Fonte: MESSAINLATINO.IT
Tradução: Giulia d’Amore, a quem agracemos a gentileza de nos ceder sua tradução

Vinte e um padres franceses escreveram uma carta ao Cardeal Ouellet para, respeitosamente, expressar seu grito de dor diante das nomeações episcopais que se colocam na mais incompreensível continuidade com a amostra episcopal que nas últimas décadas arrastou o catolicismo francês, solidamente radicado e vivo até a década de 50, no estado atual da falência e decocção. O último bispo nomeado, Fonlupt, não apenas é um adepto de casamentos entre divorciados e absolvições coletivas e de pastoral tipo kolkhoz, mas também é o autor de escritos anti-eucarísticos, como temos documentado.
O original da carta está devidamente assinada, mas as assinaturas são omitidas aqui. Por óbvia prudência: a instituição “liberal” nas conferências episcopais é ferozmente iliberal e intolerante com quem não pensa da mesma maneira. E foi decidido não permitir que os seminaristas assinem nada, atentos ao fato de que o apelo dos seminaristas ambrosianos ao Papa, para a extensão da aplicação do Motu Proprio à diocese de Milão levou à convocação de todos “in sala mensa”, ao anúncio de atrozes represálias indiscriminadas (à moda Kappler) se os responsáveis não se autodenunciassem e a uma severa reprimenda no site oficial da arquidiocese.
Na verdade, o estado extremamente decepcionante da classe episcopal não é, infelizmente, um privilégio apenas francês, e boa parte do mundo sofre (incluindo a minha diocese), mesmo que, a partir de João Paulo II, mas com o empenho intermitente, se tenha tentado consertar a situação; com resultados discretos ou bom em alguns países – por exemplo, nos Estados Unidos e Austrália, também na Holanda, onde, no entanto, há religiosos – que do bispo não dependem – que fazem seus estragos: basta ver os salesianos e os dominicanos – e, pouco ou nada, em outros. É notícia destes últimos dias que o Cardeal de Mainz, Lehmann (na foto), por muitos anos presidente da Conferência Episcopal Alemã, declarou ser uma “tolice” conferir o Crisma no rito antigo. A média dos bispos da Alemanha, Áustria, Suíça, França é apta a manicômio para lunáticos; na Itália e Espanha, onde não caímos tão baixo, a média ainda é de qualquer maneira medíocre e de desoladora estagnação.
A primeira preocupação deste site [Messa in Latino] sempre foi pela escolha de bons bispos e por isso procuramos acompanhar as nomeações, antes mesmo de falar de liturgia. Porque é dos recursos humanos que depende a sorte de uma empresa; e, certamente, se a Igreja fosse um empresa, já teria falido há muito tempo. O fato de que a barca avance apesar de certos remadores é a prova histórica da assistência divina. Mas bem que a Congregação para os Bispos podia facilitar a tarefa à Providência.
Enrico
A Sua Eminência o Cardeal Ouellet,
Prefeito da Congregação para os Bispos
Eminência,
Gostaríamos de informar-lhe que a maioria dos sacerdotes e dos católicos na França não compreendem as atuais nomeações episcopais.
Em nosso país, há três ou quatro décadas, o Catolicismo encolheu e continua encolhendo drasticamente (queda continuada da prática dominical, do número de sacerdotes, de religiosos e de catequizados, de vocações, etc.). Não é impossível que, em breve, a Santa Sé seja forçada a transformar algumas dioceses francesas em administrações apostólicas, dado o número insignificante de sacerdotes em atividade.
No entanto, este Catolicismo adoecido não está morto. Transformado pela terrível provação da secularização, tem ainda – mas por quanto tempo? – a capacidade de revitalizar-se em sua condição de minoria: escotismo; escolas verdadeiramente católicas; movimentos; peregrinações; muitas novas comunidades; comunidades tradicionais jovens e vivas; novas gerações de sacerdotes verdadeiramente missionários; seminaristas diocesanos e muitas vocações potenciais, do tipo “geração Bento XVI”; possibilidades litúrgicas e vocacionais oferecidas pelo Motu Proprio Summorum Pontificum; jovens famílias cristãs; grupos muito ativos de defesa da vida. Este Catolicismo quer fechar um capítulo mortífero: abusos litúrgicos; pregação desastrosa sobre a moral matrimonial; um latente complexo anti-romano; práticas sacramentais desviantes (bênçãos de novos “casamentos” de recasados divorciados, absolvições coletivas); catequese de duvidosa catolicidade sobre a Eucaristia, etc.
