Jornada Mundial da Juventude: o fenômeno.

Por Catarina Maria B. de Almeida – Fratres in Unum.com | Desde que ouvi falar que a Jornada Mundial da Juventude seria aqui no Rio, veio-me à mente algumas imagens de versões anteriores, onde a dança, o canto, a imodéstia e a exaltação dos sentimentos juvenis se sobrepunham à catequese sólida e ao fomento da fé e cultura católica. Contudo, uma vez que teríamos a nossa própria versão da JMJ, pensei que o melhor a fazer seria vê-la de perto, para ter uma ideia melhor formada sobre um evento tão portentoso. Não participei da JMJ como peregrina ou voluntária, sendo, portanto, meu relato impressões pessoais de uma simples observadora católica. Afinal, de uma forma ou de outra, a JMJ afeta e envolve a vida dos moradores das cidades por onde passa, quer sejam peregrinos ou simples habitantes. Assim, enumero abaixo os tópicos que mais me chamaram a atenção nesta Jornada. 

ASPECTOS POSITIVOS EM UM MUNDO CARENTE DE AMOR E TERNURA

Alegria e simplicidade

Creio que para os habitantes do Rio, a primeira impressão da JMJ, independente de religião, é o clima da cidade durante o evento. Por quase uma semana fomos todos envolvidos em uma atmosfera de alegria, leveza e simplicidade juvenil. Se nas semanas anteriores estávamos tensos com os rumos dos protestos de rua, os relatos de vandalismo e saques em várias capitais do país, de repente, os jovens trouxeram ao Rio de Janeiro precisamente o oposto. E não foi só a alegria contagiante dos jovens, mas também certa benevolência e cortesia por parte da população carioca. Nunca durante esses dias tivemos notícias de confusões e tumultos causados pelos peregrinos. Eles tiraram de letra até mesmo os percalços de um sistema de transporte caótico e aceitaram com resignação a transferência de última hora do local da Vigília de Oração e Missa de Envio, suportando o que para nós cariocas adultos teria sido motivo de muitos resmungos e xingamentos.

Ternura

Para utilizarmos uma palavra tão cara ao Papa Francisco, gostaria de ressaltar também que não raras vezes o aspecto afetivo se fez presente durante a JMJ, deixando-nos com sentimentos ambivalentes. Abraços sinceros de jovens locais e internacionais foram partilhados, bem como a solicitude dos voluntários, que incansável e gentilmente prestaram todas as informações e ajuda possível, o que nos leva a refletir o quão necessitados somos de atenção e carinho. Ainda que essas trocas afetivas tenham ocorrido com prazo de validade reduzido, não podemos negar que essa “onda de ternura” nos faz bem, especialmente se temos problemas na família, no trabalho ou se vivemos em ambientes religiosos inóspitos (e quem for fiel ligado à Tradição entenderá muito bem o que estou dizendo). Pessoalmente, apercebi-me olhando para muitos jovens com certo sentimento maternal – mocinhas e rapazes que poderiam bem ser meus filhos ou sobrinhos.

Milhões de fiéis lotam a praia de Copacabana na fria noite do dia 25 de julho para participar da festa de acolhida com o Papa Francisco. A grande maioria assiste ao show pelos inúmeros telões sequencialmente dispostos ao longo da praia.
Milhões de fiéis lotam a praia de Copacabana na fria noite do dia 25 de julho para participar da festa de acolhida com o Papa Francisco. A grande maioria assiste ao show pelos inúmeros telões sequencialmente dispostos ao longo da praia.

Socialização e interação com outras culturas

Esse foi um aspecto interessantíssimo que observei durante a JMJ – o interesse geral por saber de onde o outro procedia, o que se fazia em sua cidade ou país, aspectos culturais específicos e etc. Alguns jovens inclusive utilizavam caderninhos para anotar dados dos companheiros de jornada recém conhecidos, possivelmente, para fazer algum contato posterior pela Internet. Como em todas as JMJs, muitas novas amizades serão consolidadas após essa Jornada e até mesmo namoros e casamentos dela resultarão, o que penso ter mais a ver com as estatísticas naturais do que qualquer outra coisa. Afinal, trata-se de milhares de jovens em pleno frescor de beleza e exuberância da juventude.

ASPECTOS ALTAMENTE QUESTIONÁVEIS QUE COLOCAM O SENSUS CATHOLICUS EM ESTADO DE ALERTA

Euforia

Igualmente aos aspectos positivos descritos acima, a JMJ, indubitavelmente, teve seus pontos fracos, e não foram poucos. O primeiro, em minha opinião, foi ter sido transformada em dogma. Ai de quem, se dizendo católico, diga algo contra a JMJ, sua organização, os eventos oferecidos aos jovens, os artistas contratados (ainda que sejam defensores públicos de agendas anticatólicas) ou até mesmo palavras informais do Santo Padre. “Ah! Isso não é coisa de católico! A JMJ está atraindo os jovens e mostrando o rosto vivo da Igreja!” “Curta a vida, curta o Papa!” é o lema, o que pode ser traduzido por “Não encha a nossa paciência falando mal da Jornada!”

O clima de euforia foi sentido já na chamada pré-jornada, em que não se falava de outra coisa nessa arquidiocese a não ser a JMJ. Por um lado, até entendo, pois era necessário mobilizar, angariar recursos, conquistar a mídia e as pessoas para o voluntariado e hospedagem, e isso se faz através de uma intensa máquina de marketing e propaganda. Por outro, causou-me estranheza que esse enfoque exclusivista tenha deixado de lado o combate a temas urgentes, como a defesa da vida dos nascituros e o matrimônio entre  um homem e uma mulher, que foram para debaixo do tapete justamente no momento em que projetos de lei altamente nocivos à vida e à família avançavam e eram votados sob o silêncio sepulcral dos bispos do Brasil. Pouquíssimos foram os prelados que se manifestaram de forma ativa e clara sobre esses tópicos. Nem mesmo o Santo Padre foi incisivo a esse respeito. Na iminência da sanção ou repúdio presidencial ao projeto abortista PLC 03/2013, o máximo que ouvimos dele foi um apelo de proteção “à vida, que é dom de Deus, um valor que deve ser sempre tutelado e promovido”, o que pode ser entendido de maneira ampla, especialmente, quando anteriormente ele fizera referência ao cuidado com os idosos e pobres. Será que um engajamento maior por parte da hierarquia com respeito a esses temas atrairia a antipatia da mídia e dos jovens e atrapalharia os interesses da JMJ? – indago-me.

