A proposta da Santa Sé.

Informações de Andrea Tornielli:

“Um ‘preâmbulo doutrinal’ de duas páginas, com o convite a se pronuciar, aceitando-o, em um mês ou pouco mais. Transformar a Fraternidade São Pio X em uma ‘prelazia pessoal’, como o Opus Dei. Estas são as propostas que o bispo Bernard Fellay, superior dos lefebvrianos, recebeu em nome do Papa…

[…]

No passado, mais de uma vez se disse que a condição para a plena comunhão era a aceitação do último Concílio por parte dos lefebvrianos. Na realidade, o ‘preâmbulo’ entregue ontem a Fellay é mais amplo, e representa uma espécie de plataforma imprescindível, com ‘alguns princípios doutrinais e critérios de interpretação da doutrina católica’.

Um texto breve e ponderado, que enfatiza a ‘Professio Fidei’ publicada em 1989 pelo antigo Santo Ofício e que indica três graus distintos de assentimento a que o fiel está obrigado. Em suma, o católico se compromete a crer ‘com fé firme’ no que está ‘contido na Palavra de Deus’ e no que a Igreja propõe ‘como revelação divina’. Em segundo lugar, se compromete a acolher todos os dogmas declarados como tais até o dia de hoje. Por fim, e este é o ponto problemático para os lefebvrianos, se pede que adiram ‘com obséquio religioso de vontade e de intelecto’ aos ensinamentos que o Papa e o Colégio dos Bispos ‘propõem quando exercem seu magistério autêntico’, embora não sejam proclamados de modo dogmático, isto é, definitivo. É esta a parte mais consistente do magistério, da qual fazem parte, por exemplo, as encíclicas. E na qual se encontram também muitos documentos do Vaticano II, que, como todo o magistério, explica a Santa Sé, devem ser lidos sob a ótica da tradição, como desenvolvimento e não como ruptura com a doutrina precedente, segundo a hermenêutica proposta por Bento XVI.

9 comentários sobre “A proposta da Santa Sé.

  1. “se pede que adiram ‘com obséquio religioso de vontade e de intelecto’ aos ensinamentos que o Papa e o Colégio dos Bispos ‘propõem quando exercem seu magistério autêntico’, embora não sejam proclamados de modo dogmático, isto é, definitivo. ” Sendo assim, significa que aqui no Brasil os catolicos são obrigados por obsequio e boa vontade a aceitar todos os documenos da CNBB que em certos casos são dificeis de digerir até para os que aceitam os documentos do Vaticano II, já que muitos padres e bispos do Brasil estão seguindo o Vaticano XIV em materia de liturgia e pastoral.

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  2. Acho que estou ficando meio “doidão”, mas “os princípios doutrinários e os critérios de interpretação” não deveriam ser discutidos no começo das conversações e não no fim?

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  3. “muitos padres e bispos do Brasil estão seguindo o Vaticano XIV em materia de liturgia e pastoral.”
    Caro irmão, Vaticano XIV????
    Muitos estão seguindo o trenzinho tresloucado e descarrilhado das pútridas cebs bofentas, libanianas, betofididas,etccccc…Este é o mau…Muitos, e muitos mesmos, nunca leram, sequer, um documento do Concílio, afirma o Papa o seu último livro…Nunca leram e fazem toda miséria e zorra em nome do Concílio, sob o olhar complacente e medroso de muitos Bispos…

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  4. “Em segundo lugar, se compromete a acolher todos os dogmas declarados como tais até o dia de hoje. Por fim, e este é o ponto problemático para os lefebvrianos, se pede que adiram ‘com obséquio religioso de vontade e de intelecto’ aos ensinamentos que o Papa e o Colégio dos Bispos ‘propõem quando exercem seu magistério autêntico’, embora não sejam proclamados de modo dogmático, isto é, definitivo”.

    Pelo visto, ou a Pascendi, a Mystici Corporis, a Mortalium Animus e a Humani Generis, não conseguiram alcançar o religioso obséquio da maioria dos participantes do CVII…

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  5. Acredito que quando se diz Magistério do Colégio dos Bispos, a Santa Sé se refere ao Concílio (Bispos em união com o Papa) e não às Conferências Episcopais. Pelo menos o Vaticano reconhece que as inovações precisam ser discutidas com maior afinco.

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  6. Na minha visão, falta a Bento XVI e ao episcopado, humilde suficiente para reconhecer que eraram (Vaticano II). Em quanto isto….. a Igreja vai descendo de ladeira abaixo. O orgulho, a soberba e a vaidade denominam nossa Igreja.

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  7. Com o perdão dos irmãos em Cristo, se assim ainda aceitam…. ouso colocar meu humilde parecer: Se deixarmos realmente Deus ser Deus, e pararmos de fazer politicagem em nome de Jesus e da fé, creio que a Igreja poderá ser o que ela é, e não o reflexo de lutas que nunca levaram a lugar nenhum e só fizeram do Corpo de Cristo, o marionete de muitos! Que o Senhor nos perdoe, e que nós nos convertamos!

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  8. Eu sou muito a favor do acordo… tanto que sou a favor de que depois do acordo se nomeie os Bispos da Fraternidade Cardeais e se lhes torne prefeitos dos principais dicastérios romanos. Falo isso com sinceridade. Desejo isso mesmo.

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