Mesas de Comunhão destruídas.

De um ponto de vista autenticamente católico, o recurso arquitetônico antigo deveria voltar, para a salvação das almas.Sobre a Comunhão de pé, Comunhão na mão e outros erros monumentais.

Grace Kelly (Princesa Grace de Mônaco recebendo a Sagrada Comunhão da maneira católica).
Grace Kelly (Princesa Grace de Mônaco recebendo a Sagrada Comunhão da maneira católica).

Por Paul Kokoski – The Remnant | Tradução: Teresa Maria Freixinho – Fratres in Unum.com – Há alguns anos, o Papa Bento XVI decretou que todas as pessoas que comungassem com ele deveriam se ajoelhar e receber a Sagrada Comunhão sobre a língua. Esta prática era a norma universal antes do Concílio Vaticano II, porém, foi amplamente rejeitada pela maioria dos bispos após o Concílio. A presente opção ou permissão de receber a Sagrada Comunhão de pé e na mão tem contribuído bastante para a crise de fé e a perda do sentido do sagrado. O Papa agora está tentando reverter essa tendência chamando os católicos de volta a um sentido forte de sua própria identidade.

Pe. Regis Scanlon, OFM, disse uma vez que “a doutrina da Presença Real de Jesus Cristo na Eucaristia é uma daquelas verdades maravilhosas pelas quais o Cristianismo resplandece como uma religião de mistérios que excede muitíssimo a capacidade da mente humana. A Igreja Católica definiu o dogma da Presença Real ao afirmar que Jesus Cristo está presente inteiramente sob as aparências de pão e vinho após as palavras de consagração na Eucaristia.”1

A recepção da Sagrada Comunhão na Missa sempre foi um momento de tremenda reverência, tradicionalmente precedida pelo soar de sinos, incenso e silêncio. Infelizmente, existem muitos católicos que não acreditam mais na Presença Real. Sem dúvida, isso se deve à diminuição – e em alguns casos, a exclusão – desses e de muitos outros símbolos e sinais de adoração. Um símbolo de adoração que foi eliminado é o recurso arquitetônico chamado Mesa de Comunhão.

A Mesa de Comunhão (também chamada de comungatório) foi introduzida nas igrejas católicas no século IX. Sua finalidade era separar o santuário do restante da igreja e separar aqueles cuja função é realizar a ação sacramental dos que formam a congregação da celebração – uma separação que foi sempre considerada como essencial para a constituição da Igreja. Essa separação estava relacionada à compreensão antiga do sacerdote como o intermediário designado entre Deus e as pessoas. O comungatório tornou-se mais conhecido como mesa de Comunhão na Idade Média, quando os fiéis começaram a receber a Comunhão de joelhos de maneira mais generalizada. Esse desenvolvimento orgânico se deu a partir de um sentido de reverência e humildade mais premente com relação à Eucaristia.

Para aqueles que não estão familiarizados com a mesa de Comunhão – e, sem dúvida, muitos hoje em dia nunca a usaram –, é um recurso arquitetônico que separa o santuário do corpo da igreja e, geralmente, é feito de mármore ou algum outro material precioso. Um pano branco e limpo de linho fino, que, geralmente, ficava preso no lado do comungatório que dava para o santuário geralmente era estendido ao longo da mesa de comunhão antes da distribuição da Sagrada Comunhão; sua finalidade era atuar como um tipo de corporal para receber quaisquer partículas que por acaso pudessem cair das mãos do sacerdote. O comungante então pegava o tecido com ambas as mãos e o segurava sob o queixo. Há evidências que sugerem que algo na natureza de um corporal era usado mesmo nos primeiros dias do cristianismo. Em épocas mais modernas, um acólito desempenhava a mesma função segurando uma patena sob o queixo de cada comungante.

Até mesmo o Santo Padre Pio recebia a Comunhão de joelhos e sobre a língua. Será que ele não era
Até mesmo o Santo Padre Pio recebia a Comunhão de joelhos e sobre a língua. Será que ele não era “iluminado” como nós?

