Cardeal Ranjith e a Sacra Liturgia.

Ocorre em Roma, de terça a sexta-feira desta semana [25 a 28], na Pontifícia Universidade da Santa Cruz, a conferência Sacra Liturgia, que reúne renomados liturgistas do mundo todo. Da interessante conferência do Cardeal Malcom Ranjith, Arcebispo de Colombo, Sri Lanka, destacamos apenas alguns pontos para instigar os leitores à sua leitura na íntegra — aos que puderem traduzir outros trechos, agradecemos antecipadamente.

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“Se tais improvisações tornassem a Liturgia verdadeiramente mais eficaz e interessante, então, por que com tais experimentações e criatividade o número dos participantes aos domingos caiu tanto e tão drasticamente em nossos dias?”

LATIM E LITURGIA

Cardeal Ranjith.
Cardeal Ranjith.

A respeito do uso do latim na liturgia, vale a pena sublinhar o que foi decretado pelo Concílio: “Deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos, salvo o direito particular” (Sacrosanctum Concilium, n. 36), e consentia no uso do vernáculo para as leituras, monições e algumas orações e cantos. Naturalmente, confiava à competente autoridade eclesiástica territoriais decidir se e em que medida o vernáculo seria usado na Liturgia, todavia, sempre com a aprovação da Santa Sé. Mesmo relativamente ao canto gregoriano, o Concílio é prudente enquanto, mesmo admitindo outros gêneros de música sacra, sobretudo a polifonia, afirma que a Igreja “reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano”, pelo que “terá este, na ação litúrgica, o primeiro lugar” (Sacrosanctum Concilium, n. 116). Tal concepção limitada do Concílio para o uso do vernáculo na Liturgia foi aventureiramente estendida pelos reformadores; tendo o latim quase totalmente desaparecido da cena, permaneceu como o órfão mais amado na Igreja. Digo isto não porque eu seja um fanático do latim; provenho de uma terra de missão, na qual o latim não é compreendido por quase toda a minha comunidade. Mas é um erro crer que uma língua deva sempre ser compreendida por todos. A língua, como sabemos, é um meio de comunicação de uma experiência que, quase sempre, é mais ampla do que a própria palavra. Língua e palavra são, portanto, secundárias e, em ordem de importância, estão, depois, a experiência e a pessoa. A língua leva consigo sempre uma originalidade do acontecimento. Por exemplo, o termo “OM” é intraduzível para a liturgia hinduísta; além disso, as religiões orientais usam uma língua que é estritamente limitada às suas formas de oração e de culto: o hinduísmo usa o sânscrito, o budismo o pali, e o islã o árabe corânico. Nenhuma destas línguas é falada hoje, e são usadas somente em sua forma cultual; cada uma destas línguas é respeitada e reservada, desde o início, pela expressão de “algo que está para além do som e das letras”. O judaísmo, por exemplo, usa o tetragrama YHWH para indicar o impronunciável nome de Deus. Por si mesmas, as quatro letras do sagrado tetragrama não têm nenhuma nuance linguística, mas constituem o nome santíssimo de Deus na tradição escrita da Massorá.

O uso litúrgico do latim na Igreja, mesmo que tenha se iniciado em torno no século IV, dá origem a uma série de expressões que são únicas e constituem a própria fé da Igreja. O vocabulário do Credo é claramente cheio de expressões em latim que são intraduzíveis. O papel da lex orandi em determinar a lex credendi da Igreja é validíssimo no caso do uso do latim na Liturgia, porque a doutrina é frequentemente mais compreendida na experiência de oração. Por tal razão, um sadio equilíbrio entre o uso do latim e do vernáculo deveria ser, segundo meu ponto de vista, mantido. A reintrodução do usus antiquor feita pelo Papa Bento XVI não era, então, um passo para trás, como alguns definiram, mas uma iniciativa que restituía à Sacra Liturgia um sentido de estupor místico, uma tentativa de impedir uma clara banalização daquilo que é fundamental para a vida da Igreja. Deve-se honrar e impulsionar tal iniciativa do Pontífice, que também pode conduzir à evolução de um novo movimento litúrgico, que poderia desembocar na “reforma da reforma”, desejo ardente do papa Ratzinger. De fato, alguns elementos do usus antiquor refletem melhor o sentido de maravilhamento e devoção com o qual nós somos chamados a re-presentar os acontecimentos do Calvário em nossas celebrações eucarísticas. E porque aceitamos os diversos desenvolvimentos positivos do novus ordo, como, por exemplo, o mais amplo uso do texto bíblico e um maior espaço à participação da comunidade nos vários momentos da Missa, deveríamos também assegurar que aquilo que acontece sobre os nossos altares não perca a própria capacidade de causar uma verdadeira transformação espiritual da comunidade. E é por isso que se torna necessária uma mutualidade dos elementos mais positivos das duas formas: isto é a “reforma da reforma”. A própria definição das duas formas como usus antiquor e novus ordo, para mim, é errônea, porque o sacrifício do Calvário nunca é antigo, mas é sempre novo e atual.

