Texto inédito do Papa recorda abertura do Vaticano II: “Os Padres conciliares não podiam nem queriam criar uma Igreja nova. Não tinham o mandato nem o encargo para o fazer. Uma hermenêutica de ruptura é absurda”.

O jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, publicou uma edição especial por ocasião do 50° aniversário de abertura do Concílio Vaticano II. A publicação, em 40 mil exemplares, é composta por narrativas intensas do período do concílio com detalhes de crônicas pouco conhecidas e fotografias raras. Abre essa edição o texto de Bento XVI que na época era jovem e participou como teólogo. Segue na íntegra, o texto do Santo Padre.

Foi um dia maravilhoso aquele 11 de Outubro de 1962 quando, com a entrada solene de mais de dois mil Padres conciliares na Basílica de São Pedro em Roma, se abriu o Concílio Vaticano II. Em 1931, Pio XI colocara no dia 11 de Outubro a festa da Maternidade Divina de Maria, em recordação do facto que mil e quinhentos anos antes, em 431, o Concílio de Éfeso tinha solenemente reconhecido a Maria esse título, para expressar assim a união indissolúvel de Deus e do homem em Cristo. O Papa João XXIII fixara o início do Concílio para tal dia com o fim de confiar a grande assembleia eclesial, por ele convocada, à bondade materna de Maria e ancorar firmemente o trabalho do Concílio no mistério de Jesus Cristo. Foi impressionante ver entrar os bispos provenientes de todo o mundo, de todos os povos e raças: uma imagem da Igreja de Jesus Cristo que abraça todo o mundo, na qual os povos da terra se sentem unidos na sua paz.

Foi um momento de expectativa extraordinária pelas grandes coisas que deviam acontecer. Os concílios anteriores tinham sido quase sempre convocados para uma questão concreta à qual deviam responder; desta vez, não havia um problema particular a resolver. Mas, por isso mesmo, pairava no ar um sentido de expectativa geral: o cristianismo, que construíra e plasmara o mundo ocidental, parecia perder cada vez mais a sua força eficaz. Mostrava-se cansado e parecia que o futuro fosse determinado por outros poderes espirituais. Esta percepção do cristianismo ter perdido o presente e da tarefa que daí derivava estava bem resumida pela palavra «actualização»: o cristianismo deve estar no presente para poder dar forma ao futuro. Para que pudesse voltar a ser uma força que modela o porvir, João XXIII convocara o Concílio sem lhe indicar problemas concretos ou programas. Foi esta a grandeza e ao mesmo tempo a dificuldade da tarefa que se apresentava à assembleia eclesial.

Obviamente, cada um dos episcopados aproximou-se do grande acontecimento com ideias diferentes. Alguns chegaram com uma atitude mais de expectativa em relação ao programa que devia ser desenvolvido. Foi o episcopado do centro da Europa – Bélgica, França e Alemanha – que se mostrou mais decidido nas ideias. Embora a ênfase no pormenor se desse sem dúvida a aspectos diversos, contudo havia algumas prioridades comuns. Um tema fundamental era a eclesiologia, que devia ser aprofundada sob os pontos de vista da história da salvação, trinitário e sacramental; a isto vinha juntar-se a exigência de completar a doutrina do primado do Concílio Vaticano I através duma valorização do ministério episcopal. Um tema importante para os episcopados do centro da Europa era a renovação litúrgica, que Pio XII já tinha começado a realizar. Outro ponto central posto em realce, especialmente pelo episcopado alemão, era o ecumenismo: o facto de terem suportado juntos a perseguição da parte do nazismo aproximara muito os cristãos protestantes e católicos; agora isto devia ser compreendido e levado por diante a nível de toda a Igreja. A isto acrescentava-se o ciclo temático Revelação-Escritura-Tradição-Magistério. Entre os franceses, foi sobressaindo cada vez mais o tema da relação entre a Igreja e o mundo moderno, isto é, o trabalho sobre o chamado «Esquema XIII», do qual nasceu depois a Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo. Atingia-se aqui o ponto da verdadeira expectativa suscitada pelo Concílio. A Igreja, que ainda na época barroca tinha em sentido lato plasmado o mundo, a partir do século XIX entrou de modo cada vez mais evidente numa relação negativa com a era moderna então plenamente iniciada. As coisas deviam continuar assim? Não podia a Igreja cumprir um passo positivo nos tempos novos? Por detrás da vaga expressão «mundo de hoje», encontra-se a questão da relação com a era moderna; para a esclarecer, teria sido necessário definir melhor o que era essencial e constitutivo da era moderna. Isto não foi conseguido no «Esquema XIII». Embora a Constituição pastoral exprima muitas elementos importantes para a compreensão do «mundo» e dê contribuições relevantes sobre a questão da ética cristã, no referido ponto não conseguiu oferecer um esclarecimento substancial.

