“Somos todos filhinhos Dele”.

Aos 20 anos da morte de Dom Marcel Lefebvre, como nossa singela homenagem, apresentamos a nossos leitores os últimos instantes desse heróico bispo a quem a Igreja tanto deve neste sombrio momento em que vivemos. Obrigado, Monsenhor!

* * *

Tempo da paixão

Tomando conhecimento da morte de sua irmã mais velha, Jeanne, Dom Lefebvre decidiu não ir ao seu funeral [ndr: por conta de seus problemas de saúde]: “Rezo todo dia para que eu possa morrer antes de perder minha consciência. Prefiro partir, pois se caísse em contradição, diriam: ‘Aí está; ele disse que errou!’ E eles tirariam vantagem disso”.Muitas vezes o Arcebispo mencionava a morte suave de sua irmã mais velha, chamada de volta à casa por Deus quando acabara de ir tirar um cochilo; ele gostaria de ter falecido assim, embora com a Extrema Unção. Mas Deus pediria ao padre e bispo Marcel Lefebvre que tomasse parte em Seus sofrimentos redentores.

Em 7 de março de 1991, festa de Santo Tomás de Aquino, o Arcebispo deu a seus amigos e benfeitores de Valais a tradicional conferência. Cheio de fé e eloqüência, concluiu com estas palavras: “Nós as teremos!”. E no dia seguinte, às 11 da manhã, celebrou o que seria sua última Missa na terra. Mas tamanhas eram sua dor de estomago e fadiga que realmente pensou que não poderia terminá-la. Apesar disso, partiu de carro para Paris, a fim de assistir ao encontro dos fundadores religiosos nos “Círculos da Tradição”:  “É algo muito importante”, disse, “e está dentro do meu coração”.

Hospitalização, operação

Ele sequer passou de Bourg-en-Bresse; por volta das 4 da manhã, acordou seu motorista, Rémy Bourgeat: “Não estou bem”, disse, “vamos voltar para a Suíça”. E a seu pedido, ingressou no hospital em emergência na manhã de 9 de março. O direitor do hospital em Martigny, Sr. Jo Grenon, era um amigo de Ecône. O Arcebispo foi acolhido na ala operatória no quarto 213. Atrás das montanhas que cercam a cidade estava Forclaz, e França, e não muito distante o Grande Passo de São Bernardo, Itália, e Roma.

O Arcebispo estava confiante, mas sofria: “É como um fogo queimando meu estômago e subindo até meu peito”.

Padre Simoulin deu-lhe a Sagrada Comunhão, que receberia até a sua operação: Ele o agradeceu: “Fiz o senhor perder as vésperas… mas o senhor fez uma obra de caridade. Trouxe para mim o melhor Médico. Nenhum deles pode me dar mais do que o senhor deu”.

Admirava o Crucifixo, que fora trazido para o altar temporário em seu quarto: “Ele ajuda a suportar os sofrimentos”.

Analgésicos ajudavam a diminuir seus sofrimentos e era alimentado intravenosamente. Brincava, dizendo às enfermeiras: “Vocês fizeram um bom negócio comigo: estou pagando integralmente e vocês sequer estão me alimentando!”

Além do mais, era muito paciente e os médicos tiveram que repreendê-lo para que falasse sobre suas dores. As enfermeiras acharam-no muito gentil e excepcionalmente discreto: nunca usara o sino para pedir atenção. Não queria incomodar os outros. Estava um pouco preocupado com as conseqüências de uma cirurgia, mas ao mesmo tempo resignado e confiante. Disse por diversas vezes: “Terminei meu trabalho e não posso fazer mais. Não me resta senão rezar e sofrer”.

Na segunda-feira, 11 de março, sentiu um calafrio subindo suas pernas e pediu a Extrema-Unção, que recebeu com grande recolhimento e simplicidade, mantendo seus olhos fechados e respondendo ao sacerdote de maneira muito clara. Em seguida, pediu a benção apostólica in articulo mortis (na hora da morte) e então abriu seus olhos tranquilos, sorriu, agradeceu ao sacerdote e acrescentou: “Quanto às orações pelos moribundos, podemos esperar um pouco mais”.

