Pronunciamento do episcopado mexicano e renúncia do fundador da Zenit: a casa legionária continua a cair.

Por Patrícia Medina

Maio de 2006. A Igreja condena o padre abusador Marcial Maciel a uma vida de oração e penitência. Morto o fundador, a cúpula legionária rapidamente emite nota louvando suas virtudes e seu seguimento de Cristo.

Janeiro de 2008. O padre Álvaro Corcuera escreve aos membros do movimento Regnum Christi e aos Legionários de Cristo uma carta contando sobre a morte do padre Maciel:

“E o Verbo se fez carne”. Estas foram as últimas palavras que Nuestro Padre escreveu. (…) Como sabemos, desde a sua infância e adolescência, Nosso Senhor deu a ele a graça de claramente perceber o valor relativo do tempo frente à eternidade. (…) Apesar do grande pesar e tristeza que esta notícia nos dá , tenho também a alegria de vos contar que Nuestro Padre chegou ao final de sua peregrinação terrena. Com a paz que sempre preencheu sua alma, ele partiu para o seu destino eterno no dia 30 de janeiro, nos Estados Unidos. 

Setembro de 2011. A televisão mexicana faz um especial sobre o padre Maciel e seus últimos dias de vida. Já circulava a notícia de que o padre abusador havia morrido impenitente, recusando os sacramentos e com uma das esposas e uma das filhas a seu lado. Soube-se, por este especial de TV, que a impenitência final foi muito mais grotesca e que teve o conhecimento da cúpula dos Legionários de Cristo. No vídeo, aparecem fotos do padre abusador passeando pelo mundo, divertindo-se, comendo em bons restaurantes, sempre acompanhado da esposa, filha e legionários de Cristo. Estes passeios aconteceram quando o padre, supostamente, deveria estar “em oração e penitência” conforme ordenado pela santa Igreja. Somente pelas fotos das férias desse padre, podemos ter a certeza da identidade do legionário Marcelino de Andrés. Mas o fato é que o padre abusador cercou-se de legionários nas férias em Capri, na Polônia, etc.

Eis um trecho do programa da TV mexicana Milenio:

Tal especial de TV fez com que a Conferência Episcopal Mexicana, através de seu encarregado de relações inter-institucionais, Padre Manuel Corral, se pronunciasse dizendo que “as fotografias reveladoras apresentadas pelo programa são uma enganação [burla] à autoridade da Igreja Católica, porque ele deveria ter permanecido em oração… vemos como mentiu e foi acobertado por seus próximos”.

Podemos ver tais fotos a partir do minuto 20:00 do vídeo, mas sugiro que, quem tiver estômago, assista o programa todo, disponível aqui [procurar por “Programa especial sobre los últimos dias del reino de Marcial Maciel”].

A cúpula legionária — lamentavelmente até hoje no comando da congregação — já sabia da vida dupla do padre abusador desde muito antes, porém. As seguintes fotos são de 2005 e nelas podemos ver padres legionários, “consagradas” do Regnum Christi e o padre abusador com uma das esposas e filha: veja aqui e aqui.

O Padre Álvaro Corcuera, Diretor Geral da Legião de Cristo, e o padre Luis Garza Medina, antigo vigário-geral, além de superiores das consagradas e dos leigos dos Regnum Christi, estavam ao lado de Maciel na hora da morte. Detalhes que vazaram dos momentos finais do infeliz sacerdote dão conta de que o Padre Corcuera não conseguia fazer o Padre Maciel se confessar. Padre Corcuera pediu ajuda para a esposa do Maciel, Norma, na tentativa de convencê-lo. De qualquer forma, Maciel morreu impenitente. [fonte: Exlcblog]

Nunca é demais reiterar que o superior geral dos Legionários de Cristo, Padre Corcuera, não foi destituído pela Santa Sé e que o padre Luis Garza Medina foi recentemente designado como superior geral para toda a América do Norte.