CONCEPÇÕES ERRÔNEAS

Outro aspecto do processo de uma verdadeira renovação profunda da Igreja, por causa do papel decisivo que o culto desempenhou em sua vida e missão, é a necessidade de purificar a Liturgia de algumas concepções errôneas que penetraram pela euforia das reformas introduzidas por alguns liturgistas depois do Concílio – coisa que, é necessário reconhecê-lo, nunca esteve na mente dos padres conciliares quando aprovaram a histórica Constituição litúrgica Sacrosanctum Concilium.

a. Arqueologismo

A lista é aberta por um tipo de falso “arqueologismo” que tinha por slogan “voltemos à Liturgia da Igreja primitiva”. Escondia-se aqui a interpretação de que somente aquilo que se celebrava na Liturgia do primeiro milênio da Igreja fosse válido, pensava-se que o retorno a isto fizesse parte do aggiornamento. A Mediator Dei ensina que esta interpretação é errada: “A liturgia da época antiga é, sem dúvida, digna de veneração, mas o uso antigo não é, por motivo somente de sua antiguidade, o melhor, seja em si mesmo, seja em relação aos tempos posteriores e às novas condições verificadas” (Cf. Pio XII, S.S., Encíclica Mediator Dei, Enchiridion Encicliche, vol 6, Bolonha 1995, n. 487). Além disso, já que as informações sobre a práxis litúrgica dos primeiros séculos não são claramente atestadas nas fontes escritas do tempo, o perigo de um arbítrio simplista em definir tais práxis é ainda maior e corre o risco de ser uma pura conjectura. Além disso, não é respeitoso do processo natural de crescimento das tradições da Igreja nos séculos sucessivos. Nem está em consonância com a fé na ação do Espírito Santo ao longos dos séculos. E é, além de tudo, altamente pedante e irrealista.

b. Sacerdócio ministerial

Uma outra concepção errônea de reformismo em matéria de Liturgia é a tendência a confundir o altar com a nave. Observa-se frequentemente que a distinção essencial na Liturgia entre o papel do clero e dos leigos é confuso, por causa de uma compreensão errônea da diferença entre o ofício sacerdotal de todos os fiéis (sacerdócio comum) e o ofício do clero (sacerdócio ministerial): uma diferença muito bem explicada na Lumen Gentium. Este documento esclarece que o sacerdócio comum de todos os batizados foi sempre afirmado pela Igreja (cf. Ap 1,6; 1 Pd 2,9-10; Mediator Dei, nn. 39-41; e Lumen Gentium, n. 10), assim como o sacerdócio ministerial; os quais, cada um a seu modo, participam “do único sacerdócio de Cristo”… “embora se diferenciem essencialmente e não apenas em grau” (Lumen Gentium, n. 10). A Constituição litúrgica do Concílio afirma que a Liturgia prevê uma distinção entre as pessoas “que deriva do ofício litúrgico e da sagrada ordem” (Sacrosanctum Concilium, n. 32). A Mediator Dei era ainda mais categórica, afirmando que: “Ai soli Apostoli ed a coloro che, dopo di essi, hanno ricevuto dai loro successori l’imposizione delle mani, è conferita la potestà sacerdotale” (Mediator Dei, in Enchiridion Encicliche, vol. 6, Bolonha 1995, n. 468).

