Último Segundo – Uma escola em tempo integral, com 153 anos de tradição, disciplina, participação das famílias, turmas de 30 alunos e só com meninos entre os estudantes. É por essa soma de fatores, na opinião da supervisora pedagógica Maria Elisa Penna Firme Pedrosa, que o Colégio de São Bento, no centro do Rio, vem consistentemente se mantendo entre os cinco primeiros do Brasil no ranking do Exame Nacional do Ensino Médio, criado em 2005. Este ano, a escola ficou na primeira colocação entre os estabelecimentos de ensino avaliados com mais de 75% de participação no exame.
A média total (redação e provas objetivas) do colégio foi de 761,7, bem acima da média dos alunos de todas as escolas (511,21) e da meta do Brasil para 2028, que é de 600 pontos.
“A quantidade de horas no tempo integral colabora na qualidade; quanto mais se estuda, mais se colabora para aprender. É como os atletas. Quanto mais se treina, melhor é o desempenho. Mas o nosso compromisso é com uma educação para a vida”, disse Maria Elisa.
Os alunos do São Bento têm aulas de inglês, francês e espanhol e contam ainda com disciplinas como História da Arte, Cultura Clássica, Apreciação Musical, Filosofia e Sociologia na grade convencional.
“Fazemos o feijão com arroz, temperado com disciplina”, opinou o coordenador do Ensino Médio, Pedro Araujo.
Maria Elisa considera que o fato de o colégio ser religioso também influencia positivamente o desempenho. “O aspecto religioso é essencial na formação do ser humano, nos aspectos ético, moral e de convivência. A disciplina é decorrência natural. Pode-se dizer que tem mais mito do que realidade no rigor, porque os alunos estão adequados e não há muita punição”, afirmou Maria Elisa.
Um episódio recente polêmico relacionado à disciplina na escola ocorreu em maio deste ano, quando um aluno de 6 anos foi agredido por outro, adolescente. O mais velho foi punido com suspensão. A família do menino mais novo o retirou do São Bento. “Foi uma opção da família. O caso está na Justiça”, afirmou Maria Elisa, para quem o São Bento tomou a decisão acertada.
Sob a justificativa da tradição de que não se mexe em time que está ganhando, o São Bento não pretende abrir mão de ter apenas alunos homens. “Funciona muito bem neste modelo e vai permanecer como está. Avaliamos que se abríssemos (a meninas), a escola seria outra, diferente. Não há intenção nem interesse. A escola continuará masculina”, afirmou Maria Elisa.
Os alunos apoiam. Perguntados pelo iG se gostariam de ter meninas entre as colegas, um grupo de sete ex-estudantes – que fizeram a prova do Enem 2010 – responderam com um sonoro “não”.
“Não sou a favor da entrada de meninas, e a maioria dos alunos pensa da mesma forma. Já é uma tradição, a essência do colégio é esta, não tem por que mudar. Além disso, em um colégio masculino, o laço de amizade é muito forte”, disse Pedro Pessôa Garcez de Aguiar, 18 anos, que cursa Direito na UFRJ.
Para o aluno de Direito na Uerj Luis Filipe Reis, 18, os alunos do São Bento têm o hábito de estudar. “Sempre fomos cobrados, mas não é uma pressão por resultados. O vestibular é onde culmina um processo de formação, não um ano de pressão.”
“Aqui nós desenvolvemos uma cultura que supera em muito o que vemos fora”, disse o estudante de Engenharia Naval Alan Patrício, 18 anos.
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Método do primeiro colocado do Enem remete ao século 19, diz especialista da USP
UOL – Com uma mensalidade de até R$ 2.140 mil e recusando a matrícula de meninas, o Colégio São Bento, na capital fluminense, ficou pela quarta vez na primeira colocação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova é aplicada pelo Ministério da Educação e avalia o desempenho de estudantes da rede pública e privada em todo o país.
Administrado por monges beneditinos, o colégio ficou cerca de 300 pontos à frente do último colocado no estado – uma escola pública. A Supervisão Pedagógica atribui o bom resultado ao ambiente de ensino “com excelente professores” e à dedicação dos alunos, que têm aulas entre às 7h30 e às 16h30, durante a semana e, aos sábados pela manhã, longe de meninas.