Numa outra notícia relevante sobre esta triste saga legionária, nesta última semana o jornalista Jesus Colina, (ex?) membro do Regnum Christi e fundador da Agência ZENIT, foi demitido da própria agência que fundou há 14 anos e citou “problemas de confiança e transparência” por parte dos Legionários de Cristo, que desejam ter o controle absoluto sobre o que se noticia e sobre as finanças da agência. O jornalista explica que era desejo dele que as contas da Zenit e dos Legionários fossem distintas para assegurar maior probidade financeira à agência, mas aconteceu exatamente o contrário. O jornalista deu entrevista em que conta que 30 dias após a morte do Maciel, os superiores legionários fizeram uma homilia para centenas de religiosos colocando o padre abusador como modelo a ser seguido [fonte: Catholic News Agency]

Creio que os leitores do Fratres já estejam acostumados a receber notícias católicas de meios bem mais confiáveis do que a Zenit, mas isso serve de alerta para aqueles que ainda doam dinheiro para esta organização.

Pede pra sair, Gebara!

Pediu para sair? Ou “saíram” a Irmã?

O fato é que o nome de Ivone Gebara não está mais na programação do X Congresso de Teologia da PUCPR – Teologia, Gênero e Expressões: para onde caminhamos?, que terá início na próxima segunda-feira.

A PUCPR, em respostas enviadas a nossos leitores, defendia enfaticamente um falacioso “livre debate de idéias”; uma mudança que partisse da instituição parece-nos, então, improvável. Mesmo assim, a conferência da freira abortista Ivone Gebara, que encerraria o Congresso, deu lugar a uma outra, do Dr. Mário Antonio Sanchez, docente da própria PUCPR.

Alguns rumores dão conta de uma suposta intervenção do senhor Arcebispo de Curitiba, Dom Moacyr Vitti…

Quem pode saber?

O que interessa é que Ivone Gebara está fora. Vitória da Igreja, vitória dos bons católicos que, influenciando ou não, se manifestaram contra esse descalabro em uma instituição de ensino católica que ostenta em seu brasão a tiara e as chaves pontifícias. Te Deum Laudamus!

Em torno da doutrina de Romano Amerio sobre o ecumenismo.

Por Mateo Beludi, colunista convidado.

Romano Amerio
Romano Amerio

Pio XI tratara já do ecumenismo em uma encíclica datada de 6 de janeiro de 1928, a Mortalium Animos. De começo destacando a ânsia universal de paz e fraternidade, Pio XI afirmou que, como “rarissimamente se encontram homens privados de todo sentimento religioso, por isto, parece, passaram a ter a esperança de que, sem dificuldade, ocorrerá que os povos, embora cada um sustente sentença diferente sobre as coisas divinas, concordarão fraternalmente na profissão de algumas doutrinas como que em um fundamento comum da vida espiritual”. “Por isto” — prosseguia o Papa — “costumam realizar por si mesmos convenções, assembléias e pregações, com não medíocre freqüência de ouvintes, e para elas convocam, para debates, promiscuamente, a todos: pagãos de todas as espécies, fiéis de Cristo, os que infelizmente se afastaram de Cristo e os que obstinada e pertinazmente contradizem à sua natureza divina e à sua missão”.

Que sentencia Pio XI sobre esse gênero de reunião? É o que segue:

“[…] estes esforços não podem, de nenhum modo, ser aprovados pelos católicos, pois eles se fundamentam na falsa opinião dos que julgam que quaisquer religiões são, mais ou menos, boas e louváveis, pois, embora não de uma única maneira, elas alargam e significam de modo igual aquele sentido ingênito e nativo em nós, pelo qual somos levados para Deus e reconhecemos obsequiosamente o seu império.

Erram e estão enganados, portanto, os que possuem esta opinião: pervertendo o conceito da verdadeira religião, eles repudiam-na e gradualmente inclinam-se para o chamado Naturalismo e para o Ateísmo. Daí segue-se claramente que quem concorda com os que pensam e empreendem tais coisas afasta-se inteiramente da religião divinamente revelada” (n. 3).

