O ideal de São Francisco de Assis no atinente a Santíssima Eucaristia, podemos ver pela carta que escreveu aos Clérigos. Ei-la:
“Consideremos todos nós clérigos o grande pecado e ignorância que alguns manifestam com relação ao Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo e seu santíssimo nome e palavras escritas que tornam santamente presente o Corpo (de Cristo). Sabemos que o Corpo não pode estar presente se antes não for tornado presente pela palavra. Pois nada temos nem vemos corporalmente dele, do próprio Altíssimo, neste mundo, senão o Corpo e Sangue, os nomes e as palavras pela quais fomos criados e remidos da morte para a vida.
Logo, todos aqueles que administram tão sacrossantos mistérios e especialmente aqueles que os ministram sem a reta discrição, considerem no seu íntimo como são vulgares os cálices, corporais e panos de linho sobre as quais é oferecido o sacrifício em lugares bem comuns e o levam de modo lamentável (pela rua) e o recebem indignamente e o ministram indiscriminadamente. Igualmente os seus nomes e palavras escritas são às vezes calcadas aos pés; pois “o homem animal não percebe as coisas de Deus” (1Cor. 2, 14).
Não excitam porventura tais fatos a nossa piedade e devoção por esse bom Senhor quando se digna de vir colocar-se ele próprio em nossas mãos e nós o tocamos e o recebemos todos os dias em nossa boca? Ou ignoramos que um dia havemos de cair em suas mãos?
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Carta de S. Francisco a Todos os Custódios dos Frades Menores
Nota: Durante muito tempo o presente escrito só era conhecido por uma tradução feita do espanhol por Lucas Wadding, célebre cronista da Ordem e primeiro colecionador das obras de São Francisco. Só em época bem recente foi descoberto um manuscrito latino mais antigo. O estilo e a ordem de ideias comprovam além disso a autenticidade do opúsculo como obra de São Francisco de Assis.
Eis a carta:
“A todos os custódios dos frades menores que receberam esta carta, Frei Francisco, pequenino servo vosso em Deus nosso Senhor, deseja a salvação nos novos sinais do céu e da terra, (1) que, grandes e excelentíssimos aos olhos do Senhor, são contudo tidos em conta de vulgares por muitos religiosos e outros homens.
Peço-vos ainda com mais insistência do que se pedisse por mim mesmo, supliqueis humildemente aos clérigos, todas as vezes que o julgueis oportuno e útil, que prestem a mais profunda reverência ao santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo bem como a seus santos nomes e palavras escritos, as quais tornam presente o seu sagrado Corpo. Os cálices e corporais que usam, os ornamentos do altar, enfim tudo quanto se relaciona ao sacrifício, sejam de execução preciosa (2). E se em alguma parte o Corpo do Senhor estiver sendo conservado muito pobremente, reponham-no em lugar ricamente adornado e ali o guardem cuidadosamente encerrado segundo as determinações da Igreja, levem-no sempre com grande respeito e ministrem-no com muita discrição. Igualmente os nomes e palavras escritas do Senhor deverão ser recolhidas, se encontradas em algum lugar imundo, e colocadas em lugar decente.
E em todas as pregações que fizerdes, exortai o povo à penitência e dizei-lhe que ninguém poderá salvar-se se não receber o santíssimo Corpo e Sangue do Senhor. E quando o sacerdote o oferecer em sacrifício sobre o altar, e aonde quer que o leve, todo o povo dobre os joelhos e renda louvor, de modo que a toda hora, ao dobre dos sinos, o povo todo, no mundo inteiro, renda sempre graças e louvores ao Deus onipotente.
E todos os meus irmãos custódios que receberem esta carta e a copiarem e guardarem consigo e a fizerem copiar para os irmãos incumbidos da pregação e do cuidado pelos irmãos, e pregarem até o fim o que nela está escrito, saibam que terão a bênção do Senhor Deus e a minha. E isto lhes seja imposto em virtude da verdadeira e santo obediência. Amém.
