O Calvário de Bento XVI.
Por Frei Tiago de São José
Tivemos uma profunda perplexidade quando recebemos, deste nosso exílio no Paraguai, a notícia da renúncia do Santo Padre, o Papa Bento XVI. Assim, iniciamos hoje o jejum quaresmal com ainda mais angústia e consternação. Canite tuba in Sion! “Tocai a trombeta em Sião: publicai o jejum, convocai a assembléia, reuni o povo; chorem os sacerdotes, servos do Senhor, entre o pórtico e o altar, e digam: Tende piedade de vosso povo, Senhor, não entregueis à ignomínia vossa herança, para que não se torne ela o escárnio dos pagãos!” (Joel 2,15.17) Esta trombeta anuncia que o tempo da prova chegou… Temos acompanhado nestes últimos anos, com muita solidariedade, a Via Sacra que o Papa tem percorrido em seu intenso Pontificado. Quanto sofrimento! Quantos dissabores ele enfrentou com os escândalos dos pedófilos, com as críticas dos seus discursos que incomodaram os muçulmanos, que louvaram os evangelizadores dos índios ou reafirmaram a santidade do matrimônio e o valor da vida do nascituro… A quantos bispos ele não irritou quando fez publicar o Summorum Pontificum ou quando buscou a reconciliação com a Fraternidade S. Pio X? Mesmo tendo “feito esforço para agradar”, o Papa continuou sendo considerado pela mídia em geral, um “Papa retrógrado”, um “homofóbico”, uma figura não menos antipática do que apresentava quando estava à frente da Congragação para a Doutrina da Fé. De fato, quando visitou este Dicastério, após ser eleito Papa, ele citou aquela passagem em que Nosso Senhor disse a Pedro: “Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres.” (Jo 21,18) Confesso que tenho dificuldade de acreditar que o Papa está mesmo tomando esta decisão livremente… Qualquer um de nós pode perceber o quanto aquele homem que se demonstrava tão alegre e entusiasmado nas jornadas da juventude foi definhando e se encolhendo sob o peso de uma pressão descomunal. Observei como ele falava com tristeza em sua homilia de Natal; naquela que deveria ser uma Noite Feliz… Pois, de fato, a força da Igreja Católica sempre foi capaz de transformar as noites escuras das mazelas humanas em “noites felizes”. Mas agora parece que não… Como que se cumprindo as profecias e os avisos que escutamos em Fátima e em outros lugares, o Sumo Pontífice sobe a montanha desse Calvário, seguido pelo povo de Deus que procura permanecer fiel à verdadeira Igreja de Cristo. Ele poderia ouvir agora as mesmas palavras que Samuel: “O Senhor disse-lhe: Ouve a voz do povo em tudo o que te disseram. Não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, pois já não querem que eu reine sobre eles.” (I Sam. 8,7) Em vista de tudo isso, nos é lícito supor que sob “livre e espontânea” pressão, o Papa resolveu deixar o Ministério de Pedro. Seria isto o que Deus lhe pede? Seria correto que se elegesse um Papa enquanto o outro ainda está vivo sobre a terra? Este Papa seria legítimo? O que devemos fazer? Estas questões estarão surgindo no coração de muitos católicos em todo o mundo… Seria muito ousado de nossa parte chegar a um veredito. Entretanto, considerando o momento crítico que estamos atravessando, exortamos todos à vigilância, oração e jejum. Canite tuba in Sion! Talvez tenha soado a trombeta que anuncia esta provação final que está prevista para a Igreja…
Fr. Tiago de S. José, Carmelita Eremita
Caríssimos,
Frei Tiago, ao término de sua carta, levanta duas questões preocupantes:
“Seria correto que se elegesse um Papa enquanto o outro ainda está vivo sobre a terra? Este Papa seria legítimo?”
Como sabem, nunca houve na história da Igreja uma renúncia Papal sob estas aparentes condições, ou seja, “livre e espontânea”, uma vez que todos os seus predecessores renunciantes o fizeram movidos por uma razão determinante. Isto consta em boas fontes de história da Igreja.
