Roma em chamas e Nero toca harpa. Padre colaborador do CERIS-CNBB vê “retorno ao catolicismo dos afastados, mas também uma identificação maior daqueles que já praticavam o catolicismo”.

Após a divulgação do censo de 2010 do IBGE, órgão da CNBB ainda vê “Igreja Viva”.

CNBB – O Censo Anual de 2010 realizado pelo Centro de Estatística e Investigações Sociais (CERIS) — entidade brasileira de pesquisa religiosa fundada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) — revelou uma “Igreja Viva”. É o que afirma a análise sociológica da evolução numérica da presença da Igreja no Brasil, feita pelo sociólogo Padre José Carlos Pereira, que também é colaborador do CERIS:

De acordo com o sociólogo, os dados apontam para o aumento do número de paróquias e para a criação de novas dioceses, mostrando uma Igreja em constante crescimento:

“Os teóricos da secularização dizem que a religião está fadada ao fracasso, mas o que vemos é o contrário, pois à medida que surge a necessidade da criação de mais paróquias e estas de serem setorizadas, ampliando, assim, o seu alcance, supõe-se que os resultados são de uma maior adesão religiosa, inclusive de pessoas afastadas”, especifica o texto.

O centro de estatísticas também apontou um crescimento considerável em relação às vocações sacerdotais e religiosas, confirmando no Brasil a tendência do aumento do número de sacerdotes diocesanos e religiosos no mundo — conforme divulgou o Setor Estatístico do Vaticano, na semana passada, ao afirmar que o número passou de 405 mil para 413 mil.

“O quadro geral mostra uma vitalidade da religião católica, por meio de um borbulhar de novas modalidades, ou novas formas de viver a fé católica, por meio das novas comunidades, novos movimentos eclesiais e da volta às origens dos ideais das primeiras comunidades cristãs, que tem refletido outro quadro estatístico, que é da evolução do número de presbíteros entre os anos de 1970 e 2010, conforme vemos na atual planilha do CERIS. Isso indica um retorno ao catolicismo dos afastados, mas também uma identificação maior daqueles que já praticavam o catolicismo, mas não se sentiam muito firmes, identificados com a doutrina católica. Sendo assim, por mais que se diga que houve aumento no número dos que se dizem sem religião, ou que cresceu o interesse e as adesões a novos grupos religiosos e a novas igrejas, a Igreja Católica se revela ainda mais estruturada e em franca expansão, com seus empreendimentos missionários como, por exemplo, os que foram propostos pela Missão Continental”, destaca a redação da análise.

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E você, caro leitor, identifica esta Igreja pujante aí em sua diocese? Deixe seu comentário.

Fellay: “Estamos no ponto de partida”.

Por Rorate-Caeli | Tradução: Fratres in Unum.com

O Superior Geral da Fraternidade São Pio X (FSSPX), Dom Bernard Fellay, com a presença de Dom Tissier de Mallerais e Dom Alfonso de Galarreta, ordenou padres e diáconos esta manhã em Ecône, Suíça. Em seu sermão, fez alguns comentários sobre a situação atual das relações Roma-FSSPX.

E quando celebramos esta Festa de São Pedro e São Paulo, não podemos senão pensar em Roma. E não podemos nos esquecer deste amor que o nosso fundador tinha por Roma, e que ele desejava e queria inculcar em seus filhos. Somos romanos! E não podemos deixar isso para trás! Mesmo se estivermos vivendo em tempos difíceis, mesmo se tivermos que sofrer da Roma de hoje em dia, isso não pode de modo algum enfraquecer esse amor eficaz e afetuoso por Roma, porque foi o Bom Deus quem escolheu esta Cidade para ser a cabeça da Igreja. Isso não significa que amaremos os erros, certamente que não, nós sofremos por eles. Porém, podemos dizer que não se pode deixar alguém ser desencorajado pelo que está acontecendo, a ponto de desistir. Não, é necessário perseverar, que é o que tentamos fazer.