Notas:
(1) Refere-se Francisco no caso ao Santíssimo Sacramento do Altar.
(2) Donde podemos concluir que, se alguém disser que a Igreja deve ser pobre até em relação às coisas que se referem à Santíssima Eucaristia e portanto à Santa Missa, e afirmam-no querendo se basear em S. Francisco, devemos dizer que não é verdade. Pode ser outro Francisco, mas nunca São Francisco de Assis. Pode ser por exemplo o padre jesuíta Francisco Taborda que dizia: “O meu ideal é o que está no evangelho, a fraternidade e o amor, mas o evangelho não me dá o instrumental científico de análise da realidade… A análise marxista da realidade é uma aquisição das ciências sociais”.
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O blog está em recesso até a Semana Santa. A moderação dos comentários pode demorar mais do que o habitual e notícias urgentes podem ser postadas a qualquer momento.
São João Maria Vianey era paupérrimo, mas procurava ornamentar a sua igreja o mais ricamente possível:
“No campo há um pároco magro e mal arranjado, com ares de não ter um centavo no bolso, mas que compra para sua igreja tudo o que há de melhor”.
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=BEA1C1EB-3048-313C-2E2F319C09E94646&mes=Agosto2009
Já os TL, RCC e outros modernistas se vestem com sensualidade, vão a igreja sem a modéstia e se acham humildes, mas se ajoelhar e rezar um terço a Virgem Maria é muito difícil.
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Considerações perfeitas tanto de São Francisco quanto do padre Murucci. Há que se distinguir a pobreza no âmbito pessoal dos sacerdotes e bispos e no âmbito da dignidade do ofício que desempenham. Assim, os grandes santos são aqueles que sabem usar os bens de diversos modos de acordo com a circunstância, ou seja, ainda que durmam em colchões pobres, vivam modestamente e se alimentem com simplicidade, gastando o mínimo para si mesmos, usam belos paramentos, providenciam objetos litúrgicos de qualidade e beleza e cuidam para que a arquitetura de suas igrejas seja digna, bela e sacra, pois sabem que neste segundo caso estão ofertando o melhor que podem para enaltecer a glória de Deus e não luxo pessoal.
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Muito bom lembrar isso nesses tempos. Outra prova desse falso conceito de humilde e simplicidade que muitos maldosamente atribuem a São Francisco é o próprio São Padre Pio. Basta ver o modo como ele ele celebrava a Santa Missa, os paramentos que ele usava etc. São Padre Pio é o “São Francisco dos tempos modernos”, como era aclamado merecidamente.
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Meu Deus…
E saber que um cardeal FRANCISCANOOOOO quer repensar o modo de fazerrrr Missa….
“Fazer Missa”……..É brincadeira de mau gosto…Uma grosseria absurda em relação ao Santo Sacrifício da Missa….Por favor….
E o pior, ao que tudo indica, um dos grandes mentores da eleição do Papa Francisco, dentre outros, é claro, como o Papa citou no seu primeiro ângelus ontem, ninguém nada mais, nada menos que o Eminentíssimo Reverendíssimo “Ortodoxíssimo” Cardeal Walter Kasper!!!!!
Não sou Tridentino nem anti Vaticano II….
Podem querer tapar o sol com a peneira…
CONTRA OS FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOSSSSSSSS…
Até Bento XVI, nunca pensei em afirmar o que afirmo agora: GRAÇAS A DEUS EXISTE A FRATERNIDADE SACERDOTAL SÃO PIO X!!!!!!!!!!!! Deus faça pulular suas vocações sacerdotais para nos ajudarem na situação nada promissora que desponta…
Foram 50 anos dando murro em ponta de faca. Cinqüenta anos de bizarrices litúrgicas pra todo lado, quando chega um Papa que comeeeeeeça barrar essas imundícies “litúrgicas”…. Renuncia…O seu sucessor, em menos de uma semana de pontificado começa, pragmaticamente, “solenemente”, jogar tudo por terra…
Pio XII escancarou as portas de Castegandolfo para os judeus se esconderem, foi ao encontro dos atingidos pelos bombardeios na maior e verdadeira simplicidade e paternidade e os abençoou, mas, nunca perdeu sua dignidade de Sumo Pontífice nem sua majestade e beleza nas celebrações de então.
