Tolerância e paz ou irenismo puro?

Religiosos comemoram dia contra a intolerância religiosa no Rio de Janeiro.
Religiosos comemoram Dia de Combate à Intolerância Religiosa no Rio de Janeiro.

Fratres in Unum.com – Um dia após as comemorações do mártir São Sebastião, padroeiro da cidade, a Arquidiocese do Rio de Janeiro participou das celebrações do Dia Nacional de combate à Intolerância Religiosa, organizadas na Cinelândia, e armou sua tenda junto com as demais religiões para divulgar a Jornada Mundial da Juventude.

Segundo a edição 779 do jornal arquidiocesano “O Testemunho de Fé”, os visitantes que lá estiveram puderam contar com show do padre Omar Raposo — que, não fosse a projeção que o sacerdócio lhe dá, não cantaria nem nos piores dos botecos do Rio —  e a presença do padre Jorge Luis Neves Pereira da Silva, vulgo Padre Jorjão: dupla famosa de admiradores e abençoadores de Oscar Niemeyer, escolas de sambas, novelas das 8 e Fábio de Melo. Ainda segundo o mesmo periódico, “a participação da Igreja Católica no movimento em defesa do respeito e da liberdade religiosa tem sido ampla desde o Concílio Vaticano II, com a publicação, em novembro de 1964, do decreto sobre o ecumenismo Unitatis Redintegratio, e em outubro de 1965, da Declaração Nostra aetate sobre a Igreja e as religiões. Em busca da restauração da unidade entre todos os cristãos e em favor da paz e do amor entre a humanidade, mesmo sem concordar com outras doutrinas, os documentos conciliares reconhecem que todas as manifestações religiosas são expressões da fé e da cultura de cada povo, e, por isso é preciso acolher com respeito todas as religiões. Esse diálogo acontece na perspectiva de ir ao encontro das aflições humanas, comuns a todos os povos, pois é por meio das religiões que os homens procuram resposta aos mais profundos anseios e questionamentos da condição humana.”

E qual seria o propósito de tal evento em uma cidade, para usarmos um eufemismo e não falarmos de apostasia, tão aberta à pluralidade religiosa como o Rio de Janeiro, onde qualquer denominação pode abrir seu templo sossegadamente e onde pessoas dos mais diversos credos podem sair às ruas trajadas segundo suas crenças ou ainda falar publicamente sobre elas? O diácono Nelson Águia, um dos envolvidos, responde: “Nós não vamos ali debater questões dogmáticas, doutrinárias, isso nós deixamos para os teólogos. O que nós queremos é demonstrar ao mundo que as religiões pregam o amor e a fraternidade. E a Igreja Católica, claro, não ficaria fora disso, é uma missão dada por Jesus: ‘amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.

Resta-nos apenas fazer algumas indagações aos padres da Arquidiocese do Rio de Janeiro: em vista de eventos como esse, poderia um sacerdote da arquidiocese pregar livre e coerentemente, em suas homilias, programas de rádio ou artigos, que a Igreja Católica é a única Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, que as outras religiões não pregam paz e amor, mas o erro, e que levam as almas à perdição eterna? Ou tal pregação seria considerada intolerante? A explanação do “Testemunho de Fé” sobre o Concílio Vaticano II e, mais do que isso, a aplicação dessas idéias no evento irenista da Cinelândia estão de acordo com a “hermenêutica da continuidade”?

Tudo em nome da divulgação da Jornada Mundial da Juventude, evento alardeado com todo dinheiro e estratégias de marketing possíveis e imagináveis, mas que apenas maquia o estado cadavérico do catolicismo no Rio, estado com menor proporção de católicos do Brasil.

Também em Brasília o Dia de Combate à Intolerância Religiosa foi comemorado:

O que se pode esperar do comitê petista fundado na comemoração deste ano, ainda mais com uma ministra que é uma ardorosa defensora dos “direitos humanos”? Trata-se de mais uma de muitas medidas para a perseguição à única religião verdadeira, a Católica. Lamentavelmente, poucos compreendem que “primeiro, a religião que vem do céu é verdade, e é intolerante com relação às doutrinas errôneas; segundo, a religião que vem do céu é caridade, e é cheia de tolerância quanto às pessoas”.

É a esse movimento irênico de implantação de uma religião universal que a Arquidiocese do Rio e outros católicos ingênuos dão, conscientemente ou não, aval.

17 comentários sobre “Tolerância e paz ou irenismo puro?

  1. Tenho patologia religiosa e uma natural intolerância.
    E essa JMJ vai entrar para história da vergonha nacional!

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  2. Vocês viram o pessoal rodando de mãos dadas? Pura nova era! Se vocês virem aquele canal da LBV eles fazem isso la.. sincretismo religioso é fichinha perto do que eles fazem. Tem oraçao do Pai-Nosso, Ave-Maria, falam de Jesus, pirâmides, energia, universo, cristal, equilibrio,… e todas essas expressões da nova era.