Tradicional peregrinação para a Vigília de Oração com o Papa Francisco, no dia 27 de julho, na praia de Copacabana. Milhões de fiéis de diversas nacionalidades fazem o percurso de 9km da Central do Brasil até Copacabana. No meio do caminho teriam que parar no Aterro do Flamengo e enfrentar longas filas para pegar seus kits refeição (caixas com alimentos industrializados, que serviriam de almoço e jantar). Segundo uma voluntária, esse é o menor percurso de uma JMJ, cuja distância costuma ser de 13km
Tradicional peregrinação para a Vigília de Oração com o Papa Francisco, no dia 27 de julho, na praia de Copacabana. Milhões de fiéis de diversas nacionalidades fazem o percurso de 9km da Central do Brasil até Copacabana. No meio do caminho teriam que parar no Aterro do Flamengo e enfrentar longas filas para pegar seus kits refeição (caixas com alimentos industrializados, que serviriam de almoço e jantar). Segundo uma voluntária, esse é o menor percurso de uma JMJ, cuja distância costuma ser de 13km.

Histeria coletiva

Creio que na História da Igreja nunca tivemos um caso de tamanha comoção popular. Papa Francisco, cuja presença é realmente impactante, deixou a muitos não somente eufóricos, mas até histéricos. Posso estar equivocada, mas não consigo lembrar de outro papa que tenha sido ovacionado com tanta unanimidade, especialmente, pela mídia secular, espíritas, evangélicos e pessoas de outras denominações religiosas. Na chegada ou saída dos eventos de que participava, uma multidão incomensurável de católicos e não católicos invadia as ruas e avenidas para saudar-lhe com gritos, palmas e fotos. Os comentários, inusitados para um Sumo Pontífice, eram os mesmos: “o papa é fofo”, “o papa é pop”, “o papa sabe evangelizar, não importa a religião”. Em pouco tempo uma foto do fotógrafo Luca Zennaro da Agência EFE, em que o Papa Francisco aparece à frente de um microfone com uma lua estrategicamente posicionada atrás de sua cabeça como uma auréola tornou-se viral na Internet.

O Papa João Paulo II certamente atraiu o carinho de milhões de fiéis por seu carisma e simpatia, mas era igualmente bastante criticado por sua defesa intransigente da vida dos nascituros e do matrimônio cristão, atraindo, assim, a ira de setores esquerdistas e liberais. O que houve então para essa ausência inesperada de críticas por parte dos tradicionais inimigos da Igreja? Até mesmo o Fantástico, famoso programa da Rede Globo, que sempre se destacou por alardear escândalos na Igreja, apresentou uma entrevista com o Santo Padre a um jornalista “bonzinho” e comportado, que lhe fez perguntas customizadas, evitando as famosas indagações sobre a posição da Igreja em relação ao aborto e ao casamento gay. Que pasa? Em minha humilde opinião, penso que esse fenômeno tem a ver com o caráter humanista e não confrontador de suas declarações. Aspectos como a ternura, a busca de valores éticos, o socorro aos pobres, o fim da corrupção, inclusão, estilo de vida simples e pobreza dos sacerdotes, especialmente após o famoso escândalo do Banco do Vaticano, são sempre bem-vindos para pessoas de todas as religiões e, em geral, não molestam a mídia.

Papamóvel aberto, marca registrada do Papa Francisco, é deixado às portas do Teatro Municipal após encontro com intelectuais na manhã do dia 27. Dali o Papa seguiria para o Sumaré em carro de passeio, a fim de almoçar e descansar até a vigília de oração. A ostensiva força policial foi incapaz de conter um minúsculo grupo de criaturas ensandecidas autodenominadas “Vadias”, que perpetraram atos de blasfêmia, ultraje e vilipêndio a símbolos religiosos, e atentado violento ao pudor na praia de Copacabana sob o olhar perplexo e passivo dos fiéis.
Papamóvel aberto, marca registrada do Papa Francisco, é deixado às portas do Teatro Municipal após encontro com intelectuais na manhã do dia 27. Dali o Papa seguiria para o Sumaré em carro de passeio, a fim de almoçar e descansar até a vigília de oração. A ostensiva força policial foi incapaz de conter um minúsculo grupo de criaturas ensandecidas autodenominadas “Vadias”, que perpetraram atos de blasfêmia, ultraje e vilipêndio a símbolos religiosos, e atentado violento ao pudor na praia de Copacabana sob o olhar perplexo e passivo dos fiéis.

Omissão sintomática da crise na Igreja

Para mim, ficou claríssimo que doravante será cada vez mais difícil falarmos em crise na Igreja. Se com Bento XVI a tendência era um foco nos problemas ad intra, com Francisco, salvo questões menores de ordem burocrática (reforma da cúria, IOR, etc), a ênfase está na missão, isto é, uma abordagem ad extra do papel da Igreja. Certamente, alguém que ouse tocar nesse tabu será aconselhado a procurar um psicólogo para tratar de sua “síndrome de profeta da desgraça”.

A todo momento ouvimos até mesmo de católicos que se dizem alinhados com a Tradição que os números falam por si e que dois a três milhões de pessoas encheram as areias de Copacabana. \o/

Alguns ainda alardeiam que a JMJ foi o maior evento da Igreja Católica nos últimos anos. Se, por acaso, questionamos o conteúdo religioso da JMJ, logo nos respondem que os jovens tiveram catequese intensa por três dias, que participaram de orações nos atos centrais, nas santas missas e etc. etc.

Ainda que essa cifra inclua pessoas sem religião, pessoas de outras religiões ou católicos não praticantes que apenas simpatizam com a pessoa do Papa Francisco, isso não importa. O que importa é que três milhões foram aos atos centrais ver o Papa!

Não descarto a utilidade dessa participação fenomenal como ferramenta de promoção do catolicismo aos olhos pagãos, mas é importante avaliar se após a JMJ esses mesmos três milhões de fiéis serão fortes o bastante para forjar mudanças em seus países e combater o laicismo avassalador. A Igreja provou que tem poder de fogo. Só Ela é capaz de organizar tamanho evento e envolver um tão grande número de pessoas.

Quererá Ela arregimentá-las para eventos light e inconsequentes ou para efetivamente formar um exército de combatentes e promover uma re-catolização do Brasil Só o tempo dirá.

Ainda que saibamos da ideologia reinante na maior parte de nossas dioceses, suas práticas litúrgicas e doutrinais, bem como da sistemática omissão de temas cruciais da doutrina e da moral cristã, isso não importa. O que importa é que os peregrinos tiveram catequese durante três dias! A Igreja é viva! Os jovens estão sendo atraídos pela Igreja! “Não sejam exagerados, vejam os frutos”, nos responderão com suas trombas devidamente armadas.