Depois de refutar os pancristãos — em cujas palavras “se oculta um gravíssimo erro pelo qual são totalmente destruídos os fundamentos da fé” (n. 5) –, Pio XI afirmou, sucessivamente, que:

– “só uma religião pode ser verdadeira: a instituída por Deus” (n. 7)

– “a única religião revelada é a católica” (n. 8)

– estão em erro os que buscam uma unidade pactuada em que se trata de “colocar de lado e afastar as controvérsias e a antiqüíssima variedade de sentenças que até hoje impedem a unidade do nome cristão”, chegando, ainda, a  atribuir “ao Pontífice Romano um primado de honra ou uma certa jurisdição e poder que, entretanto, julgam procedente não do direito divino, mas de certo consenso dos fiéis” (n. 9); quanto a esse tipo de  pacto, “é manifestamente claro que a Santa Sé, não pode, de modo algum, participar de suas assembléias e que, aos católicos, de nenhum modo é lícito aprovar ou contribuir para estas iniciativas: se o fizerem concederão autoridade a uma falsa religião cristã, sobremaneira alheia à única Igreja de Cristo” (n. 10)

– “a verdade revelada não admite transações” (n. 11), e “a Igreja Católica é a depositária infalível da verdade” (n. 12)

– “sem Fé não há verdadeira caridade” (n. 13): “como a caridade se apóia na fé íntegra e sincera como que em um fundamento, então é necessário unir os discípulos de Cristo pela unidade de fé como no vínculo principal”

– é uma “união irracional” a que se vê numa “federação cristã” que, em matéria de Fé, permite que cada partícipe preserve “sua maneira de pensar e de sentir, embora ela seja repugnante às opiniões dos outros” (n. 14)

– a unidade da Igreja só pode resultar “de um só magistério, de uma só lei de crer, de uma só Fé entre os cristãos” (n. 15)

– é inadmissível uma divisão entre “capítulos fundamentais e capítulos não-fundamentais da Fé, como se uns devessem ser recebidos por todos, e, com relação aos outros, pudesse ser permitido o assentimento livre dos fiéis: a virtude sobrenatural da Fé possui como causa formal a autoridade de Deus revelante e não pode sofrer nenhuma distinção como esta” (n. 15)

– por isso, “é clara a razão pela qual esta Sé Apostólica nunca permitiu aos seus estarem presentes às reuniões de acatólicos por quanto não é lícito promover a união dos cristãos de outro modo senão promovendo o retorno dos dissidentes à única verdadeira Igreja de Cristo, dado que outrora, infelizmente, eles se apartaram dela” (n. 16).

Romano Amerio sintetizou adequadamente, em Iota Unum, a doutrina tradicional católica sobre o verdadeiro ecumenismo, observando que ela se acha estabelecida na Instructio de motione oecumenica promulgada pelo então Santo Ofício, no dia 20 de dezembro de 1949[1], que repisou o ensinamento de Pio XI na encíclica Mortalium Animos. Quatro pilares, resume Romano Amerio, estadeiam a doutrina católica tradicional sobre a questão do ecumenismo:

Primeiro: “a Igreja Católica possui a plenitude de Cristo” e não tem que aperfeiçoá-la por obra de outras religiões;

Segundo: não se deve buscar a união das religiões por meio de uma progressiva assimilação das diversas confissões de Fé, nem mediante uma acomodação do dogma católico a outro dogma;

Terceiro: a única verdadeira unidade das Igrejas só pode dar-se pelo retorno (per reditum) dos irmãos separados à verdadeira Igreja de Deus;

Quarto: os irmãos separados que retornam à Igreja Católica não perdem nada de substancial de quanto pertence a sua particular profissão religiosa, senão que, antes, o reencontram idêntico numa dimensão completa e perfeita (completum atque absolutum).

A doutrina reavivada pela Instructio de motione oecumenica ampara-se em que — diz Romano Amerio — “a Igreja de Roma é o fundamento e o centro da unidade cristã”. Prossegue o autor a referir as bases dessa doutrina: “que a vida histórica da Igreja, que é a pessoa coletiva de Cristo, não se leva a cabo em torno de vários centros, as diversas confissões cristãs, que teriam um centro mais profundo situado fora de cada uma delas; e finalmente, que os separados devem mover-se para o centro imóvel que é a Igreja do serviço de Pedro”.  Assim, observa Romano Amerio: “A união ecumênica encontra sua razão e seu fim em algo que já está na história, que não é algo futuro e que os separados devem recuperar” [2].

