“A ‘missa’ deles é quase igual à nossa”.

[Dom Boaventura Kloppenburg] Empenhou-se em preparar o II Encontro da Comissão Mista de Estudos para o Diálogo Bilateral Internacional entre a Igreja Católica e os Luteranos, de 8 a 12 de janeiro de 1974, em Roma. Havia dez representantes de cada lado. De São Leopoldo compareceu o pastor luterano Bertoldo Weber.

Foi interessante quando o grupo luterano celebrou a Santa Ceia, presidida pelo bispo luterano alemão Hermann Dietzfelbinger. O grupo  católico “assistiu”. A gente sente, em momentos assim, o absurdo da separação – observou [Dom Kloppenburg] em 10 de janeiro no Diário 11. – Ontem eles “assistiram” à nossa Eucaristia, sem poderem comungar. Hoje nós “assistimos”, sem podermos comungar. No entanto, a “missa” deles é quase igual à nossa. Só no fim fiquei chocado com a diferença: sobre o altar restaram hóstias e no cálice havia ainda muito vinho. Levei reverentemente as  hóstias e o cálice à sacristia e o celebrante luterano (Dietzfelbinger) ajuntou as hóstias às outras e recolocou o vinho na garrafa, para outra celebração…

Frei Boaventura Kloppenburg, OFM – 90 anos por Cristo em sua Igreja, p. 62, 2ª Edição, 2008, Edições Eletrônicas Veritatis Splendor.

16 comentários sobre ““A ‘missa’ deles é quase igual à nossa”.

  1. Com a palavra… os entusiastas da Missa Nova! Ou será que, como sempre nesse tipo de postagem, irão ignorá-la solenemente?

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  2. O grande Teólogo, aclamado pelo pós-Concílio, com obras e mais obras escritas, não sabia que na falsa religião protestante não há sacramento da Eucarístia e que aquilo lá não era o Corpo de Nosso Senhor?

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  3. Eu também, Dom Kloppenburg, fiquei chocado, por outro motivo, mas espero que Vossa Excelência aí no céu, se já – e assim espero – tiver chegado, tenha recebido, na visão beatífica, a compreensão do que seja o sacerdócio ministerial, razão pela qual um luterano não tem Eucaristia válida, ainda que celebre a “ceia” em rito tridentino, de modo que o “celebrante luterano” fez muito bem em não jogar fora o vinho e as hóstias, que, provavelmente, servissem para os bispos não ficarem um dia sem celebrar a Missa. Ou ficaram sem Missa no dia da simulação protestante?

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  4. “Levei reverentemente as hóstias e o cálice à sacristia e o celebrante luterano (Dietzfelbinger) ajuntou as hóstias às outras e recolocou o vinho na garrafa, para outra celebração…” Isto porque os luteranos não acreditam na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Santíssima Eucaristia, algo estupendamente assimilado hoje em dia por muitos “padres” e “bispos” da CNB do B. Para isto que serviu o CVII, ou seja, conduzir grande parte da Igreja à heresia com a missa nova (depoimento muito claro na obra do frei).

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  5. O que mais choca é que todos estes “eventos” de “ecumenismo se deram imediatamente após o Concílio Vaticano II. Há um documento do Papa Paulo VI (Exortação Apostólica Quinque jam anni) publicado no 5.º aniversário do témino do Concílio Vaticano II em que ele, como era seu modo, ora exalta e ora lamenta os frutos do Concílio, inclusive o dogma da presença real.

    Eis os trecho: “Com efeito, precisamente numa altura em que a proclamação da Palavra de Deus na Liturgia, graças ao Concílio, está a ter uma renovação admirável; em que a familiaridade com a Bíblia é uso que se difunde cada vez mais entre o povo cristão; em que os progressos da catequese, quando eles são procurados em continuidade com as orientações conciliares, permitem uma evangelização em profundidade; em que a investigação bíblica, patrística e teológica, traz com frequência uma contribuição preciosa para a expressão viva dos dados revelados: nesta altura, exactamente [nota minha: atenção na contradição], eis que muitos fiéis se sentem perturbados na sua fé, por um acúmulo de ambiguidades, de incertezas e de dúvidas, que atingem essa mesma fé no que ela tem de essencial. Estão neste caso os dogmas trinitário e cristológico, o mistério da Eucaristia e da presença real, a Igreja como instituição de salvação, o ministério sacerdotal no seio do Povo de Deus, o valor da oração e dos sacramentos, as exigências morais que dimanam, por exemplo, da indissolubilidade do matrimónio ou do respeito pela vida. Mais: até a própria autoridade divina da Escritura chega a ser posta em dúvida, em nome de uma « desmitização » radical”.