Inesperadamente, o encontro com os grandes temas da era moderna não se dá na grande Constituição pastoral, mas em dois documentos menores, cuja importância só pouco a pouco se foi manifestando com a recepção do Concílio. Trata-se antes de tudo da Declaração sobre a liberdade religiosa, pedida e preparada com grande solicitude sobretudo pelo episcopado americano. A doutrina da tolerância, tal como fora pormenorizadamente elaborada por Pio XII, já não se mostrava suficiente face à evolução do pensamento filosófico e do modo se concebia como o Estado moderno. Tratava-se da liberdade de escolher e praticar a religião e também da liberdade de mudar de religião, enquanto direitos fundamentais na liberdade do homem. Pelas suas razões mais íntimas, tal concepção não podia ser alheia à fé cristã, que entrara no mundo com a pretensão de que o Estado não poderia decidir acerca da verdade nem exigir qualquer tipo de culto. A fé cristã reivindicava a liberdade para a convicção religiosa e a sua prática no culto, sem com isto violar o direito do Estado no seu próprio ordenamento: os cristãos rezavam pelo imperador, mas não o adoravam. Sob este ponto de vista, pode-se afirmar que o cristianismo, com o seu nascimento, trouxe ao mundo o princípio da liberdade de religião. Todavia a interpretação deste direito à liberdade no contexto do pensamento moderno ainda era difícil, porque podia parecer que a versão moderna da liberdade de religião pressupusesse a inacessibilidade da verdade ao homem e, consequentemente, deslocasse a religião do seu fundamento para a esfera do subjectivo. Certamente foi providencial que, treze anos depois da conclusão do Concílio, tivesse chegado o Papa João Paulo II de um país onde a liberdade de religião era contestada pelo marxismo, ou seja, a partir duma forma particular de filosofia estatal moderna. O Papa vinha quase duma situação que se parecia com a da Igreja antiga, de modo que se tornou de novo visível o íntimo ordenamento da fé ao tema da liberdade, sobretudo a liberdade de religião e de culto.

O segundo documento, que se havia de revelar depois importante para o encontro da Igreja com a era moderna, nasceu quase por acaso e cresceu com sucessivos estratos. Refiro-me à declaração Nostra aetate, sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs. Inicialmente havia a intenção de preparar uma declaração sobre as relações entre a Igreja e o judaísmo – um texto que se tornou intrinsecamente necessário depois dos horrores do Holocausto (shoah). Os Padres conciliares dos países árabes não se opuseram a tal texto, mas explicaram que se se queria falar do judaísmo, então era preciso dedicar também algumas palavras ao islamismo. Quanta razão tivessem a este respeito, só pouco a pouco o fomos compreendendo no ocidente. Por fim cresceu a intuição de que era justo falar também doutras duas grandes religiões – o hinduísmo e o budismo – bem como do tema da religião em geral. A isto se juntou depois espontaneamente uma breve instrução relativa ao diálogo e à colaboração com as religiões, cujos valores espirituais, morais e socioculturais deviam ser reconhecidos, conservados e promovidos (cf. n. 2). Assim, num documento específico e extraordinariamente denso, inaugurou-se um tema cuja importância na época ainda não era previsível. Vão-se tornando cada vez mais evidentes tanto a tarefa que o mesmo implica como a fadiga ainda necessária para tudo distinguir, esclarecer e compreender. No processo de recepção activa, foi pouco a pouco surgindo também uma debilidade deste texto em si extraordinário: só fala da religião na sua feição positiva e ignora as formas doentias e falsificadas de religião, que têm, do ponto de vista histórico e teológico um vasto alcance; por isso, desde o início, a fé cristã foi muito crítica em relação à religião, tanto no próprio seio como no mundo exterior.

