Carta de Bento XVI à Conferência Episcopal Alemã a respeito do “Pro Multis”: “O respeito pela palavra de Jesus é a razão para a formulação da oração”.

Fonte: Rorate-Caeli | Tradução: Fratres in Unum.com

Excelência! Venerável, caro senhor Arcebispo!

Durante a sua visita de 15 de março de 2012, o senhor me fez saber que, com relação às palavras “pro multis” no canon da Missa, ainda não existe um consenso entre os bispos de língua alemã. Agora parece existir o perigo de que, com o próximo e esperado lançamento do “Gotteslob” [“Livro de Orações”], alguns locais de língua alemã mantenham a tradução “por todos”, ainda que a Conferência dos Bispos tenha concordado em usar o “por muitos”, como é desejo da Santa Sé. Eu tinha lhe prometido que me pronunciaria por escrito sobre esta séria questão para evitar uma divisão no nosso mais íntimo local de oração. A carta, que eu envio através do senhor aos membros da Conferência Episcopal Alemã, também será enviada aos outros bispos de língua alemã.

Permita-me primeiro dizer algumas palavras acerca da origem do problema. Nos anos 60, quando o Missal Romano foi traduzido para o alemão sob a responsabilidade dos bispos, houve um consenso exegético de que as palavras “muitos” e “muito” encontradas em Is. 53, 11 em diante, era uma expressão hebraica que indicaria a comunidade, o “todos”. A palavra “muitos” na narração de Mateus e de Marcos também foi considerada um semitismo a ser traduzido como “todos”. Isto também tinha relação direta com o texto latino que seria traduzido, em que o “pro multis” nas narrações do Evangelho se referiam a Isaías 53 e deviam, portanto, ser traduzido como “por todos”. Este consenso exegético se esfacelou; ele não mais existe. Na tradução alemã da Sagrada Escritura, a narração da Última Ceia diz: “Este é meu Sangue, o Sangue da Aliança, que é derramado por muitos” (Marcos 14, 24, cf. Mateus 26, 28). Isto indica algo muito importante: a exposição do “pro multis” como “por todos” não foi uma tradução pura, senão uma interpretação que foi e continua sendo razoável, mas já é mais que tradução e interpretação.

Esta mistura de tradução e de interpretação pertence, em retrospecto, aos princípios que, imediatamente após o Concílio, nortearam a tradução dos livros litúrgicos para o vernáculo. Entendeu-se quão longe a Bíblia e os textos litúrgicos estavam ausentes da linguagem e do pensamento do homem moderno, de modo que mesmo traduzidos eles permaneceriam largamente incompreensíveis aos participantes do culto divino. Houve um novo empenho para que os textos sagrados fossem revelados, nas traduções, aos participantes da celebração, mas ainda assim eles permaneceriam alijados de seu mundo, e agora sim seriam ainda mais visíveis nesse alijamento. Sentiam-se não somente justificados, mas mesmo obrigados a misturar a interpretação na tradução para que, desse modo, se encurtasse o caminho para o povo, cujas mentes e corações poderiam ser alcançados através dessas palavras.

Até certo ponto, o princípio de uma substantiva, mas não necessariamente justificada tradução literal dos textos-fontes permanece. Quando eu rezo as orações litúrgicas em várias línguas, noto que é frequentemente difícil encontrar um meio termo entre as várias traduções e que o texto base subjacente muitas vezes permanece visível somente quando visto de longe. Além disso, somam-se as debilitantes banalizações que são verdadeiras perdas. Por causa disso, através dos anos, ficou cada vez mais claro para mim que o princípio da equivalência estrutural, mas não literal, enquanto regra de tradução, tem seus limites. Seguindo tais raciocínios, a instrução de tradução Liturgiam authenticam, publicada pela Congregação para a Doutrina da Fé no dia 28 de março de 2001, mais uma vez colocou a tradução literal em destaque, mas, é claro, sem impor um único vocabulário. A importante idéia que se encontra na base dessa instrução já se encontra expressa na distinção entre tradução e interpretação, como escrevi acima. Isto é necessário tanto para a Palavra das Escrituras quanto para os textos litúrgicos. Por um lado, a Palavra sagrada deveria, se possível, apresentar-se a si mesma, mesmo com a estranheza e perguntas que ela contém em si; por outro lado, à Igreja foi dada a missão de interpretar, dentro dos limites do nosso entendimento, a Boa Nova que o Senhor quis que recebêssemos. Uma tradução empática também não pode substituir a interpretação: faz parte da estrutura da Revelação que a Palavra de Deus seja lida na comunidade interpretativa da Igreja, que a fidelidade e a compreensão sejam combinadas. A Palavra deve existir como ela mesma, em sua própria forma, ainda que estranha; a interpretação deve ser medida pela fidelidade à própria Palavra, mas, ao mesmo tempo, ser acessível ao ouvido moderno.