O resultado de tais confusões de papéis na época moderna é a tendência a clericalizar os leigos e a laicizar o clero. Índice de tais confusões é a sempre maior remoção das balaustradas dos altares dos nossos presbitérios e o fato de as pessoas permanecerem sentadas ou agachadas por terra em torno do altar; são pessoas demais a entrar e circular no presbitério, causando distração e distúrbio em nossas funções litúrgicas. A Santa Eucaristia, em tais situações, se torna um espetáculo, e o sacerdote um showman. O sacerdote não é mais como no passado – como escreveu K. G. Rey, em seu artigo Coming of age manifestations in the Catholic Church –: “ o mediador anônimo, o primeiro entre os fiéis diante de Deus e não do povo, representante de todos, que oferece com eles o sacrifício, recitando as orações prescritas. Hoje, ele é uma pessoa distinta, com características pessoais, o seu estilo de vida pessoal, com o seu próprio rosto voltado ao povo. Para muitos sacerdotes, esta mudança é uma tentação que não sabem gerenciar… se torna para eles o nível de sucesso do próprio poder pessoal e, por isso, o indicador do sentimento de segurança pessoal e de autoestima” (K. G. Rey, Pubertätserscheinungeng in der Katolischen Kirche, Kritische Texte, Benzinger, vol. 4, p. 25). O padre, aqui, se torna o ator principal, que recita um drama  com outros atores sobre o altar, e quanto mais são capazes e sensacionais, tanto mais sentem que recitaram bem. Em um cenário assim, o papel central de Cristo desaparece, e também, se num primeiro momento isso parece agradável, à longo prazo se torna extremamente banal e cansativo.

c. Actuosa participatio

(…)

Existem pessoas, também em nosso tempo, que desejam tornar a Liturgia mais interessante ou apetecível; fazem suas próprias regras, correndo, assim, o risco de esvaziar a Liturgia de seu essencial dinamismo interior, com o resultado final de que as chamadas formas de culto se tornam, por fim, insípidas e maçantes. Se tais improvisações tornassem a Liturgia verdadeiramente mais eficaz e interessante, então, por que com tais experimentações e criatividade o número dos participantes aos domingos caiu tanto e tão drasticamente em nossos dias? Esta é a pergunta que  devemos enfrentar com coragem e humildade. É justo considerar os requisitos antropológicos de uma sã Liturgia, sobretudo em relação aos símbolos, as rubricas e à participação; mas não se deve ignorar o fato de que estes não teriam significado sem uma correlação à chamada essencial de Cristo para unirmo-nos a Ele em Sua incessante Ação Sacerdotal.

Fonte: Diocese Suburbicária de Porto-Santa Rufina | Tradução e destaques: Fratres in Unum.com

22 comentários sobre “Cardeal Ranjith e a Sacra Liturgia.

  1. Uma dúvida: com relação n. 36:

    “Deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos, salvo o direito particular” (Sacrosanctum Concilium, n. 36)

    O que se entende por “salvo o direito particular”? Alguém poderia dar-me um exemplo?

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  2. “Se tais improvisações tornassem a Liturgia verdadeiramente mais eficaz e interessante, então, por que com tais experimentações e criatividade o número dos participantes aos domingos caiu tanto e tão drasticamente em nossos dias?”
    Se todo o texto fossem só essas palavras, já seriam suficiente.

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  3. Caro Laércio, essa é a famosa “fórmula de compromisso”. Sou advogado contratualista e usamos esse tipo de fórmula todas as vezes em que não se chega a uma conclusão entre as partes. Assim, provavelmente, no calor das discussões, havia quem quisesse manter o latim e quem quisesse aboli-lo. Como não chegaram a um consenso, colocaram que sim, o latim permanecia, SALVO se disposto ao contrário por “direito particular”, ou seja, por norma específica. Obviamente não se diz norma de quem ou de onde. Dessa forma, acalmaram os tradicionalistas que tiveram o seu “deve conservar-se o uso do latim” mas foi uma vitória de Pirro pois essa formulinha inserida abre espaço para que se faça o que quiser depois. Infelizmente os modernistas foram canonistas mais perspicazes do que os tradicionalistas…

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  4. Foi justamente o que aconteceu e que podemos constatar em todas as missas e celebrações: infelizmente virou para as pessoas apenas um espetáculo banal com as mudanças da liturgia e da própria Igreja à moda do mundo. Perdeu-se a verdadeira celebração, a verdadeira missa, e isso é o que realmente suscita a perda da fé nas pessoas: elas necessitam de uma ligação a Deus, mas na Igreja de hoje esta ligação é mais difícil com a “mundanização da fé”.