Certamente, vocês me perguntam: “O que está acontecendo com Roma?” Se até agora não temos dito quase nada é porque não temos muito para dizer-lhes. Até o momento, as coisas estão em um estágio, podemos dizer, de uma parada completa. No sentido de que tem havido altos e baixos, tem havido intercâmbios, efetivamente, tratativas, propostas, mas estamos no ponto de partida. O ponto de partida em que havíamos dito que não éramos capazes de aceitar, que não éramos capazes de assinar. Estamos lá, isso é tudo. Vemos, por um lado, esta situação se agravar, já há dois, três anos que venho dizendo, em Roma, antes da contradição. Desde 2009, tenho dito isto, e repito, e, bem, isso ocorre todo dia. É o estado da Igreja, o que vocês querem? Há aqueles que tentam, que desejam prosseguir, podemos dizer, no progressismo e nas consequências do progressismo. Há outros que desejam que as correções aconteçam. E, nós, no meio, nos tornamos uma bola de pingue-pongue, que todos atiram. Sabemos que no final, no final, a Igreja se encontrará novamente, e a nós cabe esse anseio de não estarmos satisfeitos com um certo conforto, digamos assim. Com uma situação que simplesmente não é normal. Ao fim, não podemos nos acostumar, porque estamos em uma situação em que fazemos o que queremos, a considerar normal o estado em que nos encontramos. Isso não é verdade. É normal que busquemos, com respeito por todas as condições que sejam necessárias, evidentemente, recuperar este título de católicos, que é nosso, ao qual temos direito. Isso não significa que precisemos nos colocar simplesmente nas mãos dos modernistas, isso não tem nada a ver com a questão.

Todavia, esta é uma situação difícil, difícil, tudo parece elétrico, vemos claramente que o demônio corre à solta de todos os lados. E, portanto, esse é o momento para oração. Esse é um momento difícil. São ditos todos os tipos de coisas para e sobre nós. Bom Deus, a única coisa que desejamos é fazer a vontade de Deus, isso é tudo. A vontade de Deus é expressa em fatos… Também é claro que não podemos trazer o bem para toda a Igreja senão permanecendo fiéis à herança do Arcebispo. De quem procedem essas famosas, não sei, “condições”, “garantias”, que temos apresentado diversas vezes, que devem garantir que a Fraternidade continuará sendo o que ela é. Se em determinado momento uma colaboração for concebível, quando, como, bem, as circunstâncias irão mostrar. (Audio: DICI)

IBGE: catolicismo cai 22,4% e vê nova ascensão de evangélicos.

Terra – Herança da colonização portuguesa, o catolicismo enfrenta o momento de maior arrefecimento da história do Brasil. É o que constatou o levantamento feito em todos os municípios do País no Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE), que pesquisou em diversos níveis os aspectos religiosos da população brasileira. Em pouco mais de 20 anos, o número de brasileiros que se declararam católicos caiu 22,4%.

Para se ter uma ideia, em 1940, o mesmo IBGE constatava um percentual de 95% de católicos no Brasil. Em 1991, este número passou para 83%. Posteriormente, em 2000, na queda mais acentuada, foi para 73,6%, até chegar, 10 anos depois, nos atuais 64,6% dos cerca de 190 milhões de brasileiros .

Mesmo mantendo sua predominância, o catolicismo perde cada vez mais terreno para a religião evangélica. A pesquisa do Censo constatou que 22,2% do País está inserido nas crenças das igrejas de missão e pentecostais, dentre outras que pregam o evangelismo. O salto de 6,8%, em relação ao levantamento do ano 2000, se torna ainda maior se voltarmos ao ano de 1940, quando os evangélicos entraram na pesquisa e apareciam apenas com 2,6%. Ou seja, em pouco mais de 70 anos, cresceram 20,4%.

“Entre os católicos é comum ter pessoas não praticantes, que se declaram católicos. E nas outras religiões não, o que se declara é um participante mesmo. Essa é a grande diferença. O evangélico, por exemplo, participa muito mais. É fiel aos princípios da igreja”, diz Cláudio Crespo, coordenador de população e indicadores sociais do IBGE. “A tendência é essa, de redução da população que se declarou católica, algo que vem sendo observado desde a década de 90”, completa.

Se o catolicismo ainda é hegemônico, o Brasil, no entanto, convive cada vez mais com a pluralidade religiosa. O Censo revelou que 2% dos entrevistados se declararam espíritas (aumento de 0,7% em relação ao ano de 2000), enquanto que umbanda e candomblé respondem por 0,3% (sem alteração). Outras religiosidades, como o islamismo, por exemplo, estão presentes em 2,7% (acréscimo de 0,9%) da população, enquanto que 8% dos brasileiros não têm religião. Apenas 0,1% não souberam responder, ou não quiseram prestar a informação.

