O silêncio do cardeal.

Por Bernardo Mello Franco – Folha de São Paulo

Recolhido em SP, dom Paulo Evaristo Arns, que enfrentou a ditadura para defender direitos humanos, faz 90 anos.

D. Paulo, durante missa por seus 90 anos celebrada na chácara onde mora
D. Paulo, durante missa por seus 90 anos celebrada na chácara onde mora

Um dos brasileiros mais homenageados em 2011 abandonou a vida pública por opção, vive recolhido numa chácara em Taboão da Serra, nos arredores da capital paulista, e se negou a romper o isolamento para comemorar seus 90 anos de idade.

Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo e maior ícone vivo da Igreja Católica no país, fez aniversário em 14 de setembro.

Apesar da insistência de amigos e religiosos, o cardeal que enfrentou a ditadura militar (1964-1985) em defesa dos direitos humanos recusou todos os convites para celebrar a data fora do retiro.

A atitude alimentou a volta de rumores sobre sua saúde, mas os poucos que convivem com ele asseguram que sua forma física e mental é invejável para a idade.

“Ninguém entende esta opção de se recolher, mas dom Paulo está muito bem. Suas graves doenças não estão nele, estão na cabeça das pessoas”, brinca a franciscana Devani de Jesus, espécie de anjo da guarda do religioso.

Na lista de comemorações frustradas, estavam uma missa solene na catedral da Sé, um ato com discurso e plantio de árvore no largo de São Francisco e a entrega de uma placa comemorativa na Câmara Municipal. As duas últimas chegaram a acontecer, mesmo sem a presença dele.
“O pessoal fica meio decepcionado, mas compreende”, conforma-se o coordenador da Pastoral Operária Metropolitana, Paulo Pedrini. Ao justificar a opção pelo silêncio, há quatro anos, ele disse a amigos que sairia de cena para não fazer sombra aos sucessores na igreja.

“Se eu continuar dando entrevistas, vou tirar o espaço de quem está em meu lugar”, afirmou à jornalista Angélica Rittes, que passou 34 anos a seu lado na Arquidiocese.

O cardeal foi substituído pelo amigo dom Cláudio Hummes em 1998, mas continuava a aparecer em público, no rádio e nos jornais. Escreveu uma autobiografia e manteve a exposição dos tempos de arcebispo, quando desafiou generais em nome de bandeiras como o voto direto e a reforma agrária.

Na crise do mensalão, em 2005, declarou sua decepção com o ex-metalúrgico Lula, a quem visitou na cadeia e apoiou nas greves do ABC. A decisão de se retirar coincidiu com a ascensão de dom Odilo Pedro Scherer, da ala mais conservadora do catolicismo. O novo arcebispo assumiu em abril de 2007. Em dezembro, dom Paulo deixou a casa na zona norte de SP e foi para o “exílio” em Taboão.

Por escrito, dom Odilo afirmou não ver relação entre o afastamento e as mudanças na igreja. “Tenho grande apreço e relacionamento fraterno com dom Paulo”, disse.

Ele sustentou que o recolhimento “é uma decisão de dom Paulo, que é arcebispo emérito e, portanto, não está mais diante de responsabilidades diretas na igreja”. “Mesmo assim, ele tem toda a liberdade de se expressar, se achar que deve fazer isso.” O teólogo Leonardo Boff, amigo desde os anos 50, vê outra razão. “Se ele se manifestasse, criaria conflitos. Acredito que ele decidiu se calar por isso”, afirma.

OS EMBATES

As discordâncias com colegas de batina não são novidade na trajetória do cardeal, que fez críticas públicas a João Paulo 2º e travou embates com o colega Joseph Ratzinger, hoje papa Bento 16.

Em 1973, ele surpreendeu a igreja ao vender o Palácio Episcopal por US$ 5 milhões para financiar núcleos comunitários na periferia. Na cruzada contra a repressão, denunciou a tortura, visitou presos políticos e foi a Brasília protestar com o presidente Emilio Garrastazu Medici. Segundo o relato do cardeal, o general deu um murro na mesa e o enxotou gritando que seu lugar era “na sacristia”. Em 31 de outubro de 1975, dom Paulo abriu a Sé para um culto multirreligioso em memória do jornalista Vladimir Herzog, morto nos porões. O ato entrou para a história como marco inicial da luta pela redemocratização do país.

O engajamento político rendeu retaliações do Vaticano. Em 1989, sua diocese foi dividida em cinco, numa medida para esvaziar seu poder.

