Em Roma, o pedido feito por Monsenhor Gherardini de que a continuidade do Vaticano II com a Tradição fosse demonstrada, e não puramente declamada, continua sem ser atendido.
Se o Dom Augustine Di Noia conhece luteranos e anglicanos santos, suas respostas não sugerem o mesmo em relação aos tradicionalistas: estes precisam ser convertidos de suas idéias sobre o Concílio. Converter, verbo que dificilmente seria utilizado tanto para luteranos como para anglicanos.
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O nova-iorquino, secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, discute seu novo posto e os desafios que espera.
Por Edward Pentin – National Catholic Register | Tradução: Fratres in Unum.com

Em uma tentativa de continuar as conversações em andamento para uma possível reconciliação, o Papa Bento XVI designou o Arcebispo americano J. Augustino Di Noia como vice-presidente da Comissão encarregada de ajudar a trazer a Fraternidade São Pio X de volta à plena comunhão com Roma.
O dominicano de 68 anos nativo do Bronx, Nova York, até agora secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, torna-se vice-presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei. Ele falou com o correspondente do Register, Edward Pentin, em 27 de junho, sobre sua função, alguns dos obstáculos envolvidos em trazer de volta a Fraternidade para a plena comunhã e suas esperanças de uma resolução bem-sucedida.
Como Dom Di Noia ainda não começou a trabalhar na Comissão, ele preferiu não comentar as notícias sobre o vazamento da carta da FSSPX que afirmava considerar o preâmbulo doutrinal, documento que supostamente constitui a base para reconciliação com Roma, “claramente inaceitável”.
Qual foi a sua reação quando foi nomeado? Chegou como uma surpresa?
Foi uma surpresa, mas, por outro lado, essas coisas são sempre uma surpresa. Ser nomeado aqui [como secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos] foi uma surpresa.
Em que estágio o Vaticano se encontra nas conversações com a FSSPX?
Para ser honesto, eu não sei. Tenho um intenso processo de aprendizado dos assuntos, conforme eles se desenvolveram no diálogo. Quando vim para cá [Congregação para o Culto Divino], estudei a história da reforma [litúrgica] e examinei detalhadamente o Concílio, então me inteirei sobre muitas das objeções que vêm daquele mundo. Li livros de Romano Amerio e Roberto de Mattei sobre o Concílio [Vaticano II] e, é claro, estudei o Concílio por anos; então, neste sentido, tenho uma estrutura sobre a qual posso falar com eles sobre os seus problemas.
Outro fator de grande importância, autobiograficamente para mim, é que vivi toda minha vida religiosa, até vir a Roma, em um priorado dominicano, geramente em Washington ou em New Haven, Conn. Nestes lugares, a hermenêutica da continuidade e reforma, se assim posso dizer, era vivida. Eu nunca experimentei o Concílio como uma ruptura. É interessante — apenas na medida em que comecei a ler essa literatura e interpretação tradicionalista passei a entender que, em certo sentido, há problemas que são reais. Mas se você deixa de acreditar que o Espírito Santo está preservando a Igreja do erro, você corta as suas amarras.
O Concílio não pode — quaisquer que sejam suas interpretações, à esquerda ou à direita, ou as intenções dos autores dos documentos do Concílio — ser levado a erro. Todos os documentos permanecem de pé. O cisma não é a resposta. Então, sou simpático à Fraternidade, mas a solução não é se desligar da Igreja.
Sendo assim, por que o senhor acha que alguns Católicos decidiram aderir à tradição “congelada”, por assim dizer, em vez de voltar à plena comunhão?
Honestamente, eu não sei; só posso especular. Dizer porque as pessoas são tradicionalistas, diria que isso depende de suas experiências. A [reforma da] liturgia foi um fator; foi uma revolução terrível e um choque para as pessoas. Muitas dessas pessoas se sentiram abandonadas, como se a Igreja as deixasse à deriva. Então, os motivos são muito complicados e variam de um tipo de tradicionalismo para outro e de países, culturas e contextos nos quais surgiram.
Outro ponto é que há uma falha em reconhecer um simples fato da história da Igreja: que todas as divergências teológicas não precisam dividir a Igreja. Assim, por exemplo, os Jesuítas e os Dominicanos tinham uma enorme divergência no século XVI sobre a teologia da graça. No final, o Papa os proibiu de chamar uns aos outros de hereges, o que vinham fazendo. O Papa disse, “vocês podem continuar a sustentar suas opiniões teológicas”, mas se recusou a dar uma determinação doutrinal, afirmando que o Jesuítas ou Dominicanos estavam certos. Agora, esse é um exemplo muito interessante, porque demonstra que o Catolicismo é amplo o suficiente para incluir uma tremenda magnitude de diversidade e debate teológico. Às vezes a Igreja agirá, mas somente quando ele vê as pessoas decaindo para a heresia e, assim, se desligando da comunhão.
O senhor trabalhou muito próximo ao Papa Bento XVI no passado. Quão importante é esta reconciliação para ele?
O Papa espera pela reconciliação — esse é o papel do Papa. O ministério de Pedro é, acima de tudo, preservar a unidade da Igreja. Assim, além de qualquer interesse pessoal que o Papa Bento possa ter, ele partilha sua preocupação com João Paulo II. Como você sabe, ele está envolvido nisso desde o início.
O Papa está fazendo o impossível para acomodá-los, mas ele não vai ceder na questão da autenticidade do ensinamento do Vaticano II enquanto uma série de atos do magistério.
A Fraternidade São Pio X argumenta que o Concílio Vaticano II não promulgou nenhum ensinamento infalível e irreformável. Ele foi pastoral e não dogmático. Se é assim, por que é tão importante que eles concordem com ele?
Há muito do que é dogmático nele. A sacramentalidade da ordenação episcopal, para dar um exemplo, é um desenvolvimento da doutrina do episcopado, logo, é doutrinal. Tradicionalmente, as doutrinas eram afirmadas como cânones com anátemas. Não há nenhuma delas [no Concílio], mas ele certamente está cheio do magistério ordinário e é uma reafirmação dele. Ele é doutrinalmente rico. Mas procurou esclarecer o que Trento deixou aberto ou o que o Vaticano I deixou aberto em relação à Escritura e à Tradição? Há desenvolvimentos doutrinais aqui e ali. E a Fraternidade pensa, é claro, que todo o ensinamento sobre a liberdade religiosa é um afastamento da Tradição. Mas algumas pessoas inteligentíssimas tentaram salientar um desenvolvimento que é consistente.