“Neste contexto, o (Estado do) Rio Grande do Sul é um exemplo interessante disso, porque dependendo da região, e da ocupação que ocorreu, o Sul tem uma presença espírita e umbandista forte, tem uma ocupação de evangélicos de missão e também de católicos. É um Estado que se mostra bastante plural”, exemplificou Crespo.

Nas regiões Norte e Centro-Oeste a diversificação dos grupos religiosos é marcada pela presença expressiva de evangélicos, sobretudo dos pentecostais, os quais têm também importante presença nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Os católicos, por sua vez, ainda que soberanos, têm maior representatividade no Nordeste: 72% dos habitantes.

No comparativo dos sexos, 65,5% dos homens brasileiros se declararam católicos, na maior presença masculina dentre as religiões. Nas demais crenças, as mulheres são maioria: 24,1% são evangélicas, 2,3%, espíritas, 0,3% adeptas da umbanda e candomblé e 2,9%, de outras religiões.

Mais de 42 milhões de fiéis
O avanço das Igrejas Evangélicas no Brasil é ainda mais clara quando os percentuais são deixados de lado para o comparativo dos números brutos da pesquisa. São exatos 42.275.440 brasileiros que se declararam evangélicos, enquanto os católicos apostólicos romanos, majoritários, formam um grupo de 123.280.172 habitantes.

Dos cerca de 42 milhões de evangélicos, mais de 25 milhões são de origem pentecostal. Somente a Assembleia de Deus, Igreja de maior representatividade, possui 12 milhões de fiéis. Elas serviram de alicerce, ainda, para outro dado importante: enquanto 79% dos moradores de áreas urbanas responderam que são católicos, o maior número absoluto dos que moram no campo, nas grandes cidades, 23,5% são evangélicos.

“A partir do êxodo rumo às grandes cidades, da década de 70 para 80, você tem o surgimento da Igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, que aproveita a oportunidade para criar o que chamamos de igreja de periferia, como igreja de portas abertas para receber esse pessoal ‘sem eira nem beira’, sem ter onde ficar”, explica Maria Goreth, coordenadora de indicadores sociais do IBGE.

Este efeito migratório encontra reflexo ainda nas idades dos entrevistados. Se os católicos encontram mais representatividade entre os brasileiros que têm mais de 40 anos, ou seja, oriundos da época em que o catolicismo era soberano, os evangélicos têm maior proporção entre crianças e adolescentes, que escolheram a religião que acolheu os pais neste êxodo.

Outras curiosidades
– O município de União da Serra, no Rio Grande do Sul, é o mais católico do Brasil: 99,18% dos moradores seguem da religião; – O município de Arroio do Padre, também no RS, é o mais evangélico: 85,84% dos moradores; – Palmelo, em Goiás, concentra o maior número de espíritas: 45,5%; – Cidreira, novamente no RS, tem 5% de praticante de umbanda e candomblé; – O islamismo responde apenas por 1,2% do grupo de outras religiosidades; – Sobre os que se declararam sem religião, 4% são ateus.

Non praevalebunt! Apesar dos escândalos.

Mas, de que modo Pedro é a rocha? Como deve realizar esta prerrogativa, que naturalmente não recebeu para si mesmo? A narração do evangelista Mateus começa por nos dizer que o reconhecimento da identidade de Jesus proferido por Simão, em nome dos Doze, não provém «da carne e do sangue», isto é, das suas capacidades humanas, mas de uma revelação especial de Deus Pai. Caso diverso se verifica logo a seguir, quando Jesus prediz a sua paixão, morte e ressurreição; então Simão Pedro reage precisamente com o impeto «da carne e do sangue»: «Começou a repreender o Senhor, dizendo: (…) Isso nunca Te há-de acontecer!» (16, 22). Jesus, por sua vez, replicou-lhe: «Vai-te daqui, Satanás! Tu és para Mim uma ocasião de escândalo…» (16, 23). O discípulo que, por dom de Deus, pode tornar-se uma rocha firme, surge aqui como ele é na sua fraqueza humana: uma pedra na estrada, uma pedra onde se pode tropeçar (em grego, skandalon). Por aqui, se vê claramente a tensão que existe entre o dom que provém do Senhor e as capacidades humanas; e aparece de alguma forma antecipado, nesta cena de Jesus com Simão Pedro, o drama da história do próprio Papado, caracterizada precisamente pela presença conjunta destes dois elementos: graças à luz e força que provêm do Alto, o Papado constitui o fundamento da Igreja peregrina no tempo, mas, ao longo dos séculos assoma também a fraqueza dos homens, que só a abertura à acção de Deus pode transformar.

