
A semana que passou foi atribulada para os Legionários de Cristo. O Vaticano está investigando sete padres da problemática congregação religiosa por abusos sexuais de menores e outros dois padres legionários por violações sacramentais, envolvendo direções espirituais que teriam culminado em relações não apropriadas com mulheres. A natureza de pelo menos um dos abusos, de acordo com uma das vítimas, o senhor Aaron Loughrey, é idêntica ao abuso feito pelo Padre Maciel contra seus seminaristas. O senhor Patrício Cerda, membro de uma associação para as vítimas da Legião de Cristo, afirmou que os casos de abuso já eram conhecidos pelos superiores legionários a mais de 5 anos.
Outro grande escândalo para a Legião de Cristo foi a divulgação de que um proeminente Padre americano, Thomas Williams, assumiu ter tido uma relação sexual com uma mulher e ter gerado um filho, atualmente com 10 anos, escrevendo mais um capítulo dos crescentes escândalos que cercam esta controversa ordem religiosa.
De acordo com o Padre Williams, “por respeito à privacidade da mulher e do filho dela” [e não dele?!], ele se recusou a identificá-la ou a fornecer quaisquer outros detalhes, além do fato dele já ser um Legionário quando a relação aconteceu. Williams é, desgraçadamente, professor de Teologia Moral.
A acusação contra o Padre Williams foi feita pela Associação para Ajuda aos Afetados pelos Legionários de Cristo e, somente quando a Legião de Cristo foi confrontada com a denúncia jornalística feita pela Associated Press, a congregação veio a público reconhecer o fato. Isso mostra, nas palavras de Patrício Cerda, que “a cultura de acobertamento permanece na Legião e que somente um processo de reescrita das constituições está acontecendo, e não uma reforma verdadeira”.
O Padre Williams, que pede desculpas e vai passar um ano na casa dos pais para reflexão, é palestrante e autor de vários livros, entre eles: “Diferenciando o certo do errado: um guia cristão para a consciência”.
Sugestão de Rorate-Caeli: se há na imprensa uma sanha de rotular os membros e fiéis da Fraternidade São Pio X de Lefebvristas, nada mais apropriado que os legionários sejam designados como Degollados.
Isso é muito triste, tanto para a Igreja quanto para os membros do Regnum Christi.
Que Deus mande um santo reformador para a congregação o quanto antes!
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Quantos outros escândalos precisarão vir a público até que Roma faça algo? Ah não! Eles aceitam o Vaticano II, então, podem fazer o que querem. Mas, aí, aí, aí de quem criticar uma virgulazinha do Sacrossanto Concílio! EXCOMUNHÃO! Vai lá Santo Padre, dá um preambulozinho pra eles assinarem!
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O que lemos neste artigo é a ponta do iceberg. A notícia agora divulgada já é sabida a tempos por quem teve o interesse ou a caridade de se informar. O sr. Aaron Loughrey fez suas denúncias a muito tempo, tendo recorrido aos superiores e ao padre Corcuera repetidas vezes e por anos, como podemos ler no blog Life After RC ( http://www.life-after-rc.com/ ).
Outra coisa digna de nota no texto é a acusação de “violações sacramentais”. Há ampla gama de denúncias sobre violações do segredo de confissão e da confiança das direções espirituais que seriam instrumentalizadas pelos padres legionários (http://www.regainnetwork.org/ ). É fato notório que todos os que têm alguma importância para os legionários são “fichados” e arquivam-se informações triviais ou importantes sobre estas pessoas, informações que podem ser usadas no futuro.
O macielismo está vivo (https://fratresinunum.com/2012/05/07/carta-de-um-padre-legionario-ao-antigo-nuncio-do-mexico-continuam-ensinando-impunemente-aos-seminaristas-em-roma-que-maciel-foi-um-profeta/#comments ). Experiências positivas com esta congregação não invalidam as críticas que lhe são feitas, nem desautorizam os críticos que lhe são contrários.