O que tenho tentado argumentar é que tudo o que eles têm de fazer é afirmar que não há nada no Concílio que seja contrário à Tradição e que cada texto, ou cada parte dele que seja controversa, deve ser lida no contexto do Concílio — e lida à luz da Tradição. Parece-me, apesar de suas dificuldades, que eles devem estar em condições de fazê-lo.
O que o senhor diz sobre o argumento de que se os documentos do Concílio não são nem infalíveis nem imutáveis, então eles não são vinculantes?
Dizer que eles não são vinculantes é um sofisma. O Concílio contém uma gama de magistério ordinário, que é de fide divina [de fé divina]. Agora, a Constituição Pastoral “Sobre a Igreja no Mundo Moderno” [Gaudium et Spes] faz comentários sobre a natureza da cultura que, geralmente falando, todos hoje acreditam terem sido excessivamente otimistas. Bem, isso não é de fide divina. Não é preciso; é muito impreciso. Mas o Concílio está cheio de magistério ordinário. Quando trabalhei na conferência episcopal [dos EUA] e estava discutindo, por exemplo, Veritatis Splendor, as pessoas me perguntavam: “É infalível?”. Eu respondia: “A pergunta mais importante: é verdadeira?”.
O que eu queria dizer é: a ênfase exagerada é na infalibilidade. É por isso que João Paulo II e Bento XVI decidiram não mais definir nada infalivelmente, porque você vê o que acontece. As pessoas dizem: “Eu só tenho que acreditar no que foi definido infalivelmente”. Ora, isso é muito pouco. Então, é por isso que há uma distinção entre o magistério extraordinário e ordinário. O magistério extraordinário é o que a Igreja define, e quase sempre envolve apaziguar desacordos que provavelmente foram definidos. Talvez a Igreja nunca tivesse dito que Maria era a Mãe de Deus se Nestório não o tivesse negado. Mas, com o magistério ordinário há uma gigantesca quantia do que acreditamos que é de fide divina e que nunca foi definido. É por isso que as pessoas falaram sobre o magistério ordinário, tentando sair dessa leitura reducionista que afirma que apenas se deve acreditar no que é infalível. Assim, não, o Concílio tem ensinamentos vinculantes. Os Padres estão escrevendo como bispos da Igreja em união com o Papa; é por isso que o Concílio é tão importante.
Já o Cardeal Ratzinger enfatizava que o Concílio não deveria ser visto como uma espécie de “super-dogma”.
Ele não procurou definir infalivelmente nenhuma doutrina; é o que ele está dizendo, mas ele não está afirmando que ele não contém grande montante do magistério ordinário. Se você tomar as constituições dogmáticas, elas são chamadas de constituições dogmáticas — Revelação Divina [Dei Verbum], Lumen Gentium, estas duas certamente, mas outras também.
Se eles se reconciliarem, o que a Fraternidade São Pio X traria que poderia influenciar posivitamente na Igreja?
Os tradicionalistas que estão agora na Igreja, tal como a Fraternidade Sacerdotal São Pedro, trouxeram aquilo sobre o que o Papa insistiu: aquela solenidade na maneira com que celebram a liturgia, especialmente na área da liturgia, eles são um testemunho da contínua vitalidade da tradição litúrgica anterior ao Concílio, que é a mensagem de Summorum Pontificum. A situação é: eles não podem afirmar que o Novus Ordo é inválido, mas a sua celebração do Missal de 1962 é algo que permanece atrativo e alimenta a fé, mesmo daqueles que não têm experiência dele. Então, esse é um fator muito importante.
Eu tentei encontrar uma analogia para isso. Digamos que a Constituição americana possa ser lida ao menos de duas formas: os historiadores a lêem, e estão interessados no contexto histórico, nos legisladores, em suas experiências pessoais e em tudo daquele trabalho histórico sobre a Constituição. Então, você tem uma Constituição que você pode estudar historicamente e lançar uma grande luz sobre o significado dela.
Contudo, quando a Suprema Corte usa a Constituição, quando é lida como um documento institucional vivo sobre o qual as instituições de um país são fundamentadas, é uma leitura diferente. E, daí, o que os legisladores pensaram, incluindo não só os expertos dos quais dependem — eles são um paralelo dos bispos e os expertos dos periti [teólogos que auxiliam os participantes em um concílio ecumênico].
Aqueles documentos têm uma independência em relação a todos eles. Frequentemente digo que o que os Padres Conciliares pretendiam não interessa, porque o que importa é como você o aplica hoje. É um documento vivo.
Não obstante, é a forma como ele foi aplicado que é o problema.
O que é importantíssimo para os teólogos, pessoas em condições de compreender, é que o Concílio tem sido interpretado de maneira desenfreadamente destrutiva e descontínua. Estou lendo um livro de Louis Bouyer, que escreveu um livro, em 1968, chamado ‘A Decomposição do Catolicismo‘. Então, há Xavier Rynne, que modelou a compreensão do mundo ocidental do Concílio ao escrever aqueles artigos para o The New Yorker.
O Papa escreveu brilhantemente sobre isso muitas, muitas vezes, mas, você vê, em parte, os tradicionalistas estão reagindo justamente contra as interpretações bizarras do Concílio feitas pelos progressistas.
O que mais de positivo eles podem trazer?
Se forem aceitos pela Igreja e reconstituídos à plena comunhão, eles serão uma espécie de testemunho vivo da continuidade. Eles podem ser perfeitamente felizes estando na Igreja Católica, então seriam um testemunho vivo para demonstrar que a continuidade entre o antes e depois do Concílio é real.
Mas isso apenas se eles cumprirem as condições do Vaticano?
É mais do que isso. Não é como um édito — pare no vermelho; siga no verde — porque ser membro e ter a plena comunhão envolvem Fé de que o Espírito Santo está preservando a Igreja do erro e de que a comunhão com a Sé de Pedro é parte da realidade de estar em plena comunhão. Não é algo acidental.
Então, se eles aceitarem, tem de ser com as necessárias condições de ser plenamente Católicos, não simplesmente o que o Papa diz ou o que eu digo… Eles tem que dizer: “Sim, eu acredito que a Igreja é protegida do erro pelo Espírito Santo”. Então posso dizer: “Ok, então; você é Católico”.
A Fraternidade tem sido alimentada por pessoas que usam a palavra “erro”. “Erro” é uma palavra vaga na Tradição Católica. Há muitos diferentes níveis de erro. Às vezes, significa que você caiu na heresia; outras, que você é imprudente.
Seu novo cargo é o de vice-presidente da Ecclesia Dei, mas não está claro a quem o senhor está substituindo.
Houve um vice-presidente por um tempo, Monsenhor Camille Perl. No entanto, o que fizeram foi preencher uma posição que, creio eu, está vazia há três anos. Não tenho certeza de quando Monsenhor Perl se aposentou.