Neste contexto, as nomeações episcopais são incompreensíveis. Muitos bispos da França estão em crescente desconexão com relação a esse novo Catolicismo. E é uma enorme decepção ver que alguns dos nomeados hoje, sob o Papa Bento XVI, é como se se reproduzissem por cooptação e têm ainda um espírito da “geração de 68”, mais ou menos reorientada, enquanto o restante é escolhido pela necessidade de encontrar um impossível consenso, entre homens de uma extrema timidez reformadora.
Os sacerdotes, os religiosos os clérigos que representamos desejam que isto seja feito para uma sociedade que está cada vez mais indiferente ao anúncio claro do Evangelho. Eles também são motivados por um genuíno desejo de reconciliação e paz entre todos os católicos da França, que sabem que são, hoje em dia, uma pequena minoria. Mas, para implementar uma nova pastoral, é necessário escolher novos pastores. Acontece que os sacerdotes de 50-60 anos, que têm um perfil pastoral, psicológico e intelectual sólido, que atende às necessidades vitais do novo Catolicismo francês, já são numerosos.
Eminência, a salvação do Catolicismo francês depende da nomeação dos bispos que respondam às suas reais exigências e verdadeiras expectativas.
Manifestamos o nosso profundo e religioso respeito por Vossa Eminência, e lhe rogamos de transmitir ao nosso Santo Padre, o Papa, a expressão do afeto devoto e respeitoso dos seus filhos fiéis, sacerdotes de Jesus Cristo.
Penso eu que, infelizmente, falta coragem a Roma. Parecem comprometidos com o erro, e, assim, consideram essa aliança quando são provocados. Lobos, muitos lobos com a missão de obscurecer a Verdade, e os poucos que a conhecem são de alguma forma silenciados. Medo da mídia, medo do mundo, medo do príncipe deste mundo, medo da opinião pública, medo do martírio, ou seja, COVARDIA. Quem tem coragem hoje, na Igreja, de declarar guerra ao MUNDO, A CARNE E AO DEMÔNIO ? Quem souber, pode responder…
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Olha, na atual conjuntura, melhor falar diretamente com Deus!
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Wagner,
Concordo com vc, em gênero, numero e grau. A maioria dos sacerdotes são omissos. Onde estão os verdadeiros sacerdotes CATÓLICOS ?
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Quem tem coragem hoje, na Igreja, de declarar guerra ao MUNDO, A CARNE E AO DEMÔNIO ?
Os sacerdotes da FSSPX.
A maioria dos sacerdotes são omissos. Onde estão os verdadeiros sacerdotes CATÓLICOS ?
Na FSSPX; podendo achar raras exceções em outras partes da Igreja.
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Ás vezes eu penso: se o grande Papa Inocêncio III iria ficar no purgatório por séculos por causa de três faltas, conforme revelou após sua morte à Santa Lutgarda, o que sobra para esses nossos prelados atuais?
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O que me lembra de outra carta:
“Eu teria pois muitas coisas que dizer nesta reunião. Mas, após bem considerar tudo, resolvi não comparecer, e digo por quê: diz-se freqüentemente que Roma está mal informada do que se passa na França, mas não creio que isto seja verdade. Desde há uns quarenta anos e, especialmente, desde a crise dos anos 60, muitos padres e fiéis têm enviado grossos dossiês repletos de fatos. Quantos cardeais (incluído o cardeal Ratzinger) receberam longas visitas de padres franceses! Há dois anos, um cardeal participou em X de uma reunião do mesmo tipo que a de X-X-2000… Mas não vejo absolutamente o que isso mudou. Em X-X-2000, reencontraremos irmãos com as mesmas aspirações, ficaremos felizes de ouvir boas palavras de uns e de outros, e receberemos certamente muito belas palavras de sua Eminência o Cardeal – e encontraremos as mesmas dificuldades em nosso retorno e tomaremos conhecimento de novas nomeações episcopais na França que nos consternarão…”
http://www.capela.org.br/Crise/carta_paroco.htm
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do jeito que a coisa está é melhor nos unirmos a fraternidade são pio X!
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É pena que não se oiçam novamente os gritos dos indignados…
Não quer fazer as coisas na forma correcta, mas anda com chapéus e roupa, disforme a um bispo da Igreja Católica Romana.
E se lhe dissessem que quase um usou um barrete idêntico aos dos hereges condenados pela inquisição?!
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Bem respondido, Ana Maria. Porém acredito que a Igreja só sairá desta CRISE com intervenção DIVINA. isso porque o clero, com raríssima excessão, está comprometido com o erro.
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leia-se: EXCEÇÃO
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Osires, concordo com vc :)
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“E POR FIM, MEU CORAÇAO IMACULADO TRIUNFARÁ´´!!
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“BISPOS IMPROVISADOS, TEÓLOGOS FABRICADOS POR ELEIÇÃO, VOMITAM NOS ALTARES O DINHEIRO DOS POBRES.” (São Gregório Nazianzo)
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