Então, o que dizer da JMJ 2013: evento jovem ou evento católico?

Em vista de tudo o que temos presenciado na Igreja nos últimos anos e, mais especificamente durante a Jornada, creio que, embora Deus seja verdadeiramente onipotente e derrame suas graças onde Ele bem quiser, não deixando sem resposta  orações sinceras e corações contritos e humilhados, e considerando ainda os benefícios auferidos em nível particular durante a Jornada, como, por exemplo, confissões, missas (até mesmo no rito tradicional, como destacamos aqui e aqui), testemunhos de vida edificantes e etc, a  JMJ representa, em uma análise ampla e geral, como um todo, um afastamento flagrante da Tradição da Igreja, no que tange à doutrina da Fé e Moral ali explicitadas, não tanto pelo que foi dito, mas pelo que foi omitido. Não é necessário se delongar sobre práticas litúrgicas bizarras, com abusos litúrgicos graves, inclusive nas cerimônias principais, bem como em comportamentos inadequados por parte de fiéis desorientados – ovelhas literalmente sem pastor.

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Ensinamentos sobre os Novíssimos (aliás, magistralmente tratados pelos jesuítas clássicos, em seus famosos Exercícios Espirituais de Santo Inácio), a importância da castidade, o terrível flagelo do aborto, o pecado das uniões civis de pessoas do mesmo sexo ou até mesmo o ‘casamento gay’ precisam necessariamente de ser ministrados pela hierarquia. Em entrevista a diversos jornalistas no voo que o levou de volta a Roma, ao ser indagado porque ele não falou do aborto e da posição do Vaticano em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, o Santo Padre respondeu simplesmente o seguinte: “A igreja já se expressou perfeitamente sobre isso. Eu não queria voltar sobre isso. Não era necessário voltar sobre isso, como também não era necessário falar sobre outros assuntos. Eu também não falei sobre o roubo, sobre a mentira. Para isso, a igreja tem uma doutrina clara. Queria falar de coisas positivas, que abrem caminho aos jovens. Além disso, os jovens sabem perfeitamente qual a posição da igreja.”

Como assim, Santo Padre?

Poderíamos, com esse argumento, eliminar todas as homilias, bem como todas as catequeses da própria JMJ, pois sobre todos os assuntos abordados a Igreja já se pronunciou de maneira clara. Com todo respeito, amor e submissão ao Sumo Pontífice, ousaríamos ainda questionar: se o propósito era “falar de coisas positivas, que abrem caminho aos jovens”, porque a condenação incisiva – e justíssima — ao tráfico e a descriminalização de drogas? Por que a exclusividade a esse crime? Abordá-lo não é, absolutamente, falar de coisas positivas, ainda mais no Rio, que tanto sofre com isso. Seria talvez porque há certa unanimidade sobre o assunto, que não é tão polêmico e não se choca com interesses estatais como, por exemplo, o aborto?…

Podemos até admitir que a esmagadora maioria dos peregrinos da JMJ sabe ou já ouviu falar que a Igreja é contra o aborto, contra a prática da sodomia, as uniões civis de pessoas do mesmo sexo e etc., mas será que eles realmente sabem que esses atos ofendem a Deus e põem suas almas em risco? Por que de uma hora para outra, a palavra “pecado” tem de ser banida do diálogo com os jovens? Será que eles sabem que além de serem contrários a essas coisas em nível pessoal, são chamados a combatê-las na esfera pública?

Será que não estamos abandonando o conceito de Igreja Militante para aderirmos ao de Igreja Sorridente?

Noite do dia 27: Bispos em momento de descontração atendem ao apelo de um jovem instrutor para que também participem do maior flash mob já realizado no planeta. Na manhã seguinte, minutos antes da Missa de Envio, a dança seria repetida não só pelos leigos, mas também por vários sacerdotes devidamente paramentados. Como diz o ditado: “Quem está na chuva é pra se molhar.”.
Noite do dia 27: Bispos em momento de descontração atendem ao apelo de um jovem instrutor para que também participem do maior flash mob já realizado no planeta. Na manhã seguinte, minutos antes da Missa de Envio, a dança seria repetida não só pelos leigos, mas também por vários sacerdotes devidamente paramentados. Como diz o ditado: “Quem está na chuva é pra se molhar.”

Em seu discurso ao Conselho Episcopal Latino-Americano, no Rio de Janeiro, o Santo Padre reclama da “clericalização dos leigos” e que essa é uma posição cômoda para muitos padres. Nesse ponto ele está certíssimo. Por outro lado, o que os leigos deveriam fazer em situações de tão grande necessidade com a atual, em que as mais altas esferas hierárquicas se esquivam dos temas polêmicos? Para quem sobra o “trabalho sujo”? Não fora o incansável esforço de leigos pró-vidas, que se esforçaram para que os peregrinos tivessem kits pró-vida em suas mochilas (um feto em PVC representando um bebê de 12 semanas e um folder explicativo em três idiomas), os jovens sairiam da jornada do mesmo jeito que entraram com respeito ao maior flagelo da humanidade atualmente.

A parte as questões morais, transbordou na JMJ o famigerado “Espírito do Concílio” impregnado pelo falso ecumenismo denunciado na Encíclica Mortalium Animus. Muitos foram os indícios nesse sentido, que culminaram com a resposta do Santo Padre ao repórter Gerson Camarotti na supracitada entrevista exclusiva ao Fantástico. Nessa entrevista, ele ressalta a importância dos valores éticos e da defesa da realidade humana. Acabar com a fome e dar educação aos pobres – sem dúvida, obras de misericórdia muito meritórias – são valores que devem sobrepujar as diferenças religiosas. Novamente, ficamos sem uma clareza sobre a necessidade de aderir à Fé Católica para a salvação de nossas almas e quais os limites para a cooperação entre católicos e pessoas de outras religiões sem que se passe a impressão de indiferentismo.

Rio de Janeiro: Missa na Praia de Copacabana. Imagem de Vinícius Farias.
Rio de Janeiro: Missa na Praia de Copacabana. Imagem de Vinícius Farias.

Em suma, o Santo Padre nos ensinou valores importantíssimos. Devemos acolher respeitosamente tudo o que ele nos pede de bom e verdadeiro. Todavia, não podemos ignorar que algumas omissões ao longo da JMJ poderão ter consequências gravíssimas para a vida dos católicos e para os esforços de evangelização. Ele nos pede oração. E, se essa já é nossa obrigação filial, agora mais do que nunca devemos rezar pelo Vigário de Cristo na Terra.

Rezemos pela Igreja, pelo Santo Padre e por cada um de nós, para que o Bom Deus nos ajude na busca de santidade. E que Ele nos dê a sabedoria para vivermos e transmitirmos a fé católica com clareza e na sua integridade, sem medo de ir contra a corrente, nesses tempos de turbulência.