Melhorara um pouco, mas ainda não havia começado a rezar novamente seu breviário. “Então rezo algumas orações simples. Não sirvo para mais nada. Nada mal”.

Ele já havia passado por numerosos exames quando na quinta-feira, 14 de março, os médicos decidiram dar-lhe uma refeição que apreciasse e que lhe desse alguma resistência. Mas ele não a comeu, a fim de que pudesse receber a Sagrada Comunhão… o Padre estava com pressa. Na mesmo dia, um dos médicos disse ao Padre Denis Puga: “Padre, devo lhe dizer algo. Passei o dia com o Arcebispo por causa dos exames. Ele é um homem extraordinário, e sinceramente é um prazer estar com ele. Que bondade! É possível ver a bondade divina em sua face. O senhor realmente é privilegiado por estar tão próximo dele. As pessoas não percebem quando o vêem nos jornais. Pedi ao Arcebispo que rezasse por mim”.

Esse médico não era católico. Na sexta-feira, 15 de março, Dom Lefebvre foi levado a Monthey para ser examinado por um tomógrafo. Voltou ao hospital onde seus padres o encontraram com certa dificuldade por causa do intravenoso, que estava lhe causando inchaço:

“Suas veias estão muito difíceis”, disse-lhe o Padre Simoulin.

“Não, muito pelo contrário, parece que elas estão bem e miúdas. Que tal… para um bispo de ferro!”

No sábado, dia 16, Sitientes, as ordenações ao subdiaconato ocorreram em Ecône. “Estava unido em oração com a ordenação”, disse o Arcebispo ao Padre Puga.

“É a primeira ordenação, e ela não teria ocorrido se o senhor não nos tivesse dado bispos”.

“Sim, de fato aquele ano de 1988 foi uma grande graça, uma benção do Senhor, uma verdadeiro milagre. Esta é a primeira vez que fiquei seriamente doente em que também fiquei perfeitamente em paz. Devo admitir… desculpe… mas antes, quando eu ficava doente, estava sempre preocupado pelo fato da Fraternidade ainda precisar de mim e de que ninguém poderia fazer o meu trabalho. Agora estou em paz, tudo está pronto e caminhando bem”.

No domingo, dia 17, Domingo da Paixão, após receber a Sagrada Comunhão, ele explicou que seria operado nos próximos dias e advertia: “Que o Senhor me leve, se quiser”.

Assim, a cirurgia ocorreu na segunda-feira da Semana da Paixão: “Quando o médico me pediu para contar até dez enquanto eu adormecia, fiz um grande sinal da Cruz… e então… não havia mais nada. Depois acordei e perguntei: “Então a cirurgia não está indo adiante?”

“Mas Sr. Lefebvre [sic], já acabou”, responderam.

Este foi o relato que o Arcebispo fez de sua cirurgia. O cirurgião removeu um grande tumor, do tamanho de mais ou menos três toranjas. Aconteceu de ser canceroso, mas nada foi dito ao paciente. Estava exausto pela cirurgia, mas sorriu por detrás de sua máscara de oxigênio e do tubo estomacal. Na noite da quarta-feira, ficou ansioso; seus membros estavam terrivelmente inchados e tinha dores nas costas e de cabeça. Disse: “É o fim, tenho uma terrível dor de cabeça. O bom Deus deve vir e me levar. Quero realmente morrer com um pouco dos meus padres ao meu redor para rezarem a oração pelos agonizantes. Eles não podem me negar isso”.

Pensava que seus padres estavam sendo impedidos de vê-lo e a chegada de Padre Puga, na manhã da quinta-feira, o acalmou. Ficou novamente otimista e muito mais alegre. No Sábado da Semana da Paixão, Dom Lefebvre falou sobre os procedimentos humilhantes e dolorosos que tivera de sofrer, e disse que o menor dos esforços o exauria. Suas mãos estavam inchadas.

“Estamos no tempo da Paixão”, disse o Padre Simoulin.

