Os fundadores do Caminho Neocatecumenal esperam obter a aprovação vaticana definitiva de seu modo “convival” de celebrar as missas. O documento está pronto, mas poderia ser modificado ou bloqueado in extremis. O veredito em 20 de janeiro.
Por Sandro Magister | Tradução: Fratres in Unum.com

Roma, 13 de janeiro de 2012 – Como em outras vezes nos anos passados, também neste mês de janeiro, na sexta-feira, 20, Bento XVI encontrará no Vaticano, na sala de audiências, milhares de membros do Caminho Neocatecumenal, com seus fundadores e líderes, os espanhóis Francisco “Kiko” Argüello e Carmen Hernández.
Há um ano, na audiência de 17 de janeiro de 2011, o Papa comunicou à entusiasmada platéia que os treze volumes do catecismo em uso em suas comunidades haviam recebido a tão esperada aprovação, após um longo exame iniciado em 1997 pela Congregação para a Doutrina da Fé e após a introdução de numerosas correções, com quase 2000 citações de passagens paralelas do catecismo oficial da Igreja Católica.
No próximo 20 de janeiro, por sua vez, os líderes e os membros do Caminho esperam das autoridades supremas da Igreja um “plácet” ainda mais ardentemente desejado. A aprovação oficial e definitiva do que para eles é o elemento característico distintivo mais visível, e também o mais controverso: o modo como celebram as missas.
Os quatro elementos
As missas das comunidades neocatecumenais se distinguem desde sempre por, ao menos, quatro elementos.
1. São celebradas em grupos reduzidos que correspondem aos distintos estágios de avanço no itinerário catequético. Se em uma paróquia, por exemplo, há doze comunidades neocatecumenais, cada uma em um estágio distinto, outras tantas serão as missas, celebradas em locais separados, mais ou menos no mesmo horário, preferivelmente no sábado pela noite.
2. O ambiente e a decoração seguem a imagem de um banquete: uma mesa com os comensais sentados ao redor. Também quando os neocatecumenais celebram a missa em uma igreja, e não em uma sala paroquial, ignoram o altar. Colocam uma mesa no centro e se sentam em torno dela em círculo.

3. Cada uma das leituras bíblicas da missa é precedida por uma extensa “monição” por parte de um ou outro dos catequistas que guiam a comunidade e são seguidas, especialmente após o Evangelho, pelas “ressonâncias”, isto é, por reflexões pessoais de um grande número dos presentes. A homilia do sacerdote se acrescenta às “ressonâncias, sem se distinguir delas.
4. Também a comunhão se realiza reproduzindo a forma do banquete. O pão consagrado – um grande pão ázimo de farinha de trigo, dois terços branca e um terço integral, preparado e cozido durante um quarto de hora, segundo as minuciosas regras estabelecidas por Kiko – é repartido e distribuído aos presentes, que permanecem em seus lugares. Uma vez acabada a distribuição, todos o comem simultaneamente, inclusive o sacerdote. Após, passa-se de um a um o cálice do vinho consagrado, do qual cada um dos presentes bebe.
Há outras particularidades, mas bastam estas quatro para entender quanta diversidade de forma e de substância há entre as missas dos neocatecumenais e as celebradas segundo as regras litúrgicas gerais. Uma diversidade certamente mais acentuada da que há entre as missas no romano antigo e no rito moderno.
As autoridades vaticanas tentaram várias vezes reconduzir os neocatecumenais a uma maior fidelidade à “lex orandi” em vigor na Igreja Católica. Mas com pulso débil e resultados quase nulos.
O chamado mais forte se deu com a promulgação dos estatutos definitivos do Caminho, aprovados em 2008.

Neles, no artigo 13, as autoridades vaticanas estabeleceram que as missas das comunidades devem estar “abertas também a outros fiéis”; que a comunhão deve ser recebida “de pé”; que para as leituras bíblicas são permitidas, além da homilia, apenas “breve monições” introdutórias.
Não há sinais das “ressonâncias” (admitidas nos estatutos precedentes, provisórios, de 2002) neste mesmo artigo 13, dedicado à celebração da missa. Fala-se disso apenas no artigo 11, que se refere, no entanto, às celebrações da Palavra durante a semana, que cada comunidade realiza com seus próprios catequistas.