Eis um resumo do histórico “avestruz” dos RC/LC: primeiro, os LC/RC afirmaram que o padre era inocente e o compararam a NSJC. Depois, disseram que algumas mulheres abusaram do padre no hospital, enquanto ele estava sedado! Depois, afirmaram que ele sofria de alguma psicopatia, dupla personalidade ou lesão cerebral. Em seguida, assumiram que ele era pai de uma menina. Bem depois, de alguns outros filhos. Mais tarde, tiveram que assumir que ele abusou de alguns seminaristas. Casos isolados, diziam! Depois, alardearam que Maciel, já morto, nada tinha a ver com a congregação. Ele foi um homem doente, mas a congregação criada por ele era saudável, bradavam (e ainda bradam). Depois, afirmaram que a visitação vaticana era, na verdade, uma “visitação branda”, algo pequeno e positivo, mera questão de minúsculos ajustes nas constituições dos LC/RC. Tempos depois, tiveram que enfrentar a questão dos “dissidentes”. Os números legionários nunca foram claros ou públicos. Sempre inflacionaram seus números. Tiveram que assumir, ainda que timidamente, que as “senhoritas consagradas” nunca foram…. bem, nunca foram consagradas no sentido canônico. Depois, a contragosto, tiveram que se pronunciar sobre a enxurrada de “consagradas”, a maioria com décadas de Regnum Christi, a abandonar a congregação. Depois, veio o Totus Tuus. Muitíssimos padres legionários estão se incardinando nas dioceses. A maior casa de formação legionária americana está fechando, Thornwood. O seminário menor de Porto Alegre fechou e espero que o de Curitiba logo siga o exemplo. Segue aqui meu apelo ao senhor arcebispo Dom Moacyr José Vitti. As crianças devem ser preservadas, devem crescer num ambiente estável e saudável do ponto de vista humano e espiritual. Pelo menos, até que a congregação se purifique. O 1º pré-candidatado do Brasil (um centrod e formação para as aspirantes a “consagradas”) anunciou o fechamento.
Enfim, os LC/RC estão, a cada dia, tendo que correr atrás da notícia já divulgada.
Sei que muitos membros do RC têm experiências positivas com o movimento e a congregação. Mas não se pode fechar os ouvidos às críticas com um simplista “minha experiência é/foi boa, logo eles são exemplares”. Os membros RC devem se questionar: por que tanta gente está pulando fora? Tantos superiores, padres e leigos?
Abs,
Em Cristo,
Patrícia Medina
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E essa sanha de chamar os frades menores de franciscanos, os pregadores de dominicanos, os premonstratenses de norbertinos, etc.?
Não vejo nada de errado como “lefebvristas” ou “lefebvrianos”. Acho até elegante.
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A. Carlos, o lefebvriano/lefebvrista utilizado pela imprensa é quase sempre pejorativo, pretendendo designar os partidários de um grupo cismático. Aqui está toda a diferença.
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Depois do escândalo do pe. Williams, pela 1a vez a grande imprensa americana (NBC, ABC, etc) se referiu aos membros dessa congregação como “macielistas”.
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Pelo visto, os “Milionários” de Cristo vão ficar pobre de tanto pagar indenização.
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Ecclesia Dei aflicta?
Que nada, eles aceitam o Concílio Vaticano II.
Aliás, isso deve ser o prenúncio do Concílio Vaticano III: com o II firmou-se a preexistente liberdade religiosa, talvez com o III firmar-se-á outra liberdade: a SEXUAL.
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Humildemente gostaria de fazer uma pequena correção: no texto fala que o filho foi gerado a partir de uma relação sexual (como se fosse uma “escapadinha”). Mas na verdade, de acordo com o site life after lc, a criança é fruto de um relacionamento entre o Pe. Williams e a mulher (o que piora muito a situação). Nos comentários da notícia neste mesmo site, um homem que se identifica como sacerdote e membro dos LC comenta que morou com o Pe. Williams e “acha” que conheceu a tal mulher, que era apresentada como prima dele.
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“lefebvristas” ou “lefebvrianos”. Acho até elegante.”
Também concordo .
Não devemos nos esquecer que no começo do cristianismo ser rotulado de “cristão” também era pejorativo , daí o glorioso apóstolo Pedro encorajar seus seguidores a não se envergonharem de serem chamados de cristãos.
Da mesma forma acredito que não vai demorar muito o lefebvriano/lefebvrista significará algo completamente diferente de cismático.
Antes ser chamado de lefebvrista do que de “plena comunhão” … !
