Apresentamos a seguir a tradução de um sermão pronunciado por um sacerdote “em plena comunhão” sobre o perigo do pelagianismo na Igreja pós-conciliar.
11º domingo depois de Pentecostes
“Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que Ele me deu não tem sido inútil.”
Tradução: T.M. Freixinho – Fratres in Unum.com
Recentemente, alguém mencionou uma antiga heresia chamada pelagianismo. Tenho ouvido essa expressão algumas vezes nos últimos meses e parece que há alguma confusão quanto ao seu uso. Assim, sem fazer qualquer juízo com relação àqueles que estão usando essa expressão, vamos tomar um tempinho nesse domingo para analisar essa antiga heresia. Se fizermos isso bem, talvez nos surpreendamos ao perceber como esse assunto é realmente relevante hoje em dia.
O nome pelagianismo deve-se a um monge austero, muito provavelmente de origem irlandesa, chamado Pelágio. Ele faleceu por volta do ano 418. Não devemos confundi-lo com os dois Papas que tiveram este mesmo nome.
O pelagianismo pode ser concebido simplesmente como a heresia da autoajuda. Ela essencialmente “nega a elevação do homem a um estado sobrenatural, e nega o pecado original. De acordo com os pelagianos, o pecado de Adão afetou os seus descendentes apenas por meio do mau exemplo” (Ott, pp. 222-3). Isso significa que o trabalho salvífico de redenção de Cristo consiste acima de tudo em Seu ensinamento e Seu exemplo de virtude. Para Pelágio, Jesus foi apenas um grande mestre, assim como Moisés antes Dele. Além disso, “O pelagianismo considerava a graça como algo dentro da capacidade natural do homem.” De acordo com essa visão, o homem tem uma capacidade natural de viver uma vida santa e sem pecado e merecer a felicidade eterna ao exercer a sua vontade livre. Os pelagianos acreditavam que esta capacidade natural era auxiliada por graças externas que nos foram dadas por Deus… coisas como a Lei Mosaica, o Evangelho, o exemplo de virtude estabelecido por Nosso Senhor e Sua Mãe, entre outros. Isso significa que o homem pode alcançar até mesmo a remissão de seus pecados por seu próprio poder, pelo ato de afastar sua vontade do pecado, o que torna o pelagianismo um puro naturalismo.
Para recapitular, o pelagianismo sustenta “(i) que o pecado de nossos primeiros pais não foi transmitido a sua posteridade; [o pecado de Adão feriu apenas a ele mesmo, não a raça humana, e as crianças recém-nascidas estão no mesmo estado que Adão antes de sua queda.] (ii) que Cristo veio ao mundo, não para restaurar algo que havíamos perdido, mas para estabelecer um ideal de virtude, e assim contrabalançar o mau exemplo de Adão; (iii) que podemos, por nossos próprios poderes naturais, e sem qualquer assistência interna de Deus, [fazer o bem que seja agradável a Deus e desta forma] merecer a felicidade da Visão Beatífica” (cf. Apologetics and Catholic Doctrine, Arcebispo Michael Sheehan, p. 456). (iv) a Lei de Moisés é apenas um bom guia para o Céu, tal como o Evangelho. Finalmente, (v) os pelagianos consideravam a morte como algo natural ao homem e não uma consequência do pecado de Adão. Assim, mesmo se Adão não tivesse pecado, ele teria morrido de qualquer maneira.
Esse modo de pensar e agir herético e errôneo foi fortemente refutado pelo Doutor da Graça, Santo Agostinho, bem como por muitos outros, como São Jerônimo, e, finalmente, condenado como herético por diversos Papas e Concílios, mais notadamente o Concílio de Cartago aprovado pelo Papa (418).
Esse Concílio ensinou com autoridade aquilo que professamos ainda hoje, a saber: (i) a morte não sobreveio a Adão por causa de uma necessidade física, mas sim através do pecado. (ii) as crianças recém-nascidas precisam ser batizadas por conta do pecado original. [Observe que o atual Código de Direito Canônico enfatiza que isso precisa ser feito dentro de algumas semanas após o nascimento]. (iii) A graça santificante não serve apenas para o perdão de pecados passados, mas também ajuda a evitar pecados futuros. (iv) A graça de Cristo não apenas revela o conhecimento dos mandamentos de Deus, mas também confere força à vontade para cumpri-los. (v) Sem a graça de Deus não é meramente mais difícil, mas absolutamente impossível realizar boas obras. (vi) Devemos confessar-nos como pecadores, não por humildade, mas em verdade … (cf. Dz. nos. 101-8).