E no Evangelho de hoje sobressai, forte e clara, a promessa de Jesus: «as portas do inferno», isto é, as forças do mal, «non praevalebunt», não conseguirão levar a melhor. Vem à mente a narração da vocação do profeta Jeremias, a quem o Senhor diz ao confiar-lhe a missão: «Eis que hoje te estabeleço como cidade fortificada, como coluna de ferro e muralha de bronze, diante de todo este país, dos reis de Judá e de seus chefes, dos sacerdotes e do povo da terra. Far-te-ão guerra, mas não hão-de vencer – non praevalebunt -, porque Eu estou contigo para te salvar» (Jr 1, 18-19). Na realidade, a promessa que Jesus faz a Pedro é ainda maior do que as promessas feitas aos profetas antigos: de facto, estes encontravam-se ameaçados por inimigos somente humanos, enquanto Pedro terá de ser defendido das «portas do inferno», do poder destrutivo do mal. Jeremias recebe uma promessa que diz respeito à sua pessoa e ministério profético, enquanto Pedro recebe garantias relativamente ao futuro da Igreja, da nova comunidade fundada por Jesus Cristo e que se prolonga para além da existência pessoal do próprio Pedro, ou seja, por todos os tempos.

Detenhamo-nos agora no símbolo das chaves, de que nos fala o Evangelho. Ecoa nele o oráculo do profeta Isaías a Eliaquim, de quem se diz: «Porei sobre os seus ombros a chave do palácio de David; o que ele abrir, ninguém fechará; o que ele fechar, ninguém abrirá» (Is 22, 22). A chave representa a autoridade sobre a casa de David. Entretanto, no Evangelho, há outra palavra de Jesus, mas dirigida aos escribas e fariseus, censurando-os por terem fechado aos homens o Reino dos Céus (cf. Mt 23, 13). Também este dito nos ajuda a compreender a promessa feita a Pedro: como fiel administrador da mensagem de Cristo, compete-lhe abrir a porta do Reino dos Céus e decidir se alguém será aí acolhido ou rejeitado (cf. Ap 3, 7). As duas imagens – a das chaves e a de ligar e desligar – possuem significado semelhante e reforçam-se mutuamente. A expressão «ligar e desligar» pertencia à linguagem rabínica, aplicando-se tanto no contexto das decisões doutrinais como no do poder disciplinar, ou seja, a faculdade de infligir ou levantar a excomunhão. O paralelismo «na terra (…) nos Céus» assegura que as decisões de Pedro, no exercício desta sua função eclesial, têm valor também diante de Deus.

No capítulo 18 do Evangelho de Mateus, consagrado à vida da comunidade eclesial, encontramos outro dito de Jesus dirigido aos discípulos: «Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu» (Mt 18, 18). E na narração da aparição de Cristo ressuscitado aos Apóstolos na tarde da Páscoa, São João refere esta palavra do Senhor: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos» (Jo 20, 22-23). À luz destes paralelismos, é claro que a autoridade de «desligar e ligar» consiste no poder de perdoar os pecados. E esta graça, que despoja da sua energia as forças do caos e do mal, está no coração do mistério e do ministério da Igreja. A Igreja não é uma comunidade de seres perfeitos, mas de pecadores que se devem reconhecer necessitados do amor de Deus, necessitados de ser purificados através da Cruz de Jesus Cristo. Os ditos de Jesus sobre a autoridade de Pedro e dos Apóstolos deixam transparecer precisamente que o poder de Deus é o amor: o amor que irradia a sua luz a partir do Calvário. Assim podemos compreender também por que motivo, na narração evangélica, à confissão de fé de Pedro se segue imediatamente o primeiro anúncio da paixão: na verdade, foi com a sua própria morte que Jesus venceu as forças do inferno; com o seu sangue, Ele derramou sobre o mundo uma torrente imensa de misericórdia, que irriga, com as suas águas salutares, a humanidade inteira.