O Arcebispo fechou seus olhos e repetiu: “Sim, é a paixão!”. Ele não podia receber a Comunhão: “Sinto falta… preciso dela… ela me dá força”, disse tristemente.

Na noite do mesmo dia, Padre Puga o contou sobre algumas observações do Cardeal Gagnon na 30 Giorni, no sentido de que não encontrara nenhum erro doutrinal em Ecône. O Arcebispo encolheu os ombros: “Um dia a verdade virá. Não sei quando, mas o bom Deus o sabe. Mas virá”.

Morte dolorosa

Ao final, o Arcebispo não tinha a menor dúvida de que fizera a coisa certa. Como veremos, seu fim foi, assim como sua vida, centrado e fortalecido por uma fé que era simples, discreta e modesta. Parece não ter havido mensagens espirituais ou novissima verba – “últimas palavras”. Fez algumas poucas observações que eram aparentemente comuns ou “mesmo travessas, embora não maliciosas”, cuja importância apenas seriam visíveis posteriormente, especialmente com relação àqueles que pouco ou nada conheciam Dom Lefebvre e que não poderiam imaginar como ele morreu, já que não viram como ele viveu.

No Domingo, 24 de março, o primeiro dia da Semana Santa, as condições do paciente repentinamente pioraram. Na sexta-feira, pediu por seu relógio e aparelho auditivo (prova de que estava se sentindo melhor) e no sábado pensaram em transferi-lo de volta para seu quarto no dia seguinte. Mas no domingo, a esperança deu lugar à preocupação: o Arcebispo tinha uma temperatura muito alta e o cardiologista decidiu mantê-lo na unidade de tratamento intensivo. Estava agitado e sentia dores, e falava incessantemente, mas por conta da máscara de oxigênio havia dificuldade para compreendê-lo. Todavia, Jo Grenon decifrou: “Somos todos filhinhos Dele”. Quando Grenon o deixou, o Arcebispo sorriu e estendeu sua mão para dizer adeus.

Quando o Padre Simoulin disse a ele que seu irmão Michel Lefebvre viera, sorriu o máximo que pôde e a alegria brilhou em sua face. Por volta das 7 da noite, o reitor de Ecône retornou ao hospital, mas assim que entrou na unidade de tratamento intensivo, ouviu o assustador som do forte gemido que podia ser ouvido acima dos barulhos vindos do equipamento ao lado; ele aumentava ainda mais por causa da máscara de oxigênio. O Arcebispo estava absolutamente exausto e não podia falar, mas compreendia tudo que o padre lhe disse: “Excelência, o retiro que o senhor estaria pregando para nós… está sendo pregado de uma maneira que não prevíamos!”. O Arcebispo sorriu. “Alguns dos fiéis de Valais, incluindo os motoristas [ndr: amigos pessoais de Dom Lefebvre], estão seguindo o retiro conosco”. E o Arcebispo sorriu novamente.

Então o padre notou o Crucifixo do cubículo e fez uma observação, enaltecendo o hospital e seu bom diretor, que colocava todo paciente sob o olhar do Redentor. Muito lentamente o Arcebispo moveu sua cabeça à esquerda, para olhar na direção em que o Padre apontara, e então suavemente fechou os olhos.

Um sorriso… um olhar para o Crucificado… estas foram as últimas palavras de Dom Lefebvre. Um sorriso… para dizer obrigado, para acalmar, para encorajar os outros a terem a mesma serenidade, um sorriso de caridade e atenção aos outros, no esquecimento de si mesmo. Um olhar em direção ao Crucifixo, o último gesto consciente que seus filhos viram-no fazer: o olhar adorador do contemplativo e do sacerdote.

Por volta das 11:30 da noite, o hospital ligou para Ecône: Dom Lefebvre acabara de sofrer uma parada cardíaca e estava em processo de ressuscitação. Os Padres Simoulin e Laroche encontraram o Arcebispo respirando com grande dificuldade: seus olhos estavam fixos e vidrados. Fora-lhe administrada uma massagem cardíaca e devia ter sofrido uma embolia pulmonar.