Auxilium Christianorum, ora pro nobis!

46 comentários sobre “Jornada Mundial da Juventude: o fenômeno.

  1. Excelente texto! Sou do Rio e digo com toda a convicção que este post está expressando exatamente os sentimentos e pensamentos dos católicos que são realmente fiéis aos ensinamentos da Mãe igreja.

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  2. sou voluntario, tive uma visão um pouco diferente da sua, creio eu pois não vi nada pela TV então só vi os eventos os quais eu estava participando, vi serios abusos liturgicos e falso ecumenismo, mas os fieis foram orientados na missa de envio a manter o silencio mais de uma vez, tivemos missa tridentina, catequese com direito a condenação da TL e de leonardo boff, e muita soliedariedade pelas ruas, nunca vi tanta gente doando coisas(poderia ser assim todo dia hehehe) e na missa que eu estava a comunhão era somente na boca, os ministros recusavam-se a dar na mão.
    no total eu daria um saldo positivo devido a situação em que nos encontramos, mas longe da perfeição, o Papa deu um livro chamado keys to bioethics que fala explicitamente contra o aborto, eutanasia, e homossexualismo, deu indiretas sobre isso também e sobre o extra ecclesiam nulla salus, o que eu não gostei foi que ele não deu nome aos bois, tipo, não fazer condenações explicitas como na catequese…

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  3. “O bispo que deu a catequese era português e convidou os jovens a falarem. Fez perguntas, ouviu atentamente as respostas. Após o plenário iniciou a missa e nela alguns peregrinos me ensinaram muito. Participei da celebração ao lado de um grupo daqueles que são chamados “católicos tradicionalistas”. Isso mesmo, o povo que deseja que a missa seja celebrada em latim. Embora não tenha nada contra o latim, prefiro a missa celebrada em vernáculo. Admito, no entanto, que nunca vi ninguém participar da missa como aqueles jovens. O padre rezava em português e nós também, mas havia algo diferente neles, uma postura de reverência ao sagrado que não me lembro de ter presenciado antes. Não chegamos a conversar, mas carrego o exemplo daqueles jovens que depois descobri serem de Brasília”.

    http://oficinadevalores.blogspot.com.br/2013/07/o-lado-pouco-falado-da-jmj.html

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  4. ” A ostensiva força policial foi incapaz de conter um minúsculo grupo de criaturas ensandecidas autodenominadas “Vadias”, que perpetraram atos de blasfêmia, ultraje e vilipêndio a símbolos religiosos, e atentado violento ao pudor na praia de Copacabana sob o olhar perplexo e passivo dos fiéis.”

    Se possível for, gostaria de lhes mostrar um comentário jornalístico difícil de se ver:

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  5. O texto é perfeito! Diz exatamente o que muitas pessoas fiéis à sã doutrina pensam!

    Por favor, compartilhem nas redes sociais esse texto que tão bem retrata o que foi a JMJ do Rio e o que o Papa deixou como lição(uma decepção, se bem poderia ter sido pior…)!

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  6. Não muito diferente dos encontros carismáticos que eu participava: muita emoção, música, teatrinho, testemunhos, azaração, paquera, dancinhas e passinhos ensaiados misturados com fervor e piedade. Muitos jovens devem ter trocado telefones e facebooks. Para estes jovens foi mais um festival rave comandado pelo Papa (sendo que mais comportado) no Rio do que um evento católico.

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  7. Queridos, ajudem este irmão ignorante de nossa história com um exemplo moderno de um Pontífice que tenha se expressado da forma que alguns de nós gostaríamos que Francisco houvesse feito no Brasil. É uma pergunta honesta, adianto. Pois, PIO XII teve igual oportunidade, e optou – corrija-me por favor – por uma estratégia diversa da que pretendemos hoje. Não seria, pois, neste aspecto somente, uma atitude compatível?

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  8. Realmente ao ver essas cenas lamentáveis, aliadas aos horrores das vadias, ao padre sacrílego que se ‘masturbou’ em plena missa conforme vídeo no youtube no chile…., a profanação da igreja no chile por abortistas, o crescente ódio aos valores cristão, sem falar na ameça eminente a vida de milhões de inocentes no Brasil…. Vejo um terreno fértil de iniquidade sendo arado…. E essas iniquidades clamam ao CÉU por justiça, o sangue dos Santos e dos Justos clamam no CÉU por justiça.. REZEMOS, POIS EM REPARO A TANTOS AGRAVOS E OFENSAS A DEUS, A NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, E A VIRGEM MARIA.

    “Meu Deus eu creio, adoro, espero, e amo-vos; e peço-vos perdão por aqueles que não amam, que não adoram, e que não esperam”.

    http://precantur.blogspot.com.br/2013/07/reparacoes-necessarias-e-urgentes.html

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  9. Realmente foi um fenômeno a JMJ, todo mundo falava e via. Só achei ruim porque não usaram essa excelente oportunidade para levar a Igreja verdadeira(que cuida de seus filhos com amor e ao mesmo tempo os fala sobre as consequências do pecado, sobre o mal) aos que estavam prestando atenção.

    Se pegar o que o Papa Francisco disse nessa jornada em suas falas na visão histórica da Igreja, ele falou muito bem, disse coisas que o mundo atual realmente necessita ouvir. O problema vem na forma como ele se expressou: positiva a ponto de negligenciar assuntos que hoje ameaçam os principais valores passados a nós por Cristo.

    Mas ele também falou de uma forma demasiadamente subjetiva, capaz de fazer com que cada um possa tirar a interpretação que lhe convenha da melhor maneira de suas palavras. Eu interpretei o “sejam revolucionários” e “vão contra a corrente” como um incentivo a ir na direção da verdade absoluta, em direção a Cristo, e para ir contra a cultura de quem escolhe sempre o que a moda do mundo dita, como ele mesmo disso; mas tem gente que interpreta da pior maneira que existe, o que pode gerar problemas sérios!

    De todo jeito o Papa devia sim ter sido mais incisivo e utilizar a grande presença dos jovens e da mídia para salvaguardar a moral cristã tão atacada ultimamente, condenando e mostrando o porquê da condenação do aborto, “casamento” gay etc. Não fez isso e a mídia, maldando e desviando as palavras do Santo Padre para seus interesses, deu chance para quem vive em pecado grave achar que vive corretamente…

    Não creio que o Papa tenha más intenções em suas palavras, porém ele está transformando a Igreja numa mãe que mima seus filhos e se recusa a dar-lhes exemplos sobre o que é ruim para não ofendê-los. Os comensais dos planos do maligno irão usar isto a seu favor; aliás, já usam, é só ver as notícias nos jornais ‘progressistas’ e a vibração dos TL’s…

    A Igreja verdadeiramente não pode se comunicar só por correspondência com as pessoas, mas também não pode mimá-las!