Alguns afirmaram que o senhor foi trazido para ajudar a preparar uma estrutura canônica para a FSSPX, caso eles se reconciliem. Isso se deve ao extenso trabalho que o senhor realizou ao ajudar a criar o ordinariato anglicano?
Não sei; o Papa não me contou porque me escolheu. Eu estive envolvido no ordinariato desde o início. Era sub-secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, envolvido nas discussões que levaram à formação do ordinariato, mas eu não sou um canonista. Não tive um papel direto na composição da constituição, mas, sim, tenho experiência, talvez de diálogo.
Os anglicanos que vinham a Roma procurando a plena comunhão frequentemente vinham me ver. Então, acho que devo ter algum tipo de dom que os atrai a mim [risos].
O quanto um visível enfraquecimento do dogma extra Ecclesiam nulla salus (fora da Igreja não há salvação) é uma importante parte do problema, como afirmam alguns tradicionalistas? O entendimento que se tem hoje do dogma contradiz seu ensinamento anterior?
Eu não sei se você pode culpar o Concílio disso mais do que o surgimento de uma tendência teológica que enfatizava a possibilidade da salvação de não-cristãos. Mas a Igreja sempre afirmou isso, e nunca negou [o dogma]… [Karl] Rahner teve um efeito desastroso sobre isso com o seu “cristianismo anônimo”. Mas o Concílio não altera o ensinamento da Igreja.
E no entanto eles dizem que alterou?
Esse é um exemplo muito bom de duas coisas que mencionei: o perigo de ler isso como Rahner leu, em vez de à luz de toda a Tradição.
Eles afirmam que a salvação quase não é proclamada mais.
Ralph Martin concorda com isso. Nós temos uma crise, porque a Igreja foi infectada com a idéia de que não temos que nos preocupar ou inquietar, ou não levamos suficientemente a sério o mandado de proclamar a Cristo. Mas isso não é por causa do Vaticano, mas da má teologia. É por isso que a Dominus Iesus foi parte da resposta a todos dessa teologia da religião. Não se questiona que a necessidade do extra Ecclesiam nulla salus tem uma longa história. Mas eles estavam falando de hereges, não de não-crentes. A fórmula é dirigida aos problemas de heresia. Ela tem a sua história.
O Concílio afirma que há elementos de graça em outras religiões, e não creio que isso deva ser retratado. Eu os vi, eu os conheço — encontrei luteranos e anglicanos que são santos.
Alguns tradicionalistas dizem que o humanismo secular frequentemente vence as afirmações dogmáticas na Igreja moderna. Para dar um exemplo: o Santo Padre afirmou que não teria levantado a excomunhão de Dom [Richard] Williamson se soubesse de seu anti-semitismo. Mas, apesar do anti-semitismo odioso, os tradicionalistas afirmam que essas opiniões não são posições dogmáticas. E, no entanto, políticos Católicos podem falar livremente contra o dogma e ainda permanecem em plena comunhão com a Igreja. O que o senhor diz sobre tal argumento?
Isso é uma cilada. Edward Norman, em seu excelente livro ‘Secularization‘, afirma não haver dúvidas de que aquilo que ele chama de secularização interna, humanismo secular, definitivamente invadiu partes da Igreja. Eles [a FSSPX] provavelmente estão certos a esse respeito, e eu poderia lhes dar uma lista ainda maior de exemplos do que eles podem elencar.
Entretanto, julgar e defender Williamson dessa forma é nojeto e detestável. Um político é a mesma cosia que um bispo? Dá um tempo! É lixo; é sofisma.
Eles querem uma excomunhão coletiva de todos que são pró-escolha [ndr: favoráveis à liberdade de escolher o aborto]? E, no entanto, aqui está uma pessoa, um bispo, que abertamente defende uma posição que a Igreja está desesperadamente tentanto suprimir na própria Igreja, que é o anti-semitismo.
Na nota da CDF [Congregação para a Doutrina da Fé] que acompanhou a sua nomeação, afirma-se que a sua experiência “facilitará o desenvolvimento de certas provisões litúrgicas desejadas” na celebração do Missal Romano de 1962, comumenteconhecido como Rito Tridentino. O senhor poderia explicar isso mais detalhadamente?
Há duas coisas: no calendário, há muitos santos que eles [Comissão Ecclesia Dei] gostariam de acrescentar, mas o Missal Romano é fixo. É necessário um diálogo entre eles e a Congregação para o Culto Divino sobre como incorporar elementos do calendário romano e como ele se desenvolveu nos últimos 50 anos. E depois os prefácios: o antigo Missal de 1962 tem um número muito limitado de prefácios, e eles também estão interessados em incorporar alguns dos prefácios. Mas como se trata da edição de 1962, quem pode revisar a edição de 1962 do Missal?
De fato, o Novus Ordo, o Missal Romano atual, é uma revisão do Missal Romano de 1962. Então a questão é: como eles podem fazer isso? Eu não sei, mas o trabalho tem que ser feito. Nós já tivemos dois encontros entre representantes da Congregação e da Ecclesia Dei, para discutir como isso poderia ser feito.
Foram mencionadas as suas boas relações com a comunidade judaica. Quão boas elas são?
Tive longa e afetuosa relações com vários líderes judeus da época em que estive nos Estados Unidos, trabalhando na conferência dos bispos, que continuaram durante todo o tempo. Eles tem vindo me ver todos os anos. Não sei se eles disseram algo em público, mas ao telefone estão muito felizes. Eles sabem que sou sensível às suas preocupações.
Nostra Aetate (um documento que muitos crêem ter ajudado a fomentar melhores relações entre judeus e Católicos) é um problema para a FSSPX.
Sim, mas lembre-se. Se você tomar a constituição de maneira exata, como um jurista, há o amplo e o estrito, e essa é uma divergência que pode ser sustentada por duas cortes simultaneamente. Então, novamente, se eles quiserem tomar uma leitura mais estrita daqueles textos conciliares, eles são perfeitamente livres para fazê-lo teologicamente. Mas isso não significa que eles têm de estar fora da Igreja, e eles devem discutir com as pessoas fundamentados na teologia.
Se eles acreditam que Nostra Aetate está sendo má interpretada, então eles têm que entrar na batalha para interpretá-la corretamente. Em vez de fugir do campo, eles tem que jogar a partida.
Uma reconciliação poderia ser oportuna, dados os problemas na Igreja e na cultura?
É meu instinto; lembre-se que até Bento XVI dizer, em dezembro de 2005, em suas palavras à Cúria, no qual ele fez seu famoso discurso sobre a hermenêutica da continuidade, você sequer poderia falar sobre essas coisas. Assim, Bento nos libertou pela primeira vez.