O decreto Unitatis Redintegratio do Vaticano II rompeu com essa doutrina, de tal modo que “as confissões cristãs (incluída a católica)” — diz Romano Amerio — “não devem voltar-se uma a outra, senão que todas juntas gravitar para o Cristo total situado fora delas e para o qual devem convergir” [3]. Ao que se vê, aquilo que, em rigor, propiciou o Vaticano II — por alguns de seus documentos um contra-Syllabus — não foi, contudo, essencialmente, um novo espírito ou uma nova teologia, senão que a intensificação [4] de um velho espírito e de uma velha teologia — os do modernismo — já diagnosticados e combatidos, entre outros pronunciamentos pontifícios, pelo Syllabus de Pio IX, pela encíclica Pascendi de S. Pio X, pela Mortalium Animos de Pio XI e pela Humani generis de Pio XII.

Romano Amerio observou que “a variação na doutrina [sobre o ecumenismo] consiste em que a união de todas as Igrejas se faz, mais que na Igreja Católica, na Igreja de Cristo, por meio de um movimento de todas as confissões para um centro ubiquado fora de todas elas”. Como se chegou a sustentar, o catolicismo nada teria de específico a aportar à reunião das religiões, mas a ele somente caberia concorrer “para aprofundar os valores imanentes a todas as experiências religiosas”. Daí a conclusão inevitável: “para um maometano, converter-se significa ser cada vez mais maometano; para um judeu, ser mais judeu; para um budista, ser mais budista” [5]. Eis a meta de uma super-religião de liberdades, talvez — se bem se compreende a citação — por “la via sulla quale ogni religione è chiamata ad avanzare” (Dom Camillo Ruini) [“o caminho pelo qual toda religião é chamada a trilhar”]. Tem-se aí um ecumenismo naturalista para os não-cristãos [6]: o princípio da salvação — disse Romano Amerio — estaria já imanentizado à natureza humana (funditus), como forma de justificação de uma universidade salvífica de fato [7].

* * *

[1] Cfr. AAS, 31-1-1950.
[2] Romano Amerio, op. cit., § 245.
[3] Id., § 246.
[4] Nas cercanias desse entendimento, Jacques Maritain observou que o modernismo, dos tempos de S. Pio X, comparado com a febre neo-modernista posterior, não passava de “modesta febre dos fenos” (O Camponês do Garona, tradução portuguesa de J. de Castelo Branco, ed. União Gráfica, Lisboa, s.d., p. 15).
[5] Romano Amerio, op. cit., § 251.
[6] Noticiou-se que, acerca da tese principal do documento O Povo Judeu e as Sagradas Escrituras na Bíblia Cristã, redigido pela Comissão Bíblica Pontifical, tese que sustenta não ser vã a espera do Messias pelos judeus,  teria o então porta-voz do Vaticano, Navarro Vals, afirmado: “Isso quer dizer que seria mal para um católico esperar o Messias, mas para um judeu, não”. De modo que estaríamos diante de uma verdade e, conseqüentemente, de um bem que podem ser uma falsidade e, conseguintemente, um mal, conforme varie o sujeito cognoscente. E dizer que essa verdade (ou falsidade) é a encarnação de Jesus Cristo.
[7] Não parece demasiado acrescentar que até mesmo em atuais supostas revelações particulares — cuja sobrenaturalidade não se acha afirmada pela Igreja — há indícios dessa propensão ao indiferentismo religioso.  Exemplo expressivo é o da suposta aparição de Medjugorge, a que se atribuem afirmações como estas duas seguintes: “Deus dirige todas as confissões religiosas como um rei a seus súditos”; “Todas as religiões são iguais diante de Deus”. Extrai-se de uma declaração de Dom Despierre, bispo de Carcassone: “Si un catholique devient musulman ou inversement, je n’y vois aucun problème” (in DICI n. 46, 15-3-2002) [“Se um católico se torna muçulmano ou vice-versa, não vejo qualquer problema”].

Sancte Michael Archangele, defende nos in praelio…

Sancte Michael Archangele, defende nos in praelio, contra nequitias et insidias diaboli esto praesidium: Imperet illi Deus, supplices deprecamur, tuque, Princeps militiae caelestis, satanam aliosque spiritus malignos, qui ad perditionem animarum pervagantur in mundo, divina virtute in infernum detrude. Amen.