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Patricia,tu que acompanha o caso e conhece bem,há teu ver,qual ou quais os empecilhos para que se tome a atitude de fechar as portas destas instituiçoes?
Eu realmente não consigo compreender com uma instituição fundada por quem nós hoje sabemos quem foi pode e/ou deve continuar existindo.
Fiquem com Deus.
Flavio.
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Tudo o que eles usam é pejorativo…
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Sou Lefebvrista com muito orgulho.
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Caro Flávio,
O canonista Americano Edward Peters, conselheiro eclesial para o Vaticano e perito em ações de abuso sexual nos EUA, chegou à conclusão que a Legião “precisa desaparecer”, como lemos no artigo da AP linkado acima.
Muitas vozes clamam pelo fechamento dos LC. Mesmo Edward Peters era contra o fechamento, no princípio, logo que o escândalo do padre abusador estourou. No entanto, com o passar dos anos, com o crescente número de escândalos, com a demonstração clara de que nada está mudando, com a manutenção dos superiores que acobertaram o pe. MM, com a contínua apresentação do padre pederasta como um profeta (como ainda se faz em Roma), o discurso dos poucos defensores dessa congregação passa a ser pelo fechamento.
Eu francamente não sei por que não fecham esta congregação sumariamente. Talvez pelo dinheiro. O próprio cardeal de Paolis era o responsável pelos assuntos econômicos do Vaticano antes de ser nomeado para o (inglório) cargo de Delegado Pontifício para os LC. Ou seja, colocaram um homem que entende de $$$$ para supervisionar a suposta reforma dos LC. Isso não foi a toa.
Muitos LC/RC gritam que o desejo do Papa é pela “salvação” dos LC. Pode ser. Mas pode ser também que ele esteja municiando com tempo aqueles que desejam discernir que são chamados a outra congregação, às dioceses, etc. Veja o caso da benção pontifícia ao instituto Totus Tuus, que “passou por cima” da ciência e da autoridade do delegado pontifício. Ou seja, o próprio Papa apoiou a dissidência. E deu a benção.
A ex-consagrada Nelly Ramirez, em análise às últimas eleições internas dos LC/RC, afirmou que haverá uma grande debandada de membros. Afinal, com as eleições recentes, colocaram no poder, apesar de clamores por reforma, membros da velha guarda, gente do círculo interno de poder, amigos dos superiores. Os poucos que ainda lutavam pela reforma interna devem sair nos próximos meses.
Assim, creio que o tempo se encarregará desta congregação. E também acredito que eles sabem disso. Só não vê, quem não quer. Ou sofre demais com a verdade.
Espero ter ajudado,
Em Cristo,
Patricia
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Alguém poderia me informar se o “Mater Ecclesiae” dos Leginários tem a ver com o seminário de mesmo nome fundado em Roma na década de 80 para os que saíssem de Ecône?
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Ajudou sim,Patricia.Muito esclarecedor. Grato pela generosidade em responder.
Fique com Deus.
Flavio.
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Sinceramente se fôssemos levar em conta os escãndalos que sempre aconteceram na Igreja, teríamos que eliminar muitas ordens e congregações. Me parece que tais escândalos não são privilégio da Legião de Cristo. São homens como todos os outros! Não estou aqui justificando nenhum pecado, mas é preciso sermos realistas. Vivemos numa sociedade “panssexualizada”. Viver a castidade é luta diária para todos nós!
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“[Padre] Williams é, desgraçadamente, professor de Teologia Moral.”
Que moral esse sujeito pode ensinar, ainda que siga os livros santos? Nenhuma!
Vejamos o que dizia Padre Vieira, no sermão da Sexagésima:
“Ter o nome de pregador, ou ser pregador de nome, não importa nada; as ações, A VIDA, O EXEMPLO, as obras, são as que convertem o Mundo. O melhor conceito que o pregador leva ao púlpito, qual cuidais que é? — O CONCEITO QUE DE SUA VIDA TÊM OS OUVINTES”.
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Sem dúvida, a castidade é uma luta para todos. O problema maior, no caso apontado acima, é a duplicidade de caráter bem como o cerne macielista de uma congregação que é viciado e que, como vemos, está dando muitos frutos (podres, lamentavelmente).
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