No entanto, a receita de sucesso do São Bento, que só aceitou professoras na escola a partir da década de 1960, gera polêmica. Para a professora da Universidade de São Paulo (USP), Cláudia Vianna, especialista em gênero e educação, “não é possível desenvolver a personalidade integral do aluno onde há segregação”. Para ela, o método do São Bento remete ao século 19.
“É muito complicado dizer que a segregação garante qualidade. Vivemos num mundo misto que aliás, mostra que as meninas têm mais sucesso que os meninos. Que desenvolvimento é esse que só dá certo quando eu separo? Qual a mensagem que você passa? Como se propõe a prepará-los para o mundo que é misto? Que principio é esse que não trabalha com o heterogêneo?”, questionou.
A supervisora do São Bento, a professora Maria Eliza Penna Firme Pedrosa disse que aceitar meninas significaria alterar a identidade do colégio e isso não está nos planos. “Os alunos e os pais estão satisfeitos. Os meninos acham o ambiente confortável e não identificamos prejuízo nenhum, já que os rapazes podem conviver com as meninas na sociedade”.
Os alunos também não reclamam da jornada de estudos, da proibição do uso de adornos como piercings e acreditam que à dedicação os levará para as universidade públicas, como é o caso do estudante de odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eduardo Maroun. Para ele, o São Bento ofereceu uma boa educação, com forte preocupação no caráter do aluno.
“Claro que as mulheres distraem um pouco os homens”, declarou. “Se você tem uma namorada no colégio, fica com ela no recreio, vai para aula pensando nela, normal para o ser humano. Mas o colégio não tendo isso, ele [o aluno] fica mais focado. Isso é positivo porque você pode ter contato com as garotas fora do colégio, no clube ou na faculdade”.
O Colégio São Bento funciona há mais de 150 anos e já teve entre seus alunos os compositores Heitor Villa-Lobos, Pinxinguinha e Noel Rosa, o teatrólogo João Procópio Ferreira, o jornalista Paulo Francis, e o escritor e humorista Jô Soares.
É sempre uma boa notícia saber que ainda existam pequenos focos de sensatez no nosso sistema educacional. Até ontem pensava que o melhor que tínhamos no Brasil vinha do sistema de educação militar.
Quando ouvi a opinião da “especialista em gênero e educação” da USP, fiquei imaginando que era o sr. Stanford Nutting, dos vídeos de Chesterton que podem ser conferidos no blog do Angueth. Recomendo!
As notícias boas são poucas, mas ainda existem. Como a Hungria, que depois de ter aprovado uma constituição mais cristã, agora reduz o número de religiões reconhecidas oficialmente – http://www.zenit.org/article-28838?l=portuguese
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Que Deus abençõe sempre o S. Bento, colégio de grande erudição, sob a batuta dos beneditinos.
D. Lourenço foi um exemplo de diretor desse colégio Católico no Rio de Janeiro, lutou sempre para não perder a tradição de ter só homens na Instituição e conseguiu manter até sua morte. Que D. Anselmo continue nas pegadas de seu antecessor e mantenha a qualidade de ensino e a disciplina que sempre acompanharam o S. Bento.
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E daí que o método remeta ao século 19, século 1 ou a época de Adão e Eva? rsrsrs
O que interessa é que o método funcione! Que seja bom e verdadeiramente ordenado ao conhecimento!
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Este vído do Olavo também é muito bom para entender por que a edução brasileira se tornou péssima.
Olavo de Carvalho — O fracasso educacional brasileiro — True Outspeak 27/01/10
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Ah! se todas as escolas católicas pensassem assim…. não haveria uma verdadeira fábrica de ateus e inimigos da Igreja formadas nos seus redutos. Na maioria das universidades e escolas católicas os alunos saem mais elogiando Che Guevara do que Jesus Cristo.
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De duas uma: ou essa “especialista” da USP (colega meu…) prova que os ex-alunos do São Bento são socialmente desajustados ou o método do século XIX é melhor!
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O ex-aluno do Colégio São Bento, João Gabriel, lembrou as palavras do antigo reitor Dom Tadeu de Albuquerque Lopes, falecido em 2010, para justificar o sucesso da Instituição de Ensino no ENEM:
[b]”O segredo da gente é continuar fazendo o que os outros colégios não fazem: ensinar.”[/b]
O Colégio São Bento pode ser criticado, mas diante de um tão bom desempenho, o que fazer?