Se, ao início do Concílio, tinham prevalecido os episcopados do centro da Europa com os seus teólogos, nas sucessivas fases conciliares o leque do trabalho e da responsabilidade comuns foi-se alargando cada vez mais. Os bispos reconheciam-se aprendizes na escola do Espírito Santo e na escola da colaboração recíproca, mas foi precisamente assim que se reconheceram servos da Palavra de Deus que vivem e trabalham na fé. Os Padres conciliares não podiam nem queriam criar uma Igreja nova, diversa. Não tinham o mandato nem o encargo para o fazer: eram Padres do Concílio com uma voz e um direito de decisão só enquanto bispos, quer dizer em virtude do sacramento e na Igreja sacramental. Então não podiam nem queriam criar uma fé diversa ou uma Igreja nova, mas compreendê-las a ambas de modo mais profundo e, consequentemente, «renová-las» de verdade. Por isso, uma hermenêutica da ruptura é absurda, contrária ao espírito e à vontade dos Padres conciliares.

No Cardeal Frings, tive um «pai» que viveu de modo exemplar este espírito do Concílio. Era um homem de significativa abertura e grandeza, mas sabia também que só a fé guia para se fazer ao largo, para aquele horizonte amplo que resta impedido ao espírito positivista. É esta fé que queria servir com o mandato recebido através do sacramento da ordenação episcopal. Não posso deixar de lhe estar sempre grato por me ter trazido – a mim, o professor mais jovem da Faculdade teológica católica da universidade de Bonn – como seu consultor na grande assembleia da Igreja, permitindo que eu estivesse presente nesta escola e percorresse do interior o caminho do Concílio. Este livro reúne os diversos escritos, com os quais pedi a palavra naquela escola; trata-se de pedidos de palavra totalmente fragmentários, dos quais transparece o próprio processo de aprendizagem que o Concílio e a sua recepção significaram e ainda significam para mim. Em todo o caso espero que estes vários contributos, com todos os seus limites, possam no seu conjunto ajudar a compreender melhor o Concílio e a traduzi-lo numa justa vida eclesial. Agradeço sentidamente ao arcebispo Gerhard Ludwig Müller e aos colaboradores do Institut Papst Benedikt XVI pelo extraordinário compromisso que assumiram para realizar este livro.

Castel Gandolfo, na memória do bispo Santo Eusébio de Vercelas, 2 de agosto de 2012.

Papa Bento XVI

Fonte: CNBB

26 comentários sobre “Texto inédito do Papa recorda abertura do Vaticano II: “Os Padres conciliares não podiam nem queriam criar uma Igreja nova. Não tinham o mandato nem o encargo para o fazer. Uma hermenêutica de ruptura é absurda”.

  1. Como diz o Papa Bendto XVI a hermeneutica da ruptura é completamente absurda. Assim sendo, a hermenêutica da ruptura adotada pelos modernistas assim como aquela adotada pelos ultra-tradicionalistas cujo expoente é a FSSPX são completamente absurdas! Ambas se fundamentam em falsas leituras e interpretações incorretas do Concílio Vaticanop II e constituem-se em dois extremos opostos. A única interpretação verdadeira do Concílio Vaticano II é a do Papa e corresponde a hermenêutica da continuidade , em oposição as hermenêuticas ultra-tradicionalista ( que de tradicionalista não possui nada ) e progressita.

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  2. Verdadeiro nojo. Se eu for escrever tudo o que eu tenho vontade… sei não… a continuidade não só não é demonstrada, como a ruptura é manifestamente declarada. E ainda por cima exaltada, como se fosse algo necessária…

    É manter-se fiel ao magistério de sempre da Igreja. Aquilo que sempre foi ensinado.

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  3. Alguém com mais de 50 ou 60 anos pode confirmar isso como verdade na época ?

    ” Mas, por isso mesmo, pairava no ar um sentido de expectativa geral: o cristianismo, que construíra e plasmara o mundo ocidental, parecia perder cada vez mais a sua força eficaz. Mostrava-se cansado e parecia que o futuro fosse determinado por outros poderes espirituais. Esta percepção do cristianismo ter perdido o presente e da tarefa que daí derivava estava bem resumida pela palavra «actualização»: o cristianismo deve estar no presente para poder dar forma ao futuro. “

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  4. Foi um dia maravilhoso aquele 11 de Outubro de 1962 quando, com a entrada solene de mais de dois mil Padres conciliares na Basílica de São Pedro em Roma, se abriu o Concílio Vaticano II.

    E 50 ANOS DE SAÍDA DE MILHARES DE PADRES E RELIGIOSAS QUANDO ELE SE FECHOU.