Mas em oposição à estas preocupações, penso que o mesmo que sucede a um rei quando abdica ao trono e coroa (sucessão ou nomeação/eleição), deva acontecer nesta situação, outro deva ser nomeado por aqueles com o encargo de o fazer.
Por esse motivo, acredito que um novo título deverá ser criado para designar o Papa Bento XVI, uma vez que sua resignação seja efetivada.
OMNIA INSTAURARE IN CHRISTO
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Muito bom! É isso aí! Não acredita quem não quer!
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Frei, sua bênção.
Seremos nós, os católicos, o sal do mundo ou o combustível de sua impudícia? Seremos nós a causa próxima da provação final da Igreja, aquela que leva à queda um terço das estrelas do céu? Unamo-nos em jejum e oração. Não sejamos os semeadores do sedevacantismo, ele pode encontrar terra propícia, especialmente entre nós, que estamos feridos pela malícia e ignomínia do modernismo; nós que, ligados à Tradição, apanhamos muito de nossos maiores.
Se não podemos chegar a um veredicto, não semeemos a dúvida.
Nada além da fumaça dos meios de comunicação nos autorizam a supor falta de liberdade. Ao contrário das repetidas palavras (e gestos, como aquele aos pés de São Celestino) do próprio Pontífice, felizmente reinante.
A decisão de nosso pai comum, embora extraordinária (como a missa que amamos), não é inédita. Santos, como Hipólito e Celestino, demonstram sua viabilidade e legitimidade, cada um em um contexto. O grande papa Bonifácio VIII, o mesmo da tão aclamada Unam Sanctam, legítimo sucessor do abdicante Celestino V, explica tal possibilidade contra os fanáticos “espirituais franciscanos” que o atacavam como usurpador.
Não tenho a santidade de São Paulo nem sua sabedoria, mas tomo seu exemplo de admoestação neste caso, por enxergar o perigo do escândalo. Não quero fomentar eu outro erro, o de um leigo arrogar-se a ser mais que um sacerdote do Altíssimo, por isso tento esclarecer o motivo do comentário e inclino-me respeitosamente perante seu sacerdócio.
Deus esteja com o senhor neste exílio e, o quanto antes, o traga de volta à Terra de Santa Cruz.
Rafael.
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Parece-me que o Santo Padre, ao renúnciar:
Leva os católicos a repensar a sua vida espiritual… A perceberem o que se passa na Igreja… O lado positivo.
Mas, os sinais do céu parecem dizer que o Santo Padre, representante de Cristo na terra, deu início do abreviar do fim do tempo… Assim, o Senhor salva os que optaram por Cristo…
A justiça Divina paira por cima da cabeça da humanidade!
Os avisos do céu, notaram-se: Todo mundo ouviu e viu: Raios na cúpula do Vaticano, meteoritos caindo e um grande passando muito perto. O próximo vai roçar o nosso planeta!.
Mais vale um cisma na Igreja, fiéis a Cristo de um lado e rebeldes ingratos do outro…
O Calvário do Santo Padre ainda não acabou… O nosso vai começar…
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A Igreja hoje vive um calvário, o doce cristo na Terra renuncia a cadeira de Pedro, por amor a Santa Igreja. O que me assusta é que fica cada dia mais evidente que o beatíssimo Padre não renuncia ao ministério petrino somente pelas condições físicas e psicológicas mas também por intrigas, mentiras e obscuridade dentro do seio da própria Igreja. A Igreja no pontificado deste homem foi totalmente árduo, talvez nem a luta contra o comunismo no pontificado de seu antecessor possa se comparar aos escândalos na Igreja do mundo todo. Presbíteros e bispos mancharam a batina com o sangue dos inocentes. Fizeram-se passar pelos soldados romanos que regava a terra com o sangue dos mártires da Igreja primitiva. Os sacerdotes de Deus deturparam a liturgia, enfraqueceram a colegialidade dos bispos, “sacerdotizaram” o leigo, muitos estupraram inocentes crianças, espalharam a imundice do pecado pelos corredores da morada do Espírito. Nossos sacerdotes enfraqueceram a fé com o seu próprio jeito de ser Igreja. Muitos lançaram aos cães o nome da cidade dos cristãos como um pedaço de carne qualquer. Infames rasgaram o véu de santidade, enfraqueceram a confiança do mundo na Igreja de Cristo. Quando Paulo VI disse que o fumo de satanás adentrara o templo não imaginava que o próprio entraria dentro da Igreja. A Igreja terrena está em ruínas. Cristo hoje tem um vigário vacilante nos passados, serenos na voz e nas atitudes, mas que tem um coração cheio de mágoa daqueles que demoliram as muralhas da Igreja. O Cristo que instituiu a ordem sofre, vê seu Sagrado Coração transpassado pelo pecado dos homens que fora seus escolhidos. O Imaculado Coração de Maria se enche de dor ao ver seus filhos entregando-se ao escárnio do pecado.