Da homilia do Santo Padre, o Papa Bento XVI, na festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo – 29 de junho de 2012.

Tragédia anunciada. Avança a agenda abortista no Brasil.

Fratres in Unum.com | Com informações de G1 – A Comissão de Juristas formada especialmente para estudar mudanças no Código Penal entregou nesta quarta-feira, 27, sua proposta de alterações. As sugestões, que serão analisadas pelo Congresso Nacional, incluem a despenalização do aborto em três novos casos:

– Gravidez por emprego não consentido de técnica de reprodução assistida;

Anencefalia ou feto com graves e incuráveis anomalias, atestado por dois médicos;

– Por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação, quando o médico constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas para a maternidade;

Os trâmites do anteprojeto são: Senado (Comissão de Constituição e Justiça), Câmara dos Deputados e Sanção Presidencial.

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O que fazer:

  • Rezar pelos bebês ameaçados pelo aborto, pedir ou celebrar Santas Missas nesta intenção;
  • Pedir a Deus que nos envie muitos padres e bispos corajosos, que, a exemplo de Dom José Cardoso Sobrinho, Dom Manoel Pestana e Dom Luiz Bergonzini, lutem varonilmente, não com entrevistas e declarações aguadas e politicamente corretas, mas sim com atos e gestos concretos para a defesa da vida dos nascituros;
  • Conscientizar sacerdotes e bispos sobre a importância de falarem abertamente contra esse genocídio anunciado (pessoalmente, por e-mail ou redes sociais);
  • Enviar mensagens de exortação à CNBB e as respectivas Cúrias diocesanas, pedindo-lhes que organizem marchas locais, atos de desagravo e intervenções junto ao Congresso;
  • Telefonar e protestar: Disque Câmara 0800-619-619 e Alô Senado 0800-61-22-11.

Nossa Senhora de Guadalupe, livrai o Brasil da maldição do aborto!

O escândalo da reforma afogada dos Legionários.

Por Padre Thomas V. Berg * | Tradução: Fratres in Unum.com

O Cardeal Velasio de Paolis foi nomeado delegado papal para os Legionários de Cristo, no início de julho de 2010, para pastorear a congregação através de um “processo de reavaliação profundo”, como ordenado pelo comunicado da Santa Sé aos Legionários em 1º de maio daquele mesmo ano. Sua nomeação veio depois de um rigoroso escrutínio de todas as casas de formação e de apostolado legionárias – uma “visitação canônica” – conduzido por um grupo de bispos nomeados pelo Papa. A visitação foi ordenada por Bento XVI depois que os superiores gerais admitiram, no começo de 2009, que Maciel tinha levado uma vida dupla moralmente depravada, tendo sido pai de ao menos uma menina e de mais outras crianças com, pelo menos, uma amante, além de abusar sexualmente de jovens seminaristas.

Depois de 23 anos como Legionário, discerni que o melhor para mim era abandonar a congregação em 2009. Desde a nomeação de De Paolis, tenho observado e esperado pela tão necessária reforma. Agora, dois anos mais tarde, decidi romper o silêncio para expressar minha profunda decepção, bem como minha profunda preocupação pelos jovens e pelos padres dedicados que ainda compõe a Legião.

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“Para Fellay, o novo preâmbulo doutrinal é inaceitável”.

Publicam na rede a carta do secretário-geral da Fraternidade São Pio X, na qual indica as dificuldades para aceitar o último texto apresentado pela Santa Sé.

Por Andrea Tornielli | Tradução: Fratres in Unum.com

O caminho para a plena comunhão com os lefebvrianos poderia encontrar novos obstáculos. Assim indica uma carta circular destnada aos superiores dos distritos e dos seminários da Fraternidade São Pio X, com data de 25 de junho e classificada como “confidencial”. Um site que segue com particular atenção as negociações com os tradicionalistas acaba de publicá-la. Trata-se da comunicação interna com a assinatura de Christian Thouvenot, secretário-geral da Fraternidade São Pio X, enviada da casa geral de Menzingen aos responsávels pelas comunidades lefebvrianas.