O cardeal não se fez de rogado. Três anos depois, estava na linha de frente pelo impeachment de Fernando Collor, acusado de corrupção.

Criado numa família de 14 irmãos em Santa Catarina, dom Paulo leva vida metódica e de hábitos franciscanos. Acorda antes das 6h30, reza missa às 7h, lê dois jornais e sai para caminhar. Toma um copo de suco de lima da pérsia às 10h, faz sua oração pessoal e almoça ao meio-dia.

À tarde, divide-se entre leituras em vários idiomas -ele prefere a Bíblia em grego. Faz novas caminhadas, brinca com sua pastora-alemã e encerra o dia com rezas e música clássica. O próprio cardeal escolhe os CDs; seu compositor predileto é Mozart. Em janeiro, dom Paulo precisou extrair a vesícula. Teve infecção pulmonar e passou 19 dias internado. No hospital, chamou o bispo emérito de Blumenau, dom Angélico Bernardino, e repetiu seu lema: “Esperança sempre!”

Foi só mais um susto para quem já sofreu um infarto, retirou a próstata, venceu um câncer no olho esquerdo e sobreviveu a um grave acidente de carro aos 71 anos.

No dia em que chegou aos 90, ele voltou a exibir disposição e bom humor ao receber convidados para sua missa na chácara, única celebração da qual aceitou participar.

Lá, arrancou risadas ao contar como virou arcebispo, após recusar três convites do papa Paulo 6º. “Fui chorar junto a São Pedro, em Roma, e [depois] comecei a ser bispo em São Paulo. E não sabia que era tão bom!”, disse.

Em outra ocasião, emocionou o jornalista e amigo Ricardo Carvalho ao descrever sua fase atual: “Estou preparando minha passagem”. O religioso, que perdeu a irmã Zilda Arns no terremoto que devastou o Haiti em 2010, voltou a conviver com a morte semana passada, quando a irmã Olivia faleceu aos 91 anos. “Estou conformado porque é a vontade de Deus”, disse a freiras que o consolaram.

Ao ser questionado sobre o assunto, dom Paulo gosta de responder de forma leve, porém espirituosa: “Estou preparado. Não tenho medo, mas também não tenho pressa.”

30 comentários sobre “O silêncio do cardeal.

  1. Bom seria se ele refletisse o mau que fez para as almas. Como pode Paulo VI ter nomeado um dos piores próceres da maldita TL de Boff para uma diocese a exemplo de SP?

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  2. O mais engraçado é dizer “Dom Odilo Pedro Scherer, da ala mais conservadora do catolicismo”.

    Pakabah!!! Imagina então como devem ser os progressistas! auahsuahsuhaush Dom Angélico é fichinha uahsuahsuha

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  3. Rezemos para que esta solidão voluntária seja para o cardeal ocasião para que o mesmo reveja toda a sua trajetória e a compare com a doutrina imutável com a santa Igreja. Não percamos a esperança! Enquanto se vive, ainda há tempo para emendas!

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  4. “Segundo o relato do cardeal, o general deu um murro na mesa e o enxotou gritando que seu lugar era ‘na sacristia'”

    Grande general Médici! Além de modernizar (tecnologicamente!) o Brasil, no relato acima quase que literalmente “ensinou a missa ao vigário”!

    Se pela Folha é considerado a maior figura da Igreja Católica no Brasil, deve ter tomado o lugar do finado dom Helder Camara, de quem fôra dito o mesmo. Aí se vê em que pontos a Fé católica chegou ao sul do Equador. Só ouvi falar no nome de dom Antonio de Castro Mayer depois de passar a frequentar sites da causa tradicional. Mas fico pensando, se estes bispos foram contemporâneos entre si, o que pensavam uns dos outros? Se dom Arns e dom Helder representavam certa preocupação às autoridades vaticanas, ao menos na era joãopaulina, dom Castro Mayer representava preocupação maior ainda, e no mesmo período!

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  5. Dom Arns enquanto arcebispo de São Paulo chegou a proibir meu antigo pároco, Padre Aldo Giuseppe Maschi, oratoriano, de trajar a batina que ele costumava usar em toda parte. Esse bispo franciscano foi uma desgraça para a Igreja e deve repensar muito sua vida, pois combateu tudo aquilo que deveria defender como bispo, sendo responsável pela proliferação da maldita lepra chamada Teologia da Libertação e as famigeradas CEB’s.