Ah meu Senhor Jesus, quantas lágrimas caem dos rostos daqueles que confiam no santo padre. Oh meu Deus, quantos soluços ecoam pelas naves da Igreja. E os santos mártires? Deram suas vidas para que não fosse apagado o testemunho de Seu Filho santíssimo. E hoje como agradecem os sacerdotes? Como agradece o Vosso povo?
As portas do inferno não prevalecerão. A Igreja está de pé Senhor, em meio a ruínas, mas está ainda em pé. Temos ainda pelas mãos dos fiéis a ti a Eucaristia, os sacramentos de Seu grande amor pelo mundo. E por mais que eu pense diferente, por mais que eu não concorde com certos pontos, por mais que eu peque nunca deixarei de crer na Igreja. E enquanto houver uma Hóstia consagrada em algum sacrário, não desistirei da Igreja aqui na terra.
Clamo, vem, Senhor Jesus, eleva Vossa Igreja Santa. Eleva os homens que farão dela nova Igreja, levanta os homens como levantou os 11, ergue um como ergueu Pedro. Faz de um uma pedra forte, firme. Levanta um que carregue o peso da cruz sem cansar. Afasta o mal da Igreja e expulsa satanás de lá. Incensa o altar de Deus e alveja com o sangue daquelas crianças inocentes que violentaram a túnica dos novos sacerdotes. Asperge com o choro daqueles crianças a Igreja para que jamais esqueçamos o mal feito por estes a quem nos referíamos como sacerdotes. Perdoa Senhor as omissões da Igreja. Mas acima de tudo meu Senhor e Deus, não seja feita a minha vontade, mas sim a Sua, assim como na Terra e no Céus.
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Em profunda perplexidade fiquei ao constatar, lendo este post, que se consumou a ignomínia da expulsão dos Carmelitas de Atibaia pela Diocese de Bragança Paulista. No exílio me sinto agora com os frades porque é duro demais ver “a noite escura das mazelas humanas” prevalecer no território da Igreja. Estou sem palavras. Então repito as de Frei Tiago: “(…)de fato, a força da Igreja Católica sempre foi capaz de transformar as noites escuras das mazelas humanas em ‘noites felizes'” Assim seja, sim, também agora, porque é bom lembrar que foi na noite escura que veio a Luz, e Ela nos guia…
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Em que pese a angústia sentido – da qual não posso duvidar sem chamar a mim o castigo por juízo temerário – e solidariedade do Frei ao Santo Padre, o sacerdote levanta uma dúvida que não é pertinaz e pode induzir outros católicos ao erro, quiçá a um erro terrível e que pode por suas almas em risco. Refiro-me a essas perguntas: ” Seria correto que se elegesse um Papa enquanto o outro ainda está vivo sobre a terra? Este Papa seria legítimo?”
