Fonte: Rorate-Caeli. Tradução: Fratres in Unum.com
[Resumo de um post do website do Distrito Alemão da FSSPX — tradução e créditos: leitor]
Em uma mensagem pessoal do Papa ao Prof. Dr. Peter Beyerhaus, ele aparentemente insinua não ter sido o promotor — logo, o responsável pelo — encontro dos [chefes] religiosos em Assis deste ano.
Em Kirchliche Umschau, abril de 2011, Prof. Beyerhaus resume o conteúdo da carta da seguinte maneira:
“Pode-se deduzir da carta que a iniciativa deste evento de aniversário, que, de fato, ele considerou necessário, aparentemente não partiu dele. Ele, no entanto, comparecerá e, como escreve literamente, “tentará determinar a direção como um todo e fazer tudo [que estiver a seu alcance] para impossibilitar uma explicação sincretista ou relativista do acontecimento”. Ele explicitamente me autorizou a tornar pública esta sua opinião, mas pediu “para deixar claro que eu confio que o Papa permanece firme naquilo que ele é chamado por conta de sua função — isto é, fortalecer seus irmãos na fé em Jesus Cristo como único Filho de Deus e Redentor e confessá-Lo inequivocamente”.
[Tradução livre do comentário do editor do website:]
Estas palavras são ao mesmo tempo boas e tristes. Boas, pois o evento não é de autoria do Papa. Boas, porque o Papa quer suprimir o sincretismo dos eventos anteriores. Boas, também, porque o Papa quer deixar claro de não ter dúvida sobre sua missão como arauto da fé em Jesus Cristo, o Filho Unitênito do Pai.
Mas por que ele não pode cancelar o evento? “A pressão é muito grande”, muitos dirão… O comentarista também menciona que há um leve indício de que o Papa não considera o evento muito danoso (“que ele, de fato, considerou necessário”). Por que necessário? Para a fé dos Cristãos? Para os poderes políticos no Vaticano? A esse respeito, menciona-se a Comunidade de Santo Egidio, que dizem ter muito dinheiro e ser lobistas muito podersos.
O mais triste, no entanto, é o fato de o Papa não querer admitir o grande dano [do evento — nota do tradutor]. Com a permissão expressa para publicação, o escrito parece ser um modo de consolar Católicos conservadores.
Claro, todo Católico convicto ficará feliz pelo fato de o Papa ver seu trabalho como confessar inequivocamente Jesus Cristo como Deus e Redentor. Mas, exatamente , de “inequívoco” Assis não tem nada. Os encontros [inter]religiosos são tudo, menos inequívocos! Ao menos… que o Papa publicamente anunciasse que ninguém se salvará senão por Jesus Cristo. Se ele não fizer isso, Assis 2011 será apenas mais um tijolo para a construção da religião mundial livre-pensadora [tradução literal].
Evidentemente, uma tal proclamação seria o golpe de morte para os encontros interreligiosos. E isso é algo que as associações como Santo Egídio não querem. Elas vêem o papado como uma maneira de unir as religiões, SEM considerar a questão da verdade (Wahrheitsfrage).
Assim, tudo permanece como antes. O Papa apenas assegura de sua convicção pessoal, de que ele tem o dever de confessar Jesus Cristo como o único e verdadeiro Filho de Deus.
Mas essa integridade pessoal de sua convicção nunca esteve em debate.
O que se debate é o ato, diante de milhões de pessoas, capaz de constituir um tremendo ato de traição: traição à afirmação de que Cristo, o Filho de Deus, é o fundador da única religião verdadeira.