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  6. ‘na sacristia’” Interessante. Quando os padres intervém em assuntos políticos e sociais o lugar é sacristia. Mas quando silenciam em assuntos éticos e morais como aborto, casamento gay, divórcio,estão faltando ao seu dever…afinal que tipo de reinado social de Jesus Cristo é defendido pelos tradicionalistas? Só aquele que não mexe na situação confortável e poderosa dos ricos que esbanjam fortunas enquanto muitos irmãos católicos passa fome? Não sou admirador de Paulo, porque ele omitia a doutrina da Igreja em outros aspectos. Porem, muito menos apoio o dito do tal general. Lugar de Bispo e padre e tal e qual o de Jesus anunciar Cristo verdade e vida e os pecados do mundo. Ou será que na verdade muito católico dito tradicionalista está se acobertando de católico para fazer a Igreja se limitar a sacristia amordaçando-a como também desejam fazer os ateus e modernistas? Padre que só reza não incômoda ninguém!
    (Percebi que muitos comentários meus não tem sido publicados. Parece que fui censurado pelo autor do blog ,por não concordar com tudo o que os outros comentam. E olhe que não discordo dos textos do Blog. Até o considero muito completo e informativo.Mas certos comentários são sem o menor fundamento e cheios de pura ideologia ultra capitalista.. Bem faço a minha parte. Entrego tudo a Deus.)

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    1. Caro Francisco, não me recordo de ter moderado nenhum comentário seu ultimamente. Aliás, desde que feito com civilidade e sem heresias grosseiras, a política do blog é liberar os comentários. Mesmo quando há erros, demonstrada a boa-vontade do autor, o diálogo é sadio, tanto para correção de uns como para edificação de outros.

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  7. Grande padrinho do Boff e da TL.
    Provavelmente está em silêncio pois a serpente petista (que foi defendida por muitos cardeais/bispos)
    está dando os botes e destilando veneno.
    Se antes era difícil defender, imaginem agora.

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  8. De fato Rodrigo,
    Ele foi um dos últimos padres da Diocese a demover o traje eterno, e usar trajes seculares. Seu corpo rejeitou as formas dos trajes mundanos, usando calças com suspensórios para sustentar a sua situação que lhe foi degradante. Aceitou muito as penas que lhe foram impostas, para uma causa maior: A ereção da Congregação do Oratório em São Paulo, novamente, em terras brasileiras desde o pombalismo maldito que expulsou o único Oratório brasileiro em Pernambuco, no século XVII.

    Esta doeu…
    “vendeu o palácio episcopal por 5 milhões de US$ para financiar núcleos comunitários na periferia”

    Estamos sem o palácio…
    E com certeza, sem os 5 milhões…
    E os pobres, ainda mais miseráveis, com certeza ainda queriam mais..
    E sempre famintos,pois quando se perde o pão do céu, nada é suficiente…
    Perdemos o palácio, e perdemos muito mais…
    E com certeza muitos dos filhos de Deus ainda não moram… alojam-se, tomam ou escondem-se…como o MST
    Perdemos a dignidade, e o redil de mais de 30 milhões de almas brasileiras que apostataram nos últimos 20 anos..”preferindo os pentecostais” como disse D. Pedro Luiz Strighini, pois queriam falar de Deus…

    O que será aos olhos de Nosso Senhor?
    O Cristo que lava os pés dos seus?
    Ou o mesmo Cristo que na sua santa ira, fez de um feixe de cordas o seu açoite?

    Kyrie Eleison!

    E.M. RVG

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  9. “Apesar da insistência de amigos e religiosos, o cardeal que enfrentou a ditadura militar (1964-1985)”.

    Eu pensei que ele enfrentava a ditadura militar para pregar o evangelho, como os apóstolos enfrentaram o Império Romano.

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  10. Cuidado senhores! Uma hora dessas acabam “beatificado” ele também. Já imaginaram as imagens desse senhor e ou a de Helder Câmara num “altar” qualquer? Credo!!!…

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  11. Aqui está a imagem da página do jornal O Estado de São Paulo, de 19 de janeiro de 1988, contendo a carta de Dom Arns ao seu “queridíssimo Fidel Castro”. Essa carta foi publicada no Gramna, jornal oficial do Partido Comunista Cubano:

    http://www.traditioninaction.org/ProgressivistDoc/A_119_Arns-Fidel.html

    TRECHOS:

    “São Paulo, Natal de 1988
    Queridíssimo Fidel

    Aproveito a viagem de Frei Betto para lhe enviar um abraço…
    (…)
    A Fé cristã descobre nas conquistas da Revolução os sinais do Reino de Deus que se manifesta em nossos corações e nas estruturas que permitem fazer da convivência política uma obra de amor.
    (…)
    Entretanto, confio que [no Brasil] nossas comunidades Eclesiais de Base saberão preservar as sementes da NOVA VIDA que foram semeadas.
    Infelizmente ainda não se deram as condições favoráveis para que se efetue o nosso encontro.
    Tenho-o presente diariamente em minhas orações e peço ao pai que lhe conceda sempre a graça de conduzir os destinos da pátria.