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  5. Os Neo-Modernistas aclamam a
    “nova” Igreja do Vaticano II

    Foi, pois, com fortes motivos para tal, que os progressistas – como o Cardeal
    Suenens, Küng, Louis Bouyer e Yves Congar – celebraram o Concílio Vaticano II como
    uma Revolução, como a morte de uma era e o começo de outra:
    O Cardeal Suenens, que gozava de grande influência sobre o Papa Paulo VI e
    que é o ídolo dos que se auto-denominam ― Carismáticos dentro da Igreja,
    alegrou-se pelo facto de o Vaticano II ter marcado o fim tanto da Época
    Tridentina como da era do Vaticano I .
    Hans Küng vangloriou-se porque, «Comparado com a época Post-Tridentina da
    Contra-Reforma, o Concílio Vaticano II representa, nas suas características
    fundamentais, uma reviravolta de 180 graus (…) É uma nova Igreja, a que
    nasceu depois do Concílio Vaticano II».
    O Padre francês Bouyer, que foi peritus no Concílio, exclamou com alegria que
    o aspecto anti-protestante e anti-modernista da Igreja Católica «mais valia
    morrer».
    Da mesma maneira, La Civiltà Cattolica – revista jesuíta com sede em Roma –
    exclamou com alegria: «Com o Concílio Vaticano II, a Era Tridentina ficou
    encerrada para a Igreja».
    Estas declarações são sobremaneira ousadas, quando consideramos que os
    Concílios de Trento e do Vaticano I são Concílios dogmáticos, cujos ensinamentos não
    podem nunca ser mudados, ignorados ou reinterpretados em nome de um
    ― conhecimento mais profundo. O Concílio Vaticano I declarou infalivelmente:
    Sempre se deve ter por verdadeiro sentido dos dogmas aquêle que a Santa Madre
    Igreja uma vez tenha declarado, não sendo jamais permitido, nem a título de uma
    inteligência mais elevada, afastar-se dêste sentido .
    Todavia, os modernistas – tal como avisara o Papa S. Pio X – não aceitam nada
    como fixo ou imutável. O seu princípio mais importante é o da ―evolução do dogma
    Defendem a noção de que a religião deve mudar à medida que os tempos mudam. A
    este respeito, bem como a respeito de muitos outros pontos, os impulsionadores do
    Vaticano II revelam-se como pessoas embebidas no erro do Modernismo.

    Extraído do livro: O derradeiro combate do Demonio .

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  6. Francisco de Mello,

    Por que vc não postou comentários para defender o desfile da escola de samba “Beija-flor” na Igreja? Olha a Beija-flor aí gente!!!

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  7. Quem está certo ou quem está errado no meio dessa confusão, só Deus sabe, mas uma coisa é certa e clara : foi plantada a confusão entre os católicos. Quem seria o semeador desta confusão ? Quem ?

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  8. “Não podia a Igreja cumprir um passo positivo nos tempos novos?”, por acaso, a Igreja não tinha cumprido passos positivos até então? O que havia de errado?

    “O cristianismo, com o seu nascimento, trouxe ao mundo o princípio da liberdade de religião”, na Bíblia está escrito: ” convertei-vos e crede no Evangelho”, não está escrito que o Cristianismo é mais uma opção e que siga quem tiver mais afinidade.

    “Os Padres conciliares não podiam nem queriam criar uma Igreja nova, diversa. Não tinham o mandato nem o encargo para o fazer”…”Então não podiam nem queriam criar uma fé diversa ou uma Igreja nova”, estranho, não?! Tudo que eles “não queriam e não podiam” foi o que fizeram. Contraditório, não é!? Enquanto, alguns padres conciliares, tentaram preservar a Igreja, a grande maioria foi no mínimo complacente com os erros que se seguiram.

    “Hermenêutica da ruptura é absurda”, absurdo é não querer ver e reconhecer o que ta na cara! É como olhar para o sol e bater o pé dizendo que está vendo a lua!

    Enfim, o maldito “espírito do concílio”, que eu já disse, é a famosa fumaça de satanás, que entrou na Igreja pela porta (não fresta) que Paulo VI escancarou!

    Esta fumaça, foi o adubo para a primavera de flores murchas e frutos podres que já dura 50 anos!

    Engraçado, aliás, triste… dizem uma coisa e fazem outra!

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  9. Se a hermenêutica da ruptura é absurda, isso aqui embaixo é o quê?

    “A isto se juntou depois espontaneamente uma breve instrução relativa ao diálogo e à colaboração com as religiões, cujos valores espirituais, morais e socioculturais deviam ser RECONHECIDOS, CONSERVADOS E PROMOVIDOS (cf. n. 2).”