É fato: o modo como hoje os neocatecumenais celebram a missa mudou muito pouco em relação ao modo como celebravam há alguns anos, quando, ademais, passavam de mão em mão, festivos, os copos com o vinho consagrado.
Somente na teoria suas missas de grupo foram abertas também a outros fiéis.
Sentados ou de pé, seu modo convivial de fazer a comunhão é sempre o mesmo.
As “ressonâncias” pessoais dos presentes continuam invandindo e prevalecendo na primeira parte da missa.
E não é só. Da audiência com Bento XVI do próximo dia 20 de janeiro, Kiko, Carmen e seus seguidores esperam sair com uma aprovação explícita de tudo isso.
Uma aprovação com todos as bençãos da oficialidade. Promulgada pela congregação vaticana para o Culto Divino.
Ratzingeriano e antipapa.
Com um Francis Arinze como cardeal prefeito da congregação e, sobretudo, com um Malcolm Ranjith como seu secretário – como era até há poucos anos – uma aprovação semelhante teria sido impensável.
O Cardeal Arinze, atualmente aposentado, foi protagonista, em 2006, de um choque memorável com os chefes do Caminho, quando lhes ordenou, por uma carta, uma série de correções, às quais eles insolentemente desobedeceram.
Quanto a Ranjith – hoje de volta à sua pátria, Sri Lanka, como arcebispo de Colombo –, é difícil encontrar, entre os cardeais, um mais aguerrido que ele na defesa da fidelidade à tradição litúrgica. No campo da liturgia, o Cardeal Ranjith tem fama de ser mais ratzingeriano que o próprio Joseph Ratzinger, seu mestre.
Hoje, à frente da congregação para o Culto Divino está outro cardeal que se passa também por um ratzingeriano de ferro, o espanhol Antonio Cañizares Llovera.
Mas, a julgar pelo documento que estaria pronto para o próximo 20 de janeiro, não seria próprio dizê-lo.
De fato, dar via livre, por sua parte, à “criatividade” litúrgica dos neocatecumenais não seria outra coisa senão arruinar a sábia e paciente obra de reconstrução da liturgia católica que o Papa Bento está realizando há anos, com uma valentia que é igual à grande solidão que o cerca.
E forneceria um argumento a mais às acusações dos tradicionalistas, para não falar dos lefebvrianos.
Entre a astúcia e a indulgência

Existe uma astúcia que os neocatecumenais adotam quando Papas, bispos e cardeais participam de suas missas: a de se ater às regras litúrgicas gerais.
O Cardeal Cañizares não é o único que caiu na armadilha. O que o fez acreditar que as intemperanças litúrgicas do Caminho, embora existam, seriam mínimas e perdoáveis, se comparadas ao fervor de fé de seus participantes.
Como ele, muitos cardeais e bispos tiveram os neocatecumenais em consideração, especialmente na Espanha. Na cúria vaticana, gozam de um forte apoio do prefeito da “Propaganda Fide”, Fernando Filoni, anteriormente substituto da Secretaria de Estado.
Assim, enquanto as autoridades vaticanas são inflexíveis com os outros movimentos católicos, exigindo o respeito das normas litúrgicas, são mais indulgentes com os neocatecumenais. Por exemplo, tolera-se que suas missas sejam inundadas de “ressonâncias” e, em troca, a poderosa comunidade de Santo Egídio foi obrigada, há anos, a que a homilia fosse proferida exclusivamente pelo sacerdote e não, como ocorria antes, por seu fundador, Andrea Riccardi, ou outros líderes leigos da comunidade.
Esta difundida indulgência em relação às licenças litúrgicas dos neocatecumenais tem uma explicação que se remonta aos primeiros tempos dos movimento, e é útil recordá-la.
“Lutero tinha razão”
No campo litúrgico, mais que Kiko, é a co-fundadora Carmen Hernández quem modela o “rito” neocatecumenal.