    Receba meu fraternal abraço nos festejos pelo XXX Aniversário da Revolução cubana e os votos de uma ano novo promissor para o seu país.

    Fraternalmente,

    Paulo Evaristo
    Cardeal Arns”

    PS: nessa data Fidel já tinha dado cabo de 100mil inocentes -da própia população, em tempo de paz- que se opuseram “às conquistas da Revolução” onde o Cardeal via “os sinais do Reino de Deus”.

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  12. General Médici, fez bem expulsá-lo, afinal, era na sacristia que se escondia os comunistas que HOJE democraticamente o povo colocou no poder. Brasileiro é tão bonzinho!

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  13. Senhor Ferretti não entendi o seu comentário se ele foi dirigido a mim. Se o foi não faz sentido pois não estou questionando nada. Talvez o senhor tenha me entendido mal. Sim?

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  14. Que alegria seria ver Helder, Arns, Romero, Luciano Mendes, Casaldáliga, Zilda, Dorothy, Ezequiel Ramim, Gisley, e tantos outros irmãos e irmãs que doaram a sua vida em prol de uma sociedade justa e fraterna, que doaram suas vidas para a construção do Reino, sendo presença viva na vida dos carentes e marginalizados, desprezados da sociedade, seguindo o modelo de Cristo que veio para salvar e não condenar, que veio para encontrar os que estavam perdidos, que veio em busca do pobre, da prostituta, do ladrão, ao contrario de muitos que aqui se mostram sem comunhão, sem compreensão, que se intitulam donos da verdade, conservadores afoitos com medo de viver o que Cristo pediu, dando o exemplo de como não ser igreja, destilando criticas e pregando a discórdia e o preconceito, mostrando ódio para com aqueles que vivem o que Cristo disse, que vivem como as primeiras comunidades, que não se apegam no luxo e na pompa da igreja da corrupta igreja da idade média que vendia inductâncias que vendia bençãos, que vendia hóstias, que pasmem irmão vendiam Cristo na Eucaristia para sustentar os luxos do clero, ou como vocês mesmo dizem os príncipes da igreja, cujo Rei andava descalços e no meio de pecadores, muito me envergonha saber que ainda hoje possa existir católicos prepotentes e alienados como pude ver aqui no blog, católicos que preferem a corrupção da idade média, ao invés de exemplos como Francisco, Antônio, Arns e tantos outros

    que a Paz do Cristo Ressuscitado esteja sempre com vocês, que vocês se abram ao Evangelho e sempre se lembrem que o Rei da igreja sempre esteja junto aos pobres defendendo-os

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  15. Seu Luis Missao aprendeu bem a cartilha da anti igreja. Mostra palavra por palavra o beaba anticatólico das CEB’s e dos livros de “estorias”. Nota dez!

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  16. Luis Missão…qual é sua missão? Papagaiar as imbecilidades anarco-marxistas dos debilóides da Teologia da Libertação certamente…
    Só um conselho: quando for postar algum comentário no qual queira desfiar toda sua ignorância sobre História da Igreja, por favor, faça a lição de casa bem feita. Evite ler gibis e outras revistinhas de ocasião, isso está atrapalhando seu entendimento.

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  17. Indugencias. corretor automático ajuda muito nessas horas.

    Caro Derico seria então mal feita a lição de casa de quem humildemente, estudou história da igreja com professores de teologia, seria então mal feita a lição de casa de quem convive com padre teólogos, afinal a qual Jesus servis? pois se ser aquilo que Cristo nos pediu é ser anti igreja o que é ser igreja? é sair matando que não comunga a mesma fé que nós?