Agora você pode criticar [teólogos Cardeal Henri-Marie] De Lubac, [Cardeal Yves] Congar, [Padre Marie-Dominique] Chenu. E muitos jovens estão escrevendo dissertações e livros que de alguma forma seriam impossíveis antes. Então, eu diria que a leitura progressista dominante do Concílio está retrocedendo. Ela nunca esteve em retrocesso antes. Mas a insistência na continuidade — eles tem que abraçar isso também. Os tradicionalistas têm de ser convertidos de uma visão do Concílio como ruptura e descontinuidade.
Essa é uma distinção que [o historiador Roberto] de Mattei faz. O Concílio foi experienciado como uma ruptura, mas em termos doutrinais e teológicos tem de ser lido em continuidade — de outra forma, você teria que admitir a derrota.
O senhor acredita que a FSSPX tenha medo de que as suas preocupações não serão protegidas em caso de reconciliação?
Como elas não seriam protegidas? Quem está dizendo a eles o que fazer? A única coisa que estou dizendo a eles é: o Vaticano II não é um afastamento da Tradição.
O senhor está otimista ou pessimista quanto à reconciliação?
Nenhum dos dois; simplesmente não sei. Creio que será uma ação da graça. De fato, pedirei aos dominicanos que comecem a rezar. Eu espero que ela aconteça. O Papa não quer que isso continue — outra seita, outra divisão.
Olha, fratres, um padre que conheço me disse um dia que quanto mais uma moeda falsa se parece com a verdadeira, mais gente ela engana. Esse é o meu medo….
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Essa entrevista é tão esdrúxula que nem sei por onde começar meu comentário.
Sua Excelência parece se gabar, citando autores e mais autores e falando de sua experiência, mas como ele pode responder com “não sei” e “não tenho certeza” quase uma dezena de vezes em uma só entrevista? É ignorância demais para um homem em cargo de tamanha importância.
Outra questão que me faz desconfiar que esse homem caiu de para-quedas. Ele insiste em querer que a FSSPX aceite uma coisinha só: que o CVII não é um afastamento do Concílio. Ora, a afirmação de ruptura está no âmago da existência da FSSPX e para mostrar isso suspostamente serviram as discussões doutrinais. E esse senhor acompanhou as discussões doutrinais! Estava cochilando??? Meu Deus!!
Realmente, como ele diz ao fim da entrevista, é a insistência na continuidade. Só que uma insistência burra, pois esperar que a FSSPX ceda exatamente no ponto em que ela mais insiste, desde sua fundação, é ingenuidade demais. Ou seria pedir ou trabalhar para que o acordo fosse para os ares e que FSSPX ficasse com a fama de má agradecida?
Desconfio seriamente que ele não conheça o pensamento da FSSPX pelos seguintes pontos: ela nunca negou “a autenticidade do ensinamento do Vaticano II enquanto uma série de atos do magistério”.
Também nunca negou que ele esteja “cheio do magistério ordinário”. Ficar nesse tipo de argumentação é superficial demais, parece comentário de leigo que desconhece o assunto. A FSSPX afirma que o CVII
como um todo foi pastoral e que, por isso, nos diversos graus de seus ensinamentos, não haveria escândalo algum se fossem encontradas rupturas. E, a partir daí, ela afirma que pontos como ecumenismo, liberdade religiosa, colegialidade, se afastam do ensinamento precedente. É lógico que ela aceita o “magistério ordinário” “de fide” que há no CVII, como as reafirmações de dogmas ou ensinamentos ordinários passados!!
Outro fator que mostra sua inaptidão para o cargo: Ele diz que nunca experimentou a hermenêutica da ruptura nos locais em que viveu. Só se viveu realmente enclausurado, pois 99,9999% da Igreja está uma verdadeira algazarra e ele simplesmente “não viu”. É esse tipo de homem “experiente” que a Cúria Romana precisa? Que coisa, tudo estava tão lindo que ele só se deu conta dos problemas lendo a “literatura tradicionalista”!!!
E aí Mons. Di Noia termina: “O que tenho tentado argumentar é que tudo o que eles têm de fazer é afirmar que não há nada no Concílio que seja contrário à Tradição”. Ow meu amigo, caso você também não saiba, isso é o que todo mundo em Roma está dizendo há décadas!!! Acorda!!!! A FSSPX já disse e redisse a razão pela qual não aceita essa posição!!!
Sobre a pergunta com relação a Dom Williamson: Mons. Di Noia simplesmente se esquiva. Sim, um bispo não é a mesma coisa que um político (respondendo à sua pergunta: sim, queremos uma excomunhão coletiva para todos os abortistas — não sabia disso também?). Mas há muitíssimos bispos e até cardeais que negam verdades de Fé (e não meros ensinamentos pastorais) e que permanecem em plena comunhão, meu querido vice-presidente da Ecclesia Dei. É melhor nem tocar nesse assunto, não é? Basta fugir da resposta com um ar de superioridade, clamando “sofisma”, “lixo”…
Para concluir, Mons. Di Noia só cita um único aspecto positivo que a FSSPX (e outros trads) poderiam trazer = uma maior sacralidade na liturgia que atesta a continuidade entre pré e pós concílio. O entrevistador insiste na pergunta, e Mons. Di Noia não encontra nada mais de positivo…
Acho que isso diz tudo!!!
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Pois é, confesso que só consegui terminar de ler a entrevista de Di Noia com muito esforço. Não sou grande estudioso das questões jurídicas e do próprio concílio, mas elenco, na minha simplicidade, os trechos que acho mais interessantes para um simples leigo meditar, mesmo aqueles mais ignorantes:
1 – “O Concílio afirma que há elementos de graça em outras religiões, e não creio que isso deva ser retratado. Eu os vi, eu os conheço — encontrei luteranos e anglicanos que são santos.”
Aprendi no catecismo que não existe santidade fora da Verdade, e que é a Igreja católica, coluna e sustentáculo da verdade, a Esposa Imaculada do Cordeiro, fonte de toda santificação. Deus não traí sua Esposa com as prostitutas que querem lhe despojar de todas suas honras, muito menos de seitas e igrejolas nascidas de apostatas, adúlteros, loucos ou gananciosos.
Mas, se há santidade no luteranismo, do monge apostata, porque ser católico? E porque se preocupar tanto com a FSSPX?
2 – “Eles sabem que sou sensível às suas preocupações.”
Quais são as preocupações dos judeus? Seria aceitarem Jesus como Deus e Senhor?