No momento da Comunhão podemos quase visualizar o comungatório como uma mesa comprida, que existe ao longo e em frente do Altar do Sacrifício – uma mesa onde o povo de Deus pode partilhar do banquete de Nosso Senhor como se estivesse presente em sua Última Ceia; uma mesa onde, ao mesmo tempo, podemos estar presentes ao sacrifício incruento da Paixão de Nosso Senhor, como se estivéssemos verdadeiramente ajoelhados diante de Nosso Senhor no Calvário, prontos para recebê-Lo e participar em seu Sacrifício. Que incrível!

Compare isso com as rubricas de hoje que permitem que se fique de pé para a Comunhão. O que percebemos? No momento da Comunhão, o comungante toma a hóstia do padre com as suas próprias mãos – como se quisesse negar ou minimizar a consagração das mãos do sacerdote ocorrida na ordenação.

Muitos comungantes hoje em dia saem da frente da igreja sem mesmo reconhecer, fazendo uma inclinação, que ele ou ela recebeu algo – ou Alguém – sagrado. Nenhuma precaução é tomada para garantir que partículas do Corpo e Sangue de Nosso Senhor não se percam. Absolutamente escandaloso! E ainda assim é isso que muitos de nossos peritos litúrgicos e bispos permitem e até mesmo promovem hoje em dia. É como se a Missa fosse um pouco mais do que uma reunião social ou um local para reunir alguns amigos.

Infelizmente, a decisão de retirar as mesas de Comunhão veio pouco tempo depois do Concilio Vaticano II e parece ter sido uma iniciativa tomada em nível local para introduzir mudanças arquitetônicas que foram consideradas necessárias para implementar as reformas litúrgicas do Concílio. Enquanto algumas igrejas deixaram as mesas de Comunhão intactas, em grande parte, elas caíram em desuso e, em geral, as construções de novas igrejas não as inclui.

Teóricos litúrgicos alegavam, juntamente com o chamado do Vaticano II a uma “participação plena e ativa de todas as pessoas” na liturgia, que a mesa de Comunhão separava a atividade do clero da passividade dos leigos a quem eles incorretamente acreditavam estivessem excluídos da celebração. Daí, a retirada das mesas de Comunhão foi considerada necessária, a fim de formar um espaço integrado ou unificado que retiraria o enfoque do padre e o redistribuiria igualmente a cada membro da assembleia. Isso significa, incidentalmente, que, embora a Igreja continue acreditando que os acólitos conduzam à produção de vocações sacerdotais, as meninas agora deveriam ser incluídas dentre suas fileiras, uma vez que qualquer forma de discriminação pode ser vista como divisão.

Deus nos perdoe!
Deus nos perdoe!

Entretanto, neste ponto, tudo que é essencial para a fé católica na Missa começa a se deteriorar. Por exemplo, o sacerdote não é mais visto como um intermediário, mas sim como o “presidente” que agora deve “se voltar” para as pessoas, ao invés de se voltarem para a cruz de Cristo 2 – como acontecia com a Missa em Latim. O Papa Bento XVI, alega em seu livro, O Espírito da Liturgia, que “o sacerdote que se volta para a comunidade forma, juntamente com ela, um círculo fechado em si. A sua forma deixou de ser aberta para cima e para frente; ela encerra-se em si própria.”3

Sem essa “abertura para cima e para frente”, para Deus, o Sacrifício da Missa se torna um pouco mais do que uma refeição comum, em que também é importante que nós “nos autocomunguemos” ao receber o Corpo e o Sangue de Cristo na Sagrada Comunhão, usando as nossas mãos. Isso é especialmente verdadeiro sempre que – como frequentemente ocorre – um membro do laicato toma as Hóstias do sacrário e as dá ao sacerdote e a outros membros do laicato para distribuição. Dizem-nos que isso ajuda a “despertar no cristão um sentido de dignidade pessoal.”4 Como um testamento adicional a esta “dignidade” igualitária também se torna necessário ficar de pé ao receber a Sagrada Comunhão, o que, por as vez, elimina qualquer motivo adicional para conservar a mesa de comunhão. Muitos se lembrarão como a prática de ficar de pé para a Sagrada Comunhão foi rigorosa e arbitrariamente imposta após o Vaticano II até que se tornasse uniformemente arraigada no laicato.