Isso tudo é muito interessante em vista do que tem transparecido durante o último meio século. De fato, após a conclusão desse pequeno estudo, é impressionante ver o quanto o pelagianismo retornou em nossos dias.
Em primeiro lugar, considere que hoje em dia o batismo de crianças muito frequentemente é postergado e adiado por meses e até mesmo anos com pouca ou nenhuma preocupação pela felicidade eterna da criança. Muitas paróquias e padres violam diretamente o Direito Canônico ao disponibilizar batismos aos seus fiéis apenas uma vez por mês, ao passo que a Igreja exige que o batismo deles não seja adiado por mais de uma semana ou duas… e se eles estiverem em perigo de morte, eles deverão ser batizados sem demora, mesmo se não houver um padre disponível. Qual a razão dessa atitude de indiferença com relação ao batismo de crianças? Porque o pensamento predominante hoje em dia é que todas as crianças que morrem na infância, batizadas ou não, vão para o Céu. Na realidade, elas são consideradas como Adão antes da queda! Isso é o pelagianismo. Não é de admirar que tenha havido muitos esforços ao longo das últimas décadas para banir o ensinamento tradicional do Limbo para as crianças, aquele lugar para onde vão as crianças não batizadas.
Por outro lado, segundo a minha experiência, os católicos tradicionais se esforçam com muita diligência para que seus recém-nascidos sejam batizados tão logo possível. Por que? Porque Sua Majestade, Nosso Senhor, Jesus Cristo, ensinou que precisamos nascer da água para sermos salvos. São Paulo disse em Efésios, “Éramos como os outros, por natureza, verdadeiros objetos da ira” (2:3). Porém, somos filhos de adoção renascidos pelas águas do batismo! Minha experiência me diz também que católicos fiéis sempre levam muito a sério a doutrina tradicional do Limbo das crianças. Aqui não há nenhum pelagianismo!
Em segundo lugar, ultimamente cogita-se que até mesmo ateus podem fazer boas obras. Pelágio concordaria porque, conforme ouvimos, ele cria que qualquer homem, crente ou não, batizado ou não, pode fazer o bem. “A raiz dessa possibilidade de fazer o bem – que todos temos – está na criação” (Papa Francisco). Em outras palavras, tudo o que é necessário para ser bom é encontrado na natureza. Claro, Pelágio também acrescentou que o bom exemplo de Cristo, a lei escrita e o Evangelho auxiliam o homem nessa bondade como auxílios externos. É interessante observar como o Papa João XXIII disse no início do Concílio Vaticano: “Hoje em dia… a Esposa de Cristo … considera que Ela atende às necessidades do dia presente demonstrando mais claramente a validade de seu ensinamento ao invés de condenações…” Ele queria ver o Magistério ser “predominantemente pastoral em caráter”… “para ensinar mais eficazmente”… “elevando a tocha da verdade católica” (cf. Concílio Vaticano II: Uma História Nunca Escrita, Mattei, PP. 174-5). Basta ensinar a verdade e as pessoas verão a luz e farão o bem.
Seja intencional ou não, tudo isso inclina-se para o pelagianismo.
Daí depreende-se que Pelágio não seria muito favorável a passar muito tempo em oração. Por que rezar se não precisamos da graça para sermos bons?! Certamente, Pelágio não passaria muito tempo de joelhos rezando o Rosário para ganhar um favor celestial. Qual a razão de ser dos sacerdotes? Quem precisa dos sacramentos? Infelizmente, durante o século passado e ainda hoje em dia, temos tido religiosos e padres que colocam o trabalho na frente da oração. Houve o movimento de padres trabalhadores. Temos visto um crescimento do laicismo… em que o laicato assume diversos papéis dos sacerdotes. Temos visto sacerdotes e religiosos que se tornaram ativistas, indo a muitas reuniões e abrindo cantinas para os pobres, ao mesmo tempo em que negligenciam o ofício divino, suas horas santas e leitura espiritual. Sabendo disso, poucos ficam surpresos com os inúmeros escândalos e perda de vocações. Tudo isso resulta perfeitamente do pelagianismo.
Sim, São Paulo claramente afirmou hoje na epístola, “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que Ele me deu não tem sido inútil”. Qualquer homem pode fazer uma ação naturalmente boa… digamos, dar uma banana a um amigo em necessidade.