É evidente que se um Papa renuncia, Ele imediatamente perde o ministério petrino e, logo, não é mais Papa. Não faz nenhum sentido, absolutamente, dizer um impropério desses e correr o risco de colocar muitos fiéis sob o perigo próximo de desconfiar da legitimidade do próximo papa canonicamente eleito. Não, sr. Frei, não haverá outro papa vivo, haverá a sede-vacante e um único papa após o conclave. Quanto a ser legítimo, é suficiente relembrar duas coisas: 1) S. Celestino V, que renunciou e foi canonizado, sem que a Igreja considerasse sua renúncia como um pecado nem seu sucessor como ilegítimo, e 2) a provisão expressa no Código de Direito Canônico que, derivada diretamente do poder de governo do Santo Padre, é isento de erros.
De resto, rezemos pelo Santo Padre, pelo Conclave e pelo futuro de Bento XVI e da Igreja.
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O calvário do Papa Bento XVI é o calvário da Igreja; e só o Santo Padre, somente ele e ninguem mais, sabe o peso da cruz a qual ele sozinho, conduz para dentro daquele mosteiro entre os muros do vaticano. Queria ele ter consigo aqueles que defendem a Tradição Católica para apoia-lo; e assim evitar tal decisão de trocar o Trono de São Pedro, por uma cruz certamente mais pesada?… Só ele sabe o que lhe pesa mais nos seus velhos e cansados ombros. Qual é o peso de se pensar que o único apóstolo que desistiu de suas obrigações e retirou-se para “sua solidão” foi Judas?… Qual o peso de se saber que o Trono de Pedro é Sagrado e não uma cadeira de presidente ou de uma liderança outra?… Qual é o peso de se saber Papa e ouvir de sua cela os brados e aclamações a “outo papa” quando esse aparecer na janela do Palácio Apostólico todos os “domingos de sua vida”?… Qual é o peso de ser Papa?… Qual o peso de “ser Pedro”?… Qual é o peso dos pecados dos filhos da Igreja?… Eu tenho muita vergonha do tamanho da “minha cruz”. Deus Nosso Senhor proteja, conforte e guarde na palma de Sua mão O Santo Padre O Papa Bento XVI. Nosso querido de amado Papa. Cada filho da Igreja, cada um por si, sabe qual o peso de saber o dia e a hora em que ficaremos orfãos.
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A IDADE E SAÚDE, POR CERTO, PARA SE ENFRENTAREM OS MULTIS DESAFIOS…
Considero em primeira mão a saúde necessaria para bem gerir espiritual-temporalmente a Igreja e pereceria-me já carecer de tal suficiencia para as duras jornadas e multis compromissos em idade muito avançada.
Assim sendo, devido à senilidade, está sem condições espirituais por fragilidades físicas; o organismo não responde às exigências do múnus de Sumo Pontífice, um corpo bastante enfraquecido e insuficiente para se enfrentarem multis desafios, como exemplo a existencia nos quadros hierárquicos de maçônicos em especial, e subsidiarios comunistas, socialistas, protestantes e ateus vinculados ao Príncipe desse mundo assediando o S Padre, infiltrados na Igreja e passando-se por religiosos para promoverem dissensões internas, acorbertarem erros de comparsas em iguais cindições para se gerarem escândalos; há por sinal varios relatos.
Foi duplo sofrimento para a Igreja: a inesperada saída e coincidencia em soturna época de tantas apostasias à fé e convulsões mundiais.
Sentíamos que estava sob pressão: nem todos os ordenados a seu lado, revoltas contra a rígida tradicional doutrina da Igreja, espoucavam aqui e acolá por rebeldes religiosos, alguns desejando que a Igreja se “modernizasse” traindo sua milenar doutrina, melhor, se mundanizasse!
Os comunistas e a esquerdista Teologia da Libertação estão satisfeitos com sua saída pois o S Padre Bento XVI desmontou as falacias das tendenciosas propagandas de regimes comunistas aparentemente fraternais, assim como do ateísmo sob forma de simulações de cristianismo da esquerdista TL, por sinal, parceira do PT, disseminando o “marxismo cultural” na midia e literatura em geral para implantação da “ditadura do relativismo”.