    Uma reforma na reforma é mesmo necessária! Sou a favor de uma liturgia única, verdadeira e imutável, como a Palavra do Senhor. Sou a favor inclusive às principais orações em latim, uma língua não mais falada e portanto não mais passível de mudanças, de reformas às modas de cada geração.

    Esta é a minha opinião, acho que as futuras gerações e a nossa também aprenderiam e vivenciariam melhor o ser seguidor de Cristo sem essas inclinações ao mundo que a liturgia da Igreja vem sofrendo nestes tempos.

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  5. Laércio,

    Acredito que, formalmente, Direito Particular se refira
    aos casos excepcionais que, por razões diversas (como a antiguidade
    de uma prática regional, etc.) recebem autorização especial
    para não seguir a regra geral -que é o uso do latim-, daí seu caráter particular.

    Mas, na prática, vejo isso como uma brecha,
    visto que o procedimento acima poderia ser feito por outros
    documentos, ou de forma objetiva, tornando essa expressão desnecessária.

    São Pio V, em relação ao Rito Tridentino, também tinha deixado algumas
    exceções à Regra Geral, mas, evitando qualquer brecha, ele citou
    objetivamente quais seriam os casos excepcionais…
    Por exemplo: Igrejas Particulares onde se Celebrasse
    segundo um Rito com mais de 400 anos não estavam obrigadas
    a Celebrar segundo o Rito Tridentino..

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  6. Laércio de Souza, “salvo o direito particular” foi a porta escancarada para a abolição do Latim, por conseguinte, a justificação da heresia que afronta gravemente o Concílio de Trento:

    “956. Cân. 9. Se alguém disser que o rito da Igreja Romana que prescreve que parte do Cânon e as palavras da consagração se profiram em voz submissa, se deve condenar, ou que a Missa se deve celebrar SOMENTE EM LÍNGUA VULGAR [i.e. língua vernacular ou popular], ou que não se deve lançar água no cálice ao oferecê-lo, por ser contra a instituição de Cristo — sejA EXCOMUNGADO.

    O Magistério põem a regra, mas deixa a exceção para as igrejas locais e suas malditas conferências episcopais. Assim, o que era dogma virou exceção e o que era exceção virou dogma (entenda-se ‘heresia’ no lugar de ‘dogma’).

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  7. Suponho que a expressão “salvo direito particular” possa ter como objetivo resguardar o direito das igrejas orientais católicas, como os maronitas, que não usavam o latim. Muito embora, entretanto, todavia, sabe como é, muita coisa dá para se entender de um outro jeito nos documentos conciliares.

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  8. Muito embora não trate de outros
    pontos ainda mais graves do Novus Ordo
    (e, para nosso desconsolo, eles existem…),
    esse excelente texto do Cardeal Ranjith
    tem algo sobre a Liturgia que nunca houve
    nem poderia haver na pena de um modernista:

    Realismo.

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  9. Fora de tópico:

    Coral luterano de Leipzig cantará no Vaticano na Solenidade de São Pedro e São Paulo:

    http://www.news.va/pt/news/coral-luterano-de-leipzig-cantara-no-vaticano-na-s

    Uma dúvida… É Legítimo, isso?

    No ano passado, com bento XVI, eram anglicanos, que entraram muitos em massa na Igreja Católica. Agora estes hereges?!

    Alguém tem dúvidas que 2017 vai ser mais celebrativo da deforma protestante que o Centenário das Aparições de Fátima? :(

    Kyrie, eleison!

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  10. Cardeal Ranjith seria um bom papa em relação ao Papa Francisco..mas…Voltando ao texto, é notório como todos os cardeais conservadores da linha de Bento XVI destacam a positividade do Concílio, especificando que os autores deste não tiveram a intenção de alterar substancialmente a missa, mas que os culpados foram os reformadores. A esse fato constatado pelo Cardeal Ranjith, cabe então duas perguntas. Quem foram esses secretos reformadores aventureiros? E por quê a Santa Sé não fez nada para impedi-los?

