(IHU) Os chefes que esconderam as travessuras do “falso profeta” continuam em seus postos de comando. Mas, seu final está marcado. Entre os Legionários de Cristo cresce a revolta. O passo lento, mas inexorável do delegado papal.
A reportagem é de Sandro Magister e está publicada no sítio Chiesa, 16-12-2010. A tradução é do Cepat.
A ordem foi taxativa. As fotos de Marcial Maciel Degollado, o homem da vida “aventureira, desperdiçada, disparatada”, que Bento XVI definiu em seu recente livro-entrevista como “um falso profeta”, deverão desaparecer de todas as casas dos Legionários de Cristo.
E não apenas isso. Já não deverão chamá-lo mais de “Nosso Pai”. Não mais deverão festejar suas datas comemorativas, apenas rezar por ele no aniversário de sua morte. Não deverão ver ou vender seus escritos. Em Cotija de la Paz, no México, onde está sepultado, sua tumba não mais deverá ter um sinal distintivo. Seus restos deverão ser colocados junto à casa de retiros espirituais que existe ali, “um lugar dedicado à reparação e à expiação”.
Estas disposições foram divulgadas no dia 13 de dezembro a todos os legionários do mundo por seu diretor-geral Álvaro Corcuera, por ordem do cardeal Velasio De Paolis, delegado do Papa para trazer a Congregação de volta ao caminho reto.
Estas seguem pedidos urgentes que foram crescendo dentro da própria congregação, como http://www.chiesa havia documentado já em um artigo de 30 de agosto passado.
Mas a verdadeira novidade destas últimas semanas é que dentro da congregação dos Legionários de Cristo as vozes críticas e os pedidos de renovação já não são apenas de poucos e indivíduos isolados, mas que se converteram em um coro.
O véu de silêncio e de medo que pesava sobre grande parte dos legionários se anuviou. As críticas se tornaram argumento de discussão pública. E se dirigem precisamente contra o grupo dirigente, o círculo dos protetores do indigno fundador e que até agora ocupam os postos de direção.
Em pouco tempo, a credibilidade destes caiu de tal maneira que algumas críticas se dirigem também contra o delegado pontifício De Paolis, de quem se reclama por proceder com muita cautela, quando, pelo contrário, se esperaria dele que fosse “cortador de cabeças”.
Uma carta aberta que circula entre os legionários com o título “Velasio De Paolis, entre a expectativa e a confusão” destaca precisamente este contraste entre as aguardadas respostas do delegado pontifício e a desilusão pelo pouco que faz.
Joga-se na cara do cardeal De Paolis o fato de dedicar “apenas três manhãs na semana” à renovação da congregação, de permanecer nos locais da direção geral, de não falar e não entender espanhol, a língua dominante entre os Legionários, e, sobretudo, de sofrer o controle envolvente dos chefes, sempre os mesmos antes e depois da morte de Maciel.
As poucas mudanças que De Paolis decidiu até agora no vértice foram vistas por muitos como prova de sua passividade.
Em 23 de novembro, quando o mais poderoso dentre os chefes, o vigário-geral da congregação Luis Garza Medina devia deixar o cargo de prefeito-geral dos estudos e de diretor territorial para a Itália, a notícia foi acolhida por muitos com decepção, mais que com alívio, porque para sucedê-lo foram nomeados dois de seus pupilos, José Enrique Oyarzún Tapia e Óscar Náder Kuri, este último de Monterrey, a cidade mexicana onde nasceu Garza e onde está o quartel general do Grupo Integer, a estrutura financeira pessoal com a qual controla todas as escolas e obras da congregação.
Em 8 de dezembro, quando a direção geral dos Legionários de Cristo comunicou a composição da comissão que se ocupará da revisão das Constituições, também muitas reações foram de desilusão.
A comissão será presidida pelo cardeal De Paolis e por dois de seus quatro assistentes: Giangranco Ghirlanda, jesuíta, e Agostino Montan. Mas os legionários chamados a fazer parte dela estão evidentemente todos estreitamente vinculados com o círculo do fundador.
Um destes, Roberto Aspe Hipojosa, mexicano, pertence ao grupo dos primeiros seguidores de Maciel, aqueles que ele pessoalmente formou. Outro, José García Sentandreu, espanhol, é a cabeça das obras do apostolado dos Legionários. Um terceiro, Anthony Bannon, dirigiu os legionários nos Estados Unidos de 1976 a 2004 e foi membro do conselho geral da congregação até 2005.
O quarto, Gabriel Sotres, foi por 20 anos o responsável pela comunicação dos Legionários, o “spin master” que protegeu a dupla vida de Maciel com um êxito tal que fez Bento XVI dizer no livro-entrevista Luz do Mundo que verdadeiramente “estava bem encoberta”.
Simultaneamente, o diretor-geral dos Legionários, Corcuera, divulgou uma carta quilométrica na qual anuncia uma série de indicações que serão tomadas no futuro, como se ainda estivesse plenamente no comando de tudo.
Mas, não é bem assim. E vários indícios o dão a entender. Acima de tudo, a carta de Corcuera suscitou reações públicas por parte de legionários também do primeiro nível, coisa que nunca havia acontecido antes, quando ninguém ousava criticar a palavra dos superiores.
Uma carta de resposta a Corcuera, muito crítica, leva a assinatura do padre Pablo Pérez Guajardo, 56 anos, mexicano, pároco em Cancún depois de um período passado na sede central de Roma.
Nela, o padre Guajardo pede três coisas: que se repudie definitivamente a Maciel como “fundador” dos Legionários; que se autorize todos os legionários a se confessarem com um sacerdote escolhido por cada um deles em vez de alguém indicado pelos superiores; que se restitua à Santa Sé o Instituto Notre Dame de Jerusalém, recebido de João Paulo II, em 2004, para administração, “enganando”, escreve.
Destas três solicitações, a primeira foi satisfeita substancialmente pelas indicações de 13 de setembro.
A terceira, não tem nenhuma probabilidade de ser efetuada. Mas, enquanto isso, o cardeal De Paolis confiou ao seu assistente Ghirlanda, ex-reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana e canonista de valia, a tarefa de colocar ordem nas estruturas administrativas dos Legionários, tirando o poder do Grupo Integer – isto é, de Garza – e dando autonomia de gestão, com dirigentes próprios, a cada universidade, colégio e obra, individualmente. Este trabalho de limpeza e de reordenamento está avançando com ritmo acelerado. A prestigiosa Universidade Europeia de Roma será uma das primeiras a se beneficiar deste reajuste.
Em relação ao segundo pedido, a livre escolha do próprio confessor está se convertendo cada vez mais em uma prática difundida, por iniciativa dos legionários individualmente. A liberdade de consciência e a distinção entre “foro externo” e “foro interno”, junto ao exercício da autoridade, estão em todo o caso no início da agenda do cardeal De Paolis, para renovar as regras de vida da congregação.
Mas, o que verdadeiramente faz Garza, Corcuera e todo o grupo de poder que se formou com Maciel tremer está, sobretudo, no fato de que para o delegado pontifício esse grupo está com o seu final decretado.
De Paolis procede com os ritmos de tartaruga típicos da cúria romana, da qual é um perfeito expoente dos modos à antiga. Ainda está estudando o terreno, mas já sabe onde vai chegar. Está extremamente convencido de que não poderá haver renovação dos Legionários mantendo à frente os mesmos homens que a levaram ao desastre. Tem o pleno respaldo de Bento XVI. Dentro de alguns meses, talvez para a Páscoa, as primeiras cabeças devem rolar.
Como falei, prezados amigos, a renovação da Legião está em andamento, para a glória de Deus, salvação das almas, edificação da Igreja, e expiação dos pecados do fundador e de todos os envolvidos.
Que a memória do Pe. Maciel não impeça o vigoroso apostolado dos legionários e membros do Regnum Christi, e aquilo que deve ser corrigido o seja, no passo da Igreja.
In Christo et Matre,
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Um dúvida: sempre ouvi falar da questão do “carisma do fundador”, e justamente se voltar aos escritos destes e dos estatutos para não se distanciar do “carisma do fundador”.
Como que fica a situação dos Legionários de Cristo e do Regnum Christi? Pode-se dizer que está em processo uma “refundação” da Ordem?
Tomara que essas turbulências passem logo, ficando apenas o que é bom. No fundo, no fundo, é doloroso ver uma situação dessa, como foi ver o que já aconteceu com outras ordens e comunidades por aí.