Neste contexto, a Santa Sé decidiu que na nova tradução do Missal as palavras “pro multis” devem ser traduzidas enquanto tais e não, ao mesmo tempo, serem interpretadas. A simples tradução “por muitos” deve substituir o interpretativo “por todos”. Gostaria de destacar que tanto em Mateus como em Marcos não há artigo, de modo que não é “pelos muitos”, mas “por muitos”. Tendo entendido, como espero, a decisão fundamental sobre a ordenação da tradução e da interpretação, compreendo que isso represente um enorme desafio para todos os que têm a missão de interpretar a Palavra de Deus na Igreja. Sendo que, para os fiéis regulares, isso parecerá, quase inevitavelmente, uma ruptura no coração daquilo que é mais sagrado. Perguntarão: Cristo não morreu por todos? A Igreja mudou seu ensinamento? Isso é possível e permitido? Esta é uma reação contra a herança do Concílio? Todos sabemos, pela experiência dos últimos 50 anos, quão profundamente as mudanças nas formas e textos litúrgicos afetam as pessoas; quanto uma mudança num texto tão central afeta as pessoas. Embora este seja o caso, há muito se defendeu que a tradução de “muitos” fosse precedida por uma profunda catequese sobre a diferença entre tradução e interpretação, uma catequese na qual os bispos devem informar seus padres que, por sua vez, devem explicar de forma clara para os fiéis do que se trata a questão. Esta catequese é um pré-requisito básico antes que a nova tradução entre em vigor. Até onde eu saiba, uma tal catequese ainda não foi dada nas localidades de língua alemã. A intenção da minha carta, caros irmãos, é de pedir urgentemente que uma tal catequese seja estabelecida, para que então seja discutida com os padres e seja imediatamente disponibilizada aos fiéis.

Tal catequese deve primeiramente explicar porque, depois do Concílio, a palavra “muitos” foi traduzida por “todos” no Missal: para claramente expressar a universalidade da salvação desejada por e advinda de Jesus. Isso leva à seguinte pergunta: se Jesus morreu por todos, por que as palavras da Última Ceia dizem “por muitos”? Além disso, Jesus, de acordo com Mateus e Marcos, disse “por muitos”, mas de acordo com Lucas e são Paulo, disse “por vós”. Tal fato estreita ainda mais a questão. Mas, a partir daqui, também podemos chegar a uma solução. Os discípulos sabem que a missão de Jesus os transcende e ao grupo dos apóstolos; que Ele veio para reunir todos os filhos de Deus dispersos (conforme Jo 11, 52). Este “por vós” torna a missão de Jesus bastante concreta para os presentes: eles não são algum elemento anônimo de alguma vasta totalidade, mas todos sabem que o Senhor morreu particularmente por mim, por nós. “Por vós” alcança o passado e o futuro; eu fui nomeado muito pessoalmente; nós, que aqui estamos, somos conhecidos [pessoalmente] por Jesus. Nesse sentido, “por vós” não é uma constrição, mas uma especificação que é válida para cada comunidade que celebra a Eucaristia, que une a si mesma ao amor de Cristo. Nas palavras da consagração, o Canon Romano uniu as duas leituras bíblicas e lê: “por vós e por muitos”. Na reforma litúrgica, esta fórmula foi levada a todas as orações.

Mas, novamente: por que “por muitos”? O Senhor não morreu então por todos? O fato de Jesus Cristo, enquanto Filho de Deus encarnado, ser o Homem para todos os homens, o novo Adão, pertence às certezas básicas da nossa fé. Gostaria de lembrá-los de somente três passagens das Escrituras: Deus deu Seu Filho “por todos nós”, Paulo escreve na Carta aos Romanos (Rom, 8, 32). “Um só morreu por todos”, São Paulo diz na Segunda Carta aos Coríntios, sobre a morte de Jesus (1Cor 5, 14). Jesus “Se deu em resgate por todos”, diz a 1ª Carta a Timóteo (1Tim 2, 6). Mas então podemos nos perguntar novamente: quando tudo isso é tão claro, por que então a Oração Eucarística diz “por muitos”? Bem, a Igreja tomou esta formulação da narrativa da instituição do Novo Testamento. Ela assim o faz por respeito à Palavra de Jesus, para permanecer fiel a Ele também na Palavra. O respeito pela palavra de Jesus é a razão para a formulação da oração. Mas então perguntamos: por que o próprio Jesus falou isso? O verdadeiro motivo para isso é que Jesus, dessa forma, Se revelou como o servo de Deus de Is. 53, Se identificou como a forma que a palavra do profeta esperava. Respeito da Igreja pela Palavra de Jesus, fidelidade a Jesus Palavra das Escrituras: nesta dupla fidelidade se encontra a base sólida para a fórmula “por muitos”. É nesta cadeia de reverente fidelidade que encontramos a tradução literal da Palavra das Escrituras.