    Só para avivar a memória de alguns, esta exortação do Santo Padre Paulo VI serviu para Dom Antônio de Castro Mayer escrever um Carta Pastoral intitulada “Aggiornamento” e Tradição, onde Sua Excelência desenvolveu estes temas recorrentes no pós-Concílio sobre o limite daquilo que se pode “atualizar” e aquilo que é perene e irretocável na doutrina ensinada por nosso Senhor.

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  6. Creio que não se pode julgar D. Kloppenburg assim de modo superficial. O episódio ilustra a grande confusão que se instalou na Igreja do pós-Concílio, da qual, graças a Deus, vamos saindo aos poucos. Os sinais positivos já aparecem. Muitos eram ingenuamente otimistas. O “choque” que ele confessa ter tido demonstra a sua fé reta, ainda que duramente provada pelas circunstâncias. Sua obra contra o Espiritismo e sua grande batalha contra os ideólogos da TL (sobretudo Betto e Boff), para dar alguns exemplos, demonstram o quanto estava ele unido à Igreja nos últimos anos da sua vida. Ninguém está livre de cair em erros, e mais quando levado por um movimento envolvente e sedutor (até os Apóstolos vacilaram diante da Paixão). D. Kloppenburg, superando aquele entusiasmo ingênuo, foi fiel à Igreja de Cristo até o fim de seus dias, mesmo tachado de conservador e, por isso, desprezado por grande parte do Brasil.

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  7. Dom Boasorte deveria muito bem saber que os protestantes não acreditam na Eucaristia, para eles o pão e o vinho são apenas símbolos, a missa deles é fajuta e não vale nada.

    Dom Boasorte deveria saber que a Missa de Paulo VI só é válida porque quem a celebra é sacerdote verdadeiro, mesmo que ele não acredite nisso, como muitos padres , hoje, não acreditam.

    Os protestantes misturam as hóstias e o vinho porque são só pão e vinho, não sei por que Dom Boasorte estranhou. Será que a fé na Eucaristia dele anda tão mequetrefe assim? Que ele vacilou, vacilou.

    Esta foto de Paulo VI com hereges protestantes é um escândalo, revela muito bem que Papa ele era, algoz da Igreja Católica, papa preparado, desde novo pela Maçonaria ( http://www.chiesaviva.com/441%20mensile.pdf ) para ser papa e ajudar a destruir a Igreja de cima para baixo. Aparentemente ele conseguiu, não fosse um pequeno rebanho que resiste e matem a Igreja viva, fiel a Cristo e a Pedro.

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  8. Dom Boaventura Kloppenburg: a “missa” deles é quase igual à nossa. Quase igual nas aparências — missa nova e ceia protestante — como intencionavam os reformadores da missa. Completamente diferente na essência. Eis a malícia dos reformadores: apresentar o que é infinitamente diferente (a presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento, feito presente no altar no Santo Sacrifício da Missa) como algo “quase igual” à sacrílega ceia protestante.

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  9. Dom Boaventura sabia que os protestantes não têm o sacramento da Eucaristia. Quando fala da diferença, quer explicitar justamente isso: é tudo igual, só lhes faltam os sacramentos válidos.

    Eis a melhor análise que já vi de como a Missa católica foi “luteranizada” com o Novus Ordo.

    Dom Boaventura, se já estiveres no Céu, intercedei pela sua antiga Diocese, que precisa muito das graças de Deus!

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  10. O desleixo luterano para com os seus objetos litúrgicos é a expressão mais bem acabada da ausência total de Deus na sua missa pastiche. Nem presença real, nem presença espiritual. Mas sim um vazio agonizante, de homens e mulheres tolhidos pelo engano, que na pretensão de servir a Deus, servem tão somente aos seus egos.

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  11. Será que alguns desses filhos de Lutero que ajudaram na elaboração da nova missa, se tornaram católico por causa disso?

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