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  10. O Papa escreveu antes da bomba explodir. Escreveu com o otimismo e o “espírito da época”. Esse texto dele não dá muitas esperanças de resolver nada porque acontece antes do problema em sim. O Concílio foi o triunfo do modernismo. Prevaleceu a ruptura e hoje estamos aqui.

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  11. O ensino mudou…. só cego não percebe o óbvio. Algo está errado… Eu fico com o ensino dogmático e infalível da Igreja, não vou aderir a pronunciamentos falíveis, muito menos em nossos tempos de grande apostasia. Se eu ficar fiel ao ensinamento de sempre, aos dogmas como sempre foram interpretados, terei SEGURANÇA, algo que a Igreja pós conciliar não está nos dando.

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  12. Concílio realizadoriado para restaurar o Cristianismo, pois o mesmo:

    “o cristianismo, que construíra e plasmara o mundo ocidental, parecia perder cada vez mais a sua força eficaz. Mostrava-se cansado e parecia que o futuro fosse determinado por outros poderes espirituais. Esta percepção do cristianismo ter perdido o presente e da tarefa que daí derivava estava bem resumida pela palavra «actualização»: o cristianismo deve estar no presente para poder dar forma ao futuro. Para que pudesse voltar a ser uma força que modela o porvir”

    Bom, será que passados 50 anos ainda não perceberam que só teve o efeito contrário??

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  13. Alguns chegaram com uma atitude mais de expectativa em relação ao programa que devia ser desenvolvido. Foi o episcopado do centro da Europa – Bélgica, França e Alemanha – que se mostrou mais decidido nas ideias.
    O Reno se Lança no Tibre!

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  14. È muito interessante, agente observar as coisas nas suas entre linhas. E fazer um julgamento correto, justo dos frutos deste “famoso” Concílio Vaticano II.
    Todas as vezes que observamos um fato histórico. A primeira pergunta é essa? Quais foram os frutos positivos deste Concílio? Será que houve um florescimento positivos para os cristãos? Será que a piedade dos católicos aumentou bastante depois do mesmo? Será que houve um afervoramento do clero, dos fiéis de um modo geral? Será que houve muitas conversões dos protestantes, espíritas, das seitas em geral?
    Ou nós, vamos ficar aqui mentindo para aqueles que não tem uma vastidão bém aprofundada, do que passou nos “bastidores” dentro do Vaticano?
    Vamos ser honestos conosco mesmo. Vamos dar uma olhada nas estatísticas do pos-Concílio. E vejamos a verdade, pura e cristalina dos fatos.
    Muitos comentaristas, chegam a dizer: Que foi a maior catástrofe do século vinte. Nele toldou a fé imaculada de vinte séculos de cristianismo. Por que tanto barulho nos seus cinquenta anos? Comemorar o que?
    Joelson Ribeiro Ramos.

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  15. No Cardeal Frings, tive um «pai» que viveu de modo exemplar este espírito do Concílio.
    O frings era exatamente o OPOSTO do que foi o Cardeal Ottaviani (que serviu a três papas) e era radicalmente contra o CVII.

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  16. “A isto [Nostra Aetate] se juntou depois espontaneamente uma breve instrução relativa ao diálogo e à colaboração com as religiões, cujos valores espirituais, morais e socioculturais deviam ser reconhecidos, conservados e promovidos “.
    .
    ‘Cuma’? “Colaboração com as religiões” [judaísmo, islamismo, hinduísmo e budismo]?
    Cadê o adjetivo ‘falsas’ para nomeá-las?

    …”religiões, cujos valores espirituais, morais e socioculturais deviam ser reconhecidos, conservados e promovidos “.
    O QUÊ ??!!!

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  17. O antropocentrismo tomou conta da maior parte dos membros da Igreja, mesmo do alto clero. A apostasia da Fé tomou conta quase que completamente dos católicos e do clero e isso tem tudo a ver com a abertura dada no CVII. Por algum lugar a fumaça de Satanás entrou? Por onde teria sido, senão pelo pastoral CVII? Salve-se quem puder…. Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós.

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  18. Os padres conciliares não podiam criar uma igreja nova, mas criaram. Todos os que defendem a Tradição já apresentaram exaustivas provas da ruptura. Precisa de mais provas?

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  19. Quod semper, quod ubique, et quod ab omnibus creditum est. [Vicente de Lerins, Commonitorium 2.3] Isto sempre, em toda parte e por todos foi tido por verdadeiro. Basta que Pedro, e o Colégio Apostólico ensina esta máxima, e toda a dúvida será sanada.