Como dissemos anteriormente, o “por vós” na tradição Luca-Paulina não constringe, senão especifica, de modo que podemos afirmar que a dialética de “muitos”- “todos” tem seu próprio significado. “Todos” existe num nível ontológico – o ser e a ação de Jesus inclui toda a humanidade, passada, presente e futura. Mas, de fato, na comunidade concreta daqueles que celebram a Eucaristia, isso envolve somente “muitos”. Deste modo, podemos ver um significado triplo no ordenamento de “muitos” e de “todos”. Em primeiro lugar, deveria significar para nós, que podemos sentar à Sua mesa, surpresa, alegria e gratidão pelo fato d’Ele ter nos chamado, de estarmos com Ele e de podermos conhecê-Lo. “Graças ao Senhor, que por misericórdia me chamou à Sua Igreja …”. Em segundo lugar, é também uma responsabilidade. Como o Senhor alcança os outros – “todos” – a Seu próprio modo permanece um mistério. Mas, sem dúvida, é uma responsabilidade ser chamado para Ele e para Sua mesa, de modo que eu possa ouvir: por vós, por mim Ele sofreu. Os muitos carregam a responsabilidade por todos. A comunidade dos muitos deve ser a luz das velas, a cidade nas montanhas, fermento para todos. É um chamado que se aplica a todos pessoalmente. Os muitos, que somos nós, devem conscientemente praticar sua missão em responsabilidade pela totalidade. Finalmente, podemos adicionar um terceiro aspecto. Na sociedade moderna, temos a impressão que estamos longe de ser “muitos”, senão bem poucos – um pequeno número que continuamente diminui. Mas não – nós somos “muitos”: “Depois disso, eis que vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” nos diz o Apocalipse de João (Ap 7, 9). Somos muitos e representamos todos. Dessa maneira ambas as palavras, “muitos” e “todos” devem ficar juntas e se relacionam entre si na responsabilidade e na promessa.

Excelência, amados irmãos bispos! Com o que escrevi acima, desejei indicar o conteúdo básico da catequese que deve preparar, o quanto antes, padres e leigos, para a nova tradução. Espero que tudo isso possa servir para uma celebração mais profunda da Eucaristia e se torne parte de uma grande missão que se nos desvela no “Ano da Fé”. Espero que esta catequese seja logo apresentada para que se torne parte de uma renovação litúrgica pela qual o Concílio trabalhou desde sua primeira sessão.

Com minhas bênçãos Pascais, permaneço no Senhor,

Benedictus PP XVI

25 comentários sobre “Carta de Bento XVI à Conferência Episcopal Alemã a respeito do “Pro Multis”: “O respeito pela palavra de Jesus é a razão para a formulação da oração”.

  1. Santo Padre, permita-me ser ousado: o senhor tenta justificar as traduções pós-conciliares com base em um consenso então existente sobre a interpretação da Sagrada Escritura. Posteriormente, diz que a tradução “por muitos” se faz necessária por conta da fidelidade às Palavras do Senhor. Esta é só uma interpretação do momento e que amanhã poderá ser superada? Tristemente, o senhor não invoca sua autoridade, apenas explana algo como um mestre, mas não define nada para o bem dos fiéis como Pastor.

    Se todo esse texto tão elaborado e sofistifcado foi para expor uma catequese necessária aos fiéis… pobres de nós! A catequese é simples e muito dela está fundamentada na autoridade daquele que ensina. O senhor nos propõe uma catequese complexa, própria para teólogos profissionais, e sem autoridade nenhuma. Triste época a nossa.

    Infelizmente, este é um pedido para não ser ouvido. Quem duvida que os bispos da Alemanha não darão a mínima para a catequese que o Papa lamenta não ter sido sequer iniciada?

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  2. A primavera do concílio produziu o fruto da colegialidade ,por isso o Papa fala e ninguém tá nem aí ! Fala para surdos !! Explicou muito bem mas faltou o pulso firme de Simão Pedro . Duvido que colocarão em prática o que ele quer..nem na alemanha e muito menos aqui no Brasil.

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  3. Surpreendo-me sempre – e nunca me canso! – com a agudeza de pensamento e a delicadeza paterna da parte do Santo Padre. Além disso, quão humilde ele se mostra aos bispos!
    De fato, Servo dos servos… Demos graças à Deus.

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  4. Deo Gratias, santo Padre.