    Devemos rezar muito mesmo pelo Santo Padre e por toda a Igreja!

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  10. “a JMJ representa, em uma análise ampla e geral, como um todo, um afastamento flagrante da Tradição da Igreja, no que tange à doutrina da Fé e Moral ali explicitadas, não tanto pelo que foi dito, mas pelo que foi omitido. ”
    Concordo inteiramente.
    Parabens pelo texto.

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  11. Esta é uma razão de eu sempre acompanhar fielmente as postagens deste blog, sempre abre os nossos olhos para algumas realidades que muitas vezes passam despercebidos aos nossos olhos, embora tenham tido muitos pontos positivos na jornada, não podemos ignorar estes outros pontos negativos.

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  12. Antônio Ramos, desculpe-me se te entendi mal, mas você quer dizer que Francisco agiu diplomaticamente frente ao aborto e gayzismo, como Pio XII agiu frente ao nazismo?

    Se for isso mesmo — porque repito: posso não ter entendido teu comentário — não tem o que comparar. Veja que no tempo de Pio XII o mundo estava em guerra e o Vaticano ficava no meio da capital da maior aliada da Alemanha nazista, a Itália. Se Pio XII não fosse diplomático, correria ainda mais perigo de explodirem com o Vaticano, não era?!

    Outra coisa que Pio XII estava sob a ameaça de ser sequestrado e mesmo assim ajudou a salvar milhares de judeus da morte pelos nazistas.

    Hoje a situação é bem outra! A maior ameaça que o Papa correria condenando as abominações do mundo moderno é ser perseguido e difamado pela mídia, como foi Bento XVI.

    Mas, mais uma vez, perdoe-me se entendi errado teu comentário, Antônio Ramos. E está ruim demais responder pelo celular, que o computador quebrou…

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  13. Excelente texto. Síntese clara do que foi a JMJ. Pior do que o erro é a fala dúbia. Esta como tem partes da verdade acabam por nos confundir. “Prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir”. II Timóteo, 4.
    Esta atitude ingênua do papa me faz lembrar um dos maiores micos da história com que ficou marcado o 1º ministro Inglês Neville Chamberlain que fez um “acordo de paz” com Hitler. Um ano depois do acordo teve que declarar guerra com a Alemanha. A resposta de Churchill sintetiza o desastre: “Entre a desonra e a guerra, escolheste a desonra, e terás a guerra”.
    É isto aí, sempre que nos omitimos na esperança de dialogar com o mal, este cresce e nos devora mais a frente ao custo de milhares de vidas inocentes. Pior, com a ajuda e responsabilidade de quem se omitiu. Como disse Luther King : “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.
    Rezemos por francisco.

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  14. Nunca tivemos um representante da igreja tão disposto e entregue ao próximo. A nossa igreja precisa dessa alegria, humildade e caridade de Francisco, o resto serão tratados, mas me parece que vocês querem que isso aconteça como um passo de magica, mesmo sabendo que não é tão simples assim e que por anos estamos convivendo com os mesmos problemas, sem ninguém ter chegado com a coragem de Francisco. Tenhamos paciência que o papa tem muito tema pesado para resolver.

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  15. Belo texto, endosso cada palavra.
    E diante do atual quadro, eu fico me perguntando o que vai acontecer daqui para frente. E a leitura que eu faço, com base nestes quatro meses de Pontificado de Francisco I e da própria biografia do Papa, se resume na seguinte frase: “Tudo como dantes no quartel d’Abrantes”. Ou seja, penso que continuaremos a ver a implantação das ideologias e iniciativas que temos presenciado nos últimos 50 anos.
    “Bem… os resultados desse modus operandi falam por si.”, diz a matéria do Frates “O Preço da Harmonia”. Será que tais resultados aos quais se refere esta matéria são percebidos de alguma forma pelo Papa Francisco e por pelo menos 2/3 dos cardeais que o elegeram?

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  16. Quero relatar algo que presenciei em TODOS OS MOMENTOS DE MISSA, seja nas catequeses como nas Missas celebradas no palco principal. Todos distribuíam a Eucaristia somente na boca. Fiquei surpreso, de forma positiva. E ninguém pedia na mão, pelo menos na minha frente não aconteceu isso.

    Tivemos 3 dias de catequeses, um deles se destacou muito.. com D. Rafael Fuentes. Apesar da idade avançada, pregou a doutrina da Igreja na linguagem dos jovens. Todos vibraram com seu amor pela Igreja e o modo com que ele envolveu os jovens. Foi inspirador.

    As Missas no palco principal tiveram cantos em latim, e cantados de forma a impressionar a todos. Não teve uma pessoa que depois não tenha comentado a beleza das músicas em latim. Essa história de que os jovens não se interessam pelo latim é papo furado.

    O que me deixou meio triste foi o exagero das palmas, mas como li no comentário acima, sempre nos foi lembrado de fazer silêncio em muitos momentos durante a Missa, como parte integrante da liturgia e a não erguer bandeiras, em respeito ao Santo Sacrifício.

    Se eu pudesse fazer um balanço final de tudo, eu diria o seguinte: a JMJ foi uma oportunidade de muitas graças pra quem soube aproveitar. Isso aliás não se limita apenas à uma jornada, é pra tudo na vida e na Igreja. Se você vai pra festar e brincar, não vai colher nada. JOIO E TRIGO estarão juntos em todos os lugares até o fim dos tempos. Você é quem escolhe de que lado quer estar.

    Eu agradeço a Deus por ter ido a JMJ, e espero que o Senhor me conceda a oportunidade de estar em Cracóvia em 2016. Ter estado com o Sumo Pontífice e com milhões de católicos unidos na mesma fé foi uma experiência única.

    Abraço a todos!

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  17. Parabéns à senhora Catarina Maria pelo excelente texto! Subscrevo-o sem tirar uma vírgula! É preciso rezar, fazer penitência e falar em defesa da fé, mesmo indo contra as várias correntes presentes também no interior da Igreja, e com a possibilidade de se ser tratado como neo-pelagiano ou restauracionista, e, portanto, como arauto de uma ideologia, e não da fé católica e apostólica da Santa Igreja, coluna e fundamento da verdade, fora da qual ninguém pode se salvar. Oremus pro Ecclesia, oremus pro Pontifice nostro Francisco!