Só resta aos modernosos de plantão morderem a testa, ou ao menos tentarem.
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Enquanto o Colégio S. Bento oferece uma educação com conteúdo e qualidade num ambiente de disciplina sadia, o sistema público transformou as escolas em laboratórios de doutrinação ideológica com distribuição de camisinhas e de cartinlhas gays.
O resultado poderia ser diferente ?????
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Parabéns ao colégio, porém algo me chamou muita atenção : “Com uma mensalidade de até R$ 2.140”.
é uma pena que pobres mortais como eu e a grande maioria dos viventes desse país não podem com um preço tão alto como esse para ter educação de qualidade.
nossos filhos terão que amargar as escolas públicas que mais prejudica a formação que ensina.
temos todo tipo de ensino nas escolas públicas, menos o que faz os homens serem homens!
se dependermos somente do ensino público, o País estará em péssimas situação.
já pensaram, se tívessemos escolas públicas nos moldes desse colégio?
escolas só para meninos e só para meninas?
e quanto a tal “especialista” da Usp, ela é que é uma desajustada total!
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É interessante notar que a segunda melhor escola também tem em suas raízes a fé católica. O instituto Dom Barreto do Piauí foi fundado por irmãs do instituto missionário de Jesus Crucificado.
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Que é caro, é verdade… Mas segundo o próprio site do CSBRJ, os pais podem solicitar à Reitoria uma bolsa de estudos após o primeiro ano de ingresso, que é concedida após avaliação sócio-financeira, o que facilita bastante o ingresso de alunos de famílias de baixa renda(que não devem ser poucos por lá).
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Parabéns ao Mosteiro !
Ouvi a comuno-professora feminista da USP.
Estava “urrando” de raíva.
O ministro da “Inducação” e provável candidato do PT à Prefeitura de SP,
o Haddad, também estava criticando o Mosteiro.
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Também uma outra escola do Piauí, o Instituto Santa Maria Goretti (que ficou em sétimo lugar), é mencionada como uma escola católica: http://noticias.terra.com.br/educacao/enem/noticias/0,,OI5346128-EI8398,00-Segunda+melhor+no+Enem+escola+do+PI+tem+aula+de+latim+e+xadrez.html
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Luciano e Humberto,
É verdade. O Dom Barreto, aqui do Piauí, que já obteve o primeiro lugar e também a segunda posição em anos anteriores, é uma escola católica, fundada por religiosos, que inclui, para espanto dos “especialistas em educação”, aulas de latim e xadrez em seu currículo.
Quanto ao Santa Maria Goretti que também é aqui do Piauí, parece-me que não tem vinculação com instituto religiosos, porém é uma escola declaradamente católica.
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Parabéns ao Colégio de São Bento, no Rio de Janeiro. Sem dúvida, é um exemplo a ser seguido.
O grande desafio é fazer toda essa estrutura também ser aplicada nas escolas públicas.
Como professora, eu sempre busco materiais que ajudem os meus alunos a se prepararem.
A Editora Moderna e o Canal Futura, por exemplo, firmaram uma parceria e criaram um programa chamado NOTA 10 ENEM, que dá várias dicas de como os alunos podem se preparar.
Tenho aplicado os vídeos em sala de aula e tem dado resultado.
Para quem quiser conhecer – http://www.nota10serie.com.br/
Acredito muito nessa estratégia de, nós, professores aplicarmos o mesmo material na sala de aula do ensino privado e público. Isso, sem dúvida, pode fazer a diferença a um longo, longo, longo prazo!
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Ah, os esquerdistas, progressistas, modernosos e “especialistas em gênero e educação” da USP estão insatisfeitos com o método do S. Bento? Estão nervosinhos com o sucesso do colégio? Então é porque o S. Bento certamente está no caminho correto. Aliás, enquanto o S. Bento está sempre na liderança entre as escolas brasileiras, formando jovens com cultura acima da média e com alto índice de sucesso profissional, a USP é um lixo consumado que não consegue figurar nem entre as 200 melhores universidades do mundo, intoxicada de marxismo rasteiro e de ideologia vigarista. Acho que a tal “especialista” deveria deixar o exitoso Colégio S. Bento em paz e se preocupar mais com a instituição a que pertence, com seu notório histórico de fracasso e de desperdício do dinheiro público.
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