    Mas tenho fé que a JMJ venha mostrar para os não-cristãos e cristãos separados que ainda existem católicos do mundo inteiro que amam, respeitam e seguem o Santo Padre.. o mundo precisa ver isso, porque ele é muito atacado pela mídia. Isso é um cala boca na sociedade, que pensa que o Papa está sozinho.

    Eu sou otimista. Estarei lá, se Deus quiser!

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  3. Domingo passado, no folheto da Missa, eis que havia a chamada para a Folia com Cristo. Lá, uma imagem de Jesus galã, sorridente, parecendo propaganda de pasta de dente.

    E há venda de abadá e tudo. Reparação pelos pecados cometidos no Carnaval? Penitência? Nada: ocasião de pecado. Eis como andam as coisas por aqui.

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  4. Tem que ter estômago para assistir o videozinho colocado,em especial as palavras do sr. Gilberto Carvalho.

    É meus irmãos e irmãs do fratres,estamos fora de moda.

    Fiquem com Deus.

    Flavio.

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  5. O curioso é que isso não serve para ninguém. Só serve para promover o ateísmo. Ó odiosa tensão, se as religiões dissessem uma à outra que cada uma delas é relativa, eu jamais seria religioso, eu jamais seria católico. Dizer isso é reconhecer a principal noção dos ateus modernos, que é a panacéia religiosa.

    Nenhum desses sabe o que é a virtude teologal da esperança, da fé… Argh, isso só me dá nojo. E sinceramente, vamos jogar essa porcaria de Catedral de volta para esses de Brasília, porque isso não pode nos prender.

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  6. Chega de promotores dos direitos humanos.

    Precisamos de promotores dos direitos divinos (direito de NSJC de reinar junto com N.Sra e ser obedecido pelas pessoas, que foram criadas para isso, dentro da única Igreja que Ele criou).

    Islã promove genocídios, principalmente de cristãos, além de negarem o Credo (o dia santo deles é na sexta-feira, dia em que Cristo foi crucificado).

    Umbanda / candomblé / pajelanças catimbozeiras / “Wicca” = idolatria, satanismo e bruxaria (alguém aí aceitaria um “despacho” feito para sua pessoa?).

    Espiritismo = satanismo de invocação de demônios (veneno adoçado pela filantropia – truque maçônico, já que Allan Kardec era maçom de alto grau).

    LBV = idem supra.

    Budismo = heresia ególatra, sectária do hinduísmo (que é uma deturpação idólatra e politeísta do renascimento espiritual, que se perverteu em reencarnação – idem para o espiritismo).

    New age = nova era = religião satânica universal de adoração da criação e do próprio ego, patrocinada pelo sinédrio mundial e pela ONU.

    Seicho-No-Ie = uma mistura do lixo todo acima (uma verdadeira lavagem para porcos cheia de teologia da prosperidade – patrocínio maçônico).

    Protestantismo = falsificação da fé, de frutos podres, criada pelo homem.

    Como dizer que o lixo religioso é autêntica religião e desejável por Deus? Ele mesmo mandou pregar a todas as nações a Sua doutrina (leiam a despedida de Cristo em sua Ascensão – nos evangelhos)!

    Assis se repete no estado menos católico do Brasil (e, consequentemente, com mais notícias sobre corrupção, crimes, imoralidades, pornografia, velhacarias, dengue – olha o castigo! – baixarias em geral, etc. – apesar dos outros não estarem muito atrás…).

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  7. Uma Igreja omissa é a nossa Igreja Católica Apostólica Romana em nosso país. A rede Globo tem combatido os valores cristãos diariamente na novela das seis, “Lado a Lado”, e ninguém tem se manifestado, lá há relativismo e mentiras sobre a nossa amada Igreja. Defesa do sincretismo e igualdade entre as religiões é o tema da semana, anteriormente defendeu-se a separação de casais, o fim do matrimônio. Os lobos estão atacando o rebanho e os pastores nada fazem para defendê-lo.

    Flávio Villela ( http://cristaocomprometido.blogspot.com.br/ )

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  8. Flávio Vilela, eu vi a cena da Camila Pitanga conversando com um padre e dizendo que até pouco tempo a Igreja afirmava que os negros não tinham alma. Essa globo me dá nojo. Sempre coloca as católicas como beatas frustradas, os padres como uns retardados, e ficam dando eco aos arautos de satanás com suas mentiras sobre a história da Igreja.
    E não é só nas novelas não, no programa esquenta, a Regina Casé disse que São Sebastião era padroeiro dos gays.
    Temos q bolar uma maneira eficaz de protestar contra eles para que saibam q não aceitamos ofensas a nossa religião, pq eles estão testando até onde conseguem nos ofender sem serem importunados.

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  9. Ah, esqueci-me do “darling” da mídia, o judaísmo talmúdico, cabalista, gnóstico, promotor do sionismo e do sinédrio universal, do messianismo político e econômico, da supremacia racial e religiosa dos inimigos de Cristo.