Ainda assim, somente quando a ação é feita com clareza sobrenatural infusa na alma cooperando com uma graça atual dada por Deus para aquela ação particular, ela poderá agradar a Deus e ser-Lhe digna. São Paulo é claríssimo sobre esse ponto: “ainda que eu distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que eu entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria” (1Cor 13:3). Isso é precisamente a razão pela qual os católicos tradicionais se esforçam para oferecer tudo… Isso é precisamente a razão pela qual as almas fiéis rezam o Rosário com frequência … vão a Santa Missa tanto quanto possível, confessam seus pecados frequentemente e usam sacramentais. Eles estão implorando a Deus pela graça de crescer em santidade. Aqui não há pelagianismo. São Padre Pio rezava múltiplos rosários todo dia, até mesmo 30…pedindo a intercessão de Nossa Senhora e auxílio na conversão de pecadores. Certamente, ninguém consideraria esse grande estigmatizado um pelagiano por rezar tantos rosários!
Em terceiro lugar, considere como há algumas décadas se tem cogitado que os judeus não precisam se converter e que eles têm tudo que necessitam na Antiga Lei para serem salvos… como se Nosso Senhor, o Messias, o próprio cumprimento dos tipos e profecias do Antigo Testamento, não tivesse se encarnado para estabelecer a Nova e Eterna Aliança em Seu próprio Sangue. Além disso, muitos judeus não seguem a Antiga Lei, mas sim o Talmude. De qualquer maneira, Pelágio adoraria isso… porque, como ouvimos, afirmamos que a Lei Mosaica é tão boa para ir para o Céu quanto o Evangelho. Mais uma vez, os católicos fiéis acreditam que a Lei Antiga foi cumprida e completada na Nova. Que o Santo Sacrifício da Missa é o único Sacrifício agradável a Deus. Aqui não há pelagianismo.
Em quarto lugar, considere como Pelágio sustentava que a morte era natural ao homem. Ele encontraria muitos de acordo com ele hoje em dia simplesmente porque a teoria da evolução sustenta a mesma coisa. É triste dizer que muitos membros da Igreja neste momento parecem acreditar que as coisas surgiram por evolução. Uma vez que Pelágio concordava muito que o homem afirmasse sua vontade para que as coisas fossem feitas, fico imaginando o que ele acharia hoje em dia sobre o homem interferindo na natureza para forçar a evolução a um novo patamar… da maneira como, por exemplo, estamos fazendo alimentos geneticamente modificados, controles ambientais, e outras áreas.
O católico tradicional, entretanto, tem repulsa pela evolução, sabendo que Deus não criou a morte e a destruição, mas sim que a morte é o salário do pecado. Além disso, o católico fiel sabe que a Igreja deu ensinamentos múltiplos contra a pseudociência da evolução através de Seus ensinamentos sobre a criação. Aqui não há pelagianismo!
Em quinto lugar, a prática da confissão tem diminuído grandemente nos últimos 40 anos. Cada vez menos almas consideram o pecado uma preocupação séria ou um impedimento para o Céu. Todo mundo que morre agora vai para o Céu. Ouve-se com frequência pecadores dizendo: “Deus irá compreender” e “eu não vou fazer isso e novo….” Pelágio ataca novamente. O homem pode superar o pecado por si mesmo. Deus irá compreender!
Todavia, o católico fiel sabe que o pecado é profundamente ofensivo a Deus e somente pode ser apagado pela aplicação do Sangue Precioso de Cristo, mais especialmente disponível na Confissão, e fazendo reparação através de penitência e emenda de vida. Essa é a razão pela qual centenas de pessoas foram até São João Vianney e São Padre Pio… para que esses santos cheios de dons olhassem dentro de suas almas e se certificassem de que não havia mais pecados que precisassem ser removidos.
Finalmente, considere como Pelágio negava que Cristo Nosso Senhor veio para restaurar o que Adão havia perdido, mas sim que Ele veio meramente para dar um bom exemplo. Assim, parece que Pelágio não seria um bom fã de qualquer movimento de restauração, ao passo que o católico fiel anseia para ver o mundo todo sob o reinado social de Cristo Nosso Rei Majestoso e Glorioso. Assim, eles amam a frase que nos foi dada por São Paulo: “Restaurar todas as coisas em Cristo!”
O único ponto que coincide entre o monge Pelágio e os católicos tradicionais é a questão de disciplina e austeridade. Eu queria que isso fosse mais verdadeiro, que os católicos mais tradicionais fossem austeros consigo mesmos… e mais propensos para fazer penitência e atos de reparação. Oh! Como eles iriam agradar a Nossa Senhora, que nos pediu repetidas vezes por quase 200 anos… Penitência! Penitência! Penitência! Para a salvação das almas!