    Graças a Deus por sua delicada intenção de resolver assunto tão serio em tempos tão complicado com ” delicadeza paterna da parte do Santo Padre, […]humilde ele se mostra aos bispos”.
    Também sinto falta do ‘pulso de Pedro”, mas não quero um ditador insencivel.
    Mas a cada passo como este do santo padre me causa esperança.
    Muitos que querem ser “todos” vivem “agorando” dizendo que o santo padre “Fala para surdos ” (talvez a maioria mas não “todos”) ou que os “bispos da Alemanha não darão a mínima” …

    Bem não sei… não sei se “todos” irão ouvir, nas eu ouvi e vou, já neste sábado na turma de catequese de adultos e no domingo na reunião da liturgia, apresentar a catequese do santo Padre e encaminhar para “todos” os contatos.

    Mais uma vez digo: Deo Gratias

    Vida longa ao santo Padre!

    Ave Maria Immaculata

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  5. Caro Thiago de S. Maria

    Por acaso Simão Pedro por ter sido sempre firme em confirmar os irmão na fé seria um ditador insencível ?? .
    Quando afirmei que o Santo Padre fala a surdos me referí aos bispos que não mudaram os “por todos” , para o pro multis .. e essa ordem de Bento XVI já tem mais de dois anos se não estou enganado e nenhum bispo daqui do Brasil observou , ao menos , na catedral onde as vezes participo nunca foi mudado….assim como os confessionários que ele também mandou colocar nas Igrejas e posso afirmar que ainda não tive o prazer de entrar numa Igreja e ver um .

    Bem , meu caro Thiago faça isso:
    ” já neste sábado na turma de catequese de adultos e no domingo na reunião da liturgia, apresentar a catequese do santo Padre e encaminhar para “todos” os contatos.”

    Apresente também para o sacerdote de sua paróquia e também para o Bispo de sua cidade.. depois me diz se voce foi ouvido e foi colocado em prática o que Bento XVI pediu..

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  6. Pois é…delicadeza com um episcopado nada delicado. É a postura mais característica da primavera conciliar. Enquanto isso, a Fé congela em detrimento de uma pseudo-diplomacia.

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  7. «Mas a sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura; depois, é pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia; e é com a paz que uma colheita de justiça é semeada pelos obreiros da paz.» (Tg 3, 17-18)

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  8. “A primavera do concílio produziu o fruto da colegialidade ,por isso o Papa fala e ninguém tá nem aí ! Fala para surdos !! Explicou muito bem mas faltou o pulso firme de Simão Pedro . Duvido que colocarão em prática o que ele quer..nem na alemanha e muito menos aqui no Brasil”.

    Caro Christiano, tive uma impressão parecida e a pergunta que me veio em mente foi:

    “Iluminou” (entre aspas pela justificativa da tradução do “por todos”) a inteligência, mas será que moveu a vontade?

    É bem aquilo que dizia Santo Agostinho:

    “As palavras cativam, mas os exemplos arrastam”.

    Outra observação é que a tradição é muito, mas muito, muito, muito simples: “transmiti o que recebi” e não “transmiti o que traduzi ou interpretei”.

    Fique com Deus.

    Abraço

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  9. Creio já ter mencionado que eu frequento uma paróquia diferenciada. Embora a liturgia seja sempre no Forma Ordinária do Rito Romano, o pároco utiliza o “por muitos” na consagração. Além disso, as confissões na Igreja sempre são no confessionário. O padre celebra eventualmente versus Deum. E olha que o pároco é Vigário Geral da diocese e Juiz do Tribunal Eclesiástico. Além disto é de uma modéstia dignas de um verdadeiro sacerdote do Altíssimo. Posso dizer que a diocese de Novo Hamburgo/RS, embora tenha um bispo extremamente relapso em termos de liturgia, tem um vigário geral zeloso é excelente pastor, um grande cura de almas.

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  10. Enquanto leio uma saraivada de críticas ao modo como o Santo Padre deveria se dirigir aos bispos, prefiro partir para ação e ajudar o santo Padre nestra cruzada ao invés de somente ficar falando. Vou propor a FEDERAÇÃO LEIGA DO BRASIL (UNA VOCE) a confecção de um abaixo-assinado nacional dirigido a CNBB exigindo o acatamento às ordens da Santa Sé quanto à tradução.
    Faço uso deste espaço para conclamar todos os leigos do país para se juntarem em uma mobilização nacional ainda a ser organizada. Por favor divulguem!

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  11. Caro Cristiano pax et bonum,

    Eu entendi o que você falou sobre a surdez e também concordo que estamos inundados nela.
    Sobre a “firmeza” de Pedro, acho que nem Pedro foi tão firme assim é só lembrar da discussão com Paulo, mas isso também não justifica. O problema não é firmeza, mas a colegilialidade.