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  18. Gostei muito da análise. Parece-me bem equilibrada e imparcial. Não entendo porque tem tanta gente esperneando com críticas assim. Parece mesmo que transformaram a JMJ em dogma.

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  19. Meu Deus…..comunhão em copo de plástico???? Para mim, está foto foi pior do que as fotos dos atos de blasfêmia das vadias retardadas.

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  20. Alguém poderia confirmar se o padre da foto da missa na praia é o Pe. Rivael, Coordenador da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Curitiba? Parece ele, mas gostaria de verificar a origem da foto…

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  21. Interessante notar como os pontos positivos são em grande medida ligados ao lado “humano” do evento, enquanto o aspecto que é a diferença específica do evento (o lado “transcendente”, particularmente católico) parece estar mais descrito nos pontos negativos…

    E, por caridade, me ajudem a explicar uma coisa: como pode a marcha das “moças de costumes liberais” fazer toda a profanação que se viu ao lado de 3 milhões de peregrinos? Não havia ali um cavalheiro para impedir a desonra da Donzela das Donzelas e de Nosso Senhor Crucificado? Não digo para puni-las, porque essa é a função do processo penal, mas para evitar que a profanação das imagens acontecesse. Como foi possível que tanta gente tenha presenciado aquilo sem fazer nada?

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  22. Acho que devemos ser mais modestos. Um evento dessa proporção não permite algo muito diferente. Critica-se o papa por não ter sido mais rigoroso, porém qual país receberia um papa que ao chegar sai tecendo críticas a torto e a direito. também vejo que muitos criam uma imagem idealizada de Igreja, e quando ela diverge um pouco, por menor que seja, saem a criticar. isso não é bom ! E escrevo isso ressaltando que concordo com a tradição. Mas às crítica da JMJ vejo muito exagero de vossa parte.

    Abraços, Alex

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    1. Seu comentário foi muito razoável. Acompanhei a JMJ pela TV e a impressão que tive do Papa Francisco foi que ele se preocupou em aproximar as pessoas pela caridade. E, para mim, será sempre pela caridade e compaixão que alcançaremos os objetivos propostos pelo Evangelho.

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  23. Pergunta feita ao Papa no avião.
    Hoje os ortodoxos festejam mil anos do cristianismo. Seu comentário?
    Papa Francisco – As igrejas ortodoxas conservaram a liturgia tão bem, no sentido da adoração. Eles louvam Deus, adoram Deus, cantam Deus. O tempo não conta. O centro é Deus e isso é uma riqueza. Luz é oriente. E o ocidente, luxos. O consumismo nos faz tão mal. Quando se lê Dostoievski, que acho que todos nós devemos ler, precisamos deste ar fresco do Oriente, desta luz do Oriente.
    Segue link: http://blogs.estadao.com.br/jamil-chade/2013/07/29/entrevista-com-o-papa-francisco-quem-sou-eu-para-julgar-os-gays/

    Nem Tradição. Nem missa nova. O Papa já resolveu. Quem realmente conservou a liturgia tão bem foram os ortodoxos cismáticos. Resolvido o problema. A missa nova e a missa tridentina estão erradas. O correto é a missa ortodoxa. Luz é oriente. Ocidente é luxo.

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  24. Texto excelente, lúcido, claro. Acredito que ao Fratres In Unun cabe um papel fundamental de portal do Espírito Santo, )por estar no Brasil, onde Bergoglio veio para, pela ambiguidade, omissão e mesmo uso impróprio de palavras( e também por outras vias, inclusive litúrgicas), reforçar consignas que são instrumentos chaves nesta Guerra Semântica, estruturada para dominar o mundo, através da Ideologia de Gênero, das estruturas das Nações Unidas, de alguns Ministérios do Brasil.A função que o Espírito Santo deu a Bergoglio
    ( chamar a atenção mundial para o Brasil, e conseguir “militantes simpatizantes”que poderão[ ou não] trabalhar para o Bem, SE liderados por pensadores e líderes católicos que surgirão brevemente),
    poderá abrir portais para textos, proclamações, iniciativas, livros, procedimentos( talvez até litúrgicos), atos de “santa força” que, brotando do Brasil, contaminarão o mundo com uma visão católica, bem conservadora do que é realmente o Cristianismo Católico Romano, com tudo quanto é bom do que existe no “moderno”( aliás, não muita coisa), SEM utilizar, como parte do moderno, perversões e anormalidades como as músicas e danças atuais. Espero viver para ver, embora sabendo que a fase transitória, até o ponto de inflexão, será dura, dolorosa, violenta. Aspiro a que algum leitor possa, lendo isto, sentir-se atraido a observar se, de fato, o que digo faz parte da Providência para as próximas décadas.

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  25. Não sei se a jornada fez mais bem; ou mais mal ao Brasil. Só Deus pode julgar. Eu só quero dizer que a autora do comentário acima mencionado. Que ela foi muito feliz, no seu equilibrado artigo.
    Vou deixar, um pequeno comentário, da minha posição de católico praticante. Já fiz em diversos outros artigos, que este blog, bondosamente publicou.
    Hoje no entanto, eu gostaria de salientar, o bem que o Santo Padre, poderia ter feito no entanto, deixou passar mais uma oportunidade de cumprir o seu dever, de pai de toda cristandade.
    O nosso Brasil, está as porta de mais um pecado terrível nacional. O crime do aborto! Esta era a hora oportuna Santo Padre! Já que Vossa Santidade foi tão bem recebido pelas as autoridade do nosso país. Era o momento, da Vossa Santidade dizer com toda autoridade da Santa Igreja. Que estes pecados, ofendem muitíssimo a Nosso Senhor Jesus Cristo. Quem sabe se milhões de jovens aí presentes, poderia empenhar nesta campanha em defesa da moral cristã. Quem sabe, se a nossa presidenta, iria aceitar este pedido vosso. E o Brasil iria ser preservado desta maldição do céu.
    Poderia ter feito e não fez. Por que? É um mistério! É certo que o Papa é contra o aborto, casamento gay… Por que não falou? Tem algo atrás disso? “Temo a Jesus que passa, e não volta mais”.
    Não sabemos se teremos outra oportunidade, ou não. Vamos rezar e fazer a nossa parte, para que não sejamos cúmplice também.
    Joelson Ribeiro Ramos.

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  26. O que sei é que se o evento fosse com o Papa Bento XVI, este jamais deixaria de criticar os problemas da Igreja e da Igreja no Brasil, como a omissão escandalosa dos Bispos (CNBB) em relação ao novo projeto abortista brasileiro.
    ======

    Uma pessoa conversou comigo e afirmou: esse Papa (Francisco) gosta de ser ovacionado. Parece ser verdade porque, como o texto afirma omite-se me questões primordiais que o faria ser mal visto pelo mundo.