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  11. Caro Laércio, esse “salvo o direito particular”; “segundo a ordinário local”; “segundo a Conferência Episcopal”; etccc… é a tática usada pelos “liturgistas” que desautoriza o enunciado.

    Não é isso que tornou a Liturgia “renovada” uma “misselânia” indigesta e, como bem atestou o cardeal, ao invés de atrair as pessoas esvaziou nossas Igrejas diante de tantas bizarrices “litúrgicas”?

    Reclamou-se que Trento engessou a Liturgia, sobretudo da Santa Missa, ok, pediu-se um novo impulso litúrgico para mair participação

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  12. E o que aconteceu?
    Instalou-se a babel litúrgica pós conciliar, onde cada padre, cada equipe de liturgia faz o que bem quer e como quer, segundo esses adendos acrescentados no fim de cada enunciado do documento…

    Será que realmente a Liturgia tridentina era engessada ou ela estava blindada contra essa algazarra infernal que se fez em nome da renovação litúrgica???

    O Mestre de Cerimônias de Paulo VI, Mons. Virgílio Noé, disse numa entrevista que a fumaça de satanás a que se referia Paulo VI num de seus discursos, era justamente a banalização e o cada um fazer a seu modo a Liturgia…

    Mas o que fez Paulo VI para impedir esse avalanche???? Nadaaaaaaaaaaaaaa……..

    E o que estamos vendo o Papa atual fazer? Um pouquinho pior, em relação a Liturgia…
    O que o saudoso e grande Bento XVI tentou restaurar, sem exageros, com toda sobriedade que pediu a renovação do Vaticano II, em 8 anos de Pontificado, o Papa Francisco está voltando a estaca zero em menos de 3 meses de pontificado…

    Com essa atitude, o que ele está, consciente ou não, dizendo??? Que os ORDINÁRIOS E SALAFRÁRIOS que implodiram a Reforma Litúrgica querida pelo Vat II, mesmo antes dela chegar às Dioceses, estavam certos…

    Bento XVI restaurou o latim nas partes fixas da Missa, sobretudo em Roma…ele já italianizou tudo…

    Bento XVI restaurou a sobriedade e sacralidade nos atos litúrgicos, não só através dos paramentos, como do silêncio, da beleza dos corais… Ele já simplificou e ordinarizou, no sentido de vulgarizar a Liturgia, confundindo afabilidade e simpatia, com banalização e empobrecimento infundado dos Ritos, que já mostrou, ad nauseam, no que deu nesses mais de 30 anos com a “missa” afro, “missa” crioula, “missa” do coco, “missa” da terra sem males, etccccccccccccccccccccc.

    Bento XVI restaurou a comunhão de joelhos e na boca, ele já deu a comunhão na boca de pé, não sei se já deu nas mãos, obra das Conferências Episcopais, especialmente a alemã e holandesa que forçaram Roma a liberar, na década de 70, a MALDITA E SACRÍLEGA E ASQUEROSA comunhão na mão…

    Ele faça o que quiser a onda levantada por Bento XVI da REFORMA DA REFORMA continuará, se Deus quiser. Pena que certos baderneiros litúrgicos, não por maldade, às vezes, mas por falta de formação mesmo, voltarão aos excrementos “litúrgicos” da “teologia” maldita, aquela que tem como corifeus, Genésio Bofado, Gutierez, Libânio, Casaldáliga, Balduíno, D. Zumbi, Ivone Buxada, Beto, Marcelo Barros, etc….

    Mãe Aparecida, rogai por nós!

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  13. A chamada “reforma da reforma” é uma urgência nestes tempos de relativismo em que vivemos. Muito boa essa conferência do Cardeal Ranjith, onde fez uma análise clara e precisa dos problemas que afetam a liturgia nos dias de hoje e a impiedade dos Ministros que as celebram. Na ânsia de mais e mais novidades, acabam por tornal banal um ato tão sagrado.
    Também acrescentaria mais dois pontos: deveria haver uma maior sacralidade nos paramentos liturgicos e a comunhão eucarística na boca e de joelhos para dar maior enfase à presença real de Nosso Senhor na hóstia consagrada.

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  14. Caro Laércio,

    Eu entendo que a SC se refere às igrejas de ritos não latinos em comunhão com Roma e que, por direito próprio, tem sua liturgia em lingua diversa (como os melquitas e maronitas).