Com quanta frequência escutamos desde o Vaticano II que a “genuflexão não combina com a nossa cultura … Não é certo que um homem crescido faça isso… ele deve olhar para Deus de pé”. Ou novamente: “Não é apropriado que um homem redimido – ele foi liberto por Cristo e não precisa se ajoelhar nunca mais.” Entretanto, é muita presunção agir como se já tivéssemos recebido a nossa recompensa celeste antes que a tenhamos efetivamente recebido. Embora muitos na Igreja neguem que o orgulho esteja envolvido neste caso, creio que este seja o “pecado da presunção” elevando a sua horrorosa cabeça. São Paulo (Fil 2; 12) nos diz que devemos trabalhar a nossa salvação em temor e tremor.

O Papa Bento disse que “a genuflexão dos cristãos não é uma forma de inculturação em costumes existentes. Muito pelo contrário, trata-se de uma expressão da cultura cristã, que transforma esta cultura através de um conhecimento e experiência de Deus novos e mais profundos.” 5

Ajoelhar-se advém do conhecimento de Deus. Como o Papa nos lembra, “a palavra proskynein sozinha ocorre cinquenta e nove vezes no Novo Testamento, vinte e quatro das quais estão no Apocalipse, o livro da liturgia celeste, que é apresentado à Igreja como o padrão para a sua liturgia.” 6

O Papa Bento dá um exemplo de como a genuflexão, prática essa que nos anos recentes, como o Sinal da Cruz, está caindo em desuso dentro da Igreja. Em seu livro O Espírito da Liturgia, o Papa fala de uma “história que provêm dos ditos dos Padres do Deserto, de acordo com a qual o demônio foi compelido por Deus a mostrar-se a um certo Abba Apollo. Ele tinha a aparência enegrecida e feia, com membros magros e assustadores, porém, o que mais chamava a atenção era que ele não tinha joelhos. A incapacidade de ajoelhar-se é vista como a própria essência do diabólico.” 7

Não se trata de um capricho da imaginação sugerir que, ao menos, teoricamente, aqueles que abandonaram a genuflexão durante a recepção da Sagrada Comunhão tenham efetivamente abandonado a Bíblia – porque se alguém não se ajoelha perante o Senhor, quando é que essa pessoa se ajoelha? O Santo Padre assinala também que “o homem que aprende a crer, aprende também a se ajoelhar, e uma fé ou uma liturgia não mais familiarizada com a genuflexão estaria doente em seu núcleo.” 8

Como ousam!
Como ousam!

Embora os teóricos litúrgicos, designers e consultores modernos afirmem que a sua nova teologia reflete a mente da Igreja, não há documento eclesiástico algum contra a mesa de Comunhão ou algum documento que sancione a sua retirada das igrejas. O que o Vaticano disse é que “Quando os fiéis comungam de joelhos, nenhum outro sinal de reverência diante do Santíssimo Sacramento é obrigatório, uma vez que o próprio genuflectir é um sinal de adoração. Quando eles recebem a comunhão de pé, é altamente recomendado que, vindo em procissão, eles devam fazer um sinal de reverência antes de receber o Santíssimo Sacramento.” 9

Em sua carta pastoral sobre a reverência eucarística, Dom John Keating de Arlington, Virginia, escreve: “Nenhuma postura corporal expressa de maneira tão clara a reverência interior da alma perante Deus quanto o ato de genuflectir. Reciprocamente, a postura de genuflectir reforça e aprofunda a atitude de reverência da alma.” 10

Portanto, ajoelhar-se é a postura máxima de adoração, submissão e entrega. Na Igreja Católica fazemos genuflexão e nos ajoelhamos para indicar, através de um gesto corporal, uma submissão total de nossas mentes e corações à verdadeira Presença de Cristo. Trata-se de uma manifestação exterior da reverência inspirada por Sua Presença. A mesa de Comunhão é a divisória que separa o santuário da assembléia. Na medida em que ela nos permite visualizar essa distância que separa o céu e a terra, Criador e criatura, é um recurso arquitetônico que nos ajuda a superar o orgulho humano, permitindo que nos aproximemos e recebamos Cristo na Eucaristia com a disposição e reverência próprias. Em um sentido adicional – na medida em que a noiva e o noivo são consagrados no santuário –, a mesa de comunhão também pode ser vista como um reforço visual poderoso do sacramento do Matrimônio.