    Num debate com outro amigo disse a ele que acho preocupante (fico em alerta) quando um seguidor de Cristo, que foi democraticamente condenado à morte, é ovacionado pelo povo.

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  27. caoca (Alex), antes agradar a Deus do que aos homens.

    Se Francisco tem medo de dizer que segue Cristo e Sua Santa Igreja, pede pra sair.

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  28. O day after da JMJ propiciou a muitos de nós o recurso um tanto ansioso a comentários de vários lugares eletrônicos. Não me pejo de dizer que, vecchio de mais seis décadas, andei perambulando por escritos que foram dos agora apelidados de “neocon” aos de alguns dos sedevacantistas e, claro está, passando pela variadíssima gama dos tradicionalistas. Até perdi tempo, hélas!, com as costumeiras análises neomodernistas que, em larga parte, não diziam coisa muito diversa de uma tendência adesista no que talvez não fosse de todo impróprio chamar de arrivismo neoconservador.

    Sobraram frequentemente exagerações na reprovação do evento e, em contrapartida, um entusiasmo acrítico.

    Eis que ontem deparei com o artigo “Jornada Mundial da Juventude: o fenômeno”, escrito por D. CATARINA MARIA B. DE ALMEIDA. Competentemente escrito. No conteúdo e na forma.

    Foi a melhor coisa que li sobre o “fenômeno”.

    Transmito meus melhores cumprimentos ao Fratres in unum e à digna Autora do artigo, estudo que faço votos se aprenda e divulgue, para a glória de Deus e melhores dias de nossa Igreja militante.

    Ricardo Dip (São Paulo).

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  29. Prezado José Maria, agradeço a resposta. Sim, respondeu sobre o que eu perguntei mesmo. E essa é minha confusão, veja só. Pois qual a melhor forma de nós, católicos, julgarmos o passado? Pela Lei de Deus, acredito. Assim, se empregamos a palavra diplomacia aqui e não acolá, se percebemos este risco de ontem maior que o de hoje, não estamos de alguma forma negociando o convite feito a todo discípulo, qual seja de chegar ao Pai pelo Filho? E qual é o caminho do filho? O martírio, o sofrimento, a morte, a Cruz. Doloroso imaginar isso, mas é a maior prova de amor. Quem sou eu para dizer que este ou aquele católico deveria dar-se mais, fazer mais, se eu sei que, em última análise, o que estou propondo é o maior sacrifício para meu irmão? Não deveria se tratar nunca de diplomacia, não é mesmo? Se trata sim e sempre de ouvir, conhecer e seguir – até o Gólgota, é o que aprendi. O quanto cada um de nós pode fazer é uma questão individual. Eu não julgo, mas do ponto de vista do martírio, da Cruz, não vejo como esta época é preferível àquela. Sempre é possível, sempre, dar-se mais, sofrer mais, até a morte.

    Prezado Ferreti, eu bem sei que um blog têm seus limites e custos. Mas me permita sugerir um melhoramento ao Fratres no que pertine aos comentários. Quem sabe permitir respostas atreladas aos comentários, de forma que, como eu e José Maria estamos conversando agora, minha resposta apareceria abaixo e encadeada à dele e assim sucessivamente. Seria útil, e muito propiciaria o debate no espaço que mantém aqui.

    Abraço a todos. PAX.

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  30. Prezado Caoca,
    rezo e muito para que o motivo que você alegou para o papa não mencionar os assuntos citados não seja verdadeiro. Não concordo que Sua Santidade não fale nestes assuntos poruqe a Igreja já se manifestou sobre eles. Entendo que é justamente esta a sua função: confirmar os irmãos na Fé no que a Igreja já se manifestou. Como disse, não concordo, mas … admito. Ok.
    Agora, se ele não falou porque nenhum país o receberia, que fique no Vaticano e critique de lá. O papa é chefe de estado, mas antes de tudo é o sucessor do apóstolo Pedro. Sim, Pedro, aquele mesmo que no dia de Pentecostes saiu às ruas de Jerusalém sem medo de denunciar o maior crime já cometido: matar o Filho de Deus. Talvez Pedro não devesse ter saído às ruas para acusar os judeus. Ele não seria bem recebido… Pedro não tinha interesse em ser recebido. Tinha interesse em converter. Naquele dia mais de 3000 pessoas foram batizadas. É esta a função do papa. Não ser recebido em países.

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  31. ADENDO: um excurso sobre os silêncios que clamam aos Céus.

    Excerto de um Sermão de S.AGOSTINHO sobre os Pastores:

    “Que é isto, irmãos? Vedes como é perigoso calar?O pecador morre e morre justamente; morre na sua impiedade e no seu pecado; a negligência o levou à morte. De fato, ele poderia ter encontrado o Pastor da vida (…). Mas não o fez, porque não foi advertido pela voz daquele que foi constituído chefe e sentinela precisamente para o advertir”.

    (E agora penso eu, indefinidamente de modo mais pobre: enquanto se destruía a cidade, factum est, e enquanto se demoliam as famílias, factum est, e enquanto se matavam as crianças, factum est, e enquanto se improvisavam e empobreciam as orações públicas, factum est, e enquanto se insinuava a indiferença com a educação católica, factum est… enquanto isso, in illo tempore, enquanto isso por que, em vez de dançar alegremente, não falavam gravemente?).

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  32. Como idoso, estou triste. O Papa não trouxe a luz da bela e luminosa doutrina que eu bebi nos Catecismos (de Sao Pio X, Romano). Os documentos pontificios eram cheios de citações que elucidavam nossas dúvidas. “Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor?” e “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa.” (MT. 5, 13-15). A doutrina luminosa da Igreja, imensa como uma cidade sobre uma montanha, está sendo escondida, está sendo sacrificada para não agrdeir a opiniao maçonica que se manifesta nos jornais e na TV. Este sal, não salga, e não adianta pedir sacrifício aos jovens se os representantes dos apóstolos não fizerem o papel do sal e salgarem, como o Proprio jesus cristo se dirigiu aos seus, na passagem citada por Sao Mateus. Deus governa o mundo com suas leis, são leis morais. Se aqueles que tem o dever legal de salgar, não salgam, os jovens que não foram “salgados” nem “iluminados” pela sã doutrina, não terão o sal para salgar o mundo. Logo, conduzir os jovens para ser “revolucionários, que vão contra a corrente”, cai no vazio e cheira a hipocrisia, pois, “façam o que eu nao faço”.