Está claro para mim que a Igreja moderna em seus membros tem se tornado mais pelagiana do que nunca, ao passo que os católicos tradicionais estão buscando manter a linha contra este retorno mais pestilento da heresia…. lutando para não permitir que a graça preciosa que Deus lhes concedeu seja em vão!
[O áudio desse sermão pode ser ouvido aqui: http://www.audiosancto.org/sermon/20130804-Who-are-the-Pelagians.html%5D
Tomara que Francisco ouça isso.
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Nossa! Como eu torci para ver esse sermão em português. Muito obrigado ao fratres e seus colaboradores. Uma coisa é a leitura com tradutores meia boca e noção básica do inglês (o que dá pra ter noção de quando se trata de algo excepcional) e outra é leitura traduzida.. hehe…
Esse site audiosancto é absolutamente fantástico. Havia me passado desapercebido que o referido sermão procedia desse site, que só há padres em situação canônica regular. Informação importante para cortar as asinhas de alguns assanhados que pudessem lançar alguma suspeita sobre o sermão, como se fosse mais importante aquele que diz como o que é dito. Tudo o que foi dito é a mais pura verdade, não importando quem tenha dito.
Eu recomendo o sermão que me levou a conhecer o blog The Power of the Holy Name of Jesus. Procurem na seção de cristologia do site. O que me impressionou foi a paixão do pregador, muito diferente da gritaria de alguns padres carismáticos que vemos aqui no Brasil.
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Penso que como os tradicionalistas sempre identificaram corretamente os modernistas como os modernistas identificados por São Pio X (basta ver como termo pegou), estes agora estão contra-atacando buscando nos identificar com alguma forma estabelecida de heresia, nesse caso a escolha foi o ¨pelagianismo¨.
Ao que parece o termo ¨pelagiano¨ como usado pelo Papa Francisco deve ser entendido em função de um grupo em particular associado aos pelagianos conhecido como os Pelegrini que se isolavam, buscavam usar formas antigas de adoração, desprezavam outros católicos, se julgavam melhores que os outros etc. e não em função dos ensinamentos diretos de Giacomo Pelagia do grupo principal dos pelagianos.
Se isso é verdade, o texto acima está fora de contexto pois demonstra como os tradicionalistas não podem ser pelagianos no sentido de Pelagio quando o correto seria compará-los aos Pelegrini.
O fato é que as pessoas ficaram perplexas com o uso do termo sendo aplicado aos tradicionalistas e ainda estão tentando entender o que o Papa quiz dizer com isso, pois não faz muito sentido, embora faça mais sentido se você entender que ele está se referindo aos Pelegrini.
Por isso preparem-se porque agora vocês são… Pelagianos! ao que parece o importante agora é arrumar um rótulo herético para identificar os tradicionalistas.
Mas como diria São Pio X, o modernismo é a soma de todas as heresias, sendo assim os modernistas acabam sendo pelagianos também, qualquer que seja a versão apresentada!
E quanto ao Papa Francisco, esse negócio de ficar estudando livros antigos para entender formas de heresia do passado é coisa de tradicionalistas… é bom ele tomar cuidado senão… se estudar muito vai acabar virando um de nós!
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Uma coisa que não me desce á a implicância de muitos com a teoria da evolução. É sério que vocês acreditam na literalidade da criação, como relatada no Gênesis? Que Deus criou o mundo é crença básica. Mas sempre entendi o relato do Gênesis como alegórico e isso não me fez perder a fé. Dá até medo de perguntar qual acreditam ser a idade da Terra… Será que dirão 6 mil anos, como os protestantes fundamentalistas?
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Grata pelo artigo traduzido; e abençoado Sacerdote por este ensinamento! Fiquei melhor esclarecida pelo termo Pelagianisno! Pura Heresia !
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Caramba, este texto chega a negar a evolução! Quando um texto religioso chega ao ponto de negar o conhecimento científico, isto mostra que esta forma de pensamento religioso não tem a menor chance de subsistir na história, a não ser por alguma minoria radical.