Thouvenot escreve que “segundo diversas fontes concordantes”, a versão do preâmbulo (corrigido por Fellay) “parecia satisfazer ao Soberano Pontífice”.

Em 13 de junho, indica a nota, Levada “entregou a nosso superior-geral o texto de abril, mas com correções que, em substância, voltavam a apresentar as proposições” contidas no preâmbulo doutrinal entregue a Fellay em setembro de 2011. Desta forma, se voltaria praticamente à primeira declaração doutrinal vaticana, e as mudanças propostas pelo superior da Fraternidade teriam sido rejeitadas.

Thouvenot continua: “Fellay indicou imediatamente que não poderia assinar este novo documento, claramente inaceitável. O próximo capítulo permitirá realizar uma avaliação” sobre o andamento das relações com a Santa Sé.

Na carta se informa que Fellay revogou a faculdade de participar no capítulo do bispo Williamson, “por suas posturas que convidam à rebelião e por sua desobediência” constante. Ao fim, Thouvenot confirma a notícia que circula sobre a decisão do mesmo Fellay de postergar as ordenações de religiosos dominicanos e capuchinhos que pertencem à Fraternidade (previstas para 29 de junho), porque pretende estar seguro da “lealdade destas comunidades” antes de “impor suas mãos sobre os candidatos”. Desta forma, se confirmariam as dificuldades que era possível identificar nas linhas do comunicado da Fraternidade São Pio X, publicado depois do encontro no Vaticano, em 13 de junho.

Dificuldades às quais aludiu também Alain-Marc Nely, segundo assistente geral da Fraternidade São Pio X, durante um encontro com alguns sacerdotes do distrito da França, realizado no último dia 21 de junho. Nely confirmou que as últimas mudanças feitas na declaração doutrinal entregue por Levada a Fellay não satisfazem a Fraternidade sobre pontos essenciais, como o Concílio Vaticano II e o Novus Ordo Missae, isto é, a missa nascida depois da reforma pós-conciliar. A resposta do superior lefebvriano chegará após o capítulo geral. Fellay parece convencido da importância do reestabelecimento da plena comunhão com Roma, objetivo de Bento XVI. Nely enfatizou as palavras que concluem o comunicado da Fraternidade depois do último encontro romano sobre a esperança de que continue o diálogo para chegar a uma “solução para o bem da Igreja e das almas”.

Di Noia, o homem para salvar as relações Roma-FSSPX? “É possível ter divergências teológicas e permanecer em comunhão com a Sé de Pedro”.

Dom Di Noia na Igreja Santíssima Trindade dos Peregrinos, em Roma.
Dom Di Noia na Igreja Santíssima Trindade dos Peregrinos, em Roma.

Dom Di Noia declarou ao Catholic News Service, em 26 de junho, que o Vaticano precisava ajudar as pessoas que têm fortes objeções ao Concílio a verem “que essas divergências não têm de nos dividir ou nos afastar da mesma mesa da Comunhão”.

“É possível ter divergências teológicas e permanecer em comunhão com a Sé de Pedro”, disse.

“Parte do que estamos dizendo é que, quando você le os documentos (do Vaticano II), não pode lê-los do ponto de vista de alguns bispos liberais que possam ter sido participantes (do concílio), você ter que lê-los em sentido literal”, afirmou Dom Di Noia à CNS. “Dado que o Espírito Santo está guiando a Igreja, os documentos não podem estar em descontinuidade com a tradição”.

[…] O Cardeal americano William J. Levada permanece como presidente da comissão e Mons. Guido Pozzo continua como secretário.

A nomeação do arcebispo [Di Noia] é significativa, pois dedica perícia e mão-de-obra às questões ainda em consideração pela Fraternidade São Pio X.

O Padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, disse aos jornalistas que a nova posição é um sinal da “importância e delicada natureza do tipo de dificuldades” com que a comissão está lidando e não deve ser vista como um indício de como as coisas estão caminhando com a Fraternidade.

O Arcebispo Di Noia declarou que sua tarefa será ajudar a resolver o impasse sobre os termos de um acordo.

“O diálogo teológico ocorreu por três anos, mas agora (o Papa) espera encontrar a linguagem ou a modalidade para uma reconciliação”, contou Dom Di Noia à CNS. “Estamos no estágio de sutilezas, para ajudá-los a encontrar uma fórmula que respeite sua própria integridade teológica”.