Nos anos do Concílio Vaticano II e imediatamente após, quando ainda usava o hábito religioso das Missionárias de Cristo Jesus e estudava para obter licença em teologia, Carmen se apaixonou pela renovação da liturgia. Seus mestres e inspiradores foram, na Espanha, o liturgista Pedro Farnés Scherer, e, em Roma, Don Luigi della Torre, outro liturgista de renome, pároco da igreja da Natividade na Via Gallia, uma das primeiras comunidades romanas do movimento, e Monsenhor Annibale Bugnini, na época poderoso secretário da congregação vaticana para o Culto Divino e principal artífice da reforma litúrgica pós-conciliar.
Foi exatamente Bugnini, no início dos anos 70, quem se alegrou com a maneira com que as primeiras comunidades fundadas por Kiko e Carmen celebravam a missa. Escreveu sobre isso em “Notitiae”, a publicação oficial da congregação para o Culto Divino. E foi ele, de novo, junto com os co-fundadores, quem decidiu chamar o recém-nascido movimento de “Caminho Neocatecumenal”.
Das visitas a estes liturgistas e de uma desenvolta reelaboração de suas teses, Kiko e Carmen retiraram sua concepção pessoal da liturgia católica, que colocaram em prática nas missas de suas comunidades.
Há um livro de um sacerdote da Ligúria [ndr: noroeste da Itália], pertencente ao Caminho, Piergiovanni Devoto, que, valendo-se de textos inéditos de Kiko e Carmen, expôs em público sua bizarra concepção.
O livro, publicado em 2004 com o título “O Neocatecumenato. Uma iniciação cristã para adultos”, e com a calorosa apresentação de Paul Josef Cordes, à época presidente do pontifício conselho “Cor Unum”, hoje cardeal, foi impresso por Chirico, a editora napolitana que também publicou a única obra traduzida ao italiano de Farnés Scherer, o liturgista que foi o primeiro a inspirar Carmen.
Eis, abaixo, algumas passagens do livro, extraídas das páginas 71-77.
“No decorrer dos séculos, a eucaristia foi partida e encoberta, revestida até o ponto em que não víamos em nenhuma parte de nossa mesa a ressurreição de Jesus Cristo”…
“No século IV, com a conversão de Constantino, também o imperador, com seu séqüito, ia à igreja para celebrar a eucaristia: nascem assim as liturgias de entrada, tornadas mais solenes por cantos e salmos e, quando estes são eliminados, permanece apenas a antífona, sem o salmo, o que constitui um verdadeiro e próprio absurdo”…
“De forma análoga, aparecem as procissões do ofertório, nas quais emerge a concepção própria da religiosidade natural que tende a aplacar a divindade através de dons e oferendas”…

“A Igreja tolerou durante séculos formas não genuínas. O ‘Gloria’, que fazia parte da liturgia das horas recitada pelos monges, entrou na missa quando se fez, das duas ações litúrgicas, uma única celebração. O ‘Credo’ fez sua aparição quando surgiram as heresias e apostasias. Também o ‘Orate Fratres’ é um grande exemplo das orações com as quais se ornamentava a missa”…
“Com o passar dos séculos, as orações privadas são incluídas em grande quantidade na missa. Já não existe a assembléia, a missa adquiriu um tom penitencial, em nítido contraste com a exultação pascal da qual surgiu”…
“E enquanto o povo vive a privatização da missa, por parte dos doutos são elaboradas teologias racionais que, embora contendo ‘in nuce’ o essencial da Revelação, estão cobertas por hábitos filosóficos alheios a Cristo e aos apóstolos”…
“Então se entende porque surgiu Lutero, que fez tabula rasa de tudo o que ele acreditava ser acréscimo ou tradição puramente humana”…
“Lutero, que nunca duvidou da presença real de Cristo na eucaristia, rechaçou a ‘transubstanciação’ por ser vinculada ao conceito de substância aristotélico-tomista, alheio à Igreja dos apóstolos e dos Padres”…
“A rigidez e o fixismo do Concílio de Trento geraram uma mentalidade estática na liturgia que chegou até os nossos dias, disposta a se escandalizar com qualquer mudança ou transformação. Isso é um erro, pois a liturgia é Vida, uma realidade que é o Espírito vivo entre os homens. Por isso não se pode engarrafá-la”…
“Fora já de uma mentalidade legalista e fixista, assistimos, com o Concílio Vaticano II, uma profunda renovação da liturgia. Eliminou-se da eucaristia toda essa pompa que a recobria. É interessante ver que, inicialmente, a anáfora [isto é, a oração da consagração – ndr de Chiesa] não estava escrita, mas era improvisada pelo presidente”…
“A celebração da eucaristia no sábado à noite não é para facilitar o êxodo dominical, mas para ir às raízes: o dia de descanso para os hebreus começa a partir das três primeiras estrelas da sexta-feira, e as primeiras vésperas do domingo para toda a Igreja são, desde sempre, o sábado à noite”…
“Com o sábado, trata-se de entrar na festa com todo o ser, para se sentar à mesa do Grande Rei e provar já hoje o banquete da vida eterna. Depois da ceia, um pouco de festa cordial e amigável concluirá esta jornada”…
Uma pergunta
Este seria “o espírito da liturgia” – título de um livro capital de Joseph Ratzinger – que as autoridades vaticanas se preparam para validar, com a práxis que dele decorre?