E o texto também distorce as palavras que são ditas. Quando tenta desmerecer as boas obras dos não crentes, cita São Paulo, quando diz que se não houver caridade, de nada adiantam as boas obras. Ora, mas a caridade pode existir ou não, tanto em nossas boas obras quanto nas boas obras dos ateus ou dos membros de outras religiões. É a boa intenção, é o amor ao próximo que qualifica o merecimento pela boa obra. Este é o verdadeiro sentido das palavras de São Paulo. Os Atos dos Apóstolos citam as boas obras de um pagão que viria em breve a ser batizado por São Pedro. De forma alguma estou negando a importância do batismo, nem de nossos sacramentos, nem da importância da fé na salvação do mundo. Só estou alertando para alguns argumentos falaciosos, distorcidos.
Fala da doutrina “tradicional” do limbo, que já não é tão tradicional assim, pois já foi descartada em um documento oficial da Igreja.
Fala da morte física, como se não fosse um processo natural. Hoje conhecemos a biologia das espécies, e todas elas morrem, mesmo antes de existir a espécie humana. A bíblia é um livro de verdades religiosas, é uma carta de amor de Deus, uma carta de ensinamentos para a ética, a religião, e para a vida eterna. Não é um livro de ciências naturais. Para isto Deus nos deu a inteligência. Agora, se vamos negar a morte como uma realidade natural, vamos cair no ridículo. Que Jesus venceu a morte, claro que sim! Por meio da fé vencemos a morte física e espiritual. Aqui estamos falando de milagre, estamos falando de salvação. As pessoas não deixaram de morrer depois da vinda de Cristo. Jesus não deixou de morrer fisicamente, pois a morte, para Ele, foi um fenômeno natural, advindo do martírio na cruz. Venceu a morte ressuscitando e não deixando de morrer.
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Impecável e magnífico texto, de uma clareza assombrosa e de extraordinária atualidade. Ideal seria divulgá-lo o máximo possível. É o que pretendo fazer.
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Pelagianismo é isso aí: sem oração, sem penitência, sem caridade, sem sacramento, sem dogma, sem moral.
Vira uma mistura de filosofismo com ativismo, em pé de igualdade com qualquer ideologia ou crença pagã.
É o retrato de nossas paróquias: é a “igreja conciliar”.
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Pelo que vi e ouvi até agora do Papa Francisco I, Pelágio, o herege, deve estar muito satisfeito com ele. Se você é sacerdote ou bispo, leia atentamente este artigo e veja se não é o que está acontecendo na Igreja nos últimos cinquenta anos.
Santo Afonso diz que ” …se o Papa incorrer em heresia imediatamente deixa de ser Papa…”, que Deus ilumine o Papa para que não cometa tal Pecado Grave e possa conduzir a Igreja para Cristo.
Uma das coisas mais difíceis hoje na Igreja é conseguir um sacerdote para se confessar, não há confessionários, não há padres disponíveis e muitos querem ser tratados não como Confessores e sim como Psicólogos.
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Salve Maria!
Não quero parecer ingrato diante dessa defesa dos católicos tradicionais frente a essa injusta associação ao pelagianismo que teria sido feita pelo Papa. Porém, em alguns pontos, o padre em seu sermão parece se inclinar ao erro oposto ao de Pelágio, uma espécie de “sobrenaturalismo” exagerado. Vejamos.
Disse o reverendo sacerdote:
“Em segundo lugar, ultimamente cogita-se que até mesmo ateus podem fazer boas obras. Pelágio concordaria porque, conforme ouvimos, ele cria que qualquer homem, crente ou não, batizado ou não, pode fazer o bem.”
Ora, não só Pelágio (já que não há erro absoluto), mas a Igreja também concorda com isso ao condenar as seguintes teses de Pascásio Quesnel (Denzinger 1388-1390):
“D-1388 38. El pecador, sin la gracia del Libertador, sólo es libre para el mal.
D-1389 39. La voluntad no prevenida por la gracia, no tiene ninguna luz, sino para extraviarse; ningún ardor, sino para precipitarse; ninguna fuerza, sino para herirse; es capaz de todo mal e incapaz para todo bien.
D-1390 40. Sin la gracia, nada podemos amar, si no es para nuestra condenación.”
O padre disse também:
“Em quarto lugar, considere como Pelágio sustentava que a morte era natural ao homem.”
Ora, se não fosse natural, não teria a Igreja condenado esta tese de Baio (Denzinger 1078):
“La inmortalidad del primer hombre no era beneficio de la gracia, sino condición natural.”
Por melhor que tenha sido a intenção do texto, achei por bem pontuar esses problemas.
Estou aberto a quaisquer correções.
