Por Francisco Panmolle
Algumas obras nascem com boas finalidades. Outras, ao longo do caminho, vão decidindo para qual lado pendem. Da mesma forma, existem aquelas que nascem com más intenções. A Pontifícia Universidade Católica do Paraná enquadra-se na primeira definição. Acreditamos na boa intenção de Dom Manoel da Silveira D’Elboux, em 1959, ao criar uma instituição que, promovendo o diálogo entre ciência e fé, não deixasse obliterado o caráter católico do ensino ofertado à sociedade. Com certeza, no coração do falecido bispo, havia a alegria de procurar a verdade e, descobrindo-a, comunicá-la a todos os campos do conhecimento, como pensava Santo Agostinho.
Também acreditamos nas intenções dos sucessivos arcebispos que, cientes do fato de que a Universidade Católica nasceu do coração da Igreja, zelaram para que a PUC-PR desse verdadeiro testemunho de sua identidade, não apenas através de sinais teóricos, mas sobretudo pelas ações concretas, pelo verdadeiro “Sentire cum Ecclesia”. A Universidade cresceu, se expandiu, e junto de todos os progressos feitos para os olhos do mundo, permitiu que também nela, como foi dito por Paulo VI, a fumaça de Satanás adentrasse por uma fresta.
Muitíssimos são os males que se abatem sobre a Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Não precisamos ficar aqui dissertando sobre todos eles, pois trariam maiores escândalos ao simples povo de Deus, que ainda acredita nas boas intenções desta universidade (será?). As lágrimas de Cristo, derramadas diante de Jerusalém, também banham hoje a PUC-PR, pois é triste ver que nesta instituição, atualmente, tudo é permitido e tudo acontece, até mesmo ofender o Filho de Deus e o cristianismo. Somente a Verdade é deixada de lado, barrada nos portões verdes desta distinta casa do saber.
Um fato que exteriorizou a crise vivente na PUC-PR foi quando um seu professor de filosofia declarou, explicitamente, em sala de aula: “A Eucaristia é uma droga lícita, um baseado, que o padre passa de mão em mão”. A impunidade da PUC-PR, com relação a esse episódio, foi uma forma de autorização velada para qualquer outra manifestação contrária ou ofensiva à fé por parte de seu corpo docente. Afinal, se é permitido a alguém declinar blasfêmias em sala de aula e, mesmo assim, não ser sequer repreendido pela instituição, qualquer outro professor poderá dizer o que quiser, mesmo que suas palavras e ideias atinjam o núcleo central da doutrina cristã.
A omissão do Arcebispo e do Reitor, que nada fizeram além de publicar uma nota ambígua e inerte (clique na acima ao lado para ampliá-la), atacando quem denunciou os fatos, mas não quem os perpetrou, é realmente decepcionante. A Igreja confia aos bispos e aos reitores das universidades católicas a guarda da doutrina católica e a defesa da fé no ambiente acadêmico. Todavia, a PUC-PR insiste em caminhar na contra-mão.
Repercussão internacional – GloriaTV News aborda caso da PUCPR.
A permissão para publicar livros, pela editora da Universidade, com declaradas afirmações em defesa do niilismo e do ateísmo, como aqui já foi denunciado, é outro exemplo da omissão e da conivência desta universidade com uma posição que desobedece e desconsidera o que ensina a Igreja.
A nomeção de dirigentes de entidades espíritas para cargos da reitoria é também uma forma explícita de negligenciar o que a Igreja pede às universidades católicas em termos de compromisso com uma “presença cristã no ambiente universitário”, como afirma a constituição apostólica Ex Corde Ecclesiae.
Diante de tais fatos, pode-se concluir que os livros que o reitor assina, tratando de temas religiosos e espirituais, não passam de maquiagem para uma estrutura e uma posição administrativa covarde e inócua. Melhor que nada escrevesse, pelo menos não daria mal testemunho e nem seria acusado de hipocrisia.
A reação violenta da direção do curso de filosofia da PUC-PR, ameaçando os alunos, chamando de terroristas e nazistas aos autores de tais denúncias, assim como colocando-se em defesa do professor blasfemo, mostra precisamente como a entidade pouco se importa com a retidão de doutrina daqueles que nomeia para os cargos de direção. A justificativa para tudo isso, da parte da PUC-PR, é a liberdade de expressão e de cátedra que concede, de olhos fechados, a seus professores. Grave confusão entre liberdade de expressão e desrespeito à tradição e à mensagem cristã.
Onde está a vigilância da reitoria sobre seus professores? Para um reitor que é religioso, da ordem dos Padres Maristas, é ainda mais estranho que não se manifeste de forma a defender os valores da fé. Onde estão os superiores dos Maristas que não veem tal situação? Onde está o arcebispo de Curitiba que não toma medidas? Onde estão a Nunciatura e a Congregação para a Educação Católica que não se manifestam nem dão respostas claras à comunidade católica diante de lamentáveis fatos? Onde está a CNBB que nem toca no assunto?
Apesar de tudo isso, de toda a perseguição escondida e também explicita, novas surpresas surgem. Recentemente foi demitido da PUC-PR um professor do departamento de filosofia. Talvez um dos poucos, senão o único, que prezava pela retidão da doutrina da fé e que zelava, com amor e veracidade, pela identidade católica da instituição. O professor Paulo Eduardo de Oliveira foi demitido pelo vice-reitor, sem explicação alguma do senhor reitor, com quem trabalhou diretamente por 12 anos. Talvez o referido professor tenha aberto demais a boca, pensando que a busca da verdade não fosse mero discurso. Após tudo isso, percebemos que o tal papo de que a instituição preza os valores éticos, cristãos e maristas não passa de falácias marqueteiras. Professores ateus e que professam que “a Eucaristia é um baseado, droga lícita” continuam fazendo parte da Pontifícia Universidade Católica, abençoados pelo reitor e por Satanás, que se apoderou da instituição. Pontifícia e Católica? Só na fachada. Resta a vergonha.
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Repercussão do artigo “O alarmante estado da PUC-PR” publicado em Fratres in Unum.com em outubro de 2012:
- O Estado de São Paulo de 30 de outubro de 2012 – o artigo foi retransmitido pela Isto É, O Diário do Norte do Paraná, Diário do Grande ABC e O Vale.
- Gazeta do Povo – 13 de novembro de 2012