Ainda falta muito joelho no chão para que esse tipo de situação (que não se restringe aos LC) passe.
Aliás, bem que podia rolar uma intervenção nos Missionários da Sagrada Família… fica a sugestão.
Té mais
João Marcos
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Caro Vitola,
por aqui novamente?! Que bom!
Me parece que o sr. não leu o artigo postado no Fratres. Leia-o com calma. A coisa não é lá muito positiva. Grupos de dentro dos LC estão, pela primeira vez, levantando a voz. Deo gratias!
Finalmente, a parte do decreto do pe. Corcuera que me parece escandaloso é o finalzinho. Repito o que disse anteriormente:
No último decreto (este de que trata a matéria no Frattres) do superior Lc, pe. Corcuera, ele diz o seguinte:
“Além disso, respeitando a liberdade pessoal dos legionários de Cristo e membros consagrados do Regnum Christi, as normas estabelecidas deixam espaço para que aquele que desejar possa conservar de maneira privada alguma fotografia do fundador, ler os seus escritos ou escutar suas conferências. Do mesmo modo nada obsta que o conteúdo destes escritos possa ser usado na pregação, sem citar a fonte.”
Então, as fotos de um padre estuprador podem ser privadamente mantidas, seus escritos podem ser privadamente meditados, podem citar o pe. pedófilo em homilias, mas não podem contar que as ideias são dele. Não lhes parece que os LC vão enveredar por um caminho de (ainda maior) duplicidade? Quem, em sã consciência, carregaria uma foto, escondidinha, do “maníaco do parque”? O que um tal gesto diz a respeito dessa pessoa? E, caso eu fosse em uma Santa MIssa celebrada por um legionário, com que legitimidade, durante o Sacrifício de Cristo, citam Satanás sem citar a fonte? Eu, e os fiéis católicos, merecemos respeito e verdade.
Me pergunto se grupos RC estariam esperando que também esta visita apostólica fosse considerada a “grande benção” (nos anos 50, o Vaticano fez uma extensa visita aos LC na tentativa de comprovar as denúncias de toxicomania e abuso do pe. Maciel. Nessa época, o astuto padre inventou o “voto de caridade”, impedindo que se falasse de um superior – ele, no caso – para qualquer um que não fosse o superior do superior. Os jovens seminaristas se calaram nos anos 50. a história LC considerou essa visitação apostólica uma injustiça e o pe. Maciel a chamou de “grande benção”).
Me parece que dar a entender ser legítimo guardar as fotos, estudar os escritos e citar em homilias um monstro estuprador dfe crianças possa indicar que muitos ainda acham que ele “tem seus méritos” e possa vir a ser inocentado no futuro. Preocupante.
Rezemos pelos que não conseguem ver e pelos que estão começando a enxergar.
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obs: O decreto do Padre Corcuera encontra-se na 1a página do site RC. Começa promissor e daí despenca no velho método legionário de não deixar as coisas claras por “prudência”.
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Antes não se podia dizer ‘a’ ou ‘b’ contra esse falso profeta, apesar de todos os indicios, que seus seguidores logo davam um chilique e transbordavam de raiva, virando os olhinhos, rotulando as pessoas com títulos pouco agradaveis e encerrando debates em sites de relacionamentos e expulsando os discordantes. Como eu sei? infelizmente eu já tive conta nesses sites, não tenho mais…
Que bom que a verdade veio a tona. Quando se ocupa certas posições, não basta ser, tem também que parecer e não fornecer o menor indicio de desonestidade.
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São muitas críticas como se toda a Legião fosse horrível como seu fundador.
Imagina se o mesmo, o envio de um delegado pontifício, ocorresse com os Padres do Sagrado Coração de Jesus (aquele que o fundador não gostava de judeus) a congregação do Pe. Fabio de Melo que diz batina atrabalha e que não foi “educado pra isso”; ou os Padres do RS que celebram a “missa nativa crioula” e tantos outros.
O sr. Rafael está completamente certo.
Sejamos francos ao admitir que em matéria de formação espiritual, intelectual e liturgica os Padres Legionarios estam anos luz afrente de qualquer clero do Brasil.
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Faço coro ao Rafael. As críticas chovem por todos os lados. Mas, ao que me parece, pelos comentários do blog, as pessoas entram aqui só para criticar toda e qualquer ação da Cúria Romana. Qualquer esforço, se não for em favor da missa tridentina, é insuficiente.
A crítica é sempre importante, mas quando ficamos só na crítica, é difícil perceber que aos poucos estamos passando para o outro lado.
Há séculos atrás um conhecido monge agostiniano gostava de criticar a Igreja sem, na verdade amá-la. Deu no que deu.
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Senhores, comentários desairosos sobre outros debatedores não serão aprovados. O debate de idéias é livre, mas as chacotas não.
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Pois é, não é uma notícia inteiramente positiva.
Relata-se o óbvio: há um círculo de pessoas íntimas do Maciel que permanece no poder da LC. Foram seus cúmplices e impuseram a todos os LC e RC que conheceram restrições mentais aos ensinamentos de Nosso Senhor (ou não teriam conseguido manter o segredo) e, com isso, formaram uma seita que se arrogou a prerrogativa de mentir para promoção do maldito culto em vida ao infeliz, e perpetuá-lo após sua morte – e que se mantém, na medida em que ainda agora se permite seu culto marrano, com divulgação de livros do pedófilo sem autoria declarada, com suas fotos mantidas e cultuadas em privado (segredo).
Eis aí a questão: será que cabe remendo a uma situação dessas? Como se acaba com uma seita? Por que um católico pretenderia outra coisa que não o fim de uma situação tal, se a nós basta sermos católicos (se não bastasse, seríamos qualquer outra coisa, um RC, um LC, por exemplo)?
Rezemos pela conversão dos RC e dos LC. Rezemos pelo Santo Padre, gloriosamente reinante, para que acabe com essa seita que tanto mal faz à Igreja.
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Como se fosse a formação dos padres que estivesse a ser discutida! O assunto é bem outro! Acorda!
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Repito: aos católicos, basta ser católico. Acabar com o mal que os grupos fundados pelo sacerdote traidor e criminoso causam às almas e à Igreja é imperioso a todos, e é questão distinta de qualquer outra. É importante dizer isso, porque os sectários virão caluniar a Tradição, quando deveriam aqui vir pedir perdão por terem promovido culto de santidade a um indivíduo vivo e de caráter monstruoso, e por ainda serem cúmplices de sua perpetuação após a morte e após a revelação de seus crimes (ou alguém ligado ao RC reconheceu a monstruosidade das ordens do Pe. Corcuera, permitindo o culto marrano? Estou aguardando).
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Sr, Marco Victorino,
As críticas em cima dos Legionários são muitas porque os pecados do seu fundador são gravíssimos . Por mais que algumas comunidades novas ou mesmo congregações cometam erros, não tem como comparar com os erros de Maciel porque ele destruiu a vida de muita gente (inclusive do filho) e de muitas famílias que teve seminaristas abusados sexualmente por ele.
Eu discordo do Dr. Rafael Vitola quanto a “expiação dos pecados do fundador e de todos os envolvidos.”
Acho que essa chaga deixada na Congregação pelo fundador à acompanhará para sempre assim como a dor de familiares daqueles que tiveram filhos abusados sexualmente por ele.
Concordo que já deveria ter rolado a cabeça do círculo dos protetores do indigno fundador que até agora ocupam os postos de direção.
Quanto aos membros da LC e RC devem fazer isso mesmo: esquecer para sempre a triste memória do fundador e obedecer ao Santo Padre em tudo.
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Obrigado, sr. Ferretti. Parece-me, como já disse no post anterior sobre os LC, que ventilar certas críticas aos LC/RC seja importante. Não creio que estou “passando para o outro lado”. Absolutamente. E, mais uma vez, os críticos ao movimento em questão são acusados, ainda que indiretamente, de estar “contra a Igreja”, “de não amar a Igreja”, “de estar contra o Papa”. Fico profundamente ofendida. Como um amigo acima bem lembrou, até outro dia, quem falasse qualquer coisa do fundador, merecia as mesmas reprimendas dos membros do Regnum Christi.
Reitero: sou filha da Igreja e amo o Santo Padre, rezo por ele.
E não me calarei.
Em Cristo,
Patricia Medina
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Senhor Christiano, o nome LC foi destruído; seu algoz foi o próprio fundador por sua conduta. E com essa crise na Igreja o mais prudente é fechar a comunidade, assim como o Santo Padre o fez com os seminários de Viena (uma ótima oportunidade para enfraquecer Schonborn e quadrilha).
