Fratres in Unum.com | Com informações do Distrito Alemão da FSSPX e de Apic-Kipa – Quando, hoje em dia, um bispo apresenta o ensinamento católico integral, provoca indignação e incompreensão. Atualmente, esse é o caso do bispo de Chur, Suíça, Dom Vitus Huonder. Em sua Carta Pastoral para a Quaresma, que deveria ter sido lida em todas as paróquias de sua diocese no último domingo, ele escreve que os assim chamados “casais em segunda união” vivem em pecado grave e que, portanto, não devem receber os Sacramentos. Somente os separados e divorciados que vivem sozinhos dariam “um testemunho valioso da indissolubilidade do matrimônio”. Na medida em que as pessoas afetadas excluem um recasamento, elas cumprem a palavra que um dia deram e levam a sério o “ensinamento de Nosso Senhor”.
Os párocos do cantão Nidwalden fizeram questão de se antecipar e informaram, na quinta-feira da semana passada, que não leriam a carta de seu bispo. Hans Küng exigiu que o bispo até mesmo renunciasse. “Huonder encontra-se na mesma situação que o ditador líbio Muammar al-Ghadhafi, de quem os generais fogem”, disse ele em uma entrevista ao “Südostschweiz” no domingo. Segundo rumores, onze dentre dezessete párocos devem ter se distanciado de Dom Vitus Huonder.
O jornal suíço “Tagesanzeiger” escreve que, de fato, em princípio, Huonder representa o magistério da Igreja, contudo, na base da Igreja “a regra praticamente seria que os párocos permitem a Comunhão aos separados e recasados, de uma maneira geral”.
Como se sabe, bispos já falaram repetidamente sobre esse assunto, no sentido de permitir a Comunhão aos recasados. Assim, o Arcebispo Zollitsch (Presidente da Conferência Episcopal da Alemanha) falou no último outono europeu que esperava ele mesmo ver Roma permitindo os sacramentos aos recasados.
O antigo bispo auxiliar de Viena, Helmut Krätzl, disse, a pedido do jornal “Schweizer Tagesanzeigers”, que se deveria em todos os casos respeitar a consciência dos casais e, possivelmente, permitir-lhes os sacramentos, pois, caso contrário, a Igreja estaria transmitindo “a figura de um Deus castigador, que não concede nenhum novo começo”. O bispo não quer admitir que um novo começo também requer uma conversão. Quem quer permanecer no pecado, nega-se a fazer a vontade de Deus.
O apelo de Dom Huonder aos seus padres para que tratassem esses fiéis “com sensibilidade especial” e lhes ajudassem “a refletir sobre a sua situação em vista de Cristo” corresponde ao ensinamento que sempre foi vivido na Igreja desde a sua existência.
No domingo (11), o bispo suíço se defendeu: “Não é somente meu direito, mas sobretudo meu dever, recordar as normas fundamentais da Igreja”. Além da Sagrada Comunhão, os “casais em segunda união”, como popularmente conhecidos nos ambientes eclesiais brasileiros, sequer têm direito ao Batismo e à Confirmação. E a Confissão, nas palavras do bispo, “também coloca um problema”, pois é necessária uma renúncia ao atual estado para ter acesso a ela.
“Os Dez Mandamentos nunca foram muito amados, mas eles são parte da essência da doutrina cristã. Se a Igreja Católica começasse a seguir as tendências da sociedade, não seria mais do que um catolicismo relativo”, acrescentou. Para o bispo, é necessário ver esta recordação de regras como uma ajuda.
De acordo com o jornal “Sonntag”, a Conferência Episcopal dos Bispos da Suíça teria “criticado severamente” a posição de Dom Huonder, informação que foi desmentida formalmente pelo porta-voz da entidade, que se limitou a informar que o conteúdo da carta foi estudado na última Assembléia dos bispos.
Notícias já publicadas no Fratres in Unum sobre Dom Huonder:
- Esperança para os padres diocesanos da Tradição: criadas 2 paróquias pessoais para a Missa de Sempre em uma só diocese.
- Suíça: Um Bispo toma uma posição contra a Educação Sexual na Escola e Relativiza os Direitos Humanos.
- Também na Suíça, os silenciosos da Igreja não fazem barulho.
- A Missa Antiga é uma obrigação.