Enquanto o Padre Laroche retornava ao seminário para acordar a comunidade e levá-la para rezar na capela, Padre Simoulin permanecia com o Arcebispo, que dolorosamente tentava respirar; era como a agonia do Crucificado. Com o passar do tempo, seu rosto ficava mais revestido de dor enquanto as medições nos monitores diminuíam pouco a pouco.

Por volta das 2:30 da madrugada, seu declínio se acelerou e sua respiração diminuiu, ao passo em que a dor ainda traçava uma marca em sua fronte. Pouco a pouco tudo se acalmava. Em torno das 3:15 da madrugada, o padre disse à enfermeira: “Sua alma está apenas esperando por uma coisa: deixar seu corpo que sofre e estar com Deus”;

“Acho que a alma está deixando agora”, disse a enfermeira, saindo depois.

Padre Simoulin começou então as orações pelos agonizantes. “Exatamente no momento em que eu terminara”, disse, “era por volta das 3:20 da manhã, e o Superior Geral, Padre Schmidberger, entrou na unidade de tratamento intensivo. O monitor do pulso caiu até ‘00’, mas ainda se podia ouvir a respiração: era o Arcebispo ou a máquina? Ofereci o ritual ao Padre Schmidberger, que recomeçou as orações in expiratione”.

Alguns últimos surtos de dor relampejaram do rosto do Arcebispo e então, por volta das 3:25 da madrugada, os sofrimentos cessaram completamente e ele retornara à paz novamente. O Superior Geral então fechou os olhos do amado pai.

Era uma segunda-feira da Semana Santa, 25 de março, festa da Anunciação da Santíssima Virgem Maria, o dia em que o Céu sorriu para a Terra e quando a esperança renasceu nas almas: o dia da Encarnação do Filho de Deus e da ordenação sacerdotal de Jesus Cristo como Sumo Sacerdote. Neste dia, a alma de Marcel Lefebvre foi julgada…

Em Lille, quinze anos antes, ele disse: “Quando eu estiver diante de meu Juiz, não quero ouvi-lo dizer a mim: ‘Vós também, vós deixastes a Igreja ser destruída’”.

Então, naquele 25 de março de 1991, quando Deus o perguntou o que fizera com a graça de seu sacerdócio e episcopado, o que, de fato, poderia ele ter respondido, esse velho soldado da Fé, esse bispo que restaurou o sacerdócio Católico?

“Senhor, vede, eu transmiti tudo o que podia ter transmitido: a Fé Católica, o sacerdócio Católico e também o episcopado Católico; Vós me destes tudo isso e tudo isso transmiti para que a Igreja pudesse continuar”.

"Transmiti o que recebi".
"Transmiti o que recebi".

“Vosso grande Apóstolo disse, ‘Tradidi quod et accepi’ e como ele eu quis dizer: ‘Tradidi quod et accepi’, transmiti o que recebi. Tudo que recebi, transmiti”.

Ninguém tem maior amor

Os restos mortais do fiel lutador foram solenemente trazidos de volta para Ecône. Em vestes pontificais, ficaram velados na capela de Notre Dame des Champs. A multidão formou fila por toda a semana; até o Núncio e Dom Schwery, bispo de Sion, vieram e abençoaram o corpo daquele que o Papa declarou excomungado. O corpo foi assistido dia e noite, da segunda  [dia 25 de março] até a terça-feira da Páscoa [2 de abril]. O Arcebispo recebeu uma benção final na manhã de 2 de abril, e então o caixão foi fechado. Uma placa foi afixada sobre o mesmo, ornado com as armas do Arcebispo e as palavras que ele pediu que se gravasse: Tradidi quod et accepi.