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Excelente lembrança, Rogério: os seminários de Viena foram fechados. O bem da Igreja é o maior desejo de qualquer católico, não o bem do próprio grupelho (especialmente se abrigar uma seita para promoção de culto marrano a criminosos).
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Aos fariseus neoconservadores, fica ainda a pergunta simples do Evangelho:
Como uma árvore má pode dar bons frutos ?
Que formação estão elogiando ? Uma formação modernista conservadora e liberal ?
O que é mais pecaminoso diante de Deus: dar essa formação materialmente herética que atenta contra a Majestade de Deus ou os crimes do Pe. Maciel contra seres humanos indefesos ?
Daria uma boa monografia teológica.
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Há uma diferença entre os LC e outras Congregações.
O problema do LC é com o fundador escandaloso, o das outras Congregações, com filhos traidores.
Como dessa árvore má poderia ter vindo um carisma bom ?
Quando na história da Igreja, um falso profeta instituiu uma obra boa ?
Não foi sempre a santidade do fundador um critério fundamental para aprovação do “carisma” como santo ?
Quanto ao fato de a maioria dos membros dessa congregação sempre ter querido tampar sol com peneira, isso tem explicação fácil. Vem do hábito intelectual que o neoconservador tem de não querer ver o óbvio ou de fingir que não vê a Revolução modernista de Vaticano II e os problemas patentes e evidentes de descontinuidade presentes na letra do Concílio.
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“E com essa crise na Igreja o mais prudente é fechar a comunidade”
Como tem gente metida a Papa por aqui. Que eu saiba, o Papa está empenhado na reforma, na revisão, na renovação da Legião e, para tanto, nomeou um Delegado Pontifício com o fito de revisar as constituições e acabar com os problemas – que, ao contrário do que acha a Patrícia a meu respeito, sei que são inúmeros (e já os via antes mesmo da crise, sempre vi).
Ao João Marcos:
“Um dúvida: sempre ouvi falar da questão do “carisma do fundador”, e justamente se voltar aos escritos destes e dos estatutos para não se distanciar do “carisma do fundador”.
Como que fica a situação dos Legionários de Cristo e do Regnum Christi? Pode-se dizer que está em processo uma “refundação” da Ordem?”
Sim, penso que reforma é uma palavra melhor do que refundação, mas não é caso de precisar conceitos por ora. A questão do carisma do fundador eu expliquei exaustivamente no último post do Fratres sobre a Legião. Fiz longos comentários por lá e tratei dessa questão.
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Quais, caro Vitola, são os problemas que o sr. sempre viu e vê no LC e no RC? Gostaria de, verdadeiramente, saber.
Um abraço,
em Cristo,
Patricia
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Como disse o Leo Sec.
“Como pode uma árvore má dar bons frutos?”
Porque a árvore no caso é Maciel. E todo o seu séquito que tanto omitiu, encobriu, enganou…
Enfim, estes tempos de plena comunhão são muito curiosos… Quando D. Fellay encontrou-se com o papa em 2005, ouviu por duas vezes Sua Santidade chamá-lo de “venerado arcebispo Lefevbre” e “Arcebispo Lefebvre, este grande homem da Igreja universal”…
E para Maciel: “falso profeta”…
Falando em bons e maus frutos, até mesmo o cardeal Hoyos chegou a dizer da FSSPX, que dizem ser de meia (????) comunhão: ““os frutos são bons, logo, o Espírito Santo está lá”.
Será que nestes tempos de “Plena Comunhão”, a garantia de fidelidade só se daria em quem não é uma heresia, nem um cisma, e está com alguma comunhão que não seja plena?
Bem…
Roa este osso quem quiser. Sei que, como rad-trad que dizem que somos, ao menos não temos mais impasses deste tipo. Nosso santo e venerável arcebispo era da velha e boa cepa dos homens de Deus…
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Aqui nos comentários n tem papa, mas um antipapa que defende pedófilokkkkk
Essa gente da plena comunhão é muito engraçada, desesperados tentam mudar o foco do assunto. SErá que atrás de nossos emils e oferecer dinheiro? Alá padrecito? kkkkkk
Vão querer mudar o que está na Bíblia? A árvore má dá bons frutos? Pior é que conseguem gente pro coro.
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Los hijos del padrecito são covardes, pq? Eles exaltam as chagas da Igreja para achar brecha para defender el padrecito:
* n gostar de judeu, é o mesmo que ser pedófilo e adjacentes.
*n usar batina e ser mal formado pelas letras e espírito do sacrosanto CVII é o mesmo que ser pedófilo.(se lascaram vcs defendem o CVII). Deixem fábio de melo em paz – ao menos ele n é pedófilo – los hijos me fazem até defender fabitcho. N “perdoo” vcs por isso kkkkkk.
* querer missa tridentina e querer que o Papa seja atendido é um esforço em vão, mas esforçar para defender o pedófilo e os elitistas(alá opus dei) do movimento é salutar. Em dom de coro, gente esquisita.
* os plena comunhão precisam aprender a atirar, olha a pérola: citar o monge agostiniano(pra quem n sacou ele falou de lutero)foi um tiro no pé.
Justamente o padrecito, estava sob a mesma direção do espírito que habitava em lutero, e realmente olha no que deu; uma vala, onde jaz LC e RC.
Já li seminarista do padrecito dizer que tocaram samba pros benfeitores e só faltou a cerveja; viu e o cigarrinho?
Dá-lhe hijos del padrecito!!!
Tudo isso é culpa de JPII: abençou um pedófilo e “excomungou” DOIS santos!
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Vitola, você é tão metido a Papa quanto nós, pois está dando uma solução – aliás, descreveu-a em pormenores – na última postagem do blogue – da mesma forma que aqueles que aqui comentaram.
Aliás, como já disse, pouco importam as opiniões aqui postadas neste sentido. Algumas pessoas, porém, fizeram importantes contribuições dando uma visão diferente daquela defendida por você, por exemplo.
Comentar qualquer um pode.
Ao que vejo, até você.
Não queira ser o único a dar seu palpite. Afinal, pelo que sei, não será você a fazer as necessárias correções no LC e RC.
E sobre as críticas, aos que ficam nos lembrando das virtudes da obra de Pe. Maciel, faço uma pequena analogia. Quando alguém se confessa, diz os pecados ao sacerdote e não fica se justificando. Por quê? Pois o verdadeiro arrependimento não se coaduna com justificativas. Isto significa que a pessoa não tenha valor algum? Quer isto dizer que a Igreja deseje sua ruína (como alguns mesmo disseram daqueles que criticaram os LC)? Óbvio que não. Estranho seria que alguém, diante do padre, ficasse louvando suas belas virtudes, não obstante os pecados que lhe pesam na alma.
Se alguém vai ao médico curar uma ferida na mão, de que lhe adianta lá chegar e mostrar o pé, que está são? Não, aponta-se a chaga, do contrário o médico não poderá fazer seu trabalho.
Quando se trata de criticar grupos como a Montfort ou a FSSPX (e até o IBP já entrou na roda) costuma-se apontar toda espécie de defeitos e, aí sim, não se poupa ninguém por causa dos inúmeros bons frutos que deram e dão. Se o RC ou LC entram em causa, aí a história muda?
Ora, isto é evidentemente injusto e demonstra grande parcialidade de julgamento.
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Tudo isso é culpa de JPII: abençou um pedófilo e “excomungou” DOIS santos! ( 2 )
Fica a minha dúvida agora : quem foi que inspirou JPII a abençoar Maciel e excomungar esse grande Bispo Dom Lefebvre ???
Duvido que foi o Espírito Santo !!
Se tivesse sido o Esp. Santo, Bento XVI não teria revogado as excomunhões.
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E mais: como falar em canonizar JPII depois de todos esses escândalos ? Será que estão esperando a poeira de Maciel baixar pra canonizá-lo ??
Como canonizar um homem que abençoou pedófilo , excomungou verdadeiros heróis da fé etc etc ??
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“Quando se trata de criticar grupos como a Montfort ou a FSSPX (e até o IBP já entrou na roda) costuma-se apontar toda espécie de defeitos e, aí sim, não se poupa ninguém por causa dos inúmeros bons frutos que deram e dão. Se o RC ou LC entram em causa, aí a história muda? ”
Sim, muda. O Pe. Penido, famoso teólogo brasileiro, na esteira de outros tantos, dizia que a aprovação definitiva de constituições e estatutos é FATO DOGMÁTICO, como as canonizações. As constituições da LC foram aprovadas definitivamente.