Bento XVI, que foi um dos peritos ativos do Vaticano II, muito mais abalizado, em matéria de Renovação litúrgica que o papa Francisco, provou “ad nauseam” em seus escritos, que a crise da fé é decorrente, em grandíssima parte, à crise da Liturgia. Agora vamos querer retroceder a um dos trocentos espíritos de porco que interpretaram e detonaram a S. Concilum e os outros documentos do Vaticano II? Nunca…
O Papa quer ser fiel discípulo de S. Francisco, ótimo, e como fica as palavras desse santo citadas nessa carta que o Pe. Élcio nos mostra?
“Emendemo-nos pois depressa e firmemente dessas e de outras faltas. Onde quer que o Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo for conservado de modo inconveniente ou simplesmente deixado em alguma parte, que o tirem dali para colocá-lo e encerrá-lo num lugar RICAMENTE ADORNADO. (Destaque meu). De modo igual sejam recolhidos e colocados em lugar decente os nomes e palavras escritas do Senhor sempre que forem encontradas em lugares imundos. Sabemos perfeitamente que estamos estritamente obrigados a observar tudo isto, em virtude dos mandamentos do Senhor e dos preceitos da santa Mãe Igreja; e os que o não fazem saibam que deverão prestar contas perante Nosso Senhor Jesus Cristo no dia do Juízo.
Imaginemos o que vai acontecer na Missa de entronização de amanhã… Meu Deus…
Vendo o Papa ser elogiado por H. Kung, por Genésio Boff, por D. Valentini, citando o cardeal Kasper, ladeado pelo “fazedor de Missas”, aplaudido e elogiado pela mídia, não precisa ser Tridentino ou da FSSPX para ficar apreensivo, pelo contrário, é só ter um pouquiiiinho de senso, não ser ingênuo, não querer tapar o sol com a peneira, ou melhor, não ser BURRO MESMO.
Olhe que pérola de D. Valentini:
“Assim, na sacada aparecia um Papa, que preferiu não evocar esta palavra para identificar sua missão, preferindo usar outra, mais de acordo com o ministério cotidiano que os cardeais acabavam de lhe dar, de Bispo, bom pastor do seu rebanho.”…
Nada de Papa, nada de Pastor Supremo da Santa Igreja…. Sumo Pontífice???Nem pensar….
Mas… “As portas do inferno não prevalecerão”… “Por fim meu Imaculado Coração Triunfará”…
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Parabens Padre Elcio por esse texto.
A Deus sempre o melhor.
Mas, pergunto com lágrimas nos olhos:
-será que o papa Francisco irá despojar a Igreja de seus ornamentos e até a veste inconsútil de Cristo será vendida em favor de uma caridade, que mais me parece comunista, aos pobres?
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Logo, S. Francisco de Assis nunca foi o hippie maconheiro e new age que a TL e os espíritas gostariam que fosse.
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Nossa, mas que coisa mais bonita disse o São Francisco! Acho que é bem assim mesmo. Ele foi muito feliz. Pobreza para ele, tudo bem, mas para a Mãe, que é a Igreja, toda a pompa e riqueza, pois assim demonstra zelo e cuidado com as coisas de Deus. Além de tornar acessíveis a beleza e o esplendor católicos para os que, de outra forma, não teriam acesso. Assim devemos pensar. Da mesma forma, são as ofensas. Se for ofensa em relação a nós, relevemos. Se for em relação à Igreja,não deixemos de ser combativos, de uma forma ou de outra.
O homem é um ser visual. Portanto, a apresentação exterior conta, e muito!Pois ela reflete o interior. Ninguém acredita se falamos uma coisa e agimos de outro modo. Da mesma maneira devemos demonstrar que a Igreja é nossa Mãe, não só com palavras, mas com atitudes externas. Paz a todos!
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