É a reforma da reforma da reforma litúrgica!
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Eis o que faz um câncer quando não é extirpado em tempo: mata todos os tecidos ao redor, e avança indefinidamente até matar o organismo todo em que ele se desenvolveu.
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Eu tenho que concordar com Orlando Fedeli:
“Kiko é um herege imanentista e anti racional. Portanto um modernista. De católico ele não tem nada.
Só em tempos dominados pelo ecumenismo relativista um homem como esse pode ser mantido na direção de um movimento que se apresenta como católico e que, na verdade, é uma seita herética.”
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excelente texto!
obrigado pela publicação.
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N é à toa que disseram que o fim do mundo seria em 2012!
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De todos os “movimentos” que já se infiltraram na Igreja para corrompe-la, a teologia da libertação e o caminho neocatecumenal são os que mais me assustam.
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Eu tenho que concordar com Orlando Fedeli:
“Kiko é um herege imanentista e anti racional. Portanto um modernista. De católico ele não tem nada.
Só em tempos dominados pelo ecumenismo relativista um homem como esse pode ser mantido na direção de um movimento que se apresenta como católico e que, na verdade, é uma seita herética.”(2)
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Meus irmãos,
Se fosse tão herético assim porque os papas sempre apoiaram essa realidade da Igreja. Bento XVI conheceu o Neocatecumenato ainda quando era Padre. João Paulo II presidiu várias vezes as Eucaristias com as comunidades de Roma. Correções, exortações, admoestações da Igreja sempre são necesárias para qualquer Carisma que pertença a Igreja. A Igreja é Mãe e como tal corrige, e como Caminho Neocatecumnal não seria diferente.
É preciso conhecer de fato essa realidade da Igreja antes de tecer comentários carregados de rancor e preconceito. Fico com as palavras dos Papas:
João Paulo II : “Reconheço o Caminho Neocatecumenal como um itinerário de formação católica, válida para a sociedade e para os tempos de hoje”.
(Paulo VI às Comunidades Neocatecumenais, Audiência Geral, 8 maio 1974, Texto in Notitiae 96-96, 1974, 230).
“Quanta alegria e quanta esperança nos dais com vossa presença e com vossa atividade… Viver e promover esse despertar é o que chamais de forma “pos-batismo”, que poderá renovar nas comunidades cristãs de hoje os efeitos da maturidade e de aprofundamento que na Igreja primitiva eram realizados pelo período de preparação ao batismo”
Paulo VI. Audiência geral de 12 de janeiro de 1977. – Texto extraído da gravação da Rádio Vaticana).
“Muita gente se volta para essas Comunidades Neocatecumenais porque vê que nelas há sinceridade, há verdade. Há alguma coisa viva e autêntica: é Cristo que vive no mundo. Que isso aconteça com a Nossa bênção apostólica.”
DISCURSO DO PAPA JO�O PAULO II AOS MEMBROS DO CAMINHO NEOCATECUMENAL
Sala Clementina – Cidade do Vaticano 24/01/1997
Quisestes deste modo comemorar os trinta anos de vida do Caminho. Quanta estrada percorrestes com a ajuda do Senhor! O Caminho viu nestes anos um desenvolvimento e uma difusão deveras impressionantes na Igreja. Iniciado entre os favelados de Madrid, como o pequenino grão de mostarda do Evangelho ele tornou-se, após trinta anos, uma grande árvore, que se estende já a mais de 100 países do mundo, com presenças significativas também entre os católicos de Igrejas de rito oriental.