Leão XIII escreveu ele mesmo essa oração. A frase [os demônios] “que vagam pelo mundo para perdição das almas” tem uma explicação histórica, que nos foi referida várias vezes por seu secretário particular, Mons. Rinaldo Angelo. Leão XIII experimentou verdadeiramente a visão dos espíritos infernais que se concentravam sobre a Cidade Eterna (Roma); dessa experiência surgiu a oração que quis fazer rezar em toda a Igreja. Ele a rezava com voz vibrante e potente: o ouvimos muitas vezes na basílica vaticana. Não somente isso, mas que escreveu de seu próprio punho e letra um exorcismo especial contido no Ritual Romano (edição de 1954, tít. XII, c. III, pp. 863 y ss.). Ele recomendava aos bispos e sacerdotes que rezassem freqüentemente esse exorcismo em suas dioceses e paróquias. Ele, por sua parte, a rezava com muita freqüência ao longo do dia.

Cardenal Nasalli Rocca, Carta Pastoral para a Quaresma, Bologna, 1946, apud Boletim Sacrificium, ano I, volume I, número 28. Publicado originalmente na festa de S. Miguel de 2008.

Mais uma reunião da Cetel e até agora nada!

Os sábios levitas em cujas mãos se encontra o "rito ordinário brasileiro".
Os sábios levitas em cujas mãos se encontra o "rito ordinário brasileiro".

Por Pe Clécio – Oblatvs

O site da CNBB informa que os responsáveis pela tradução da terceira edição típica do Missal Romano estiveram reunidos em Brasília.

“A Comissão Episcopal para a Tradução dos Textos Litúrgicos (Cetel) se reuniu em Brasília (DF), na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para dar continuidade às revisões da tradução do Missal Romano e de outros textos litúrgicos. Esta é a segunda reunião do ano e a primeira reunião da nova composição da Cetel, após a sua escolha, em maio, em Aparecida (SP), na 49ª Assembleia Geral da CNBB. (…) Desde 2005 a equipe da Cetel vem fazendo o trabalho de tradução e revisão da terceira edição do Missal Romano. Por ano são três reuniões.”

Há seis anos – e com grande atraso – tal comissão começou a fazer um importantíssimo trabalho de rever as péssimas traduções clementinas que vigoram entre nós. A terceira edição típica não oferece grandes novidades em relação às edições anteriores, ou seja, não fizeram significativos acréscimos ou mudanças  no pobre Missal de Paulo VI, mas um novo missal em língua vulgar poderá acrescentar muito, sobretudo para os padres.

Costumo dar como exemplo as palavrinhas “sanctas ac venerabilis” do Cânon Romano. Elas estavam lá antes de “mudarem” a Missa; permaneceram no Missal de Paulo VI e são repetidas ininterruptamente há centenas de anos pelos sacerdotes ao se referirem às mãos de Nosso Senhor no sagrado momento da consagração. Desde que rezem em latim, como eu fiz ontem! Porque no Brasil Dom Clemente Isnard e Cia. decidiram amputar as mãos divinas.

Alguns alegam que se trata de um preciosismo tolo, que o mais importante é a participação do povo e que, afinal, o Cânon quase não é usado. Mas ninguém responde em que três palavrinhas incomodam tanto e a quem, para que tenham sido sumariamente eliminadas do Missal em português. E como elas, tantas outras que sobreviveram no Missal em latim, não foram poupadas nestas bandas.

Eu imagino que só veremos a tradução acabada quando a Santa Sé ameaçar o mundo com uma quarta edição do Missal Romano – revista, ampliada e corrigida. Se isto acontecesse, a Cetel se apressaria em trazer à luz a atualíssima de 2001 (sic!), antes que os curialistas resolvessem enriquecer o Missal ou eliminar seus excessos.

Bento XVI nomeia novo Arcebispo de Florianópolis.

Por Leonardo Meira, Canção Nova Notícias – O Papa Bento XVI nomeou como novo Arcebispo de Florianópolis (SC) a Dom Wilson Tadeu Jönck, até agora Bispo de Tubarão (SC). A nomeação foi divulgada na manhã desta quarta-feira, 28.

A Arquidiocese de Florianópolis estava vacante desde janeiro deste ano, com a transferência de Dom Murilo Krieger para a Arquidiocese de Salvador (BA).

Dom Wilson

Estudou Filosofia no Convento Sagrado Coração de Jesus, em Brusque (SC), e Teologia no Convento Sagrado Coração de Jesus, em Taubaté (SP). Ele tem especialização em Pedagogia e em Psicologia.