Comparar um instituto de vida religiosa de direito pontifício e definitivamente aprovado pela legítima e suprema autoridade da Igreja com a Montfort, que é uma mera associação civil, é absurdo.
E ninguém nunca desejou o fim da Montfort nem da SSPX. Ao menos, não eu. O que desejo é a resolução dos conflitos e o reconhecimento dos erros.
Acho legítimo que queiram que a LC reconheça mais erros e mude. Legítimo que defendam uma reforma, uma revisão de métodos etc. Ótimo isso tudo.
Agora, querer que se termine com a LC por causa dos erros do fundador?
Na boa, vocês acham que o Papa acabará realmente com a Legião? Por que, então, ele mostrou estar interessado em salvar o núcleo do carisma, como ele mesmo disse no decreto de nomeação do Delegado Pontifício.
Ajudem-nos na descoberta dos erros, na purificação dos métodos, na renovação das estruturas, na reforma, refundação ou o que valha. Mas sem “azedume”.
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Vamos com calma!
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Os ex-legionários, empedernidos na empresa de reformar ruínas, não admitem de modo algum que embarcaram numa canoa furada; apostaram muito de suas vidas para que confessem para si que tudo não passou de mentira. Esquecem que só a Igreia importa; se Deus for servido, morram todas as congregações, associações e movimentos.
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Bah! Los hijos n contavam com o fator
PATRICIA MEDINA kkkkkkkkkkkkkkk
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E ninguém nunca desejou o fim da Montfort nem da SSPX. Ao menos, não eu. O que desejo é a resolução dos conflitos e o reconhecimento dos erros.
Quem lembra dos textos do Veritatis com azedume e burrice sobre a FSSPX?! Ficou com a cara no chão com retirada das “excomunhões”!!!
Agora n se acha um qwue falava mal da FSSPX, gente esquisita!!
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Esqueci das lavadas que o senhor Fideli deu no hijo do padrecito.
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Ana Maria, dei risada agora! :D
Caro Vitola, você não respondeu minha pergunta (baseada numa afirmação sua): O que o sr. vê ou sempre viu de errado no RC/LC? Gostaria de saber, honestamente.
Mudando um pouco de assunto, o porta-voz da Legião, Jim Fair, defendeu a citação dos escritos do pe. Maciel. Não tenho muito tempo para traduzir, mas vou resumir:
“The writings of Fr. Maciel were considered deeply spiritual and quite legitimate during the formative years of the 850 Legionary priests working around the world. We also know that Fr. Maciel – as any superior general of a religious congregation (or Bishop, politician, CEO, etc.) – had several quite knowledgeable people assisting him with correspondence and other writings. Frankly, the content of his writings remains in most cases quite sound, especially when he just deals different subjects.
OK. I know that my writing that probably shocks many of you. But having read a good deal of his work, there is great emphasis on charity, serving others, loyalty to the Church and the Pope, speaking well of others, forgiving enemies, etc. None of those concepts became illegitimate as a result of Fr. Maciel’s failings.”
Resumindo, os escritos do pe. sempre foram consideraods espirituais. Nem tudo desses escritos foram obra direta do pe., pois muitos o ajudavam (ou seja, o que se passava por escrito do “santo”, não era escrito do “santo” afinal). Muito do que ele escreveu é perfeitamente correto. Logo, Jim Fair acha “fair” que se cite o monstro sem citar a fonte.
Vamos lá: Henrique VIII escreveu um livreto sobre os 7 sacramentos. Vamos, então, citá-lo no Catecismo. Lutero escreveu belas palavras sobre Maria, vamos citá-lo no Breviário. TE-NHA-SAN-TA-PACIÊNCIA! (OBS: esse raciocício não é meu. Li nos comentários do LIfe-after-RC blog, mas me parece que procede).
Finalmente, as constituições dos LC e do RC estão sendo revistas. Eles têm, como norma de vida, normas e mais normas, milhares delas, compiladas em textos diferentes, como “Normas de Urbanidades”. Isso tudo NÂO FOI APROVADO. Menos da metade das normas das 3gf (“consagradas”, que, na verdade, não são consagradas de acordo com o rito da Igreja e não têm proteção canônica) foram aprovados (para horror de tantas consagradas que só agora souberam disso). A coisa não é tão simples. Vozes se levantam de dentro do movimento, acreditem.
Abs,
em Cristo,
Patricia
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“Ficou com a cara no chão com retirada das “excomunhões”!!!”
Não fiquei. A retirada das excomunhões foi por mim e pelo VS muito comemorada.
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“Caro Vitola, você não respondeu minha pergunta (baseada numa afirmação sua): O que o sr. vê ou sempre viu de errado no RC/LC? Gostaria de saber, honestamente. ”
Vejo algumas coisas que já via e reportava, como reporto hoje, a quem tem autoridade para resolver, o que não é o caso dos que comentam por aqui. Bispos, Cardeais, sacerdotes, legionários ou não, são informados, não leigos que só fazem criticar a Legião.
Os erros que vejo no Fratres comento no Fratres, não na Legião. Os erros que vejo na Legião comento na Legião, não no Fratres.
Penso ser um princípio de caridade.
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Ora ora, Vitola! Não se faça de desentendido!
Primeiro, pouco importa a questão das constituições. Eu nem as conheço – repare que sequer discuti as mesmas aqui. Tão sacrossantas são as da Canção Nova, recentemente aprovadas. Mas show-padres aqui, show-padres acolá, isto não muda muita coisa. Reduzir a discussão à questão das constituições é uma clara tentativa de acabar com o assunto sem discuti-lo.
Não permito que se invente coisa em cima de minhas mensagens, distorcendo-as. Eu não comparei a Montfort com o RC ou LC. Apenas mencionei algo óbvio a todos. E falo da sua atitude. Todos conhecemos muito bem o teor das suas críticas a eles (e também à FSSPX… e até o IBP entrou na roda). Critica como bem entende os outros e não permite que critiquemos o LC e o RC?
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Cá com meus botões me pergunto: se o padre Penido vivesse em nossos tempos e constatasse a alteração nos processos de exame de vida dos candidatos a santos e a consequente avalanche de canonizações feita por João Paulo II…
Será que ele chamaria com segurança os ATUAIS e MODIFICADOS processos que resultam em beatificações e canonizações de FATOS DOGMÁTICOS?
Porque nos bons e ortodoxos tempos em que o padre Penido viveu, a coisa era realmente séria e inequívoca!
O mesmo aplico para todo o resto: inclusive para aprovações de constituições…
Não afirmo categoricamente que os papas de hoje não fazem nada de legítimo, mas as suas múltiplas posturas distanciadas do magistério tradicional terminam abrindo o flanco para tais dúvidas, que são legítimas, infelizmente.
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Ferreti, que critério é esse que você usa para não permitir chacotas? Não estávamos debatendo idéias? E se penso que esses LC deveriam ser fechados, que os leitores contraponham com idéias e não com ressentimento infantil a exemplo desse senhor Vitola, Delegado de Polícia metido a Prefeito do Santo Ofício.
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Ficou dodói, Vitola? Muito pior do que ser rotulado como metido a Papa é perder o senso do ridículo ao assinar texto teológicos como “delegado de polícia”, além de achar o “pensador católico” e ficar puxando saco de Bispo para se aparecer em meios católicos. Ponha-te no teu lugar, sr. Vitola, você não está mais no Veritatis Splendor, por acaso ainda se acha o Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé, pra condenar opiniões?
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Agora pronto, porque um teólogo afirma que a aprovação de constituições e estatutos é FATO DOGMÁTICO, os LC são intocáveis, virou heresia por-lhes a mão. Imagine só: o dogma da Aprovação dos Estatutos dos Legionários de Cristo, perdeu-se mesmo o senso do ridículo. Estaria então o Santo Padre incorrendo em heresia? Cuidado com o abismo do Sedevacantismo.
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Ana Maria,
Salve Maria
Fui, por quase cinco anos, do Apostolado Veritatis Splendor, pedi para sair depois da expulsão de um amigo e irmão na defesa da Tradição e confirmo suas palavras:
Quem lembra dos textos do Veritatis com azedume e burrice sobre a FSSPX?! Ficou com a cara no chão com retirada das “excomunhões”!!!