Porém, ele continuará ao nosso lado, com nossas preces, esperando que o Espírito de Cristo, por Maria nos brinde com outro Sumo Pontífice sabio e santo como ele, sequenciando sua inestimável obra iniciada em favor do Reino de Deus.
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A verdade é que se ele não tomou essa decisão de forma real e verdadeiramente livre, mas coagido por que quer que seja, e de qualquer natureza, sua renúncia é nula… E teremos então, depois, dois papas no Vaticano? Um verdadeiro e outro anti-papa? Seria o início de um novo Grande Cisma na Igreja?
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Prof. Renato ,com todo respeito,o senhor viajou nessa,hein!
Análise absurda.
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Domingos de Oliveira, não sei onde o senhor tem vivido estes ultimos dias, mas eu que vivo no planeta terra, e tenho acompanhado diariamente os noticiários, tenho visto por todo lado, e agora na pena do Frei Tiago, muitas pessoas duvidando se o Santo Padre agiu de fato de modo plenamente livre ao renunciar, ou se foi coagido por que quer que seja. Mas o fato é que, e nem precisa ser teólogo para saber, que se não renunciou de fato livremente, e ele e Deus o sabe, essa renúncia é nula de fato e de direito. E se procederem a eleição de um novo papa, este, sera de fato um anti-papa, e não estaríamos então num novo Grande Cisma? O papa verdadeiro recolhido e o anti-papa governando o Vaticano…
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Não tem viagem nenhuma. Essa é exatamente a grande questão e a maior e mais perigosa consequência desta renúncia. Eu mesma, tendo conhecimento de um pouco do histórico de vida do Papa Bento XVl digo que não se enquadra á sua personalidade essa renúncia.
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A nós, leigos que amamos a IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA,resta-nos permanecer em oração confiante junto a SANTÍSSIMA VIRGEM pelo tempo que vivemos e pedir a JESUS…ficai conosco SENHOR!
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E por eu respeitar e amar profundamente o Santo Padre Bento XVI,confio plenamente que ele não tomaria uma atitude irresponsáver de renunciar em condições ilícitas.
Parem com essas “teorias da conspiração”.Isso não é cristão.Não ajuda em nada .
Dobrem os joelhos e rezem por um novo Pontífice santo.
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Parabens ao Elton que tão bem expressou seus pensamentos e sentimentos, comuns a muitos de nós.
Parabéns a todos que comentaram este artigo e me fizeram sentir bem dentro da grande e sofrida família da Igreja.
Mas, pelo amor de Deus, por coação ou não, o Papa renunciou e isso é o fato. Quem conhece Bento XVI sabe que ele jamais abriria espaço para um anti papa ou um mal maior penetrar na Igreja. Como poderia estar sendo forçado? ameaçado de quê? de morte? ora, ele daria de ombros pra essa ameaça. Se cedeu a pressão foi por alguma coisa que feriria mais a Igreja do que sua renúncia. Logo, sua renuncia, mesmo que forçada, seria a decisão certa e heróica a tomar. Pra dizer que foi forçada e não valeu, é necessário dizer que ele está sendo covarde e fraco. Que é isso gente?! conhecemos Bento XVI e sabemos que ele é um rocha. Sua fraqueza parece mais com a de Cristo crucificado. É a fraqueza que salva. É o sair de cena na hora certa, pra dar o golpe mortal no inimigo.
Não quero dizer com isso que discordo do fr. Tiago quando fala de provação final anunciada pela ultima trombeta. Até concordo, mas quero dizer que tudo está previsto e permitido e dentro dos desígnios de Deus… inclusive a renúncia do nosso papa.