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  20. É difícil enxergar que os primeiros católicos buscaram a liberdade religiosa. Eles eram perseguidos, tinham verdadeiro amor por Cristo, e era uma honra entregar a vida por Aquele que se entregou por nós. A perseguição só acabou porque o Imperador Constantino teve uma visão e venceu a batalha, concedendo o direito de os cristãos professarem publicamente sua fé, não foram eles que iam de dia e de noite pedir e lutar pela liberdade religiosa, se bem que eles podiam, porque só a verdadeira religião possui o direito de existência. Curioso é que quando Teodósio declarou o cristianismo a religião oficial do Império, nenhum clérigo ou leigo foi brigar com ele dizendo que deveria reinar a liberdade religiosa para todos.

    A liberdade religiosa é uma doutrina ensinada pelos franco-maçons para afastar a influência da doutrina católica da sociedade civil, relegando a religião para o âmbito do puro subjetivismo. Com isso, nega-se que é possível ao homem chegar ao conhecimento da verdade no que se refere a Deus e que cada um, além de ter suas próprias convicções, pode defendê-las publicamente, pois não há verdade objetiva.

    Por isso o ocidente está secularizado, quando algum clérigo ou leigo católico querem se manifestar sobre diversos assuntos na sociedade civil, logo entram com a “libertadora” doutrina da laicidade do Estado. Por isso o aborto, as pesquisas em embriões, a prostituição como algo bom, a legalização das uniões homossexuais, adoção de crianças por duplas homossexuais, libertinagem, etc.

    A verdadeira doutrina da Igreja é a tolerância religiosa pregada sempre por ela e articulada por Pio XII e rejeitada pelo Vaticano II.

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  21. Leiam as obras “O Reno deságua no Tibre”, do Padre Ralph Wiltgen; e a recente, publicada pela Editora Pinus, de Monsenhor Brunero Gherardini.
    Li as duas e estou querendo ler a de Roberto de Matei, disponivel na Editora Petrus.
    Santidade, infelizmente minha parca inteligência me obriga a discordar de Vossa Santidade, 265º sucessor de Pedro.
    O próprio Monsenhor Gherardini inicia sua obra denunciando o espírito anticurialista dos padres conciliares (“ser contra a cúria é ser contra o Papa”, denuncia o autor que ainda completava: “a cúria é a longa manus do Papa”). As duas obras sombram de exemplos de como o concílio foi conduzido com uma linguagem no mínimo ambígua. Os defensores da tradição eram minoria dentre os Padres conciliares, restrigiam-se a exemplos como Monsenhor Marcel Lefebvre, Dom Mayer e Dom Proença Singaud. A modernista Liga do Reno (formada pelos Padres de países cortados por esse rio) conseguiu manobrar a maioria, digamos, indecisa (os Bispos continente africano, por exemplo); de modo, que os esquemas propostos pela Cúria (composta, entre outros, pelo Cardeal Ottaviani, Prefeito do Santo Ofício) foram prontamente rejeitados.
    Enfim, é ler para concluir que o Concílio Vaticano II foi a brecha (a “janela” aberta pelo Papa João XXIII para entrar “ar puro”, ao declarar a necessidade do concílio) pela qual, o modernismo já enfervescente saiu da clandestinidade, dos “porões da Igreja” para a oficialidade da Santa Sé (não para a doutrina, afinal, ele é imutável).
    Ainda bem que as condições “ex cathedra” definem bem os critérios de infalibilidade do Santo Padre, do contrário seria obrigado a concordar com Sua Santidade.

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  22. “É manter-se fiel ao magistério de sempre da Igreja. Aquilo que sempre foi ensinado.”

    Só tem um problema: Roma defende o Vaticano II com unhas e dentes.

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  23. Rogério Amaral Silva,

    Faço sua as minhas palavras também. Eu tenho esses livros e o conteúdo dele é tremendo!Parabéns!

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  24. Por um lapso, omiti outro fato significativo ocorrido no início do Concílio: os alto prelados ocupantes dos cargos chaves das comissões conciliares, por sua conformidade às intenções da cúria romana (muito conservadoooooooooora, tradicionaliiiiiiiiiiiiista, reacionáááááááááária, etc, etc) também foram prontamente atacados pelos Padres do Concílio. Eis novamente o espírito anticurialista a animar a maioria conciliar. O concílio começou do jeito que Deus queria e terminou do jeito que o Diabo gosta.

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