Agora não se acha um que falava mal da FSSPX, gente esquisita!!
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Luiz faço minhas, as suas:
Morram todas as congregações, associações e movimentos: FSSPX, Montfort, Opus Dei, TFP, LC/RC, RCC, Canção Nova. A Igreja, corpo místico de Cristo, já nos basta em toda a sua integridade Magistério/Bíblia/Tradição Bimilenar (esta última negada em nome de uma “Tradição Viva”).
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Bem, quanto ao que afirmei acima, só espero que não me venham dizer que estou em sedevacantismo prático.
Eu vejo tudo de forma muito simples. Analogicamente, se tenho um pai, sou obrigado em consciência a amá-lo, respeitá-lo e obedecê-lo em todas as coisas que o mesmo me propõe.
Exceto
Se ele propor algo que seja contra os Mandamentos de Deus e da Igreja, ou algo que traga prejuizos à minha consciência, ou que seja irracional.
Da mesma forma aplico ao Santo Padre Bento XVI.
É o papa legítimo e reinante, o qual todos devemos obedecê-lo na medida em que não nos prejudique a consciência.
Se ele nos pede ou ordena que façamos vígilias por nasciturnos, ou pela santificação dos sacerdotes, ou se define algum dogma, ou se encerra uma questão ou disputa obrigando-nos a crer e demonstrando a sua razão no juizo dos santos padres e doutores do passado, de forma a fazer tudo bem assentado na Tradição, estamos aqui prontos para acatar.
O problema é que há mais de quatro décadas os Santos Padres resistem a agir com a autoridade que lhes foi concedida. A única coisa que me vêm à mente agora é o caso da ordenação de mulheres, cuja proibição graças a Deus coincide com o posicionamento DE SEMPRE.
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“Vejo algumas coisas que já via e reportava, como reporto hoje, a quem tem autoridade para resolver, o que não é o caso dos que comentam por aqui. Bispos, Cardeais, sacerdotes, legionários ou não, são informados, não leigos que só fazem criticar a Legião.
Os erros que vejo no Fratres comento no Fratres, não na Legião. Os erros que vejo na Legião comento na Legião, não no Fratres.
Penso ser um princípio de caridade.”
Tinha absoluta certeza que essa seria a resposta. Essa resposta exprime, de forma perfeita, qual o teor do “Voto de Caridade” que o Papa Bento suprimiu. Eis suas linhas mestras: nunca fazer críticas, senão a quem as possa resolver. Essa foi uma invenção do pe. Maciel, que a rotulou de “caridade”. Isso não é caridade. Não mesmo!
Esta é a minha crítica. A metodologia macielista permanece viva e operante. E deve ser extirpada. Esse conceito de caridade é macielista. Isso não se encontrará em nenhum escrito de nenhum santo. É ineditismo macielista.
Enfim, critico por ver quão mal isso já fez para tantas almas (e este é o pensamento do Santo Padre, dado que suprimiu esse voto).
A questão é que os membros do RC/LC podem tender a levar a cabo a obra macielista, meditando seus escritos, lendo suas cartas, guardando suas fotos, citando carinhosamente um pederasta, tudo secretamente. Vejam que o voto foi supresso, mas o espírito permanece. Preocupante.
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Brilhante, Patrícia, está aí, a solução Lampedusa para a Legião de Cristo é essa mesmo: mude tudo, revisem as Constituições, promova-se visitação apostólica, acabe com o voto maldito de cobertura aos crimes, e continuem os erros! E continue a veneração marrana do pedófilo, mas olhe, não conte para ninguém, ein!, por “caridade”. Esse tratamento da caridade é uma distorção tão absurda da doutrina que só pode ser obra do maligno. Veja-se por aí se é possível pensar outra coisa sobre a LC e o RC que não sua dissolução.
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“não com ressentimento infantil a exemplo desse senhor Vitola, Delegado de Polícia metido a Prefeito do Santo Ofício. (…) Ficou dodói, Vitola? Muito pior do que ser rotulado como metido a Papa é perder o senso do ridículo ao assinar texto teológicos como “delegado de polícia”, além de achar o “pensador católico” e ficar puxando saco de Bispo para se aparecer em meios católicos.”
Mais respeito, soldado. Não faltei com o respeito para com ninguém, e exijo o mesmo em relação a mim. Sabes bem o que a disciplina militar te impõe não só dentro da caserna como fora, em relação a todos, militares e civis, notadamente com autoridades.
É apenas um lembrete, nunca uma ameaça. Mas sabes bem as consequências de um soldado que não tem freios e compostura no trato, que deveria ser cordial, para com os demais.
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“Tinha absoluta certeza que essa seria a resposta. Essa resposta exprime, de forma perfeita, qual o teor do “Voto de Caridade” que o Papa Bento suprimiu. Eis suas linhas mestras: nunca fazer críticas, senão a quem as possa resolver. Essa foi uma invenção do pe. Maciel, que a rotulou de “caridade”. Isso não é caridade. Não mesmo!”
Podemos fazer críticas, e eu as faço, mas não vejo o menor sentido em fazê-las aqui. Roupa suja se lava em casa, não?
“A questão é que os membros do RC/LC podem tender a levar a cabo a obra macielista, meditando seus escritos, lendo suas cartas”
Se contém algo ortodoxo e piedoso, não vejo mal, desde que se mostre claramente que não se cultua nem se honra o padre que é, sim, um falso profeta.
Natural que se o carisma está TAMBÉM ali, eles sejam preservados, apesar do instrumento falho. A doutrina ali contida é ortodoxa. A negativa de que falem explicitamente que os textos são dele é mais para
não relembrar mágoas do padre, e não se foque tanto na padre e menos no texto.
“guardando suas fotos”
Ao que me consta, não foi autorizada a devoção privada ao Pe. Maciel, mas sim foi respeitada, nesse período dura de transição, a liberdade daqueles
que, se quiserem, desejarem, por costume, por carinho, inclusive para ajudar na oração pela alma dele, manter fotos que já tinham.
Na verdade, podemos ter fotos de quem quiseremos, não? De pais bêbados, mães prostitutas… Mas não lhes cultuamos por isso. As fotos do padre agora não são mais veneradas privadamente, mas aqueles que quiserem tê-las por um motivo ou outro a Legião não lhes proíbe. É uma prova do respeito à liberdade das almas. Aliás, não é de falta de liberdade que a Patrícia e outros reclamam?
Um culto privado ao padre seria inapropriado, claro, mas não é isso que ocorre.
Manter fotos do padre também não me agrada. As fotos que eu tinha do Pe. Maciel estão devidamente engavetadas. Nem os “santinhos” que usava como marcador de página no breviário eu uso mais. Estão tudo em um baú, e pretendo queimar em breve, assim que eu terminar de arrumar minha nova casa.
Todavia, eu, embora não me agradando de ter fotos dele, entendo que alguns queiram, por enquanto, não se desfazer delas. A Direção Geral autorizou isso
por complacência para com alguns que, por enquanto, ainda não viram a ficha cair. É um processo traumático e cada um “se cura” com um “remédio”. Para
com alguns é preciso paciência, e talvez, para eles, fosse mais traumático jogar as fotos simplesmente no lixo. Cada caso é um caso, e precisa ser decidido na liberdade pessoal e com a oitiva do devido diretor espiritual. Em todo caso, é algo transitório, como transitória é a fase por que passamos. A revisão das Constituições já começou, e um Capítulo Geral
Extraordinário será convocado nos próximos anos para decidir tudo de vez.
“citando carinhosamente um pederasta, tudo secretamente.”
Não vejo ninguém citando CARINHOSAMENTE o Pe. Maciel. Pelo contrário, o que se ouve e vê DENTRO do RC e LC é uma mágoa com ele, um sentimento de “fomos traídos pelo fundador”, mas uma profunda rejeição pelos seus pecados, nojo por seus atos, e misericórdia para com sua alma.
“Vejam que o voto foi supresso, mas o espírito permanece. Preocupante.”
Seria preocupante, se o espírito ruim permanecesse, mas o que permanecesse é o que de bom há na Legião. E se outros erros existem, como em qualquer instituição onde existem homens, serão extirpados.
Bem, eu entendo que não há mais o que debater por aqui. Já expliquei o que penso que deveria explicar. De resto, andaremos em círculos.
Obrigado a todos pelo espaço, e perdoem eventuais destemperos de minha parte.
Em Cristo,
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Que Deus tenha Nuestro Padre em Sua santa glória, a ele que sempre buscou fazer Sua vontade na terra.