A remoção das mesas de Comunhão causou grande dor a muitos na Igreja. Ela desorientou muitas pessoas, que, com justa razão – especialmente à luz da perda recente e avassaladora da fé na Eucaristia como Presença Real – temiam que o próprio cerne da fé católica fosse comprometido. Uma vez que a Missa culmina na administração da Comunhão, a mesa de comunhão deveria ser vista como era – como um auxílio para a fé da mais alta importância para os fiéis. De um ponto de vista autenticamente católico, o recurso arquitetônico antigo deveria voltar, para a salvação das almas.

Notas:

1. Padre Regis Scanlon, O.F.M., Capítulo “Piedade Eucarística: Uma Forte Recomendação” (Theotokos, o boletim do Clube Católico da Aurária).

2 Ou, mais precisamente, o Oriente. Para citar o Monsenhor Klaus Gamber: “O que na Igreja primitiva e durante a Idade Média determinou a posição do altar foi que ele estava virado para o Oriente. Para citar Santo Augustinho, “Quando nos levantamos para rezar, nos voltamos para o Oriente, onde começa o Céu. E fazemos isso não porque Deus esteja lá, como se Ele tivesse se distanciado de outras direções na terra…, mas sim para nos ajudar a lembrar a voltar nossas mentes em direção a uma ordem superior, ou seja, para Deus”. Klaus Gamber, A Reforma da Liturgia Romana, Una Voce Press, Califórnia, 1993, p.80 no capítulo, “Missa Versus Populum“.

3. Cardeal Joseph Ratzinger, O Espírito da Liturgia (San Francisco: Ignatius Press, 2000), p. 80. (doravante citado como O Espírito da Liturgia ).

4. Comunicação Interna da Conferência Canadense de Bispos Católicos, 23 de março de 1970.

5. O Espírito da Liturgia. p. 185.

6. Ibid.

7. Ibid., p. 193.

8. Ibid., p. 194.

9. Eucharisticum Mysterium, 1967.

10. Carta Pastoral sobre a Reverência Eucarística, 4 de dezembro de 1988.

“Exorcizo te, omnis spiritus immunde…”

Papa fará missa em locação de filme espírita

Por Folha de São Paulo – O encerramento da Jornada Mundial da Juventude – Rio 2013, com uma vigília de fiéis seguida por missa celebrada pelo papa Bento 16, vai ocorrer no mesmo terreno que serviu de cenário para as filmagens de “Nosso Lar” (2010), blockbuster espírita baseado em livro psicografado por Chico Xavier.

A Prefeitura do Rio viabilizou a realização do encontro católico em duas fazendas no bairro de Guaratiba, na zona oeste da cidade.

As duas propriedades têm o tamanho que a organização da jornada acredita ser suficiente para abrigar mais de dois milhões de pessoas esperadas na missa do papa em 28 de julho de 2013.

Uma área selecionada é a Fazenda Mato Alto, que abrigou, em setembro de 2009, a equipe envolvida na produção de “Nosso Lar”. “Uma das principais cenas, com a participação de mais de 1.000 figurantes, foi filmada na Mato Alto”, lembrou Wagner de Assis, diretor de “Nosso lar”.

A prefeitura vai fazer obras de infraestrutura no local.

“Não vamos pagar aluguel. Os proprietários serão beneficiados pelas melhorias que faremos”, disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

O local foi escolhido depois de a Base Aérea de Santa Cruz (local inicialmente escolhido para a missa do papa) ser descartada para evitar transtorno às operações das aeronaves.

A retratação do neo-cardeal Rubén Salazar.

Recebemos informações seguras de que a Secretaria de Estado, às vésperas do consistório que o tornaria Cardeal, teria instado o Arcebispo de Bogotá a se retratar e esclarecer suas posições acerca da despenalização do aborto na Colômbia.

Dom Rubén Salazar publica nota sobre recentes declarações

Dom Salazar recebeu o barrete cardinalício no sábado passado.

ROMA, terça-feira, 27 de novembro de 2012 (ZENIT.org) – O novo cardeal colombiano Rubén Salazar Gômez fez declarações aos meios de comunicação em Roma que, a seu ver, foram mal-interpretadas. Por este motivo, publicou uma nota através da Conferência Episcopal em que pontua algumas afirmações sobre bioética. A nota tem data de 22 de novembro e convida com clareza a “promover uma autêntica cultura da vida humana”.