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  10. “Vede, Senhor Deus dos exércitos, os capitães que formam companhias completas, os potentados que ajuntam numerosos exércitos, os navegadores que reúnem frotas inteiras, os mercadores que se congregam em grande número nos mercados e nas feiras! Quantos bandidos, ímpios, ébrios, libertinos, se unem em massa contra Vós todos os dias, e isto com tanta facilidade e prontidão! Basta soltar um assobio, rufar um tambor, mostrar a ponta embotada de uma espada, prometer um ramo seco de louros, oferecer um pedaço de terra amarela ou branca; basta, em poucas palavras, uma fumaça de honra, um interesse de nada, um mesquinho prazer animal que se tem em vista, para num instante reunir os bandidos, ajuntar os soldados, congregar os batalhões, convocar os mercadores, encher as casas e os mercados, e cobrir a terra e o mar de uma multidão inumerável de réprobos, que, embora divididos todos entre si, ou pelo afastamento dos lagares, ou pela diversidade dos gênios, ou por seus próprios interesses, se unem, entretanto, e se ligam até à morte, para fazer-Vos guerra sob o estandarte e sob o comando do demônio”. ( S. Luiz Maria Grignion de Montfort)

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  11. Infelizmente o tempo para proceder mudanças profundas nas práticas erráticas enraizadas no modus operandi das dioceses e arquidioceses parece seguir uma escala muito demorada para as urgências de um mundo cada vez mais rápido e, igualmente, cada vez mais refratário a Deus. Lembro-me do “mal-estar” que dom Orani causou quando proibiu no âmbito da arquidiocese as tais missas-show. Ou seja, iniciativas corretas, mas tem um “custo político” tão pesado que acabam por esvaziar novas iniciativas de “austeridade” no trato das coisas da arquidiocese.

    O que agrava ainda mais a situação: paga-se com incoerência a opção por poupar a imagem política da arquidiocese. No governo comunista anti-clerical do PT, um chamado à coerência aos católicos seria interpretado como um chamado à intolerância. E tome pau na Igreja, para variar.

    Por outro lado, eu cada vez mais me convenço de que urge a Igreja romper todos os laços com a modernidade, custe o que custar. E romper esses laços impõe uma mudança definitiva de prumo daquela que fora apontada pelo Concílio Vaticano II. É chegada a hora de os nossos bispos tomarem um choque de realidade e prestarem atenção o quão contra-producente é essa Igreja montada a partir de um esquema dialógico com a modernidade. A Igreja não pode dialogar com a modernidade, pq a modernidade lhe é, por essência e definição, refratária.

    Por outro lado, esse ar blasé diplomático e protocolar com que a Igreja lida atualmente com questões muito sensíveis no Ocidente em relação às outras denominações sempre a coloca em uma nítida situação de desvantagem. Talvez, sobretudo, por um erro de perspectiva grotesco que o “excesso” de colegialidade possa ter imprimido nas iniciativas pastorais da Igreja: conversa-se muito com o babalorixá, com o pastor, com o imã, com a pitonisa, com o vidente, com o reverendo, etc, etc, etc… e pouco se olha para o rebanho perdido, longe da fé. No mais das contas, essa afinidade para “ecumenismo”, um nome bonitinho para taxar o irenismo que viceja nas fileiras do clero, a mim denota uma tibieza da fé desses padres. Parecem não acreditar muito na doutrina a que devem obediência irrestrita, ou, na melhor das hipóteses, desconhece-la na integridade. Mas, penso eu, no fundo eles já abandonaram a fé católica e nem sabem.

    Pobre do povo cujos padres já perderam a fé na própria Igreja. Pobre Igreja do Brasil.

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  12. Soube dessas afirmações na novela das 18h da Globo. Isso só chegou ao ponto que chegou porque a Globo sabe que não haverá resistência da Igreja. Cadê notas oficiais da Igreja cada vez que uma mentira como essa (de que a Igreja dizia que negros não tinham alma) é propagada em rede nacional? É muito difícil defender alguém que não quer ser defendido; é muito difícil você só ter um estilingue e querer defender alguém que tem um fuzil mas que não usa porque não quer.

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  13. “parecem não acreditar muito na doutrina a que devem obediência irrestrita, ou, na melhor das hipóteses, desconhece-la na integridade. Mas, penso eu, no fundo eles já abandonaram a fé católica e nem sabem.”

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  14. Folia com Cristo, abadás, homilias mornas e politicamente corretas, escolas de samba sendo abençoadas…..Tá difícil escolher uma Paróquia para frequentar. A Rádio Catedral (rádio da arquidiocese do Rio) está totalmente “dominada” pela TL. Certa vez, ouvi um vereador dizer na rádio que nem tudo o que Roma fala, é para ser obedecido………Em um outro programa, um padre recebe ligações dos ouvintes e dá conselhos, como por exemplo, onde ir para arrumar namorado………….

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