Antes de ser Bispo, Dom Wilson foi vigário em Varginha (MG), Pároco em Joinville (SC) e trabalhou como auxiliar na formação de Mestre de Noviço em Jaraguá do Sul (SC). Seu lema episcopal é “Amar é dar a Vida”.

Rir e chorar.

Por Padre Elcio Murucci

Todo domingo à noite, após ficar muito atarefado durante o dia, sento-me ao computador e acesso o conceituado blog “Fratres in Unum” para ver a foto da semana. Confesso que ontem não pude coibir o riso ao ver a foto. Todos os meus fiéis ou ex-paroquianos que leem o “Fratres” e alguns nele fazem comentários, sabem que eu, graças a Deus, sou alegre e tenho facilidade em rir. Sabem também que tenho facilidade em chorar.

Pois bem! Confesso que ontem ao ver a foto ri e não pouco. Ri, é claro, mas não zombando: o que seria uma falta de caridade e de respeito, tanto mais que se trata de Suas Eminências os Cardeais e com suas veneráveis cãs, ou mais apropriadamente, em sua feliz longevidade. Mas o motivo do meu riso foi a feliz ou infeliz coincidência da foto. Bocejar não é assim algo tão demorado! E como o fotógrafo conseguiu involuntariamente captar este momento hilariante?! Depois é que fui imaginar que talvez a foto tenha sido tirada de um filme pausado de propósito naquela imagem. Depois, ri também por lembrar de um fato que Mons. Ovídio  Simon, de saudosa memória, contava para nós a fim de nos divertir: Quando seminarista, dizia ele, estava eu assistindo a Santa Missa, minto, estava eu dormindo (como bom espanhol tinha se atarefado muito durante o dia). E, continuava ele, o meu Reitor viu, e tocou-me de leve e disse em latim, baseando-se no meu nome: “Simon dormis?”  (“Simão, dormes?”).

Hoje de manhã, porém, lembrando-me da mesma foto de ontem e da história de Mons. Ovídio Simon, meditei sobre alguns passos da Paixão de Jesus. No Getsêmani Jesus entrava em agonia e rezava prostrado em terra. Enquando isso São Pedro, chefe dos Apóstolos, dormia estendido ao chão. Jesus veio a ele e disse-lhe: “Simão, dormes, não pudeste velar uma hora comigo?” Fiquei meditando: Simão Pedro ofendia a Jesus por não estar ao seu lado vigiando e rezando. Mas, fez pior quando estava acordado. Primeiro já ia cometendo um assassínio, se Malco não tivesse sido esperto. Mesmo assim Simão cortou-lhe a orelha direita, que Jesus recolocou no lugar. Ainda bem! Mais tarde, lá pela meia noite, hora em que o galo canta, Simão Pedro estava bem acordado, mas fez bem pior. Ficou entre os inimigos de Jesus, procurando a paz e se aquecendo ao fogo. Simão Pedro estava bem acordado, de pé inclusive.  Deveria estar ao lado de Jesus procurando Aquele único que lhe podia dar a  verdadeira paz e aquecer o seu coração. Assim fez São João que quis estar sempre junto do seu Divino Mestre; e ele foi o único que seguiu a Jesus de perto até o fim. Simão Pedro, ao contrário, seguia-O de longe.  A não fazer como São João, seria melhor, se assim posso dizer, que Simão Pedro naquele momento estivesse dormindo, ou, pelo menos, sentado e bocejando. Mas estava bem acordado, porém no meio dos inimigos de Jesus. E sabemos o que ele fez: negou covardemente a Jesus; primeiro com mentira, segundo com juramento falso; terceiro com blasfêmias. Ainda menos pior porque não chegou ao ponto de elogiar o seu antigo colega, agora apóstata e traidor Judas Iscariotes, que pouco dias antes tinha protestado contra Maria Madalena e indiretamente contra Jesus, lá na ceia de Betânia.