“Por ocasião da minha nomeação como membro do Colégio Cardinalício, por parte do Santo Padre Bento XVI, concedi algumas entrevistas a diversos meios de comunicação em que, além de abordar com detalhes o significado desta nomeação para mim e para a Igreja na Colômbia, fui perguntado sobre temas que estão chamando atenção no país”.

Feita a contextualização, ele prossegue: “Dei uma entrevista à jornalista Maria Isabel Rueda para o jornal El Tiempo, na qual algumas das minhas afirmações podem ter suscitado sérias inquietações” [ndr: reconhece a possibilidade de inquietações causadas pelas afirmações, e não por meras interpretações descontextualizadas, como sugeriu acima a agência Zenit].

O cardeal colombiano considerou necessário, por isso, divulgar “esclarecimentos para corrigir qualquer ambiguidade que possa ter ocorrido”.

Em primeiro lugar, afirma que “o aborto é um crime abominável (cf. Constituição Gaudium et Spes,  51), e, portanto, a sua descriminalização não é aceitável em nenhum caso, nem é possível considerá-lo ou declará-lo como um direito. Como já fiz em outras ocasiões, expresso claramente a minha contrariedade à sentença da Corte Constitucional, que descriminalizou o aborto em alguns casos”.

Em segundo lugar, “o embrião humano tem vida própria desde o momento da sua concepção e é um ser totalmente diferente da mulher; portanto, deve ser respeitado como pessoa desde o primeiro instante da sua existência (João Paulo II, Instrução sobre o dom da vida, I,1) e tratado com todo o respeito devido em todo o processo do seu desenvolvimento”.

Em terceiro lugar, explica o primaz da Colômbia, “em nenhum momento, nem por nenhuma causa, o ser humano pode dispor da sua vida nem da vida dos outros. Portanto, o suicídio, o chamado suicídio assistido e a eutanásia são moralmente inaceitáveis (cf. encíclica Evangelium Vitae, 66). Ratifico novamente o meu repúdio a qualquer lei do Estado que pretenda legalizar estas práticas”.

O novo conselheiro pontifício aproveita a ocasião “para convidar todos os colombianos a promover uma autêntica cultura da vida humana, em que a vida humana seja defendida e respeitada desde o momento da concepção até a morte natural”.

Ecclesia Dei, a arte de responder e nada dizer.

Dança das cadeiras: Comissão Ecclesia Dei e mais uma nebulosa variação sobre o mesmo tema.

Desde o fim da década de 90, sobretudo na presidência do Cardeal Darío Castrillon Hoyos, a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei (PCED) vinha declarando que a assistência às missas da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, embora não recomendadas por ela, serviam para o cumprimento do preceito dominical [como em 2003 e em 2008].

Todavia, nos últimos anos, a Comissão vem se destacando pela arte de responder (quando o faz, o que é raro), mas nada dizer. Após uma resposta a em março deste ano, agora, vem a público uma nova carta, datada do último dia 6.

Como bem observa o blog Secretum Meum Mihi: “O curioso da carta original da resposta é que não vem assinada por ninguém, embora a saudação esteja redigida em primeira pessoa e apareça atribuída a “O Secretariado”. Que carta curiosa! O curioso desta carta é que ela não podia ter sido assinada pelo secretário anterior desta comissão, Monsenhor Guido Pozzo, porque em 3 de novembro (três dias antes da data da carta em questão), o Papa o havia designado como Esmoleiro de Sua Santidade. Então, que personagem de representatividade é o que, em nome de “O Secretariado” da Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”, assina a carta?”

* * *

Carta da PCED sobre o cumprimento do preceito dominical indo a uma Missa da FSSPX e seminaristas diocesanos atuando como subdiáconos

Por Rorate-Caeli | Tradução: Fratres in Unum.com

Em 6 de novembro de 2012 o blog Católico Tradicionalista Polonês Nowy Ruch Liturgiczny publicou a resposta da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei a duas indagações (que o blog reproduziu no original inglês):

1. É possível cumprir o preceito [de missa] dominical participando de uma Missa celebrada por um sacerdote da Fraternidade de São Pio X, se o participante não for “contra a validade ou legitimidade da Santa Missa ou dos Sacramentos celebrados na forma ordinária ou contra o Romano Pontífice como Pastor Supremo da Igreja Universal” e esta for a única oportunidade na área local de participar da Missa na forma extraordinária (a qual o participante é altamente devoto)?