Quem disse isso? Tá aqui ó:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=58612&tid=2580785282701463172&kw=Legionarios+de+cristo&na=1&nst=1
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Patricia,
matou a cobra e mostrou o pau! sensacional, parabens.
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Caro Vitola,
Salve Maria!
Dentro daquilo que pude ler aqui, ninguém esta desejando o fim da LC pelos erros de seu fundador, mas pelos seus pecados. Existe uma clara diferença entre erros e pecados que você não está levando em consideração. Me desculpe, mas todos aqui estão querendo dizer que, a árvore má não pode produzir bons frutos, enquanto você na contramão, diz que sim, à árvore má, pode produzir bons frutos.
Quanto a reconhecimento de erros, para o reconhecimento destes, se faz necessária a atuação do magistério da Igreja. Um ariano não poderia reconhecer seus erros acerca das questões que envolvem a Santíssima Trindade, sem que houvesse uma definição da doutrina e a condenação dos erros de Ário. Quando um Papa deseja o reconhecimento de erros, ele faz como São Pio X na Notre Charge Apostolique: simplesmente condena os erros e não fica esperando que o errante faça aquilo de que não é capaz. Os membros do “Le Sillon”, após a Notre Charge Apostolique, poderiam reconhecer seus erros e se corrigirem. Mas sem este documento com a demonstração dos erros, eles só poderiam reconhecer os próprios erros, se exercessem a função medicinal do Papa. É como um médico, o paciente pode reconhecer-se enfermo, mas não pode diagnosticar sua própria doença, sem o diagnóstico desta doença, como ele combaterá a enfermidade de forma eficaz?
Na boa, com todo respeito, eu não acho que o Papa realmente acabará com a Legião, como não acho que ele acabará com a teologia da libertação, o neo-catecumenato, a Renovação Carismática, etc. Isto porque o Papa e o magistério, seguem a inspiração conciliar no trato com o erro, como descrito no discurso de abertura do CVII:
“A Igreja sempre se opôs a estes erros; muitas vezes até os condenou com a maior severidade. Agora, porém, a esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia do que o da severidade. Julga satisfazer melhor às necessidades de hoje mostrando a validez da sua doutrina do que renovando condenações”. Discurso de abertura do Concílio Vaticano II
Como pode se ver, não é só o carisma da Legião que o magistério visa preservar, pois a não condenação de erros e a aplicação da graça aos mesmos, é também de um certo modo, o reconhecimento e a preservação de um carisma (qual?). Mesmo a esperança de que cada um reconheça seus erros, inseri-se nesta nova relação da Igreja, com o erro. Para constatar isto, basta que se continue a ler as linhas do discurso de abertura do Concílio:
“Não quer dizer que faltem doutrinas enganadoras, opiniões e conceitos perigosos, contra os quais nos devemos premunir e que temos de dissipar; mas estes estão tão evidentemente em contraste com a reta norma da honestidade, e deram já frutos tão perniciosos, que hoje os homens parecem inclinados a condená-los, em particular os costumes que desprezam a Deus e a sua lei, a confiança excessiva nos progressos da técnica e o bem-estar fundado exclusivamente nas comodidades da vida. Eles se vão convencendo sempre mais de que a dignidade da pessoa humana, o seu aperfeiçoamento e o esforço que exige é coisa da máxima importância”. Discurso de abertura do Concílio Vaticano II
Dentro daquilo que pude entender, a Montfort, a FSSPX e o LC, aparecem em contraste a está reta norma de honestidade. Deste modo, como os homems parecem inclinados a condenar os costumes que se afastam desta regra, então eles também estariam aptos (por esta mesma regra), a reconhecerem seus erros. Mas qual seria está regra que faz o magistério deixar o exercício de sua função, para transferí-lo a nós?
Vitola, não somos autoridades na Igreja, por isso não temos que ajudar a LC na descoberta dos erros, na purificação dos métodos, na renovação das estruturas, na reforma, na refundação ou o que valha, definitivamente, a Igreja não é uma democracia. Não podemos fazer aquilo que compete as autoridades da Igreja: somos leigos, e se queremos nós leigos, ensinar os Padres a rezarem Missas, qual é a necessidade da autoridade da Igreja? Não é isso que Dom Piacenza criticou como sendo ““A secularização do clero e a clericalização do laicato”” ?
Por fim, quanto ao azedume, na cruz ao invés de darem água a Nosso Senhor, deram-lhe fel para beber. Nunca se esqueça disto.
Fique com Deus.
Abraço
Gederson
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Sr. Rogerio Amaral Silva,
Veja bem a condicional que antepus à afirmação: SE Deus for servido; em princípio, sou pela multiplicação das congregações, associações e movimentos, caso venham a concorrer ao bem da Igreja.
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“Que Deus tenha Nuestro Padre em Sua santa glória, a ele que sempre buscou fazer Sua vontade na terra.
Quem disse isso? Tá aqui ó:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=58612&tid=2580785282701463172&kw=Legionarios+de+cristo&na=1&nst=1”
Isso foi em 2008, minha cara. Não sabia de nada. Naquela época, tu não eras da FSSPX. Se mudas, por que eu não posso mudar também?
De qualquer modo, rezar pelas almas, até dos que NÃO fazem a vontade de Deus, é caridade.
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Caro Vitola, vou rezar pelo sr. De verdade. O conceito de caridade, o “roupa suja lava-se em casa”, as suas palavras e justificativas, tudo isso ainda está impregnado pelo espírito macielista. É precipitado o sr. afirmar que o que permanece é o que é bom na Legião.
Talvez o sr. mesmo esteja com tanta dor pela traição que simplesmente não consiga ver, quanto mais aceitar, tantas críticas que aqui se colocam. É como o pai bêbado que o sr. citou. Por vezes, a criança, mesmo abusada, ama tanto esse pai abusivo que o defende perante si mesma e até perante as autoridades. A criança mente (sobretudo para si mesma)porque ainda ama e não sabe amar mais ninguém.
Perceba que, no seu primeiro post no Fratres sobre este assunto há alguns dias atrás, o sr. citou algo que “o próprio Maciel ensinou” (que deva-se amar a luta, sei lá. Me recuso a decorar ensinamentos de alguém como ele – leio e já esqueço). O problema é que o pe. Maciel chegou onde chegou ora afirmando, ora subvertendo conceitos católicos. Quando o Papa castigou o pe. abusador, os membros do RC continuaram apegados à figura do monstro, continuaram amando um psicopata. Veja, o Vaticano não precisaria ter que falar, explicitamente: “NÂO AMEM UM BANDIDO. NÂO CULTUEM UM MONSTRO”. NO entanto, quando da morte do Padre Maciel, o site do Movimento publicou uma nota afirmando que “ele estava no céu”. Isso DEPOIS da condenação à uma vida de oração e penitência. Isso quando gente graúda lá de cima da legião, os superiores, SABIAM das condições impenitentes da morte do fundador. Como, então, lançam uma tal nota? Uma nota que é uma chacota de tudo o que é bom, de tudo o que é católico (nunca presumimos que alguém está no céu até que a Igreja assim o afirme), uma chacota do Papa mesmo?
Como o sr. pode continuar afirmando que a direção RC/LC sabe o que faz? “A Direção Geral autorizou isso
por complacência para com alguns que, por enquanto, ainda não viram a ficha cair”
A ficha, para cair, tem que ser acompanhada de um PROFUNDO MEA CULPA dos membros do Movimento. Defendi o pedófilo e demonizei seus críticos? PERDÂO. Afirmei que ele estava no céu mesmo após os comunicados vaticanos? PERDÂO. Afirmei que ele estava no céu, mesmo quando isso não é a coisa católica a ser feita? PERDÂO.
Os membros do movimento, por enquanto, estão ainda na fase do “o movimento é bom, o problema era o pe. Maciel”. Não querem escutar as tantas vozes que se levantam, mais uma vez sob duras críticas, para avisar: “Deus é bom. O problema é colocar a esperança num homem ou num movimento”.
Outrora o sr. falou “ser filho legítimo da Legião”. Basta ser filho de Deus e da Igreja!
Rezarei (sem malícia, de verdade) pelo sr. e por aqueles que ainda estão cegos, porque a verdade dói demais.
Um abraço,
em Cristo,
Patricia
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Patrícia,
Obrigado pelas orações. Todos precisamos delas.