Como todo o aniversário, também o vosso, visto à luz da fé, se transforma em ocasião de louvor e de agradecimento pela abundância dos dons, que o Senhor concedeu nestes anos a vós e, por vosso intermédio, à Igreja inteira. Para muitos a experiência neocatecumenal foi um caminho de conversão e de amadurecimento na fé, através da redescoberta do Baptismo, como verdadeira fonte de vida, e da Eucaristia, como momento culminante na existência do cristão: através da redescoberta da palavra de Deus que, repartida na comunhão fraterna, se torna luz e guia da vida, através da redescoberta da Igreja, como autêntica comunidade missionária.
Quantos jovens e moças, graças ao Caminho, descobriram também a própria vocação sacerdotal e religiosa! A vossa visita hodierna oferece uma feliz oportunidade, também a mim, para me unir ao vosso cântico de louvor e de acção de graças pelas «grandes coisas» (magnalia) que Deus está a realizar na experiência do Caminho.
Com efeito, nestes anos vós haveis realizado muito, podemos ver isso também aqui2, e numerosas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada nasceram no meio de vossas comunidades. Hoje, todavia, é particularmente às famílias que se volta a nossa atenção. Mais de 200 famílias estão sendo enviadas em missão; são famílias que partem sem grande apoio humano, mas contando antes de tudo com o sustento da Providência divina. Queridas famílias, vós podeis testemunhar com a vossa história que o Senhor não abandona aqueles que Nele confiam. Continuem a difundir o evangelho da vida. Por onde vos conduz a vossa missão, deixai-vos iluminar pela consoladora palavra de Jesus: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça, e tudo vos será dado em acréscimo”, e ainda “Não vos inquieteis pois pelo dia de amanhã, pois o dia de amanhã já tem as suas inquietudes” (Mt 6, 33-34). Em um mundo que procura certezas humanas e seguranças terrenas, mostrai que Cristo é a rocha sólida sobre a qual se constrói o edifício da própria existência e que a fé depositada Nele não é jamais vã. A santa Família de Nazaré vos proteja e seja vosso modelo. Eu asseguro a minha oração por vós e por todos os membros do Caminho Neocatecumenal, enquanto com carinho dou a cada um a Bênção Apostólica.
DO PAPA BENTO XVI �S COMUNIDADES NEOCATECUMENAIS SOBRE O ENVIO DE 200 FAM�LIAS PARA A MISS�OS �AD GENTES�
Aula Paulo VI (Cidade do Vaticano) 01/12/2006
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Se essa palhaçada for aprovada , aprovar-se-á a missa luterana , a missa protestante.O que mais me deixa impressionado é que Carmen Hernadez possa ter escrito tudo isso , possa liderar um movimento que tem lugar no interior da Igreja mesmo tendo defendido heresias tão clamorosas quanto estas.Hoje na Igreja infelizmente sobem a altos postos os que não tem fé e os que tem são marginalizados.
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Aprovações dos papas não tornam por si mesmo um carisma correto. Até porque os papas mais recentes são diplomatas. Fazem de tudo para evitar um cisma, uma separação. Se Lutero houvesse nascido e tentado a reforma nos dias atuais ele teria fundado mais um movimento. Movimento dos católicos reformados e Roma teria reconhecido e nem que se quer teríamos um Concilio de Trento. Estamos no tempo de agradar a todos e de temer a desagradar a um só. A questão é que no meio do caminho da liberação geral tem uma pedra. Os tradicionalistas que ainda acreditam em heresia e anátemas. E gostariam de um papa corajoso ( ou imprudente para muitos) declarasse com firmeza as heresias existentes hoje e colocasse fora do corpo visível da Igreja estes movimentos com doutrinas exóticas e contraditórias. Papas com a coragem dos pais da Igreja que enfrentaram , como um Santo Atanásio, quase sozinhos os grandes hereges de antes. Queira Deus nos mandar um papa como esta tempera de um Santo Atanásio e a intransigência e o zelo do Santo profeta Elias.