2. O decreto da Sagrada Congregação de Ritos (nº 4184) e a decisão da Pontifícia Comissão ‘Ecclesia Dei’ (nº 24/92), relativamente à possibilidade de servir como subdiácono durante a Missa na forma extraordinária, se aplica também a seminaristas diocesanos (que não sejam seminaristas dos institutos erigidos pela Pontifícia Comissão ‘Ecclesia Dei’) que usam vestes clericais?

A resposta:

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Prot. 39/2011L

Cidade do Vaticano, 6 de novembro de 2012

Prezado Pe.

Esta Comissão Pontifícia lhe agradece por sua amável carta de 1º de outubro de 2012.

Em resposta a sua primeira pergunta este Dicastério se limitaria a remetê-lo à carta de 10 de março de 2009, escrita pelo Papa Bento XVI a seus irmãos Bispos na qual ele declarou:

Enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canônica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja. Por conseguinte, é necessário distinguir o nível disciplinar, que diz respeito às pessoas enquanto tais, do nível doutrinal em que estão em questão o ministério e a instituição. Especificando uma vez mais: enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui qualquer estado canônico na Igreja, e os seus ministros – embora tenham sido libertos da punição eclesiástica – não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja. (Papa Bento XVI, Carta aos Bispos da Igreja Católica referente à remissão das excomunhões dos quatro aos quatro bispo consagrados pelo arcebispo Lefebvre, 10 de março de 2009).

Em resposta a sua segunda pergunta a resposta é afirmativa.

Atenciosamente,

O Secretariado

Mais desrespeito e intolerância da parte dos democratas na PUC-SP.

Por Folha de São Paulo | O “Pátio da Cruz”, no campus da PUC-SP em Perdizes (zona oeste), foi invadido ontem por centenas de estudantes e um boneco de 3 m de altura representando um padre.

O sacerdote, que dizia “querer a PUC”, teve partes do corpo mutiladas até perder a cabeça. Morreu ouvindo a frase derradeira: “O senhor também não pode querer ter tudo. Muito menos a PUC”.

A encenação foi conduzida por um ex-aluno famoso da universidade, o diretor de teatro Zé Celso Martinez, que reuniu cerca de 200 pessoas no pátio às 18h em ato em prol do movimento grevista que pede a desistência da professora indicada para a reitoria, Anna Cintra.

Zé Celso iniciou o espetáculo com frases provocativas: “Fora Anna Cintra!”; “O Vaticano tem que entrar pelo cano! Chega!”.

A plateia –alunos, ex-alunos e professores– ovacionou a cena, adaptada do espetáculo “Arcodes”, do próprio diretor e em cartaz atualmente em São Paulo.

Zé Celso, conhecido pela inventividade (e longa duração) de suas obras, foi convidado para fazer o ato pelos próprios alunos.

“O movimento político da PUC ficou forte e vai tocar o mundo. O papa é um ditador. A Igreja castra e o catolicismo é antropófago”, disse Zé Celso, após o ato.

O diretor foi aluno de filosofia da PUC-SP. Disse ter desistido após dois anos de curso porque a instituição não tinha a democracia que tem atualmente.

DEMOCRACIA

Presente no ato, Sônia Inácio, professora de pós-graduação, disse o movimento grevista é justo.

“Acho [o ato] maravilhoso! A arte deve ser empregada também para ajudar momentos políticos.”

Para Andréia Fischer, 23, aluna de psicologia, a luta dos estudantes é maior que a indicação para a reitoria.

“É uma luta a favor da democracia em todas as universidades”, afirmou.

TERCEIRA COLOCADA

A greve começou no dia 13, depois que Anna Cintra foi indicada para a reitoria por dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo e grão chanceler da PUC-SP.

Ela ficou em terceiro lugar em uma eleição entre alunos, funcionários e professores.

O estatuto prevê que a escolha final, entre os nomes de uma lista tríplice, cabe ao cardeal, mas, tradicionalmente, o primeiro era o nomeado. O vencedor foi Dirceu de Mello, o atual reitor.