    Sobre o uso do “pro multis” que você não vê em sua catedral, que as vezes vai, também não vejo na minha, mas conheço dois padres que já fazem uso (os bispos de hoje passaram).

    Sobre o confessionário, que acho que já JP II tinha mandado, tenho a graça de dizer que pelo menos dois padres de minha diocese o fizeram (se tem mais eu não conheço) inclusive meu diretor espiritual.

    Apresentar ao povo a catequese do santo padre é porque eu acredito que quanto mais pessoas estiverem cientes do correto e cobrarem, os padres se sentirão pressionados a se concertarem, mas com certeza vou também enviar para o meu bispo (mesmo que acho que não vai adiantar muito ele já foi matéria aqui https://fratresinunum.com/2011/10/13/arcebispo-de-maceio-desaconselha-a-comunhao-de-joelhos-o-senhor-nao-tem-mais-com-o-que-se-preocupar-excelencia/, mas apesar de mais de 80 paróquias na diocese somente dois padres “obedeceram” sua ordem ,que eu saiba) e também para o meu padre que também não espero que ele faça antes de ser feito no missal (sabe Deus quando), mas mesmo ele tendo formação moderna e não saber quase nada de liturgia ele é dócio e aceita outras coisas que em muitas não é aceito como: canto gregoriano e um pouco de latim, o sanctus, o agnus Dei, o kyrie (grego) e já começamos a introduzir o pater cantado, mas vou apresentar para ele para que ele saiba que sua comunidade esta informada e querendo mudanças.

    E para todos os padres que eu encontrar pelo menos o e-mail

    Acho que também respondi ao caro Osires Costa.

    “A esperança não decepciona”Rm 5,3-5a

    Ave Maria Immaculata

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  12. É notório o fato de que a expressão “Pro Multis”, não faz alusão a “Por Todos”, nem é preciso ser um Doutor em teologia para perceber isto, basta ter um mínimo de conhecimento bíblico e catecismo, coisa que, imagino eu, muitos Bispos e Padres tenham…!
    Um Sacrifício oferecido por todos os homens…mas que, nem todos os homens se apropriam de seus benefícios. Cabe a cada um a vontade livre da escolha.
    Voltemos ao conhecimento mínimo de bíblia e catecismo:

    Catecismo Romano, Parte Segunda, Cap. IV, pg. 269-270

    “De fato, se considerarmos sua virtude, devemos reconhecer que o Salvador derramou Seu Sangue pela salvação de todos os homens. Se atendermos, porém, ao fruto real que os homens dele auferem, não nos custa compreender que sua eficácia se não estende a todos, mas só a “muitos” homens.

    Dizendo, pois, “por vós”, Nosso Senhor tinha em vista, quer as pessoas presentes, quer os eleitos dentre os Judeus, como o eram os Discípulos a quem falava, com exceção de Judas.
    No entanto, ao acrescentar “por muitos”, queria aludir aos outros eleitos, fossem eles Judeus ou gentios.

    Houve, pois, muito acerto em não se dizer “por todos”, visto que o texto só alude aos frutos da Paixão, e esta sortiu efeito salutar unicamente para os escolhidos.

    Tal é o sentido a que se referem aquelas palavras do Apóstolo: “Cristo imolou-Se uma só vez, para remover totalmente os pecados de muitos” (Hb 9,28); e as que disse Nosso Senhor no Evangelho de São João: “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por estes que Vós Me destes, porque eles são Vossos.” (Jo 17,9)

    O ensinamento é incontestável!
    Mas, como alguém havia dito, muitos Bispos (a Colegialidade) fundamentados em decisões isoladas (CNBB e outras), formalmente estão unidos ao Papa, porém, estão imbuídos de um verdadeiro espírito de cisma doutrinal.
    As ovelhas conhecem a vós de Seu Pastor…do contrário, não pertenceriam ao mesmo rebanho.
    O problema tornou-se bem maior do que parece ser.

    OMNIA INSTAURARE IN CHRISTO

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  13. Não se trata, aqui, de ser “insensível” ou “firme como Pedro”. Os bispos já não são obedientes; a mão firme, aqui, é a desculpa que todos eles precisariam para se insubordinar ainda mais. Bento XVI conhece as figuras.

    “Ah, mas se eles são assim, não deveriam estar na Igreja.” Sim, claro, mas o que isso representaria para Igreja? Quantas as almas não ficariam desamparadas? Lutero de fato não deveria estar na Igreja, mas foi de fato melhor que saísse insubordinado e bradando aos quatro cantos a condenação da Igreja de Cristo? Quantas almas não arrastou e arrasta com ele até hoje ao inferno?