Lentamente o Arcebispo foi carregado sobre os ombros de seus padres e passou pela multidão de vinte mil fiéis que se reuniram para o funeral. Foi levado pelo campo de Ecône no qual ele muitas vezes transmitiu a graça do sacerdócio. Então chegou à “basílica-tenda”, no fundo do campo, onde ocorreriam a Missa e as Absolvições Pontificais. O clima estava frio e nublado; o sol apenas brilhava no lado oposto do vale. De repente, no meio da cerimônia, ele lançou suas luzes na imensa multidão de amigos da Fraternidade São Pio X. O calor se espalhou. Então, quando o corpo foi levado de volta pelo campo, debaixo do céu azul, a seu lugar de descanso em Ecône, vinte mil almas sentiram em seus corações que ali a vida estava passando e continuando. Este também era o sentimento nos corações de seus filhos no sacerdócio, cada um deles segurando uma pequena vela acesa na ofuscante luz refletida nas rochas atrás de Ecône. A Tradição estava viva.

No livro de condolências, um dos “soldados católicos” que seguiu a Tradição da Igreja graças a Dom Lefebvre, escreveu estas breves linhas: “Obrigado por intervir, por salvar o sacerdócio, por ter sido o nosso porta-bandeira, por ter se oferecido em holocausto para salvar o seu povo”.

Sim, ele amou a Igreja com todo o seu coração até os próprios limites do amor: in finem dilexit. Não teria ele mostrado o maior amor possível? Ele amou mais do que muitos, esse homem que até o último instante “acreditou na caridade que Deus tem por nós”.

Marcel Lefebvre, The Biography – Dom Bernard Tissier de Mallerais, 608-614, Angelus Press, 2004 – Tradução: Fratres in Unum.com

38 comentários sobre ““Somos todos filhinhos Dele”.

  1. Acompanho o Fratres já tem algum tempo.
    Posso dizer com toda certeza, esse texto é o mais bonito e comovente de todos já publicados.

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  2. Senhor, permita que não morramos covardes.

    Permitam um comentário um pouco longo, embora eu não goste de comentários longos.

    Pensei no que dizer e não sei ao certo, mas sei que quando decidi seguir a Tradição, fiz o propósito de que não adiantaria nada tê-la no coração e ao mesmo tempo manter vivo um diabo na língua. Eu só iria piorar as coisas se invés de falar com o coração eu falasse com o fígado; se invés de ouvir e refutar sereno, eu ouvisse e tratasse o outro com ironia; se eu me sentisse melhor do que qualquer um que não segue a Tradição. Não é lição de moral, é só como penso poder contribuir para ajudar na causa dolorida dos padres tradicionalistas.

    Cuidado ao defender a verdade, o excesso na linguagem desagrega e não ajunta.

    Dom Marcel foi chamado de “o homem que enfrentou Roma”, mas isso é uma distorção do foco, isso vem de quem o queria morto, calado, exilado, por isso diziam e ainda dizem: “Ele teve a audácia de enfrentar Roma”. Não! Ele defendeu Roma! Ele a defendeu contra aqueles que a tomaram de assalto, que violoram o “Santo lugar”, que quiseram destruir o “Santo dos Santos”. Ele não lutou contra a Mãe Igreja, ele defendeu a Mãe Igreja de seus pródigos, seus traidores, dos traficantes da fé, dos carreiristas, daqueles que eram demasiado humanos para terem um pingo sequer de boa vontade com Nosso Senhor Jesus Cristo.

    O “bispo de ferro” era todo e inteiro de carne e alma, morreu em dores e não frio como aço, não inerte como um ferro, pediu o auxílio de Cristo nos últimos momentos, coisa que as pedras e os animais não fazem.

    Não é verdade que “as palavras convencem e os exemplos arrastam”; a verdade é que as palavras exemplares de uma pessoa exemplar, arrastam multidões. O que Dom Marcel reuniu em torno de si? Nada! O que ele reuniu em torno de Cristo? Almas aflitas, que se sentiam em orfandade, porque os mercadores do Sagrado as haviam abandonado nas mãos do secularismo doutrinário e litúrgico. Ele se ofereceu em holocausto de mentiras, maquinações, processos ilegítimos, manobras e toda espécie de artifício para manter sólido os pilares da fé, o que é o dever de qualquer bispo, repito: de qualquer! E se os demais não quiseram cumprir essa missão, que se deixasse aquele que a queria cumprir em paz. Mas, os filhos das trevas são mais astutos que os filhos da luz.