3 – Se eles acreditam que Nostra Aetate está sendo má interpretada, então eles têm que entrar na batalha para interpretá-la corretamente.
Ora, aprendi no mesmo catecismo e nos santos Evangelhos, que é Pedro quem deve interpretar e confirmar seus irmãos na fé. O que vejo hoje é uma verdadeira babel. Como um simples leigo pode encontrar paz nessa loucura, no meio dessas batalhas, senão na Tradição?
4 – “O Concílio foi experienciado como uma ruptura, mas em termos doutrinais e teológicos tem de ser lido em continuidade — de outra forma, você teria que admitir a derrota.”
Hummmm? Acho que vou tirar umas férias.
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Eu, pelo contrário, achei a entrevista um tanto prudente.
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Fiquei animado com a entrevista. Parece claro que Roma aceita discutir sim o CVII, mas esse debate tem de ser feito do lado de dentro e não fora da Igreja.
Salve Maria!
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Quando eu li essa entrevista no RORATE CAELI, eu percebi o quanto a aprovação da FSSPX será somente devido a um verdadeiro milagre de Deus.
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Hmmmm… Se os judeus ficaram felizes com a sua nomeação, então eu fico preocupado.
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“Perigosíssimos” FRATRES;
Noooooooooooossaaaaaaaaaaaaaaa
Eles estão mostrando sua verdadeira face: CONVERSÃO.
Conversão de quem?
Conversão a quê?
Hummm…
Depois tem uns comentadores deste Blog que ainda acham aqueles que nos colocamos contrários a “Acordos” com essa gente, somos “sedevacantistas”, ainda que não aceitemos este lastimável título.
Aí, pessoal dos plena e neo-con, como os senhores poderiam resolver este grave problema: a hermenêutica da continuidade?
Não questiono os Sacramentos, a Missa ou o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Tampouco a Virgindade perpétua da Santíssima Virgem, sua Maternidade Divina (já definida no Concílio de Éfeso – por acaso já foi derrogado pelo “mega evento conciliar”?)
Somente como os senhores entendem essa belíssima e teológica expressão desse senhor arcebispo, bispo, ou sei lá o que seja esse Noia.
Um luterano ou um anglicano não se faz necessário “converter”.
Mas àqueles que são verdadeiramente Católicos, sim, estes sim, devem ser “convertidos”!
Convertidos à essa desgraçada “religião universal” para onde eles todos rumam, neste diabólico ecumenismo, inspirado por seu “pai”, o velho parlapatão, o Diabo.
Afinal, senhores “neo-con” e plenas:
Por que somente nós, que seguimos a Fé dos Santos Apóstolos é quem devemos nos converter?
Acaso o ato de questionarmos essa desgraçada primavera conciliar e seu pútridos frutos acaba por incomodar demais?
Será melhor ficar, assumidamente entre os hereges, e querer converter àqueles que se mantêm fiéis ao Cristo? Será que o ideal dessa gente é que todos sejam hereges?
Será que se esqueceram daquela frase de Nosso Senhor: “Pelos frutos conhecereis a árvore”.
Nossa, os frutos dos Concílios da Igreja foram a Santificação e a busca de Deus!
Quantos milhares de Santos vemos na História da Igreja, alimentados pelos Concílios da Igreja!
Quais os frutos do concílio Vaticano II?
A apostasia de seus Pastores?
A fuga em massa de milhares de Católicos em todo o mundo, ou para as seitas “evagélicas” ou para o indiferentismo religioso?
O pérfido exemplo do clero?
O fracasso das congregações religiosas, masculinas e femininas, chagendo à extinção de inúmeras congregações, após as “mudanças conciliares”, ou seja o “aggiornamento” do carisma dos fundadores?
Os péssimos exemplos de grupos religiosos, tais como o Caminha Neocatecumenal ou a RC”C”?
A beatificação e a canonização “a jato”?
Não, senhores… Não somos nós quem devemos nos “converter”!
Diante de toda essa realidade, que muitospreferem não enxergar, ficando em seu “mundinho das maravilhas, junto da Alice e seu concílio das maravilhas”, seríamos nós quem tem o dever de se converter?
Ou serão aqueles que estão indo contra a tudo aquilo que a Igreja sempre ensinou?
Será que são aqueles que Guardam a Fé que devem “repensar seus valores” ou aqueles que se sentam e se entendem com os hereges?
“Perigosíssimos” FRATRES, desculpem-me o desabafo, mas aí vem aquela perguntinha básica:
É COM ESSA GENTE QUE MONS. FELLAY QUER SE UNIR?
Ah, quem quiser se unir a esses aí, que vão às marchas com suas bandanas!
Uiiiiiiiiii
Kyrie Eleison!
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O erro dos ultra-tradicionalistas é sua recusa em aceitar o Concílio Vaticano II devido a seus erros. Os ultra-tradicionalistas ao negarem o Vaticano II estão afirmando que a Igreja errou. Agindo assim eles deixam de ser plenamente católicos e tornam-se potencialmente cismáticos. Os ultra-tradicionalistas assumem assim uma postura totalmente contraditória e totalmente contrária a tradição e aos dogmas centrais da fé católica que afirmam que a Igreja é governada por Cristo na pessoa do Sumo-Pontífice e conta com a assistência do espírito santo. Ora, o espírito santo não pode errar. Afirmar que um Concílio errou é colocar-se fora da Igreja e admitir que a promessa de Cristo não se cumpriu, pois a Igreja falhou. A única interpretação correta do Concílio Vaicano II é a do Papa. As interpretações dos utra-tradicionalistas e dos modernistas são incorretas e infundadas e extremamente contraditórias. Nõ existe maior contradição do que se colocar fora da Igreja para supostamente defender a tradição da própria igreja.
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A entrevista é excelente. Revela, nua e cruamente o pensamento “da renovação em continuidade do concílio”.
Para quem leu o livro do de Mattei, e o livro é claro nesse sentido, o Vaticano II foi tomado por uma seita extremamente organizada: a dos modernistas. Se ele não se convenceu desse fato notório, o mais decorre dessa interpretação.
Esse concílio foi uma desgraça (no sentido específico da rejeição da graça divina pelos homens).
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Caro César, pediria a gentileza de segurar a sua pergunta para um post que irá para o ar ainda nesta semana e que tratará estritamente do assunto sobre o qual você questiona. Assim evitamos desviar o foco da entrevista de Dom Di Noia. Certo da sua compreensão.
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Puxa… até o Missal de 1962 entrou na dança… “incluir”, “modificar”, “aggiornare”… o que ele quer? Criar três dezenas de cânones, destruindo assim a unidade de culto? Acho que já vi este filme antes…
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Me veio a mente hoje pela manhã, antes mesmo de ler este texto. “Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado.” (Lc X, 21).