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  14. Cleir, sua iniciativa ultrapassa as críticas que foram feitas. Se a vontade do Santo Padre precisa de abaixo-assinados para ser obedecida, a coisa é muito mais séria do que aquilo que os críticos viram. Se não obedecem ao Papa, vão obedecer a abaixo-assinados? Embora neste post se tenham criticas, ninguém tomou a sua iniciativa, por saber que, a Igreja não é uma democracia e que o Papa deve ser obedecido em virtude daquilo que ele é e representa, não em virtude de abaixo-assinados.

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  15. Caros,

    Observem o que o Papa diz:

    “Permita-me primeiro dizer algumas palavras acerca da origem do problema. Nos anos 60, quando o Missal Romano foi traduzido para o alemão sob a responsabilidade dos bispos, houve um consenso exegético de que as palavras “muitos” e “muito” encontradas em Is. 53, 11 em diante, era uma expressão hebraica que indicaria a comunidade, o “todos”. A palavra “muitos” na narração de Mateus e de Marcos também foi considerada um semitismo a ser traduzido como “todos””.

    Parece haver um outro problema de fundo:

    Qual a versão bíblica usada nas traduções?

    A versão do Antigo Testamento da Igreja (até onde sabemos), é a versão da Septuaginta, que era a única versão bíblica da época de Jesus. O hebraico depois da destruição de Jerusalém, pelos babilônios, foi substituído em 586 a.c. pelo aramaico e deixou de ser usado durante vários séculos, era uma língua morta (que só veio a renascer como língua no século XIX). Os judeus por sua vez, só vieram a ter um cânon bíblico em 90 d.c., através do sínodo de Jamnia. Então, como agora aparece, uma versão hebraica do AT influindo sobre a tradução e a interpretação do NT?

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  16. Romano Amério, Iota Unum:

    “La decadencia del Magisterio
    Nos encontramos pues ante la manifestación de la decadencia del Magisterio ordinario de la Iglesia. El Papa tiene la obligación de custodiar y exponer el depósito de la Fe (la Revelación divina), pero sólo la cumple pálidamente.
    Cuando el Papa desiste de cumplir este su primer deber, se abre una gravísima crisis en la Iglesia, porque es el núcleo central de la Iglesia quien la sufre. No existe ningún órgano de corrección superior al Pontífice: de hecho, el Primado del Pontífice romano es uno de los dogmas “fundamentales”, si se puede hablar así, de la Iglesia.
    En 1969, algunos grupos alemanes sostuvieron, incluso ante el Card. Testa, legado pontificio, que debía ser el Colegio episcopal quien, en los momentos de grave crisis de la Sede Apostólica, asumiese la facultad de corregir al Pontífice o, en último extremo, de deponerlo. Pero esta doctrina incluía un grave error, como es la negación del Primado y por consiguiente de la infalibilidad. El Pontífice es infalible cuando habla ex cathedra, es decir, cuando habla con la autoridad vicaria de maestro infalible.
    En los últimos treinta años, centenares de obispos, de superiores religiosos de las más diversas órdenes, de prelados de la Curia, y por último, el Sumo Pontífice, han debilitado progresivamente este fundamento doctrinal, que disuelve la fe y su raíz sobrenatural en una miriada de opiniones privadas y personales. La razón estriba en que, al ser el Pontificado romano el verdadero principio de la Iglesia, si desfallece el Papa desfallece la Iglesia, y si se derrumba el Papa, se derrumba la Iglesia. El principio de autoridad en la Iglesia es único: el Sumo Pontífice, Vicario de Cristo, que ha recibido de Cristo el mandato de confirmar en la fe a todos los hermanos; “confirmar” quiere decir “reforzar”, “hacer firme”.

    Una “nueva forma” de ejercicio del Primado
    En la crisis del Concilio tiene un papel relevante la tentativa de repartir entre el Papa y los Obispos el Magisterio infalible. En conjunto, y a pesar de la Nota praevia a la Constitución Conciliar Lumen Gentium, el movimiento antipapal ha triunfado, porque hoy se encuentra muy difundido ese espíritu antipapal, antirromano y enemigo de la autoridad. Hasta los cristianos están convencidos de que debe interpretarse la infalibilidad de un modo nuevo. Por otra parte, el mismo Juan Pablo II hace declaraciones antipapales, como hemos visto, en el sentido de acoger “la petición que se me dirige de encontrar una forma de ejercicio del Primado que, sin renunciar de ningún modo a lo esencial de su misión, se abra a una situación nueva” (Ut unum sint, n. 95). Lo cual viene a ser como decir: es irrenunciable, pero no es irrenunciable; es un principio absoluto, pero no es un principio absoluto. La infalibilidad del Papa es una roca inamovible, pero… Y cuando se dice pero ya ha tenido lugar la concesión: el nuevo modo supondrá en realidad una alteración de la verdad definida como inconmovible. De hecho circulan ya propuestas de teólogos luteranos, apoyadas por teólogos católicos, de que los protestantes podrían admitir la infalibilidad concediendo que permanezca como una costumbre y creencia peculiar exclusiva de la Iglesia romana. Y el Santo Padre, con las palabras citadas, parece acceder a esa idea, en virtud de la cual estaría dispuesto a limitar la infalibilidad de forma tal que, no siendo ya universal, ni siquiera constituiría un dogma de fe. Pero ello quebraría la naturaleza de la Iglesia, porque si unas diócesis creen y otras no, es su naturaleza la que resulta comprometida. La Iglesia y la Fe son una sola cosa, mientras que de ese modo la fe y la Iglesia serían una cosa en Roma y otra en Berlín.