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  33. Apenas um adendo que julgo necessário para se fazer justiça a um Grande papa: Pio XII não calou por diplomacia. Calou por julgar que as suas acusações acarretariam mais mortes de inocentes. É só estudar bons livros de história para saber que Pio XII foi aconselhado a fugir de Roma, mas negou-se a sair, pois o seu rebanho estava lá e o pastor deve cuidar do rebanho. Mesmo com risco à própria vida. Grande diplomata que era, Pio XII, enquanto cardeal, foi o mentor das maiores condenações ao nazismo, inclusive da Encíclica de Pio XI – Mit brennender Sorge. Então, há que se distinguir silêncios e silêncios. O silêncio de Pio XII em momentos de guerra foi em função de julgar que era o melhor para o rebanho. Nunca em função de uma diplomacia. Não quero aqui julgar a consciência de um papa. Não sou louco a este ponto. Portanto não vou chegar ao extremo de dizer que o silêncio de Francisco é mera diplomacia. Ele, com sua consciência e Deus, com Sua onisciência sabem. E é o suficiente. Mas não podemos, para tentar “livrar” o papa Francisco procurar na conduta de um verdadeiro santo como foi Pio XII justificativas que não podem ser comparadas, devido ao momento, ao assunto e às consequencias. Por exemplo: qual a consequencia da condenação de Pio XII ao nazismo e ao fascismo naquele momento? Mais mortes, de judeus e de católicos. Qual a consequencia da condenação de Francisco ao aborto, ao “casamento gay”, ao divórcio? Talvez a salvação de algumas almas. Algumas? Se fosse de uma única teria valido a pena.

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  34. O Papa convidou todos à conversão, que é mais do que o mero enquadramento em um código de prescrições. Por isso, quem deseja censurar o Papa, deveria antes, ter humildade e ser censor de si próprio.

    Deixo aqui uma questão: será que estamos mais próximos de Deus que uma prostituta?

    Para quem acredita ser mais puro que uma prostituta, aviso: só quem pode responder isso é Deus. Ele é o único que conhece o coração de todos os homens, bem como as circunstâncias da vida de cada um. Dessa forma, Ele é o único que tem condições de julgar de forma justa e só Ele pode salvar.

    Não é nenhum código que salva. Quem salva é unicamente Deus, por graça. (Negar isso é pelagianismo ou espiritismo)

    Obs: o normativo moral só é útil quando ele serve para aproximar o pecador de Deus. Quando esse normativo se torna maior que a misericórdia de Deus, é pq estão dando importância demasiada a ele, ao ponto de diminuírem a glória de Deus, que pode salvar o mais terrível dos pecadores, se for assim de sua vontade.

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  35. Fui nos últimos 3 dias à JMJ e assisti a Missa no modo Extraordinário na sexta e no sábado, esta última celebrada por um bispo ou arcebisbo australiano (não tive muito tempo para conversar com Sua Eminência; sequer perguntei o nome…).

    Dos participantes em geral, vi muita Fé, Caridade e amor à Igreja e ao Santo Padre, mas infelizmente vi também falta de aprofundamento da Doutrina, principalmente nas vestes femininas.

    Comparar a JMJ a um show profano é falta de caridade para os que se sacrificaram em ir ao evento. Esses jovens têm boa vontade, mas o que falta a eles é instrução na Doutrina da Igreja.

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  36. Estou estarrecida ao ver essas imagens postadas, a Santa Comunhão distribuidas em copos plásticos, Santa Missa na areia, tendo banquinho como altar….. a imagem boa que eu tinha da JMJ foi subtituida por um sentimento de desgosto! Santa Maria, Mãe de Deus, rogai pos nós!

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  37. “Não fora o incansável esforço de leigos pró-vidas, que se esforçaram para que os peregrinos tivessem kits pró-vida em suas mochilas (um feto em PVC representando um bebê de 12 semanas e um folder explicativo em três idiomas), os jovens sairiam da jornada do mesmo jeito que entraram com respeito ao maior flagelo da humanidade atualmente.”

    Corrigindo a autora, que bem poderia ter perguntado a qualquer participante o que recebeu em seu kit: todos inscritos, sem exceção, ganharam da organização da JMJ um livreto de 80 páginas chamado “Keys to bioetichs”, tratando sobre aborto, eutanásia, ideologia de gênero e “casamento gay”, muito mais completo que o folder sobre o aborto, com o qual contribui por conhecer os idealizadores e de fato apoiar a iniciativa, e que foi distribuído a menos de 200 mil pessoas.

    Obviamente que a JMJ não foi um evento tradicionalista (duvido que alguma tenha sido), mas isso é consequência, é preciso admitir, de que a maioria dos cardeais, bispos e fiéis não é tradicionalista, ainda mais no Brasil. Ademais, para quem vem de fora do eixo Rio-São Paulo, as Missas e eventos da JMJ foram mais tradicionalistas e centrados que a imensa maioria das Missas e eventos católicos que vemos por aí.

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  38. Caros Amigos, Paz!
    Sou um dos Padres que distribuía a sagrada comunhão em copos descartáveis. Para que todos saibam os verdadeiros motivos, aqui estão:
    A santa comunhão não chegaria a inúmeros fiéis, dentre eles os deficientes surdos do qual sou capelão, por razão de segurança junto ao exercito, vários ambientes não tinham transito livre, foi me solicitado que consagrasse a Eucaristia, o que prontamente o fiz simultaneamente com o Papa Francisco, consagrei em LIBRAs ( Língua Brasileira de Sinais), porém só tínhamos um vaso sagrado, o que tornou muito difícil a distribuição da Sagrada comunhão aos fieis; o recurso no improviso foi sim o copo descartável.
    Pergunto aos senhores, o que é mais importante saciar a fome de Deus, do povo que deve comungar, na Missa, ou limitar-se por não haver os vasos sagrados? Meu coração diz que fiz o melhor, que era naquele momento contar com ajuda de padres e ministros extraordinários da santa comunhão, para que o Corpo do Senhor chegasse a todos que desejavam comungar, sim através de copos descartáveis, que foram cuidadosamente purificados e guardados para posterior destruição.
    Houve falhas? Claro, faltou uma maior comunicação com o exercito, com a organização e um número maior de Ministros extraordinários.
    “Sempre se pode interpretar mal a melhor atitude e a melhor das intenções” Papa Pio XII, então para que vós queridos irmãos não pequem pelo excesso, pela falta de conhecimento da real situação, que levou a tal gesto, que via de regra não poderia acontecer, mas, que na necessidade tem certeza que o Senhor Jesus ficou muito mais feliz, em poder estar com os que realmente tinham fome dele do que, seus filhos ficarem, sem o receberem, na Santa Comunhão.
    Pe. Agnaldo F. Carmo

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