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Conceição
Teresa, vejo com bom senso e sou concordante nessa sua frase “Se cedeu a pressão foi por alguma coisa que feriria mais a Igreja do que sua renúncia.”, e retomando o post de Elton a debilidade física, e o esvair das energias vitais, é de uma profundidade na pessoa humana que só aqueles que passam por tais situações, como Cristo quando aceita a ajuda do bom moço que lhe carrega a cruz … não estaria Bento XVI, em idênticas condições daquelas que Jesus vivenciou? Um outro Papa a frente e o próprio Bento em reclusão (em constante oração) para auxiliar nos momentos em que a energia espiritual for mais exigida? Bento não cederia a pressões, sem resistência. O próximo Pontífice continuará sua missão. É nessa linha que devemos jejuar e orar a Deus.
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Muito oportuno o artigo. Muito oportuno o título. Canite tuba in Sion!
Que tristeza e que sentimento de vazio tivemos quando recebemos perplexos a notícia. O artigo foi, no começo muito preciso! A citação de Joel encaixou certinho!
Entretanto me preocupa o fato de se propagar (até em suposições, que o próprio autor disse ser ousado demais responder) uma espécie de dúvidas sobre a legitimidade do próximo Papa.
O que é isso senhores? Nós que somos fiéis ao Papa, à Cristo, à Igreja e ao Magistério, condenamos veementemente modernistas não podemos nem sequer pensar esse tipo de coisa. Não. Não estamos autorizados a fazer suposições que não mais apenas deixam entrar a fumaça de satanás na Igreja, mas que sejam a próprio fumaça de satanás.
Ao contrário, temos o dever de tomar a frente a defesa do Papa de hoje e do de amanhã. Mais do que isso, a Igreja nos insta a fazê-lo, pelo bem das nossas almas e das almas que perambulam por este mundo tão decaído. Não devemos, ao contrário dos orgulhosos desobedientes, nos arvorar a seremos os paladinos da legitimidade papal.
O Papa Bento XVI renunciou. Isso é um fato. Sabemos e acompanhamos todos juntos com sofrimento filial e solidariedade – como o próprio autor colocou precisamente no começo do texto – a Via Crucis desses anos que o Santo Padre foi martirizado diariamente pela mídia atéia e comunista. Martirizado por sacerdotes infiéis e bispos frouxos, que muitas vezes, nem fé tem. Martirizado por uma disputa mundana, de poder, de dinheiro, de ego.
Mas nem por isso – e nem por homem nenhum – a Igreja vai acabar. “Non praevalebunt”. As potestades infernais não se sobreporão à Esposa de Cristo. Nem por isso temos o direito, de igual fora, de por em dúvida a legitimidade do próximo Papa, por ele ser escolhido numa situação bem diferenciada. Acaso não há a previsão de renúncia? Acaso não é Bento XVI um homem lúcido e sábio e tomou a decisão sabendo que a barca de Pedro não ficará à deriva?
Ora, senhores! Que fé é essa que, diante de uma dificuldade, se revolta? Onde está a nossa confiança na Providência Divina? Onde está a certeza de que a promessa de Cristo é eterna? Não estou dizendo que foi essa a intenção do Frei. Ao contrário. Mas como formador de opinião, influencia diversas mentes que, na sede de uma resposta, podem se fiar por essa via, que não é nada segura.
Respeito muito o Frei, gosto do que ele escreve e assim como todos aqui, estou triste. Mas tenho a certeza de que a cada provação que a Igreja passa, sai cada vez mais fortalecida. Se por um lado a saída de Bento XVI é para nós uma tristeza, de outro é uma alegria quando nos lembramos que a Igreja é guiada pelo Espírito Santo! A esperança cristã consiste bem isso: confiar, confiar e confiar.
Rezemos ao Senhor que mande um Pastor santo, que edifique a Igreja de Cristo, dê continuidade ao que Bento XVI iniciou e que nós tanto amamos!
Nesta Quaresma, peçamos à Deus Nosso Senhor que esse período de provação e tentação seja superado com a Páscoa da Igreja, com a glorificação de Nosso Senhor e a realização da promessa de Fátima: Por fim, meu Imaculado Coração, triunfará!
Mas, nada disso nos impede de dizer: “Canite tuba in Sion”. Também não nos impede de dizer: “In te Domine speravi, non confundar in aeternum.”
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