
Dom Fellay chega a Roma para o encontro de hoje com o Cardeal Levada. Foto: CNS/Carol Glatz.
Dom Bernard Fellay, superior geral da FSSPX, foi recebido há pouco mais de uma hora pelo Cardeal Levada, Prefeitura da Congregação para a Doutrina da Fé.
Segundo o jornal francês La Croix, na última versão do preâmbulo doutrinal, reformulada por Dom Fellay, “permaneceram formulações consideradas não aceitáveis por Roma, particularmente a menção aos ‘erros do concílio’: em bom português, a Fraternidade pode ter reservas sobre esse ou aquele ponto do Vaticano II (liberdade de consciência, diálogo inter-religioso, ecumenismo), mas não pode falar dos ‘erros do concílio’. Este preâmbulo deve ser publicado uma vez chegado o acordo final de Dom Fellay. Por outro lado, a versão original proposta por Roma, em torno da qual circulou a discussão, não será conhecida”.
Simultaneamente à ida de Fellay a Roma, acaba de ser divulgada uma nova entrevista (concedida no dia 1º, mas guardada para o momento oportuno) de Dom Tissier de Mallareis, outro dos quatro bispos sagrados por Dom Lefebvre em 1988. As perguntas foram redigidas precisamente para permitir a Dom Tissier refutar, uma a uma, as posições defendidas por Dom Fellay na entrevista concedida à DICI na semana passada.
Selecionamos alguns trechos:
“Reintegração”: a palavra é falsa. A Fraternidade São Pio X (FSSPX) nunca deixou a Igreja. Ela está no coração da Igreja. Onde está a pregação autêntica da fé, aí está a Igreja. Esta “oficialização” da FSSPX me deixa indiferente. Nós não precisamos dela, a Igreja não precisa dela. Estamos já no topo, como um sinal de contradição que atrai almas de valor, que atrai muitos jovens sacerdotes apesar de nosso estado de marginalização. Colocaríamos nossa luz sob o alqueire com nossa integração no orbe conciliar. Este estatuto que nos é proposto de prelazia pessoal, similar ao do Opus Dei, é um estatuto para um estado de paz. Mas estamos atualmente em um estado de guerra na Igreja. Seria uma contradição querer a “regularizar a guerra.”
[…] A irregularidade não é a nossa. É a de Roma. Uma Roma modernista. Uma Roma liberal que renunciou a Cristo Rei. Uma Roma que foi condenada antecipadamente por todos os papas até as vésperas do concílio.