    http://lamentabili.blogspot.com.br/2009/07/romano-amerio-e-caritas-in-veritate.html

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  17. “Lutero de fato não deveria estar na Igreja, mas foi de fato melhor que saísse insubordinado e bradando aos quatro cantos a condenação da Igreja de Cristo? Quantas almas não arrastou e arrasta com ele até hoje ao inferno?”

    Machado, respondo sua colocação do seguinte modo: o demônio de fato não deveria estar no céu, mas foi de fato melhor que saísse insubordinado e trabalhando para a perdição do homem? Quantas almas não arrastou e arrasta com ele até hoje ao inferno?

    Percebe o absurdo?

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  18. PRO “MULTIS”: UMA INTERPRETAÇÃO MUITO PESSOAL DA CARTA DE SUA SANTIDADE.

    Os católicos que assistem às Santas Missas sempre se deparam na Consagração com a seguinte passagem, independentemente da Oração Eucarística proclamada: “Tomai, todos, e bebei: este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna Aliança, que será derramado por vós e por TODOS para a remissão dos pecados”

    O advérbio “todos” não está nem consoante a Tradição da Igreja e muito menos consoante a Bíblia. Foi uma interpretação muito forçada a reboque do infeliz Concílio Vaticano II, que por força de um ecumenismo desmedido procurou, com resultados desastrosos, atrair para o redil da Igreja outras denominações, o que qualquer espírito minimamente cauteloso já poderia concluir que não só não atrairia como ajudaria a dispersar as ovelhas do rebanho.

    O fato é que os católicos mais ortodoxos sempre criticaram esta indevida interpretação, firmes que são na “Missa de Sempre”, instituída pelo Concílio de Trento pelas mãos de Sua Santidade, o Papa São Pio V, onde no lugar do advérbio “todos”, sempre se proclamou “muitos”.

    Colho do blog “Fratres in Unum” que o Santo Padre Papa Bento XVI encaminhou uma carta à “Conferência Episcopal Alemã” a respeito do “pro multis”, ordenando que se retorne ao vocábulo anterior, desprezando a interpretação em benefício da tradução pura e simplesmente.

    Deveras! De onde pode surgir uma interpretação tão desarrazoada senão pelas inteligências muito cômodas que permeiam nosso século, onde para se salvar basta dizer “Jesus”, e estar vivo?

    Certo que encontramos o advérbio “todos” em São Paulo, em três passagens que serão vistas a seu tempo: mas nenhuma no sentido sacramental da Última Ceia, mas no sentido sempre buscado pelo Apóstolo das Gentes, que é difundir o Evangelho a toda criatura, o que leva qualquer intérprete mediano a ver que são conceitos diferentes.

    Além disso, quando que se pronunciou expressamente sobre a Eucaristia, o fez no sentido restrito, como também se verá.

    Tomemos os Sinóticos em sua disposição literal, não sem antes observar que se São João não traz a repetição das palavras da benção, mas insere a “Oração Sacerdotal” a endossar e se afinar com as disposições sinóticas, principalmente no magistério de São Lucas.

    Lemos em São Mateus (26, 28): “Porque este é o meu sangue, o sangue da Aliança, que vai ser derramado por MUITOS para a remissão dos pecados”. Bem assim, São Marcos (14, 24): “Este é o meu sangue, o sangue da aliança, que vai ser derramado por MUITOS”.

    Nada de “todos”. São Lucas aparentemente restringe ainda mais ao escrever (22,20): “Este cálice é a nova Aliança do meu sangue, que é derramado por vós”.

    Por vós! Então só aos presentes à Santa Ceia? Ou a eles e a todos os que viriam depois, todos os filhos de Deus dispersos, que chamados, aceitaram a conversão (Jo, 11, 52)?