    Continue descansando em paz Dom Marcel, seu tempo já passou aqui na terra, e por amor ao Papa, ao mistério da Missa, ao Sagrado Depósito de Liturgia, continuaremos ainda que sejamos contados entre os malfeitores.

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  3. Meus caros irmãos(ãs),
    Um dia saberemos, e espero que seja no paraíso.
    A justiça que Deus caberá, aos seus soldados e aos seus filhos mais querdos, ad majorem Dei gloriam.
    A nós, nos basta ainda combater,
    e também nos amar, como este grande filho da igreja e pai desta fraternidade amou, amar em verdade.
    Desejar o bem a todos e principalmente aos nossos.
    Aos que também amam a Cruz de Nosso Senhor,
    e sofrer o nosso “martírio”, reservado aos seus imitadores;
    pois não sabemos, quando e nem como será,
    mas na oração da conformidade, dizemos,
    “Aceito, de todo meu coração, com todas as suas angustias, penas e dores, o genero da morte, que fostes por ti Senhor, servido, reservar-me.”

    Que Deus o tenha em bom lugar!

    Salve Maria Immaculata, quem Virgo, concepisti!

    E.M. RVGarcia

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  4. Se não tivesse sido a resistencia ao mal, a Igreja hoje estaria sofrendo mais duras penas do que já sofre.
    Chamou para si a responsabilidade de uma luta entre Davi e Golias.
    Foi uma palavra eficaz ante ao grito do mundo.
    Não conheço detalhes sobre a vida desse homem.
    Mas o pouco que li sobre ele, fez-me pensar numa releitura atual de Santo Cura D’Arns.
    Hoje – salvo raras e honrosas excessões – o que nos resta?
    E o que nos sobra?
    Que Deus o tenha em sua divina misericórdia.
    Olegario.

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  5. “Acompanho o Fratres já tem algum tempo.
    Posso dizer com toda certeza, esse texto é o mais bonito e comovente de todos já publicados.” [2]

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  6. Um grande Bispo que estava nos desígnios de Deus para ajudar a Igreja nessa terrível crise de fé introduzida pelas mentes brilhantes e teologais do concílio.

    Pra mim , sinceramente, ele é uma luminária da Igreja. Não ensinou o erro e nem novidades , ensinou o que recebeu de uma fonte seguríssima.

    “Vosso grande Apóstolo disse, ‘Tradidi quod et accepi’ e como ele eu quis dizer: ‘Tradidi quod et accepi’, transmiti o que recebi. Tudo que recebi, transmiti”.

    Ora pro nobis!

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  7. Desejaria aproveitar esta oportunidade para expressar publicamente mais uma vez minha gratidão e admiração pelo venerável arcebispo.
    Tudo o que sou e tenho no plano da fé devo a mons. Lefebvre. A minha ordenação sacerdotal, o meu ministério sacerdotal, tudo o que somos, vivemos e movemos é graças a esse gigante do século XX. O que me entristece é ver tantos católicos beneficiários da sua luta ser ingratos a Mons. Lefebvre.
    Rogo a Mons. Lefebvre que lá do céu interceda por todos nós católicos neste momento calamitoso que vivemos da convocação de Assis III e outros escândalos e obtenha graças especiais para Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Que ele nos obtenha paciência e força para suportar tanta hipocrisia por parte daqueles que dizem defender a tradição da Igreja mas ao mesmo tempo injuriam a memória de monsenhor.
    Tive a graça de conhecê-lo pessoalmente em 1983 e de receber uma fotografia sua com autógrafo, que guardo como recordação preciosa. Decorridos vinte anos de sua morte, Monsenhor Lefebvre só avultou aos olhos de todos quantos amam a Igreja e compreendem o desastre causado pelo Vaticano II e a situação vergonhosa do catolicismo na sociedade contemporânea.
    Muito obrigado, Monsenhor!
    Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

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  8. Lembro-me do Jornal Nacional( ou será que foi outro jornal televisivo?) anunciando a manchete da morte Dom Lefebvre, foi naquele dia o meu despertar para algo que até então nunca tinha ouvido falar, a Liturgia Tradicional na Igreja

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  9. Simplesmente emocionante.