Ao contrário do que possa parecer, estou convencido de que há problemas na Legião e no movimento. Podemos, se quiser, conversar em privado sobre isso. Basta mandar-me um e-mail ao endereço que é público e está no http://www.salvemaliturgia.com (seção “Equipe Salvem a Liturgia”).
Não sou cego, nem posso ser comparado a uma criança pequena abusada que ama seu pai. NÃO amo meu fundador, não ao menos no sentido que dás a esse amor: complacência, desculpas aos seus HORRÍVEIS PECADOS. Amo-o apenas como devo amar a todos, especialmente os inimigos.
Não faço vistas grossas aos pecados do fundador, nem de seus comparsas (que existem, claro, ao menos por omissão). E também não acredito que o único problema é o Pe. Maciel. O próprio Papa falou que há outros: a confusão entre foro interno e foro externo, a questão dos confessores, o equivocado entendimento do voto de caridade, a “eficácia a qualquer custo”, alguns métodos de captação de membros e de ação apostólica, a nem tão clara transparência dos recursos do Grupo Integer.
Só quero deixar claro que, apesar disso, o Delegado está trabalhando, e a Direção Geral tem promovido passos para a renovação da Legião.
Também eu quero a verdade. Também eu quero a resolução dos problemas. Também eu quero a purificação, os pedidos claros de perdão, o reconhecimento de muitas falhas, e a mudança de comportamento e de espírito.
Todavia, não posso admitir que, a despeito de tudo isso, se queira jogar fora o bebê junto da água do banho. Há coisas positivas na Legião, e o núcleo do carisma, como diz o Papa, deve ser mantido e preservado. E o será a partir do momento em que separarmos o que é carisma real e o que é invenção macielista.
Entenda que não estou aqui defendendo o padre nem erros da administração legionária, mas simplesmente a obra que, apesar de muitos problemas, tem aspectos positivos que devem ser salvos.
Não foi justamente para salvá-los, além de corrigir os desvios de percurso, que o Papa enviou um Delegado Pontifício? Não foi para isso que se instituiu uma comissão de revisão das constituições?
Veja, em http://www.regnumchristi.org/english/ que os Territórios de Nova York e Atlanta estão dando passos mais largos, junto da DG, para uma renovação completa do movimento.
Acho que há pessoas cegas ainda no movimento. Não eu, porém.
Claro que basta ser filho de Deus e da Igreja, mas não é equivocado dizer-se filho de uma obra que é aprovada pela Igreja. Quando e se a Igreja condenar a obra e dissolvê-la, serei o primeiro de seus filhos a compreender e acatar com religioso obséquio de minha consciência, inteligência e vontade às ordens da Santa Sé.
Em Cristo, cordial abraço,
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Há dois “Luiz” postando aqui. Por isto, doravante postarei como Luiz C. M. Filho e não mais apenas “Luiz”.
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Luis, é óbvio que considerei a condiciona SE, mesmo porque, o ambiente em que vivemos é justamente aquele em que Deus é ultrajado e nõ servido.
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O sem-pecado que atualmente ocupa a presidência da República também não sabia de nada. Ele também gosta de se afirmar autoridade onde nenhuma autoridade lhe foi conferida.
Os LC/RC sempre acharam que o pedófilo pertencia a essa categoria superior, evidentemente em um tom muito mais elevado: em alguma coisa haviam de acertar. E continuam agindo como tal. O bem que esse movimento pretende ter realizado permanece tão oculto quanto o culto que se prestava em vida ao falso profeta, e que se perpetua oficialmente nessas alcovas malditas.
Confiemos essas sumas e doutas autoridades à Divina Providência, que só Ela poderá tirar-lhes do poço sem fundo daquilo sobre que elas realmente entendem.
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Caro Vitola,
estou de saída agora, mas numa rápida lida vi que não me fiz entender. Comparei quem ainda ama o movimento a uma criança abusada que não consegue ver, de modo claro, seus problemas.
Gostaria, sim, de conversar sobre tais problemas, mas num foro público. Agradeço seus convite, porém. Mas, se o elogio à Legião é pública, por que não as críticas?
Concordo com o sr. que a coisa nos EUA vai a passos mais largos. Mas isso acontece justamente porque lá, por uma característica própria do povo, a coisa é mais vocal. Há blogues que ventilam críticas pesadas ao Movimento. Há o Regain Network. Lá, os críticos não se calaram. Lá, os senhores abusados nos anos 50 puderam continuar acusando o pe. pederasta. O povo brasileiro se cala com mais facilidade. Se intimida com mais facilidade.
Enfim mais tarde respondo com mais calma. Há um outro ponto grave que gostaria de colocar para os membros do RC.
Até mais tarde,
em Cristo,
Patricia
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Os 10 passos que os territórios de Atlanta e NY estão implementando são realmente animadores. Mas, provavelmente, será “too little, too late”. O tempo vai encarregar-se, talvez, de jogar fora a água da banheira e entregar o nenê aos cuidados de outra pessoa (para usar a figura usada pelo Vitola).
Interessantemente, um ponto a ser trabalhado, destes 10 apontados no documento RC de Atlanta/NY, é “Shift from self-focus to other-focus”. Ou seja, uma mudança de um auto-referimento para uma saída de si mesmo, um pensar e agir para os outros. É espantoso que uma congregação tenha que trabalhar, pela 1a vez em décadas, para não pensar em si mesma e sim nos outros. O cerne desse ponto é a raíz dos problemas Regnum Christi. O RC foi criado para os LC que, por sua vez, sempre serviu aos RC/LC. O pe. Maciel criou a estrutura toda com mecanismos auto-servis. E essa característica está nas constituições, na raiz da fundação e, sem dúvida, na co-fundação também. Em última instância, o pe. Maciel fundou a congregação para si mesmo. E, por causa disso, grande parte da metodologia, talvez ela toda, esteja mortalmente contaminada. O tempo se encarregará de mostrar isso.
Alguém (não me lembro quem) disse que o contrário de amar alguém não é odiar alguém, mas usar alguém. Pode não ser uma verdade exata, mas cabe aqui. O RC usou e usa as pessoas para o próprio crescimento. O moto “Venha o Vosso Reino” deixou de ter a conotação católica e límpida de sempre e passou a referendar a usura de pessoas e de almas. Posso citar milhares de exemplos dessa usura: o método maquiavélico de captação, a “incorporação” ao movimento depois de poucos dias e pouca informação/formação, o uso “pouco claro” do dinheiro, o elitismo arraigado que trata melhor quem mais tem, a subversão do significado não só da “caridade”, mas também da “obediência”, da “virtude”, da “mortificação”, da “liberdade”, da verdade, enfim.
Ando pelas ruas da minha cidade e sou interpelada, com alguma frequencia, por pessoas que já me ouviram defender o Movimento há muitos anos atrás. Vejam que não é uma vez ou outra que isso acontece. Muitas famílias escandalizadas, muita gente abandonou a fé católica por terem sido usados pelo RC. Isso é um fato real, tangível. Almas estão ficando pelo caminho, enquanto o RC preocupa-se em salvar o RC. Outro ponto do documento americano de Atlanta/NY convoca a um pedido de desculpas real aos ex-membros e pessoas afetadas pelo movimento (não só pelo pe. abusador). Esse passo deveria ter sido dado anos atrás. E ainda não está sendo feito.
Talvez, para o movimento, seja “too little, too late”.
Em cristo,
Patricia
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CRISTO, com letra maiúscula! Digitei muito rápido!
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O bem como instrumento do mal
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 1 de abril de 2010
Que, num mundo degradado pela arrogância da modernidade, os Legionários de Cristo sejam uma organização nominalmente destinada a reviver a experiência do catolicismo tradicional, eis algo que só torna ainda mais graves os crimes praticados tanto pelo seu fundador quanto pelos seus demais líderes.
Entre o tradicionalismo aparente dos Legionários e as deformações modernistas do catolicismo, a relação é exatamente a mesma que Sto. Agostinho enxergava entre o orgulho e os demais pecados capitais: todos os vícios, dizia ele, se apegam ao mal, para realizá-lo; só o orgulho se apega ao bem, para extingui-lo.
Modernistas e esquerdistas em geral pregam o erro e a mentira, deformam a doutrina e a liturgia, fazem tudo às avessas do que a Igreja fez por dois milênios. Marcial Maciel e seus asseclas apregoam a doutrina autêntica, seguem os ritos fielmente e, vistos de fora, se parecem muito com os bons católicos de antigamente — só que reduzem tudo isso a uma casca, a uma camuflagem a serviço do crime e da maldade. Aqueles atacam a Igreja desde fora, despindo-a ostensivamente de tudo quanto a orna e protege ante os olhos do mundo; estes preservam-lhe a vestimenta e a fisionomia, enquanto a ferem diretamente no coração.