    Abraços,

    Alexandre.

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  15. É uma pena que isso ficará como letra morta ou lida apenas no Vaticano…

    Tem que abolir a “Missa” de Paulo VI e deixar triunfar a Missa de Sempre.

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  16. Prezados irmão, sejam “prudentes como a serpente” (Sâo Mateus X,16). Todos aqueles que acham que essa fórmula serviu para manter o direito dos ritos orientais, estão sendo ingênuos.
    Ora, o Concílio de Trento condenou o uso SOMENTE DA LÍNGUA VULGAR (i. e., vernácula, ou falada correntemente). Ele não obrigou o uso do Latim somente e em todo rito.
    Assim, o rito OBRIGATORIAMENTE deve ter uma parte em língua não vulgar (latim, grego antigo, ou outro idioma não corrente), mas, pode-se usar o idioma nacional, sem abolir o Latim ou Grego antigo, por exemplo
    Essa fórmula do Concílio Vaticano II é ambígua, porque recomenda o Latim, salvo direito particular.
    Essa exceção refere-se a quê? Aos ritos orientais que não utilizam o Latim e sim outro idioma não vulgar (e também são legítimo)? Ou a abertura para a balbúrdia litúrgica promovida pelas malditas CNB’s espalhadas pelo mundo que aboliram o latim no rito latino (HERESIA flagrante) e fingem que não veem as missas com churrasco, macumba, sertaneja…?
    Se forem prudentes como as serpentes, e diante dos sacrilégios que vemos a toda hora, vocês responderão sem pestanejar.

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  17. Obrigado pelas respostas, mas gostaria de fazer mais um comentário. Não acho que o “salvo o direito particular” refira-se aos ritos orientais, pois o n. 36 da SC cita explicitamente os “ritos latinos”, o que excluiria automaticamente os ritos orientais, não?

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  18. Amigo Ferretti,
    Você deve estar lembrado que, semanas atrás, enviei-lhe uma sugestão para que o Fratres iniciasse um Movimento Litúrgico em nosso meio, inclusive com cursos, pois sem isso não via como o católico poderia ver com bons olhos “a reforma da reforma”. Nós, católicos de hoje, carecemos de uma visão ampla e profunda do sentido do sagrado, do culto, das celebrações, sentido que fecunda e alimenta a necessidade de formas rituais coerentes com ele. O texto do Cardeal Ranjith é uma pedra preciosa para o começo dessa construção. É uma pena que aqui não tenhamos a ferramenta do “compartilhar” as matérias postadas. Esta aqui, a do milagre de Buenos Aires, entre muitas e muitas outras, precisavam ser espalhadas mundo afora. É outra sugestão.

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  19. Duas notas em complemento ao comentário anterior

    1- Gente, não, não é em Écône, é em ROMA, para tantos “a prostituta”, “a cloaca”, a conferência sobre a Sacra Liturgia, em que Dom Ranjith apresentou a reflexão acima tão necessária aos dias de hoje da Igreja. E cadê a participação dos defensores da sacralidade litúrgica, aqui sempre presentes com suas críticas e acidez quando o post traz exemplos de abusos na missa?

    2- Sim, Ferretti, a leitura na íntegra ou de mais trechos importantes da fala de Dom Ranjith é essencial. Consiga-nos isso, por favor! E obrigada pelos trechos postados!

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  20. É incrível como muita gente, aqui inclusive, desrespeitam, como foi feito acima, a quem tanto tem feito pela valorização do concílio vaticano II em nosso país e lutam incansavelmente por uma liturgia do jeito de ser da gente. é lamentável. A propósito, viva o papa Francisco e a sua sensibilidade por uma igreja acolhedora e missionária. Graças a Deus, que ele é o papa. Graças a Deus pelos nossos queridos liturgistas. Graças a Deus, que temos celebrações em que podemos nos comunicar claramente. Babel, é a confusão, quando não há comunicação. Isso existiria caso as nossas celebrações fossem em latim. Quem entenderia? Quem rezaria? Não existe comunicação onde não há entendimento! Graças a Deus, que podemos celebrar de corpo, mente e coração, com isso, nossa participação, como pede a SC, é ativa, consciente e frutuosa.

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