Um grande arcebispo refutador de sofismas, como quis parecer nesta entrevista, poderia explicar como defender a seguinte argumentação: I – Fora da Igreja não há salvação. II – Anglicanos e Luteranos são formalmente hereges (respeitando a mesma distinção que o arcebispo fez dos não-crentes) por seguirem as doutrinas heréticas de Henrique o Adúltero e do monge maldito. Obviamente isso não se aplica aos convertidos, como os pertencentes ao ordinariato dito “anglicano” e aqueles que renunciam estas doutrinas. III – Existem Anglicanos e Luteranos (fora da Igreja) santos. Pergunta: Como pode????????? Que existam convertidos santos, vá lá. Que ex-anglicanos e ex-luteranos possam vir a ser santos é fato, mas para isso precisarão ser, primeiramente, católicos.
E outra pergunta: Por que tanta defesa aos judeus? Sem menospreza-los de forma alguma, o que a Igreja ganha ao deixar de condenar a ideia judaica que Cristo não é o Messias? A religião judaica, com toda sua beleza, tradição, etc, etc, etc, nega que Cristo é o Messias. isso é fato objetivo. Para a Santa Igreja, isso é um erro. Ou será que deixou de ser? Acaso a Igreja tem alguma culpa no genocídio do Luterano Adolf Hitler? O arcebispo acredita que Pio XII foi omisso no genocídio dito holocausto?
Sem mais perguntas, meritíssimo. Talvez como certa página tradicionalista, reclamações e dúvidas, só no juízo final…
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Prezado Ferretti,
Fique certo da minha compreensão.
Obrigado.
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Ante a afirmação da santidade dos protestantes, lembro de S. Agostinho — acredito que no De Vera Religione — dizendo que aquilo que há de santo e positivo nas outras profissões (no paganismo) pertence à Igreja.
Tenho para mim que a afirmação do arcebispo Di Noia é mais polêmica do que 100% equivocada à luz do que já foi publicado anteriormente, ao menos a partir da leitura do Dominus Iesus:
“A Igreja é « sacramento universal de salvação » porque, sempre unida de modo misterioso e subordinada a Jesus Cristo Salvador, sua Cabeça, tem no plano de Deus uma relação imprescindível com a salvação de cada homem, Para aqueles que não são formal e visivelmente membros da Igreja, « a salvação de Cristo torna-se acessível em virtude de uma graça que, embora dotada de uma misteriosa relação com a Igreja, todavia não os introduz formalmente nela, mas ilumina convenientemente a sua situação interior e ambiental. Esta graça provém de Cristo, é fruto do seu sacrifício e é comunicada pelo Espírito Santo ». Tem uma relação com a Igreja, que por sua vez « tem a sua origem na missão do Filho e na missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai ».
21. Quanto ao modo como a graça salvífica de Deus, dada sempre através de Cristo no Espírito e em relação misteriosa com a Igreja, atinge os não cristãos, o Concílio Vaticano II limitou-se a afirmar que Deus a dá « por caminhos só por Ele conhecidos ». A teologia esforça-se por aprofundar a questão. Há que encorajar esse esforço teológico, que sem dúvida serve para aumentar a compreensão dos desígnios salvíficos de Deus e dos caminhos que os realizam. Todavia, de quanto acima foi dito sobre a mediação de Jesus Cristo e sobre a « relação única e singular » que a Igreja tem com o Reino de Deus entre os homens — que é substancialmente o Reino de Cristo Salvador universal —, seria obviamente contrário à fé católica considerar a Igreja como um caminho de salvação ao lado dos constituídos pelas outras religiões, como se estes fossem complementares à Igreja, ou até substancialmente equivalentes à mesma, embora convergindo com ela para o Reino escatológico de Deus.”
Fora da Igreja não há salvação, e um não católico salvo/santo o seria por meio de uma graça que pertence à Igreja. Agora: só não sei se é tão fácil assim como o arcebispo parece colocar…
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Caro Victor Picanço, Roma não está demonstrando que aceita discutir o CVII, ela quer enfiar “goela abaixo” na FSSPX. Isso é o que está sendo demonstrado com as últimas nomeações, mas talvez isso traga mais luz a Dom Fellay. Porém, a fraternidade deve se preparar, pois, será tratada como rebelde já que o Papa lhe “estendeu a mão” e eles negaram a “ajuda”.
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Talvez nem estejamos mais aqui, mas gostaria de ouvir o que as pessoas que defendem os erros do CVII e dos papas que vieram após ele, sob o argumento de que a Igreja não erra (isso todo mundo já deveria compreender como funciona), se um papa futuro condenar os erros do concílio e até mesmo declarar um desses papas como anti-papa. O castelinho de cartas desse povo vai cair bem na frete deles. Que fique bem claro, antes que eu seja acusado, que não estou aqui pra dizer quem é ou não anti-papa, até porque isso não compete a mim. Mas todos que se propõe aqui a comentar, deveriam saber que um Papa pode errar sim, mas nem por isso a Igreja erra. Se o Papa erra, ele não o faz em nome da Igreja que é a mestra da Verdade, mas sim por erro próprio. Se ele erra é porque houve desvio da Doutrina, portanto, da Verdade.
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[Karl] Rahner teve um efeito desastroso sobre isso com o seu “cristianismo anônimo”. Mas o Concílio não altera o ensinamento da Igreja.
Alto lá! Dom Di Noia está criticando o Padre Rahner? O amado Rahner do Papa Bento XVI e para o qual Bento XVI dedicou obras literárias inteiras? O Rahner que arruinou a Igreja com sua teologia imunda e suja? O admirado Rahner, perito do Concílio, inspirador de Ratizinger e Wojtyla; o padre jesuíta que cultivou um romance escondido entre 1962 (data marcante, não é?) e 1984 com a escritora alemã Luise Rinser? O Rahner que junto de Henri de Lubac , Hans Urs von Balthasar e Yves Congar manipularam as comissões do Concílio?
Nossa! Quem diria!
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Extra Ecclesiam Nulla Salus? Creio ser de Pio IX sobre a ignorância irresistível que claro, permitiria aqueles que seguem o direito natural a salvação. Gosto muito do significado das palavras, por exemplo Virgem Maria em alemão é Jung (jovem) Frau (mulher) Jungfrau Maria. Bastardo que é o filho fora do casamento é, pasmem, Pfarrer (paroco) Kind (criança), ou seja, “filho de padre” é Pfarrerkind.