“Parece para todos que (uma reconciliação) está próxima, mas agora ela precisa de uma espécie de empurrão”, afirmou.

Quando Dom Di Noia era sub-secretário da congregação doutrinal, esteve envolvido com o estabelecimento pelo Papa, em 2009, de ordinariatos pessoais, estruturas especiais para antigos anglicanos que querem estar em plena comunhão com a Igreja Católica, enquanto preservam aspectos de sua herança litúrgica e espiritual anglicana.

“É possível que (o Papa Bento XVI) tenha esta experiência em vista” ao selecioná-lo para sua última função, disse o Arcebispo.

Da entrevista concedida hoje por Dom Augustine di Noia a Catholic News Service.

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Como dizíamos no mês passado, “alguns falam que o verdadeiro entrave nas negociações entre Santa Sé e Fraternidade é precisamente esta Comissão [Ecclesia Dei]. Mais especificamente o seu Secretário, Monsenhor Guido Pozzo, cuja tese de doutorado trata do assentimento devido ao Vaticano II”. Colocar imediatamente acima de Pozzo alguém que afirma ser “possível ter divergências teológicas e permanecer em comunhão com a Sé de Pedro” parece ser, de fato, uma mudança significativa a fim de evitar o fiasco das tratativas e pôr fim ao ir e vir, entre Roma e Menzingen, de versões infinitamente reformuladas do famoso “preâmbulo doutrinal”.

Nomeações na Cúria. Di Noia vice-presidente da Ecclesia Dei. Renúncia de bispo argentino escandaloso.

Dom Joseph Augustine Di Noia, novo vice-presidente da Comissão Ecclesia Dei.
Dom Joseph Augustine Di Noia, novo vice-presidente da Comissão Ecclesia Dei.

A Santa Sé divulgou hoje diversas nomeações realizadas pelo Santo Padre para cargos de segundo escalão, mas não irrelevantes, na Cúria Romana:

Dom Jean-Louis Bruguès, O.P., então Secretário da Congregação para a Educação Católica, foi nomeado Arquivista e Bibliotecário da Santa Igreja Romana. Sua linha de pensamento pode ser conhecida no discurso que proferiu aos seminários pontifícios, em junho de 2009, em que abordava “dois modelos de Igreja” e as dificuldades do período pós-conciliar.

Dom Vincenzo Paglia, então bispo de Terni-Narni-Amelia e ligado à Comunidade de Santo Egídio, foi nomeado Presidente do Pontifício Conselho para a Família, no lugar do aposentado Cardeal Ennio Antonelli.

A mudança mais importante fica por conta da transferência de Dom Joseph Augustine Di Noia da Secretaria do Culto Divino para a vice-presidência da Comissão Pontifícia Ecclesia Dei. Como número dois do Culto Divino, assume Dom Arthur Roche, até agora bispo de Leeds.

Dom Arthur Roche era um dos destinatários da crítica contundente feita pelo Cardeal Ranjith, então Secretário para o Culto Divino, aos bispos que agem como “instrumentos do demônio” ao fomentar a rebelião contra o Motu Proprio Summorum Pontificum. Em 2007, Roche afirmava que “os poderes dos bispos para barrar a Missa Tridentina permanecem em vigor”.

Particularmente no âmbito da liturgia, esta mudança se apresenta como uma vitória do partido montiniano na Cúria Romana.

Como publicávamos em março de 2011, o Cardeal Cañizares, Prefeito para o Culto Divino, “desejaria, em certa medida, reestabelecer a ordem na liturgia. Punindo os desvios de esquerda, mas limitando também o máximo possível as concessões aos tradis. Seu aliado neste combate seria o prelado maltês da Secretaria de Estado, Mons. Charles Scicluna. O mesmo Scicluna que goza de toda a confiança de Bento XVI por sua recusa a qualquer concessão no dossiê ultra-explosivo dos costumes do fundador dos Legionários de Cristo, Padre Maciel. Scicluna se tornaria o novo secretário da Congregação para o Culto Divino [o que não ocorreu], substituindo o arcebispo americano Joseph Augustine Di Noia…”.