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O que faz o neocatecumenato muitíssimo perigoso à unidade na Fé, e torna dissidências um acontecimento raro, é a paridade quase perfeita entre a lex credenti e a lex orandi, entre o conteúdo catequético e na praxe litúrgica, deste movimento. Em outras palavras, o que se ensina de errado e herético nas apostilas é colocado perfeitamente em prática em suas celebrações. E o que nelas se pratica de estranho e herético, é retroalimentado/reforçado nas catequeses. Isso tudo regado a uma metodologia sética que, para resumir bastante: não permite questionamentos públicos sem forte repreensão pública ou privada e risco mesmo de expulsão ou segregação interna (declarada ou oficiosa) ou rebaixamento a etapas anteriores que julguem os catequistas necessário para aniquilar a “incompreensão” do querelante; condiciona seus incautos adeptos a repreenderem suas próprias consciências (ao arrepio do próprio CVII, que endeusa a consciência e que eles dizem defender) quando elas lhes apontam algo estranho (às custas mesmo da sanidade mental de alguns), e; fabrica e mantém uma coesão entre os membros baseada em confissões comunitárias não sacramentais, muitíssimo eficientes em desestimular o desligamento de um ou outro membro diante da silencioso risco de verem o conteúdo de suas confissões comentado e/ou relevado, e a desonra de suas promessas ao início do itinerário (até mesmo com uma subscrição pública na folha de rosto de uma Bíblia) serem comparadas levianamente a uma apostasia. Não é, pois, a toa que os neocatecúmenos fazem tanta questão de se manterem fiéis as invencionices de Kiko e suas arqueologias litúrgicas incompletas ou erradas. Sem elas, a doutrina herética do mesmo Kiko et caterva perde sentido, ou mesmo torna-se contraditória. Esse é o tripé do Caminho: Doutrina herética, Liturgia igualmente herética (reforçadora daquela doutrina) e Metodologia sética, mal disfarçada por uma alegada vida comunitária e por um condicionamento mental comparável ao que é praticado em certas seitas neopentecostais declaradamente protestantes.
Como se não bastasse isso tudo, a força política, o poder econômico e o tráfico de influência deste movimento, à semelhança do que ainda é praticado pelos Legionários de Cristo, são enormes e eficazes, e precisam vir a tona para toda a orbe e serem duramente repreendidos. Não é possível a arrecadação milionária, ao mesmo método de neopentecostais da Assembléia de Deus (com sacolas extras, compulsoriedade de 10%, dízimo com boleto bancário e cartão de débito), continue financiando viagens, congressos, seminários, etc, que, em paralelo a ensinarem muitos quesitos de ortodoxia, piedade e costumes católicos, servem mesmo e principalmente para bajular bispos e inaugurar e manter uma nova seita protestante no seio da Igreja, que ou desconhece (a maioria de boa-fé e em estado vencível de ignorância) ou tem repúdio (minoria maliciosa) por grande parte de sua história e sua infalível doutrina.
Por uma questão de justiça, tovadia, há de se ponderar que algumas peculiaridades narradas pelo jornalista Sandro Magister — como o terço de farinha de trigo no pão a consagrar, grupos na mesma paróquia que necessariamente celebrariam a Euscaristia neocatecúmena em diferentes salas e/ou horários — que ou são exageros, ou pertencem a uma prática remota que, por uma questão de compromisso, e não aparentemente por reforma das convicções dos fundadores, foram alteradas ao longo do tempo, ou ainda seriam praticadas em alguns lugares. Não macula nem atenua a narrativa, mas é bom que se coloque essas coisas para que pessoas que ali leiam esse relato não desmereçam todo o resto (que é muito mais grave) em decorrência dessas imprecisões.
Para quem queira se aprofundar na lamentável e iminente aprovação do rito de Kiko, há um apanhado de artigos publicado recentemente pelo blog Rorate Caeli, que tanto aprofunda melhor a situação atual quanto vasculha com mais detalhes as movimentações políticas dos fundadores e líderes desse movimento de 10 ou 15 anos para cá.