No Brasil a terminologia “leigo” era utilizada para designar o fiel católico que não era religioso. Hoje virou sinonimo de ignorante, burro, mesmo porque fiel católico é mais burro que os protestantes, já que a heresia modernista que é a “soma de todas as heresias” (São Pio X) veio a se espalhar no CV II para todo o orbe católico deixando os leigos mais leigos (= ignorante) que os protestantes que são hereges, mas é só uma heresia e somado a ignorancia irresistivel estão melhor com Deus que os católicos, porquanto que os católicos pós concilio é protestante, comunista, albigense, revolução de 68 e outras bobagens doutrinárias.
Para que fazer um CVII se o primeiro não foi finalizado? Alem do livro sobre o CVII do prof. De Mattei, aconselho a leitura do livro dele sobre Pio IX e a biografia do Prof. Plinio Correa de Oliveira “O Cruzado do século XX).
A sim, e noia em portugues eu deixo de dizer o significado. Porque além de deixar os fieis leigos em burros e ignorantes esse Noia quer deixar os leigos bem noiado.
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” A única interpretação correta do Concílio Vaicano II é a do Papa.”
Mas qual papa? Qual interpretação é a correta? A de João Paulo II? A de Bento XVI? E se a interpretação do próximo papa for diferente da interpretação do atual pontífice, como fica?
Se eu aceitar a hermenêutica da continuidade como a interpretação verdadeira, chamo aqueles que não a aceitam de cismáticos, sedevacantistas, rebeldes, fora da igreja, etc….
E se o próximo papa tiver uma interpretação diferente? O cismático, sedevacantista, rebelde, fora da igreja, etc…. serei eu?????????????
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E é assim que se começa a entender mais facilmente a mente de um sedevacantista…
Dessa tentação, cada vez mais forte, livrai-nos Senhor!
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Querido Jesus, que o bom exemplo de unidade dados por Pedro e Paulo possa prevalecer na Tua Igreja e naqueles que dela saíram e que o Papa e muitos gostaríamos de ver em plena comunhão.
Existem vários indícios que uma decisão possa estar próxima, haja a humildade de se viver a diversidade em comunhão conTigo e a Tua amada Igreja, e os nossos irmãos da FSSPX poderão regressar à Casa que sempre foi deles também.
Amado Jesus, conscientes da nossa simplicidade e com o nosso coração movido pela Fé e procurando ser sempre humildes, não nos refugiamos em argumentos grandiloquentes, nem questionamos a tradição e praxis da Igreja, pelo que precisamente nessa natural singeleza, Te rogamos que envies o Teu Espírito e ilumines todos os intervenientes na decisão.
Por Ti Jesus Cristo Nosso Senhor, que sois Deus em unidade com o Pai e o Espírito Santo que de Vós procede!
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Sr. Francisco de Mello e Silva,
Algumas de suas afirmações carecem de correção.
O senhor diz:
“Os ultra-tradicionalistas ao negarem o Vaticano II estão afirmando que a Igreja errou.”
Em primeiro lugar, os que o senhor chama de “ultra-tradicionalistas” não negam o Vaticano II como Concílio válido da Igreja. Também não negam os ensinamentos da Fé Católica que o Concílio repetiu. O que eles rejeitam são as novidades trazidas por esse Concílio.
E ao rejeitarem essas novidades eles admitem que a Igreja errou? Claro que não. Foram os modernistas que erraram, não a Igreja. Foram os modernistas que usaram de sua autoridade para impor suas doutrinas, não a Igreja, que e’ o Corpo Mistico de Cristo. Mas, os que, ao contrario, admitem e abraçam as novidades do Concílio Vaticano II esses admitem, no minimo tacitamente, que a Igreja errou quando no passado condenou essas mesmas novidades como erros graves.
Por exemplo: a Igreja nunca abraçou o ecumenismo, e este foi condenado pelo Papa Pio XI na Enciclica “Mortalium Animos”, que proibiu orações em comum dos católicos com fiéis de outras religiões. Mas, o Concílio Vaticano II abraçou o Ecumenismo e mandou fazer o contrário. Se uma dessas duas posições está correta, a outra está errada. Se abraço o ecumenismo, se passo a praticá-lo, então automaticamente admito que a Igreja errou quando o condenou no passado.
Mas, o senhor diz:
“a Igreja é governada por Cristo na pessoa do Sumo-Pontífice e conta com a assistência do espírito santo. Ora, o espírito santo não pode errar”.
Essa sua frase está absolutamente correta. O Espírito Santo não erra. E Ele governa a Igreja atraves do Papa. Isso no entanto, não implica infalibilidade absoluta a todos os atos e palavras de um Pontifice, mas somente ‘aquilo que ele declarar como infalivel e revelado por Deus (esteja o Papa sozinho ou em Concilio Ecumenico).
O senhor diz em seguida:
“Afirmar que um Concílio errou é colocar-se fora da Igreja e admitir que a promessa de Cristo não se cumpriu, pois a Igreja falhou.”
Essa sua assertiva é falsa, pois faltou nela um precioso detalhe: o adjetivo “dogmático” (infalivel). Sua frase, para ser correta, deveria ser: “Afirmar que um Concílio DOGMÁTICO errou é colocar-se fora da Igreja e admitir que a promessa de Cristo não se cumpriu, pois a Igreja falhou.”
Para alguém se colocar fora da Igreja é preciso ficar contra um ou mais ensinamentos dogmáticos de determinado Concílio ou de determinado Papa que ensinou infalivelmente coisas relativas ‘a fé e aos costumes.
Ora, o Concílio Vaticano II não foi dogmático, isto é, não proclamou nenhum novo dogma de Fé. E, além disso, admitiu novidades já condenadas pela Igreja: ecumenismo, liberdade religiosa, colegialidade. São erros que, por enfraquecerem o Primado de Pedro, e por levarem ao indiferentismo religioso (consequencias a que todos assistimos hoje) foram condenados pelos Papas ja ha muito tempo. Não são os católicos “ultra-tradicionalistas” (como o senhor chamou) que condenam tais erros por mero capricho. São os Sumos Pontífices que ja o fizeram. Logo, ir contra tais erros não significa negar a Assistência do Espírito Santo à igreja nem significa dizer que a Igreja errou. Pois se tais novidades são erros, é claro que não são doutrina da Igreja, e não se pode aderir a elas so’ porque Paulo VI as aprovou, indo contra seus antecessores.
Deus, em Sua Sabedoria, governa o mundo e, mesmo assim, permite que nele aconteca o mal moral: o pecado. Assim tambem, Ele governa a Igreja e permite que nela o inimigo introduza o erro, quer como castigo aos nossos pecados, quer para fortalecer e santificar os bons (que permanecerao firmes e sofrerão, tornando-se mais santos). Esta’ escrito que o inimigo semeou o joio no campo de trigo plantado por Deus. A promessa de Cristo não diz que o mal não se introduzira’ na Igreja. Ela apenas diz que o mal não prevalecera’.