    Como bem disse frandyarcf “afinal que tipo de reinado social de Jesus Cristo é defendido pelos tradicionalistas? Só aquele que não mexe na situação confortável e poderosa dos ricos que esbanjam fortunas enquanto muitos irmãos católicos passa fome?” é essa a fé de vocês, então meus queridos irmão acho que estão todos sendo hereges, pois o própio Papa pensa diferente pelo menos foi o que ele disse ao diretor da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Jacques Diouf em carta. Bento XVI faz um apelo por uma economia que respeite cada vez mais a dignidade humana e ressalta que o futuro da família humana necessita de um novo impulso para superar as atuais fragilidades e incertezas. O Santo Padre reiterou o compromisso da Igreja Católica junto das organizações que trabalham para garantir alimentação a todos. “A Igreja através de suas estruturas e agências humanitárias continuará trabalhando nessa linha para que todos os povos e comunidades disponham da necessária segurança alimentar”, pois então seria Bento XVI TL? ou seria ele Católico verdadeiramente?

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  18. Quais teólogos? De qual teologia? Não me diga, deixe-me adivinhar: a nova teologia nascida no laboratório Vaticano II….acertei???
    Luis Missão, por favor, não me faça rir…a tal teologia que te enfiaram goela abaixo não é teologia, é “ateologia”…faça-me o favor!

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  19. então Derico pelo que vejo és contra João XXIII e Paulo VI, pois não é de costume dos tradicionalista que quem é contra o papa é contra Deus e quem é contra Deus é herege? creio que vejo divergências e grandes discordancias nos posicionamentos de vocês, não?!?

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  20. Os corifeus da esquerda “católica” citados pelo Luis Missão Impossível, notáveis e CONHECIDOS por suas ânsias de caridade, sempre fizeram de suas brilhantes vidas exatamente aquilo que Cristo desaconselhou: “Não saiba a esquerda o que fez a direita”. Enquanto na História da SANTA Igreja Católica, os santos faziam a caridade objetivando a glória de Deus e o bem do próximo (NESTA ORDEM) e não a própria glorificação, os arautos do marxismo teológico são os que gritam nos palanques e nos altares pelo tão fantasioso “mundo melhor”, não se contentando em fazer a caridade às escondidas, como ensinada por Nosso Senhor.

    O político Carlos Lacerda relata um episódio engraçado sobre o benfazejo dom Helder Câmara em um livro de memórias. Dom Helder, quando Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, já tinha pretensões de ser o salvador do mundo e visitava os bairros carentes da então capital federal, prometendo coisas e coisas e depois exigindo que o PODER PÚBLICO concretizasse suas promessas, ou seja, prometia pelos outros e não por si próprio. Carlos Lacerda, então governador do extinto Estado da Guanabara, recebeu a visita de líderes de uma nova favela que surgia no morro, que de forma subitânea e mal-educada lhe cobravam a implantação de luz elétrica no bairro, pois dom Helder prometera que ele colocaria! Perplexo e afrontado, o governador redargüiu que se dom Helder prometeu, dom Helder que dê a luz no bairro! E encerrou a audiência.

    Mas o Modelo Dom Helder de caridade foi vitorioso na “igreja brasileira”, multifacetada em suas inúmeras e inimagináveis “pastorais” e mesmo nas ONGs financiadas pelo governo do PT. Sempre pedindo, sempre pidunchando a verba alheia para que seus titulares façam publicamente as suas heróicas caridades e toquem a trombeta diante de si, conforme a firme e bem viva tradição farisaica de filantropia progressista!

    Há pouco lia sobre a vida de São Francisco de Assis, de como ele se despojou DE TODOS OS SEUS BENS PESSOAIS em favor dos pobres. Ele não foi solicitar dinheiro ao pai ou ao bispo. Assim agiam os santos cristãos, tanto os nobres como os pobres.

    Já o auto-proclamado “filho de São Francisco” Leonardo Boff é proprietário de uma bela chácara de veraneio em Petrópolis, na chiquérrima região serrana do estado do Rio, e de outra em Santa Catarina. Além de ser muito bem pago pelas conferências que dá ao redor deste mundo corrompido. Eu, um tradicionalista e conservador, nunca andei de avião na vida, nem ninguém da minha família…

    O Concílio e as Conferências de Medellín e Puebla ressuscitaram na Igreja o modelo de caridade dos fariseus: a caridade midiática, proclamada aos quatro ventos, para que a torpe direita sempre fique sabendo o que faz a heróica esquerda, e com a trombeta da glorificação dos heróis soando eternamente diante dos que fazem o bem sem de fazê-lo por si mesmos, sempre com o chapéu de outrem.