O dano que Maciel e sua quadrilha fizeram ao catolicismo chega até a superar, sob certos aspectos, o efeito global de tantos golpes acumulados ao longo de mais de cem anos. Sob o ataque dos inimigos externos ou dos heréticos e agentes infiltrados, a Igreja não só preservava sua dignidade mas resplandecia ainda mais pela glória do martírio. Agora ela é forçada a humilhar-se ante o mundo, pedindo desculpas pelo mal que inimigos bem camuflados não lhe fizeram desde fora, mas desde o seu círculo mais íntimo, sob a proteção imbecil de um Papa, João Paulo II, que não quis enxergar a verdade em tempo e acabou protegendo os criminosos em vez de socorrer as vítimas.
Se fazer a Igreja pagar pelos crimes de seus traidores já é uma injustiça monstruosa, ainda mais intoleráveis são as tentativas de atenuar o escândalo, reduzindo tudo aos pecados pessoais de um sacerdote e salvando as aparências da organização que ele criou.
O pedido de desculpas distribuído pelo atual superior da ordem, Álvaro Corcuera, é um primor de cinismo e desconversa. De um lado, reduz tudo a delitos sexuais já velhos de quatro décadas, nada dizendo da perseguição judicial movida mais recentemente, sob a liderança do próprio Corcuera, para intimidar e calar as vítimas e resguardar a sacrossanta imagem pública do criminoso. De outro, lança todas as culpas sobre um indivíduo isolado, como se o vasto concurso de crimes que ele praticou tivesse sido possível sem a cumplicidade de seus assessores mais próximos e, mais ainda, sem a peculiar estrutura de que ele dotou a organização, fazendo dela uma perfeita máquina de dominação e acobertamento.
Com toda a evidência, o que diferencia os Legionários de todas as demais ordens religiosas não é apenas a conduta pessoal do seu fundador: é a concepção organizacional inteira da entidade, planejada para servir a objetivos que nada têm a ver com os seus fins nominais, servindo a estes só na medida em que eram úteis àqueles.
Para quê uma disciplina religiosa precisaria acrescentar, aos votos tradicionais de pobreza, obediência e castidade, um herético e extravagante “voto de segredo”, se não fosse para esconder, desde o início, algo que se tencionava fazer escondido?
Para quê uma ordem religiosa católica teria de adotar para seus noviços e fiéis leigos, além dos métodos pedagógicos e disciplinares antigos e consagrados, certas técnicas de controle comportamental originadas no movimento anticristão da “Nova Era” e em laboratórios de engenharia social empenhados em construir a civilização mundial do Anticristo?
Para quê uma ordem religiosa precisaria instituir, além das normas usuais de respeito e obediência, o culto idolátrico de seus líderes, proclamados levianamente “santos” à primeira vista, sem o menor exame crítico, em efusões de emocionalismo histérico coletivo que blasfemam a noção mesma da santidade?
Para quê uma ordem religiosa precisaria praticar em grande escala a imposição de vocações forçadas, supostamente reveladas pelo Espírito Santo aos líderes da organização e em seguida impingidas a jovens atônitos como um mandato dos céus ao qual eles jamais ousariam dizer “não”?
Por que uma ordem religiosa precisaria devotar tanto esforço ao aliciamento de leigos ricos e à constituição velocíssima de um patrimônio bilionário?
Por que uma ordem religiosa teria de se infiltrar em paróquias para dominá-las, desrespeitando as jurisdições dos vigários e constituindo-se ilegitimamente em autoridade superior à das próprias arquidioceses, ao ponto de que algumas destas, nos EUA, se vissem obrigadas a proibir todo contato entre suas paróquias e a organização invasora? Que raio de catolicismo existe numa gramsciana “ocupação de espaços” praticada contra católicos por uma militância soi disant católica?
Não, os Legionários – que mais própriamente se chamariam os Milionários — não são uma ordem religiosa normal, manchada apenas por um indivíduo maligno que por casualidade, por mera coincidência, aconteceu de ser o seu fundador.
Os Legionários são a própria mentalidade perversa desse fundador, transfigurada em máquina mundial de aliciamento, dominação psíquica, manipulação da conduta e acobertamento de crimes.
A Igreja não tem por que pedir perdão pelo mal que lhe foi infligido desde dentro por um grupo de psicopatas sequiosos de poder e riqueza, mas também não tem por que tentar salvar as aparências de uma organização que fez do bem o instrumento do mal. Esse mal deve ser exposto em toda a sua grandeza sinistra, deixando claro que não foi praticado “pela” Igreja, mas contra ela. Simplesmente não é possível preservar, ao mesmo tempo, a dignidade da Igreja e a reputação dos Legionários. Não creio que seja isso o que Bento XVI quer, mas é claro que tanto entre os inimigos da fé quanto na alta hierarquia da própria Igreja há muita gente interessada em dar a impressão de que ele quer precisamente isso.
***
N. B. — Para informações mais precisas e até mais contundentes do que as publicadas na grande mídia, leiam Jason Berry e Gerald Renner, Vows of Silence. The Abuse of Power in the Papacy of John Paul II (New York, Free Press, 2004) e J. Paul Lennon, Our Father, who Are in Bed. A Naïve and Sentimental Dubliner in the Legion of Christ (edição do autor, 2008; procurem em http://www.bookfinder.com), e examinem o material dos sites http://www.vowsofsilencefilm.com/ e http://regainnetwork.org/.
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Sou do mesmo parecer do Gederson.
E como exemplo do que ele comentou lá em cima, sobre a recusa de condenar e o “remédio da Misericórdia”, basta ver a notícia recente dos bispos japoneses, que ao decidirem suspender por 5 anos as atividades do DESEncaminho Neocatecumenal, publicou a seguinte passagem:
“Dom Takami demonstrou que o Papa não estava confortável com o plano”.
E consequentemente
“Nem o Vaticano, nem os oficiais do Caminho Neocatecumenal, fizeram qualquer comentário público sobre o encontro ou as propostas”.
Não digo que a Santa Sé deve ter prazer em condenar, mas agora há algo que parece ir além do pesar pela medida extrema… Agora há um compromisso com o mundo em demonstrar simpatias, sorrisos, falta de severidade.
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Oi, Ana Maria!
Só para esclarecer. Eu, com a GRAÇA DE DEUS, nunca fiz parte desse movimento! Trabalhei para eles, mas nunca fiz parte, nunca me “incorporei”. Mas, tendo trabalhado por alguns anos com/para eles, falo do que conheço e do contato que tive com dezenas de membros e ex-membros.
Só para esclarecer.
:)
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Patrícia me perdoa jogar vc na lama!
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Ana, muito revelador esse comentário do sr. Vitola!
Ele disse que em 2008 não sabia aprofundadamente dos escândalos do ‘Nuestro Padre”. Mas, no início de 2010, ele mantém a mesma opinião em relação ao monstro pedófilo!
Senhor Vitola, o senhor é filho mesmo desse esquisito e aberrante Concílio Vaticano II!
Você é bem confuso senhor Vitola!
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Na foto, de vestido branco, uma das filhas do pe. abusador, de calça azul, uma das esposas, as outras são “consagradas” do movimento.
Fotos de 2005! Muita gente de dentro sabia de tudo há muito tempo.
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Na segunda foto encontram-se dois padres: Pe. Jesús Quirce e Pe. Marcelino de Andrés, além de consagradas, do pe. abusador e uma das esposas.
2005!
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Senhores, novamente, se quiserem brigar, comprem um ringue e o façam em praça pública. Aqui não. Os últimos comentários, cujos tons foram se elevando, assim como todos os que têm, em maior ou menor grau de grosseria, “elogios” mútuos, acabam de ser excluídos. E, claro, o post está fechado, assim como o blog todo, que entrará em recesso amanhã.
Caro sr. João, obrigado pela crítica quanto à moderação. Como aqui não é democracia, o seu comentário também foi excluído, junto com todos os últimos comentários. Todavia, agradeço a advertência. Apenas aviso que não sou eu quem negrita os textos da Ana Maria, mas ela mesma, utilizando-se dos recursos que ela sabe usar.
Um Santo Natal a todos!
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