Voltei um pouco ao primeiro ponto da meditação: ao Jardim das Oliveiras. Enquanto Jesus estava com a alma triste até a morte, enquanto Simão Pedro dormia, Judas Iscariotes estava bem acordado; mas, infelizmente, trabalhava, e muito, para trair a Jesus. Tendo o demônio entrado nele, o Iscariotes, foi pessoalmente combinar com os príncipes dos sacerdotes e com os oficiais de que modo entregaria Jesus. Eles ficaram contentes e combinaram com ele dar-lhe dinheiro. E Judas, por seu lado, deu a sua palavra, e buscava ocasião oportuna de entregar Jesus sem tumulto (Cf. S. Luc. XXII, 3-6). Sabemos o que Judas fez: colocou-se a frente dos inimigos de Jesus e traiu-o com um beijo hipócrita, mostrando assim Jesus aos inimigos. Como Apóstolo deveria mostrar Jesus aos inimigos afim de convertê-los. Mas, fez o contrário; confirmou os inimigos de Jesus na sua ignorância e na sua maldade, escandalizando-os por dar a entender que Jesus estava errado e os príncipes dos sacerdotes, certos. E, assim, aqueles pobres e miseráveis soldados, cometeram o maior crime possível sobre a face da terra!!! E pensei na minha meditação: Já que Judas não quis fazer como São João, menos pior se estivesse dormindo ou, pelo menos, sentado em sua casa, bocejando o tempo todo!!! Na verdade, de Judas Iscariotes Jesus disse: “Melhor fora que nunca tivesse nascido”. Aqui nesta meditação, penso em duas interpretações possíveis: “Melhor fora que Judas tivesse sido um “simples possível” eternamente dormindo no leito do nada.” Ou então: “Melhor fora que ele tivesse sido um abortivo (não como S. Paulo diz de si) dormindo eternamente no leito esplêndido do Limbo a gozar de uma felicidade total mas natural.”

E, voltando à foto da semana no “Fratres”, foto esta que acabou servindo de “composição de lugar” de minha meditação matinal de hoje, cheguei a seguinte conclusão: aqueles cardeais que dormiam, ou quase, na missa de Sua Santidade o Papa Bento XVI na Alemanha, além de serem desculpados pela idade avançada, foi muito melhor assim! Muito pior fazem aqueles, sejam padres ou bispos, que estão bem acordados e de pé ao microfone para elogiar algum inimigo da Igreja, Santa Esposa de Jesus, e igualmente inimigo da Santíssima Mãe de Jesus, a sempre Virgem Maria.

E assim, a foto da semana que a primeira vista parecia estar destinada só a provocar riso, terminou ensejando tão séria meditação com todos os motivos para chorar.

E o Ramalhete espiritual de minha meditação foram as palavras do amabilíssimo e adorável Nosso Senhor Jesus Cristo: “Vigiai e orai para não caírdes em tentação” e “Ninguém pode seguir a dois senhores ao mesmo tempo” e ainda “Ide e ensinai a todos os povos a observar tudo o que eu vos mandei”.

“Um presente do Papa para você”.

Por Distrito Alemão da FSSPX | Tradução: Fratres in Unum.com

Jovens da KJB (Organização Jovem da Fraternidade São Pio X) distribuíram 43.500 folhetos por ocasião da visita do Papa em Friburgo.
Jovens da KJB (Organização Jovem da Fraternidade São Pio X) distribuíram 43.500 folhetos por ocasião da visita do Papa em Friburgo.

50 jovens de toda a Alemanha viajaram para distribuir os folhetos em dois dias.

Os folhetos abordavam dois temas: Um deles era sobre a Missa Tradicional, a qual o Papa Bento XVI fez valer novamente em 7.7.2007. Este folheto se intitulava “Um presente do Papa para você”. Este presente significava O Santo Sacrifício da Missa Tradicional em Latim.

O segundo folheto mostrava na folha de título a figura do Papa com assinatura: “Obrigado, Papa Bento”. Assim agradecia a Fraternidade São Pio X pela Retirada das Excomunhões pelo Papa Bento em 2009. Esses gestos trouxeram um novo reconhecimento à comunidade religiosa fundada pelo Arcebispo Lefebvre.

“Os jovens trabalharam a todo vapor”, disse contentíssimo o Padre Andreas Steiner, que formulou os folhetos. Thaddäus Hanselmann, membro da direção do KJB para a Alemanha, organizou a grandiosa ação-folheto minuciosamente na história do movimento de juventude tradicional. Ele também se mostra satisfeito: “A distribuição de mais de 40.000 folhetos só pode ser feita através do trabalho corajoso de todos os nossos jovens. Agradeço mais uma vez a todos os jovens que colaboraram.”

Que a ação traga ricos frutos!

"Presente do Papa para você"
"Um presente do Papa para você".