Por último, o senhor diz: “A única interpretação correta do Concílio Vaicano II é a do Papa.”
Pois bem: os Papas de antes do Vaticano II já condenaram as novidades conciliares. Resta agora saber quando o Papa Bento XVI ou outro Papa no futuro terá a coragem de confirmar publicamente, frente ao mundo moderno, as palavras dos Sumos Pontífices anteriores ao Concílio. Aliás, há alguns anos o Bispo Dom Athanasius Schneider propôs que o Santo Padre fizesse um sillabus sobre as proposições do Concílio Vaticano II que deveriam ser corrigidas. Se não me falha a memoria, essa noticia foi dada aqui no fratres (gostaria de localiza-la).
O senhor diria que Dom Schneider estaria se colocando fora da Igreja?
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Quem acabará por ir ao inferno são os sectários que, demonstrando mais do que intolerância religiosa, desrespeitam a liberdade que Deus deu ao homem para optar pelo caminho, preocupando-se mais com os outros do que consigo mesmos.
Ao invés de amar e testemunhar a fé aos amigos e inimigos, continuam usando a boca para proferir ofensas contra as pessoas que pouco conhecem e sequer compreendem a intenção.
A minha admiração pela FSSPX fica abalada quando vejo esses comentários que alimentam a desesperança de uma reconciliação que pode, com a graça de Deus, ajudar a Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Jesus participou de uma cultura, deixou-se envolver por ela, embora demonstrasse que acima de toda regra humana o amor, a caridade deve prevalecer. Os fariseus acusaram o Senhor de ruptura com a tradição judaica, sem querer acreditar nEle e sem compreendê-Lo quando pregava-lhes o Amor, “que tudo suporta, que é paciente”, como definiu São Paulo.
Vocês, caros irmãos, devem também “abrir os olhos”, pois o caminho que desejam trilhar, ou seja, o caminho da desobediência, não foi aconselhado por nenhum santo, a não ser que fosse contra a caridade e o Santo Evangelho.
Ora, se Nosso Senhor dialogou com aqueles que não compreendiam os desígnios de Deus, os fariseus e doutores da lei, a samaritana, os saduceus (esses não acreditavam sequer na ressurreição); e São Paulo evangelizou os pagãos, inclusive em templos gregos, como ousam rejeitar o magistério correspondentes ao ecumenismo…, condenando inclusive o Santo Padre.
A Igreja sofre por causa dos desvios progressistas, e vocês terminam por destruí-la. Jesus não se apartaria dos seus, mas, antes, daria, se fosse necessário, novamente a própria vida.
Que Deus nos ajude. Certamente Ele providenciará pois as “as portas do inferno ‘non praevalebunt adversus Ecclesiam’ “. Viva o Imaculado Coração de Maria!
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Marcelo
Um dos maiores erros dos ultra-tradicionalistas é achar que o magoistério da Igreja é algo acabado, imutável e petrificado. Muito pelo contrário: o magistério da Igreja sempre foi vivo ! Se vc for um católico de verdade terá que concordar que o único que tem o poder de interpretar um Concílio Ecumêncio é o Papa e consequentemente , a única interpretação verdadeira, seja ela qual for em qualquer tempo e circunstância sempre será a do Papa. O papa goza da assistência direta do espírito santo. Se vc for um católico verdadeiro énão estiver imbuído do espírito protestante como fazem os ultra-tradicionalistas e os modernistas saberá que não cabe a ninguém julgar ou interpretar o Concílio. O único que possui tal poder é o Papa. Ainda mesmo que as interpretações de João Paulo II , Bento XVI e outos Papas que virão, contrastarem entre sí, a interpretação verdadeira será a do Papa vigente, pois ela estará adequada aos tempos e as circunstâncias que são variáveis. Os ultra-tradicionalistas e modernistas não conseguem compreender isso, pois possuem um entendimento incorreto do que é a Tradição, pois confundem Tradição com tradicionalismo. Tradição não é algo morto, petrificado e imutável. A tradição é viva e se manifesta no magistério contínuo da Igreja. Negar isso é deixar de ser Católico!
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É, Marcelo, é o que chamam de Magistério Vivo.
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E tem mais: Deus não precisa dos homens para vencer a batalha contra o Mal. Com ou sem a FSSPX Nosso Senhor Jesus Cristo triunfurá juntamente com a Virgem Maria!
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É pelo jeito qualquer coisa dita por um papa, mesmo que seja errado, será seguido pelo sr. Francisco de Mello e Silva. Porque o importante é que o papa atual no poder diz, pouco importa se ele contradiz todos os outros antecessores. Segundo seu pensamento, o que um papa ensinou ou condenou, servia em seu tempo, se Pio XI proibiu a união entre católicos e protestantes era o que ele via de melhor na época, se agora o papa prega o ecumenismo é porque isso é melhor agora. Então cada papa leva a Igreja conforme seus caprichos. E viva a anarquia!
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Cada um fazendo da Igreja o que melhor lhe convém e interpretando a doutrina cada hora de um jeito, que é ser protestante.
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Querido Jesus, que o bom exemplo de unidade dados por Pedro e Paulo possa prevalecer na VOSSA* Igreja e naqueles que dela saíram e que o Papa e muitos gostaríamos de ver em plena comunhão, ACEITANDO O QUE SEMPRE FOI ENSINADO E PROFESSADO DESDES OS MESMOS PEDRO E PAULO, PORTANTO IMUTÁVEL.
Existem vários indícios que uma decisão possa estar próxima, haja a humildade NA CÚRIA ROMANA de se viver a diversidade em comunhão CONVOSCO e a VOSSA amada Igreja, para qual os MODERNISTAS* poderão regressar à Casa que sempre foi deles também.
Amado Jesus, conscientes da nossa simplicidade e com o nosso coração movido pela Fé e procurando ser sempre humildes, não nos refugiamos em argumentos grandiloquentes, nem questionamos a TRADIÇÃO* e praxis da Igreja, pelo que precisamente nessa natural singeleza, VOS* rogamos que envies o VOSSO* Espírito e ilumines todos os intervenientes na decisão, PROTEGENDO A OBRA DE DOM MARCEL LEFEBVRE PARA O BEM DA SANTA MADRE IGREJA FUNDADA PELO SANGUE DE CRISTO E COM SEDE EM ROMA.
Por VÓS* Jesus Cristo Nosso Senhor, que sois Deus em unidade com o Pai e o Espírito Santo que de Vós procede!
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