Após o anúncio da nomeação de Di Noia, a Congregação para a Doutrina da Fé, à qual a Comissão Ecclesia Dei está subordinada, lançou um comunicado em que afirma:  “A nomeação de um prelado de alto-nível para esta posição é um sinal da solicitude pastoral do Santo Padre para com os católicos tradicionalistas em comunhão com a Santa Sé e seu forte desejo de uma reconciliação com aquelas comunidades tradicionalistas ainda não em união com a Sé de Pedro. […] Como respeitado teólogo dominicano, Dom Di Noia dedicou muita atenção a essas questões doutrinais, assim como à prioridade da hermenêutica da continuidade e reforma na correta interpretação do Concílio Vaticano II — uma área criticamente importante no diálogo entre a Santa Sé e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X. […] A experiência e a contínua associação de Dom Di Noia com a Congregação para o Culto Divino facilitará o desenvolvimento de certas provisões litúrgicas desejadas na celebração do Missale Romanum de 1962. Ademais, o amplo respeito que Dom Di Noia goza das comunidades judaicas ajudará a tratar de algumas questões que surgiram na área das relações católico-judaicas enquanto tem progredido a jornada em direção à reconciliação das comunidades tradicionalistas”.

“Solicitude pastoral” não sentida em 2011, da parte de Di Noia, por alguns “tradicionalistas em comunhão com a Santa Sé”.

Restaria ainda questionar a verdadeira sanha da Cúria Romana em tratar de “certas provisões litúrgicas desejadas” para a Missa Tradicional [novos prefácios, lecionário, etc]. Desejadas por quem? Fora meia-dúzia de gatos pingados excêntricos, ninguém no mundo tradicional deseja “provisão” alguma.

Dom Protase Rugambwa, até então bispo de Kigoma, foi designado para o cargo de Secretário-adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e Presidente das Pontifícias Obras Missionárias.

Por fim, Monsenhor Krzysztof Józef Nykiel foi nomeado regente da Penitenciária Apostólica e o escandaloso bispo argentino  Fernando Bargalló teve sua renúncia aceita a jato, menos de uma semana após apresentá-la.

É esperada para as próximas semanas o anúncio do novo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em substituição ao Cardeal Levada, que já ultrapassou a idade limite. O nome mais cotado é o do alemão Gerhard Ludwig Müller, bispo de Regensburgo. Fala-se ainda na substituição de Bertone para outubro.

Um diplomata estrangeiro no Vaticano?

IHU – A expressão-chave na declaração oficial do padre Federico Lombardi é “não só no âmbito romano, mas também internacional”. A escolha dos (primeiros) cinco cardeais convocados nesse sábado por Bento XVI “em virtude da sua grande e variada experiência de serviço à Igreja” responde a uma lógica bem precisa. O papa se confia a altas personalidades da “Igreja universal”, aposentadas ou não, fora de manobras e venenos dos últimos meses, para iniciar aquelas que parecem ser “consultas” sobre a Cúria e o seu governo em geral, e sobre o seu secretário de Estado em particular. Trata-se, como notava a Santa Sé, de “restabelecer” um “clima de serenidade e de confiança” com relação “ao serviço da Cúria Romana”.

A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 24-06-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A questão certamente não nasce agora, mas nas últimas semanas passou por uma aceleração. Todo o caso dos venenos, confrontos e “corvos” na Cúria, além de obscuro, foi desde o início percebido como integralmente “italiano” pelas Igrejas fora da Itália. São italianos todos os antagonistas verdadeiros ou supostos, eclesiásticos ou leigos, dentro e fora do Vaticano. Facciosos, briguentos, tanto que a intolerância entre as conferências episcopais internacionais e as nunciaturas começaram a crescer, uma revolta subterrânea à qual há alguns dias deu voz o cardeal André Vingt-Trois, arcebispo de Paris, que, não por acaso, dada a tempestade midiática, ironizava o “clima, muito habitual em Roma, de rumores e de comentários infinitos”. Mas acima de tudo, falando no rádio da sua diocese, pedia uma reforma da Cúria “inadaptada” ao funcionamento da Igreja contemporânea e, de passagem, observava que “o cardeal Bertone tem 78 anos: não há necessidade de revelações secretas para saber que a sua saída da Secretaria de Estado é previsível”.

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