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Se a rc”c” foi aprovada, certamente o Caminho Neocatecumenal será, infelizmente…
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Caro Emerson,
Não é de hoje que, bastando citar o Neocatecumenato neste blog, você se ocupa em vir aqui em socorro dos seus (presume-se que você, de boa-fé, participe disso). Sempre, entretanto, com os mesmos argumentos de autoridade, rasos e mal usados. Você faz citar uma série de discursos diplomáticos papais e participações de alguns destes em celebrações neocatecumenais. Deveria já ter se convencido de que isso não é prova nem sequer indício de infalibilidade do que ora se denuncia. Para começar, sem busca nem esforço eu conheci pessoalmente pelo menos um padre (por escrito, alguns mais) que, tendo “presidido” bem mais Eucaristias neocatecumenais que todas aquelas que os últimos papas tenham celebrado ou assistido, deixou-os assim mesmo quando deu-se conta dos erros ensinados e propagados nessas celebrações. Já sobre os discursos papais, só para ficar nos últimos cem anos, papas já fizeram discursos calorosos em favor dos Sillon e da Teologia da Libertação, e nem por isso foram incapazes de censurá-los fortemente tempos depois, quando se julgaram melhor informados e/ou traídos por informantes seus ou por líderes/representantes daqueles. Não poderia acontecer exatamente o mesmo com o Neocatecumenato? Não o incomoda nem traz-lhe suspeição o fato de que o elogio mais especializado e objetivo expedido de Roma a respeito do rito argueliano tenha sido da lavra do franco-maçom e modernista mons. Anibale Bugnini, o mesmo que Paulo VI removeu para o Irã logo depois de relevada sua identidade maçônica?
Se vc responde sim a essas duas imediatas perguntas, por que você continuaria a usar de uma retórica legalista e falaciosa, envolvendo papas quando você é incapaz de provar que eles tenham expressamente professado as heresias contidas nas catequeses de Kiko e Carmen, citadas aqui e acolá, entre aspas, na Internet e no mundo? No máximo, você poderia conclamar a todos um tal “silêncio obsequioso”, que seria ainda discutível já que os erros e heresias que o Neocatecumenato propaga e pratica são suficientemente numerosos, intensos e públicos para serem repreendidos oportuna e publicamente, sem demora. Mas alegar uma (quase) adesão de fé a discursos diplomáticos e aprovações dicasteriais presididas por suspeitos simpatizantes, é demais.
Antes de defender o Neocatecumenato publicamente você deveria exigir de seus catequistas, e até do Kiko se necessário, que finalmente publique o INTEIRO teor das catequeses que se alega terem sido aprovadas pela Santa Sé. Dadas as patentes heresias nelas contidas (algumas citadas na tradução do presente artigo; muitas outras mais em sites de defesa da ortodoxia católica), é de se cogitar uma de duas: ou se retirou delas trechos e/ou procedimentos que dificultariam/impediam as pretensões de Kiko et caterva, possibilitando assim que a Santa Sé as aprove sem se comprometer com os erros omitidos (esse artifício, se ocorreu, não seria inédito, tendo sido usado em beatificações e canonizações recentes); ou se aprovou real e integralmente todos os erros de Kiko, e aí se guardaria o conteúdo dessas catequeses como um “contrato de gaveta”, impublicável na íntegra. De uma forma ou de outra, a revelação desses documentos, tal como teriam entrado e saído do Vaticano, mostraria a incompletude deles (e aí Kiko precisaria dizer por que deles se retirou alguns trechos e, ensinar, no lugar, a verdade que um dia negou ou deixou de ensinar) ou demandaria uma pública demonstração de ortodoxia dos trechos que caíram em indiscrição ao longo das últimas duas décadas.
Em Cristo e Maria,
Antonio
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Essa, agora.
Como sempre, apesar deste bizarro movimento, a Santa Sé irá aprová-lo, já que ela quer conter todas as coisas boas e ruins.
Irá englobar isso também, certamente. E terá defensores entre os que conhecem a doutrina da Igreja. Aí depois disso, na missa que vem o papa manda tirarem os flabelli do museu, ou Guido Marini coloca novamente uma falda ou o fânon, então todos exclamarão: “Oh, como o Santo Padre está restaurando as coisas, como é tradicional!”.
Estou farto disso, e o pior é que pode ficar pior sem Bento XVI…
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EIS UM DOS MOVIMENTOS MAIS NEFASTOS E CANCERÍGENOS INSERIDOS NA SANTA IGREJA CATÓLICA!
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