Em Cristo,
Leonardo Brum
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Olá! Como eu apaguei os cookies, não é possível eu ver meu comentário anterior. Creio que menciono o fato do sacerdote que pregou o sermão ser ‘plena comunhão’, sem perceber que o fato já havia sido informado na primeira linha….
Aproveito para informar sobre uma tradução em espanhol do último artigo de Roberto de Mattei:
Lex dubia non obligat
http://pagina-catolica.blogspot.com.br/2013/08/lex-dubia-non-obligat.html
E também de um vídeo com a última celebração extraordinária dos franciscanos perseguidos.
http://pagina-catolica.blogspot.com.br/2013/08/la-ultima-misa-de-los-frailes-de-la.html#more
Agora eles terão que ficar apenas com aquela forma que é ordinária, em detrimento do extraordinário rito tradicional. Ou então esperar a boa vontade dos romanos, que através de concessão podem oferecer a possibilidade ou não não do rito de sempre ser celebrado.
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Ricardo, sobre o evolucionismo, ele é baseado em gnose. Não dá para ser aceito por nós católicos.
Nesse site abaixo tem muitas informações sobre evolucionismo e até desmascara muitas farsas arqueológicas.
Também fala sobre a questão do Genesis. Procure no site e terás bastante informação.
Um abraço a todos e que Deus nos abençoe.
http://www.montfort.org.br/evolucionismo-dogma-cientifico-ou-tese-teosofica-parte-i/
http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=cartas&subsecao=doutrina&artigo=20040728180822&lang=bra
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Sérgio Mendonça
“Caramba, este texto chega a negar a evolução! ”
A evolução tem o que de ciência? Alguns fósseis montados?
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Fósseis montados? Agora só falta dizer que a ida à Lua também foi montada. Como eu já disse, a Bíblia não é livro de história, nem de paleontologia, nem de biologia, nem de cosmologia. O universo começou há cerca de 15 bilhões de anos (para desespero de cientistas ateus, que agora precisam explicar como de repente o universo nasceu do nada, sem que Alguém o criasse). A ciência complicando a vida do cientista ateu. Problema dele.
Não sou tradicionalista, embora defenda o direito de o tradicionalista poder rezar a missa latina quantas vezes o desejar. Agora, entrar em um discurso de oposição entre fé e ciência, negando evidências científicas, tornarão o discurso tradicionalista ainda mais sem ressonância. Um discurso fadado a desaparecer com o tempo.
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Senhores, atenham-se ao assunto do post…
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Quem está defendendo a Teoria da Evolução das Espécies convido para estudar a Segunda Lei da Termodinâmica, segundo a qual nenhum processo natural pode ocorrer na direção da diminuição da entropia (grau de desordem molecular).
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Charles Darwin, no livro “A descendência do homem”, considera negros e aborígenes como “macacos antropomorfos”, que seriam extintos pelas raças caucasianas.
O evolucionismo darwinista é racista por premissa, além de se valer de pseudo-ciências como a frenologia. Por aí vemos o quão válida é essa teoria, que era combatida até mesmo por outros evolucionistas contemporâneos de Darwin, como George Jackson Mivart.
Peço desculpas ao Ferretti por descumprir a recomendação postada em (12 agosto, 2013 às 7:12 pm), mas toda vez que falam de Darwin eu acho imprescindível trazer esses fatos à lume.
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Excelente sermão. Está de acordo com a Igreja e não se encontra em conflito com a ciência.
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Desculpem por ter falado em evolução, mas quem toca no assunto é o próprio texto, quando considera que é uma virtude dos “bons” católicos não aceitar a evolução. Só alertei para o fato de que se opor ao que a ciência já vem consolidando (e aí não são as concepções de Darwin, que já foram superadas). E ressalto que aceitar uma evolução natural das espécies não implica que Deus não possa interferir na história.
Finalmente, se o argumento sobre entropia estivesse correto em relação à evolução, nada poderia ser aprimorado por nós no universo, já que fazemos parte dele. Tudo o que fazemos é um processo natural e, de fato, aumenta a desorganização global do universo. No entanto, nossa referência não é organizar o universo, e sim melhorar a condição e dignidade humanas, conduzi-lo a Deus por meio da fé.
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“Tudo o que fazemos é um processo natural e, de fato, aumenta a desorganização global do universo”.
O processo natural de um sujeito magro que se torna gordo, por exemplo, nada tem a ver com evolução. Ou, se preferir, o ato de comer um alimento não causa um caos na Via Láctea. Em resumo, é bem melhor ter ciência da nossa religião do que defender desvarios dos outros.
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