir se houve a celebração da missa, não podem ser esquecidas as palavras do Papa Bento XVI aos bispos do Norte II em visita ‘Ad Limina’: “como estão distantes de tudo isto quantos, em nome da inculturação, decaem no sincretismo introduzindo ritos tomados de outras religiões ou particularismos culturais na celebração da Santa Missa”.

Após a “cerimônia”, houve ainda a lavação das escadarias da igreja (fotos aqui).

Pedimos a nossos leitores que não deixem de respeitosamente , protestando contra este absurdo.

Pré-natal da Missa Nova.

por Roberto F. Santana

Algumas fotos do livro “The Mass of the Future”, Gerald Ellard, 1948.

A Missa se volta para as Massas: Igreja da Natividade, St. Paul, Minn. EUA.
A Missa se volta para as Massas: Igreja da Natividade, St. Paul, Minn. EUA.
Missa Solene Coram Episcopo celebrada (verus populum) durante a Oitava Semana Litúrgica Nacional em Portland,1947. O Arcebispo E.D. Howard está no trono; à sua direita, o Reverendíssimo Joseph Gilmore, Bispo de Helena; à sua esquerda está o Reverendíssimo Francis Carroll, Bispo de Calgary.
Missa Solene Coram Episcopo celebrada (versus populum) durante a Oitava Semana Litúrgica Nacional em Portland,1947. O Arcebispo E.D. Howard está no trono; à sua direita, o Reverendíssimo Joseph Gilmore, Bispo de Helena; à sua esquerda está o Reverendíssimo Francis Carroll, Bispo de Calgary.
Igreja de Santa Helena, Minneapolis, Minnesota, EUA.
Igreja de Santa Helena, Minneapolis, Minnesota, EUA.
Reverendíssimo Edwin V.O'Hara, Arcebispo de Kansas City, celebrando a Missa (versus populum), Igreja de Cristo Rei, maio de 1954.
Reverendíssimo Edwin V.O'Hara, Arcebispo de Kansas City, celebrando a Missa (versus populum), Igreja de Cristo Rei, maio de 1954.
greja de Santa Maria, London, Ontário (Canadá), modificada em 1952 com um altar secundário no santuário, com o padre atrás, celebrando a Missa (versus populum).
Igreja de Santa Maria, London, Ontário (Canadá), modificada em 1952 com um altar secundário no santuário, com o padre atrás, celebrando a Missa (versus populum).
Garotas em procissão.
Garotas em procissão.