Cintra deve tomar posse do cargo na sexta-feira. A comissão do movimento diz que os alunos e professores pretendem manter a greve até que ela desista do cargo de reitora da universidade.

DESRESPEITO

A assessoria da PUC disse que a reitoria não iria se manifestar sobre o ato.

A assessoria da Arquidiocese de São Paulo informou, em nota, que “desconhecia as manifestações do senhor José Celso Martinez acerca da fé católica e lamenta que o referido senhor desrespeite o sentimento religioso de milhões de brasileiros”.

“Mais lamentável o fato de as ofensas acontecerem no contexto do ambiente acadêmico, do qual se espera o mínimo de convivência com a liberdade de crença”, afirmou a arquidiocese.

* * *

Oportuna também é a leitura do artigo do dr. Ives Gandra da Silva Martins no site da Arquidiocese de São Paulo: “O atual reitor da USP também não foi o primeiro colocado da lista, nem o atual procurador-geral do Ministério Público estava no topo dos três indicados. É uma prerrogativa estatutária, que foi exercida, legal e legitimamente”. O clamor por democracia vale, então, apenas para instituições ligadas à Igreja?

Bispo manda retirar imagens de Santos de praça em Cacoal, Rondônia. “Sempre caminhando em comunhão”.

Segundo o bispo, estátuas de santos ‘ofendem’ outras religiões, em Cacoal. ‘Quando a casa é sua, você faz o que quiser no quintal’, diz coordenador.

Praça da Igreja Matriz em Cacoal, RO.
Praça da Igreja Matriz em Cacoal, RO.

G1 – As 22 estátuas de santos que estavam sendo feitas para adornarem a praça que circunda a Igreja Sagrada Família, em Cacoal (RO), terão que ganhar outra finalidade. A pedido do bispo Dom Bruno, as seis estátuas que já estão na praça terão que ser realocadas. O motivo, segundo o bispo, é que as esculturas que representam as imagens de santos católicos podem ofender religiosos de outros credos.

O  coordenador da igreja, Fernando da Silva Azevedo, é contra a retirada das esculturas. “Fiquei decepcionado com a ordem dada pelo bispo. Acredito que quando a casa é sua, você faz o que quiser no quintal dela. As estátuas são uma forma de lembrar daqueles que já passaram por aqui e deixaram sua história”.

Entre as estátuas que já estão na praça, há imagens de Jesus, Nossa Senhora de Aparecida e Santa Rita de Cássia. Seis já foram colocadas na praça da igreja matriz e as outras estavam esperando para serem postas. As esculturas representam os santos de cada comunidade católica de Cacoal.

A respeito da retirada, Fernando diz que não fará. “Se eles quiserem mesmo retirar, vão fazer sem minha ajuda. Pedi para sair da coordenação da igreja já. Eu prefiro morrer a ter que retirar as estátuas”, considera.

“Por mim podia deixar lá as que já estão”, opina o padre Valdemir Galdino, responsável pela Igreja Sagrada Família. Questionado sobre o dinheiro gasto na confecção das esculturas, o padre fez apenas um comentário: “já foi”. Segundo o pároco, as estátuas serão doadas para as comunidades de cada santo.

Dom Bruno Pedro (esquerda), bispo de Ji-Paraná (RO).
Dom Bruno Pedron (esquerda), bispo de Ji-Paraná (RO).

Ao G1, o bispo Dom Bruno disse que as estatuetas não têm significado quando figuram na praça da instituição. “Pode-se colocar o símbolo da comunidade, que é a Sagrada Família, mas não todos os santos. Ainda mais da forma como foi feito, sem informar nada para ninguém. Não foi prudente”.

Para Dom Bruno, a questão também é de respeito a outras pessoas. “Lá é uma praça pública. Tem que se respeitar as pessoas de outras religiões e a comunidade precisava ser consultada, sempre caminhando em comunhão”, argumenta.

Nestor Pereira Campista, de 69 anos, é católico e diz que a retirada ou não das estátuas independe de outras religiões. “Espero que façam o que é certo, mas as estátuas não ofendem ninguém. As outras religiões é que acabam ofendendo a gente por conta disso”, reclama.