    Quando ao Cardeal Arns, também gostaria de contar outro fato engraçado narrado por Olavo de Carvalho.

    A mãe do Olavo foi funcionária na Cúria Metropolitana de São Paulo, e precisava receber um pagamento previsto pela lei previdenciária de então, e para isto teria de pedi-lo ao Cardeal Arns. A senhora muito humilde e respeitosa para com um prelado da Igreja ficou por horas sendo enrolada no gabinete arquiepiscopal, e o homem de falar untuoso, defensor dos pobres e perseguidos, fazendo rodeios e circunlóquios. O irmão do Olavo do lado de fora ouvindo tudo, não se agüentou e invadiu a sala, dizendo ao Cardeal: “Isto aqui é um prostíbulo e o senhor é o cafetão!” O cardeal não disse mais nenhuma palavra, e o pagamento da idosa saiu!

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  21. Sr. Missao, Jesus Cristo veio á terra para os pecadores. O que, certamente, inclui as prostitutas, ladrões, etc., e, eu mesmo, o senhor, o Antonio Ermirio, o Ferreti, o Derico, o Roberto Marinho, enfim, todos os pecadores marcados com o pecado original e que tinham perdido a herança do Reino dos céus. Por esquecimento, talvez, o sr. tenha se esquecido de dizer que o Seu Reino não é deste mundo. Não apenas reino, como o sr. disse. Aliás, não seria burgues chamar reino?

    O sr. manhosamente cita o Papa Bento XVI, mas se esquece que este mesmo Papa é sucessor dos mesmos Papas do tempo da Idade Média. O sr. é católico integralmente? Ou só no varejo?

    E continua com seu beaba, juntamente com o frandyarcf, perguntando e respondendo cheio de preconceito como que os católicos pensam sobre o Reinado Social de Cristo, transcrevendo palavra por palavra os mesmos chavões da anti Igreja.

    O senhor já respondeu o que é ser anti Igreja.

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  22. Primeiramente reitero minhas desculpas ao Ferrati. É que não tinha visto a publicação do comentário depois de um dia em que eu o havia postado. E julguei que devido a frase “que espécie de Reinado Social de Jesus Cristo…” este fosse censurado porque sei que muitos dos tradicionalistas o tomariam como ofensa. Eu não sou da Teologia da Libertação e muito menos comunista. E pela graça de Deus também sou anti-capitalista. Defendo Evangelho de Jesus Cristo. Ele pregou para vermos os irmãos na fé como verdadeiros irmãos a quem não pode faltar pão, comida, moradia e vestuários. Que não deve dormir embaixo de pontes e morar em favelas imundas. E o verdadeiro Reinado de Cristo não indica que ele deva ficar restrito as sacristias. Eis aí a Doutrina Social da Igreja (Que os tradicionalistas deveriam ler e defender) ensina. Toda propriedade tem sobre ela o peso de uma divida social. Ou seja, nenhuma propriedade tem valor absoluto e principalmente se deixa os outros sem meios de sobrevivência ou se coloca muitos na miséria. As oportunidades devem ser iguais para todos. Como disse antes, Dom Paulo, omitia outras verdades fundamentais da fé. Mas só a caridade assistencial para como o pobre não é o ensino da Igreja. A doutrina social da igreja não se limita a caridade ao mero existencialismo das esmolas. É a isto que os tradicionalistas econômicos se limitam. Dar uma esmolinha aqui, uma moedinha acolá.Nem me lembrem do óbulo da viuva. Não estou discutindo intenções o valor da esmola. Estou defendendo que a denuncia da miséria e a luta por um economia cristã é também dever do cristão. Há milhares de ricos católicos que não fundam uma escola, um hospital e nem se quer cooperam com entidades que melhoram a vida dos pobres. O Reinado de Cristo é também SOCIAL e não apenas espiritual. E o social implica também o econômico. E pra encerrar respondam: Por que Zaqueu depois de receber Cristo prometeu a ele repartir a metade de seus bens como os pobres e devolver o que havia roubado? Lucas 19,8-9. Devolver o roubo, era dever, mas repartir a metade dos bens com os pobres, que por certo não o ajudaram a ficar rico não era uma obrigação. Mas sem dúvida Cristo deve ter dada a ele uma grande lição de que riqueza não é tudo e de que a situação dos pobres não ser indiferente a um verdadeiro cristão. O ideal do cristianismo é este: “Não havia necessitado entre eles.” Atos 4, 34-35

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