    Eu, particularmente, acredito muito na santidade do monsenhor, mesmo que as pessoas hostilizem este tipo de comentário…

    O texto é muito emocionante.

    Não adianta, é uma tremenda falta de caridade dizer que Monsenhor Lefebvre “atrapalhou” a Tradição, coisa que é acreditada por algumas pessoas. Isso é de uma maldade e injustiça sem tamanho.

    Graças a Monsenhor Lefebvre e claro, a Dom Mayer, hoje o mundo colhe os frutos da luta pela Missa Tridentina, e ainda colherá os principais, os da luta contra a doutrina modernista.

    Ferretti, sabe-se se o Papa Joao Paulo II disse algo na época da morte do monsenhor?

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  10. Salve Maria!

    Belíssimo texto, diante do qual sentimos remexer em nós vários questionamentos em relação a quantas anda nossa fé … magnífico texto!

    Não teria outra forma, ele teria mesmo que morrer nos braços da Santíssima Virgem e justamente no dia que o Anjo Anunciava a vinda do Salvador!

    Parabéns por este belíssimo artigo.

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  11. Na verdade, a FSSPX em Portugal realizou uma tradução e edição esta biografia.

    Para mais informações, podem contactar-me por e-mail.

    D. LEFEBVRE – SANTO SUBITO!

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  12. Belíssimo texto! Os Bispos brasileiros deveriam ler este artigo e ter a vida deste Bispo como exemplo de amor à sua Igreja. Sugiro que enviem para a CNB do B.

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  13. Parece que o pronunciamento oficial do Vaticano na epoca foi este:

    “O Santo Padre desejou até o ultimo momento por um gesto que colocasse as coisas em ordem. Ele se mostrou pronto para remover a pena canônica se houvesse pelo menos um sinal que fosse…”
    Joao Paulo II teria rezado uma oração para que entregasse a alma do monsenhor à Misercórdia divina.”
    (http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9D0CE7DD103FF935A15750C0A967958260&pagewanted=all)

    E o Cardeal Oddi dizia que o monsenhor era “um homem santo”.
    (http://www.sspxseminary.org/publications/rectors-letters-separator/rectors-letter/157.html)

    Que contradição do cardeal Oddi!
    Ou a contradição pode ter sido do Papa?

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  14. “”I prefer to be in the truth without the Pope than to walk a false path with him,”

    “Eu prefiro estar na verdade sem o Papa a trilhar um falso caminho com ele”

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  15. Ah se todos os padres e bispos pensassem dessa forma… Amassem a Igreja e almejassem uma coisa: glorificação de Deus e não almejassem fama, shown e muitos abusos e impiedade…

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  16. O pior e mais triste de toda esta história foi aqueles que o conheceram e depois o renegaram. Eram seus amigos e viraram seus críticos como é o caso de padres e o bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianey.

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  17. Concordo PLENAMENTE com o Eduardo Gregoriano.

    Dou os meus parabéns ao Fratresinunum pela maravilhosa notícia.

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  18. Com certeza o melhor texto do Fratres, muito emocionante!!! Que Deus tenha misericordia de sua Igreja e de seus fiéis e nos mande mais Padres e Bispos como Monsenhor Lefebvre!!!

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  19. Enquanto o orbe católico se deixou embriagar com o veneno do Vaticano II, da Nova Igreja, um bispo destemido e seus colaboradores permaneceram firmes, fiéis, defensores da Verdade e da Ortodoxia. Denunciando a falsidade e a heresia, Dom Lefebvre se assemelhou ao Profeta Santo Elias, também ele teve seu deserto, mas a fé o confortou e ele não abandonou o combate, dando-se até o fim.
    Dom Marcel Lefebvre, rogai por nós!
    Dom Mayer,rogai por nós!

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  20. Concordo com o Gederson! …. e digo mais ….. essa questão do Motu Proprio é uma questão de o Papa celebrar a Missa de São Pio V. Sem isso os Bispos indecisos continuarão nessa má vontade.O Exemplo arrasta…..

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