Para o comerciante Carlos Roberto Custódio, de 46 anos, as estatuetas foram colocadas de forma inapropriada. “Elas estão expondo muito a igreja e trazem constrangimento para muitas pessoas que por aqui passam e que frequentam outra religião”.

Não há data para a retirada das estátuas que já foram colocadas.

Degradação salesiana: a magia da “Missa Toblerone”.

Missa celebrada em 2011 pelo sacerdote salesiano Silvio Mantelli, que percorre o mundo com o que chama de “Evangelho Mágico”. Seu nome artístico é Mago Sales e pretende usar a mágica como ferramenta catequética. Trata-se, evidentemente, de uma depravação do espírito de Dom Bosco, que nunca faria algo parecido na Santa Missa.

Fonte: Cantuale Antonianum

O novo responsável pela arquitetura e música sacra na Congregação para o Culto Divino.

O Papa Bento XVI nomeou, no último sábado, o abade americano Michael John Zielinski O.S.B. como chefe de um novo departamento da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos dedicado à arquitetura e à música litúrgica [como antecipado aqui]. Conclui-se, assim, a reestruturação desejada pelo Papa para esta congregação. Recordamos, a seguir, algumas palavras de Dom Zielinksi que publicamos em 2010:

Qual é o seu relacionamento com o mundo lefebvrista?

Dom Zielinski em conferência de "Si, Si, No, No", revista ligada à Fraternidade São Pio X, em Paris, em 2007.
Dom Zielinski em conferência de “Si, Si, No, No”, revista ligada à Fraternidade São Pio X, em Paris.

Abade: Encontrei Dom Bernard Fellay, superior da Fraternidade São Pio X, há mais de cinco anos. Naquela época, vim a conhecer muitos outros padres, e também monges e religiosos ligados à Fraternidade. Fui convidado a falar no recente congresso de “Si, Si, No, No”, em Paris. E lá, falei sobre minha experiência da Missa Tridentina como uma redescoberta da natureza sacrificial da Missa. O Rito Tradicional tem um papel de muito importância a desempenhar na Igreja. Ele pode acentuar a reverência e o sentido de mistério e de temor perante a ação de Deus.

Fico honrado pela amizade e também pela confiança deles. Pude ouvir e penetrar profundamente não apenas nas suas preocupações e temores, mas também em seu imenso amor pela Igreja e pelo Santo Padre. Suas palavras, artigos e cartas podem parecer muito fortes para alguns, e, portanto, causar muita aflição; no entanto, o que eles dizem sobre liturgia e teologia não deve ser ignorado ou descartado. Até que haja a plena unidade e a plena caridade mútua, não se pode ficar escandalizado se há alguma “intemperança verbal”.

Mas alguns bispos afirmam que os lefebvristas deveriam reconhecer a legitimidade do Papa.

Abade: Infelizmente, mesmo nas altas fileiras na Igreja, nem sempre há pleno conhecimento da Fraternidade. A Fraternidade sempre reconheceu o legítimo sucessor de São Pedro. Há grupos tradicionalistas que não reconhecem os últimos Papas depois de Pio XII. São os chamados “sedevacantistas”. Visitando algumas das casas da Fraternidade, fiquei impressionado em ver a foto de Bento XVI e também de saber que eles rezam diariamente por ele e pela Igreja.

O senhor acredita que o possível motu proprio ajudaria os lefebvristas a retornar a Roma?

Abade: Acredito que um motu proprio seria o primeiro passo em direção à plena comunhão. Todavia, a Fraternidade não procura apenas a simples restauração da Missa Antiga. Eles estão fazendo questões teológicas e litúrgicas muito sérias, que devemos tratar. De outra forma, reduzimos toda a questão de Dom Fellay e dos membros da Fraternidade a uma questão de coreografia e não de questões substanciais de fé. O motu proprio, portanto, é um começo. Mas, também, é o possível começo de uma reforma e de uma renovação do caráter sacramental da liturgia; e, logo, o começo de um movimento litúrgico que quer para o Povo de Deus um novo despertar da fé.

* * *

Em 2007, Dom Zielinski participou de um congresso em Paris promovido pelo jornal Sim, Sim, Não, Não. Naquela ocasião, visitou a histórica igreja de Saint Nicholas du Chardonnet e lá celebrou sua missa privada. Nos mesmos dias, também visitou a comunidade beneditina de Bellaigue.