    Evidentemente que a leitura só pode ser esta, ainda mais quando agregamos ao pronome “vós” o sentido maior, amplo e fundamental que Jesus confere na Oração Sacerdotal, tirada do Evangelho de São João (17, 20-21):

    “Não rogo somente por eles, mas também por todos aqueles que hão de crer em mim pela sua palavra. Que todos sejam um! Meu Pai, que eles estejam em nós, assim como tu estás em mim e eu em ti. Que sejam um, para que o mundo creia que tu me enviaste”.

    E em outra passagem do mesmo Evangelista (15, 3-6), esboçando a doutrina do “Corpo Místico” que São Paulo retomará e desenvolverá de forma brilhante e arrematada na Primeira Carta aos Coríntios:

    “Vós já estais limpos por meio da palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim, como eu em vós. Como um ramo, se não permanecer na videira, não poderá dar fruto por si mesmo, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele produz muito fruto, porque, sem mim, nada podeis fazer”.

    Nem todos os ramos permanecem unidos à videira, pelo que o advérbio “todos” é impróprio e mal ajambrado, inserido na Liturgia de forma totalmente errônea.

    Todavia, São Paulo também o usa em três passagens distintas. Mesmo que não fosse em outro contexto, não poderia desnaturar as palavras de Jesus quando instituiu o Sacramento da Eucaristia.

    De toda a sorte, vamos às passagens. Em Rm, 8,32, escreveu: “um só morreu por todos”. Na 2Cor (5, 14) ajunta que “se um morreu por todos, todos estão mortos”. Finalmente em 1Tim, 2, 6, observa que “ele se entregou a si mesmo como resgate por todos”.

    Poderíamos contrapor essas frases aparentemente contrárias com a passagem de Isaías onde diz que “por suas dores, meu servo justificará muitos, tomando sobre si as iniqüidades deles” (53, 11)

    Aqui a justificação pelo servo sofredor de Isaías, 53, que a Tradição da Igreja sempre viu a pessoa de Jesus, mostrando que não há universalidade, mas sim, uma “grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap, 7,9).

    Mas, mesmo lendo as passagens paulinas em seu contexto, nota-se que não há qualquer discrepância entre o que Jesus proclamou, e o que aparentemente o apóstolo ensina.

    Na passagem “um só morreu por todos” de Romanos, temos que analisar também a extensão da Carta (e do próprio apostolado) não só considerando que a pregação cristã extravasava as fronteiras do judaísmo, como também ler um pouco antes, versos 29 e 30, de profundo conteúdo teológico:

    “Os que ele conheceu previamente, também os predestinou a reproduzirem a imagem de seu filho, para que este seja o primogênito entre os muitos irmãos. E aqueles que ele predestinou também os chamou, e aos que chamou também os justificou e os que justificou, também os glorificou”.

    Encontramos aqui a totalidade das gentes? Ou só aqueles predestinados? Fica claro então que morreu por todos aqueles que foram antes chamados, justificados e glorificados, ou seja, um “resto” escolhido pela graça (Rm, 11,5).

    Na 2Cor a passagem diz se morreu por “todos”, “todos” são os que aceitaram a salvação por meio Dele. Para confirmar bastam alguns versículos à frente (17): “se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. Acabaram-se as coisas velhas, eis que estão presentes as coisas novas”.

    A condicional “se” justifica e restringe o alcance indistinto do advérbio “todos”.

    A passagem em 1Tim é ainda mais simples, porque esta Carta (juntamente com 2Tim e Tito) é uma “Cartas Pastorais”, isto é, por meio delas o Apóstolo finca as bases aos pastores das comunidades nascentes e seus fiéis: ora, se era para a Igreja, é certo que aqui tem lugar o “todos”, porque já haviam abraçado a fé cristã, já eram católicos, no sentido de Universal, já estavam na Barca de São Pedro, faziam parte do “resto” escolhido.

    De toda a sorte, referindo-se expressamente à consagração e às palavras da benção, São Paulo assim escreve aos coríntios retomando o sentido dado por São Lucas.

    “Jesus tomou o pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: ‘Isto é meu corpo, que é dado por vós; fazei- isto em minha memória’. Do mesmo modo, após a ceia, tomou o cálice e disse: ‘Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; toda vez que o beberdes, fazei-o em minha memória’” (1Cor, 11, 23-25).

    Urge que a Igreja obedeça ao brado de Sua Santidade, retome a tradição pré conciliar e o reto caminho bíblico para lembrar que “muitos” não são “todos”. E, se há uma multidão nos céus que não se pode contar, conforme diz São João no Apocalipse, é certo que não é a totalidade dos homens, até porque segundo o próprio Mestre, “muitos são os chamados, poucos os escolhidos” (Mt, 22, 14); ou seja, a salvação nunca foi universal.

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