Por Pe. Alberto Secchi – Radicati nella Fede | Tradução: Gederson Falcometa – Fratres in Unum.com – O que fazer quando tudo parece imerso em uma confusão tremenda? O que fazer quando não parece subsistir nada de certo? O homem é feito para viver diante de Deus e em Deus encontrar a própria consistência e paz. Outrora, [a hierarquia da] Igreja Católica comunicava esta paz. Era o mundo, aquele distante de Deus, a estar em continua agitação, mas não a Igreja. A Igreja era a estabilidade.
Era o mundo sem Deus a estar imerso em uma contínua Revolução, e esta Revolução contínua era amada pelas almas instáveis e desesperadas que, descontentes da vida, buscavam ansiosamente uma impossível novidade que apagasse o seu vazio interior.
A Igreja não. Sempre igual a si mesma, estabelecida e pacífica na estabilidade de Deus, avançava no mar da história e era o navio seguro para as almas que não amavam a Revolução, reconhecendo-a falsa e enganosa.
Era o mundo moderno que, não querendo depender mais de Deus e de nenhuma autoridade, criticava a Igreja acusando-a de não mudar nunca! Não acreditando em Deus, o mundo moderno não entendia a estabilidade da Igreja, porque no fundo não entendia a estabilidade de Deus.
Assim, em meio a todas as terríveis revoluções, a Igreja com os seus santos, com a graça sobrenatural dos seus sacramentos, com a verdade imutável revelada por Deus e transmitida pela Tradição e pela Escritura, caminhava no mundo, arrancando todas as almas que podia da Revolução que mata, para levá-las a seu seio, na estabilidade da graça que edifica.
Tantos eram atingidos pela maravilhosa paz que emanava da Igreja Católica, paz que convencia e convertia, paz que está entre os maiores sinais de Deus.
Quantas conversões à Igreja Católica também no mundo protestante: eles tinham se adaptado à modernidade sempre mais ateia e indiferente, mas esta modernidade não dava paz e muitos, assim, retornavam à Igreja Católica. Descreve muito bem esta situação Carlo Lovera de Castiglione no seu famoso texto sobre “O movimento de Oxford”. Assim disse, falando da crise doutrinal desencadeada dentro da igreja anglicana na metade do século XIX : “… os fiéis, alguns não sabiam mais o que pensar, outros tomavam partido dos inovadores, muitos olhavam além dos confins da Igreja Estabelecida, para os Católicos Romanos, para os quais a serenidade da fé e a imutabilidade da doutrina se refletia na posse da verdade, plena de segurança e de paz.” (Carlo Lovera di Castiglione, Il movimento di Oxford, Morcelliana 1935, pag. 220).
“A serenidade da fé e a imutabilidade da doutrina se refletia na posse da verdade, plena de segurança e de paz.”: como são doces estas palavras. E a doçura própria de Deus que doa à Igreja aquela serenidade que todo coração busca.
Mas agora tudo mudou… chegaram dias terríveis que a retórica politicamente correta dos cristãos amodernados não pode esconder: a Revolução do mundo ateu entrou na Igreja e está consumindo tudo. Não existe mais estabilidade, a Igreja parece ter entrado em uma perene Revolução que tudo muda continuamente: confusão nos ritos, confusão na doutrina, confusão na moral e confusão na disciplina. Não se sabe se a verdade de hoje durará até amanhã. Tantos padres e fiéis correm afanosamente para não ficar para trás, para adaptar-se como podem a esta extenuante confusão.
Quem busca verdadeiramente a Deus, nesta Igreja revolucionária, permanece terrivelmente sozinho.
O que fazer neste clima asfixiante? E o que não fazer?
Antes de tudo, é preciso não deixar-se tomar pela agitação, é preciso não reagir como os revolucionários: seria como curar o mal, que é precisamente a Revolução, com a própria doença. O espírito revolucionário, também quando pretende salvar o bem, não será jamais a solução.
É preciso, antes, estar verdadeiramente fora da Revolução, vivendo integralmente o catolicismo naquela estabilidade que lhe pertencia antes que a Revolução invadisse tudo.
Na confusão escura, nas trevas, urge decidir diante de Deus a viver como católicos, estavelmente. Por isso é preciso encontrar um lugar que te comunique a paz da fé em posse da verdade revelada. Um lugar onde é celebrada a Missa Tradicional: elegê-lo como referência para a própria vida, deixando-se educar por este lugar. Não viver agitado em uma luta perene, mas viver como católico na liturgia de sempre, na doutrina de sempre, na graça de sempre segundo os sacramentos de sempre; e assim realizar todo o bem que o Senhor nos permite cumprir.
Disse o Padre Calmel: “Isto será sempre possível na Igreja, isto a Igreja assegurará sempre, apesar das tentativas diabólicas da nova Igreja pós-vaticanesca: alcançar verdadeiramente a santidade, poder se instruir, em um grupo real, ainda que pequeno, sobre a doutrina imutável e sobrenatural, sob uma autoridade real e conservando a segurança que permanecerá sempre nos verdadeiros sacerdotes e nos Bispos fiéis, que não se demitiram (talvez mesmo sem notar) nas mãos das comissões e da colegialidade.”
Caríssimos, se vivermos assim, as trevas terríveis de hoje permanecerão fora dos nossos corações.
Rezemos para que Nossa Senhora nos obtenha este refúgio, e que nós busquemos de lhe ser sempre mais dignos.
Gostei do texto. Ele apresenta uma solução realista e ponderada para a crise, embora nem sempre fácil de se encontrada. Não é nada fácil encontrar locais com a Missa de Sempre, especialmente com a Missa de Sempre + Doutrina de Sempre. Não creio que xingamentos e palavras de ordem nas redes sociais vá resolver alguma coisa. Pelo contrário, uma linguagem grosseira poderá causar escândalo aos mais fracos. Todavia, palavras realistas ditas com esse equilíbrio do padre Secchi fazem pensar e refletir em atitudes concretas.
Que Deus nos dê padres santos e corajosos o suficiente para a nossa santificação. Padres cuja missão de vida seja a de salvar almas, independente da preocupação de cargos ou reputação dentre seus pares. De nossa parte, rezemos por eles, apoiemo-nos e façamos os sacrifícios que pudermos pelo clero.
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Sublime!
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Não é nada fácil encontrar locais com a Missa de Sempre, especialmente com a Missa de Sempre + Doutrina de Sempre, disse: MARIA(1) com propriedade. Ainda mais quando escutamos do próprio Papa Francisco dizer que a IGREJA NUNCA ESTEVE TÃO BEM!! haja conflito!! Só Deus mesmo para acalmar minha alma.
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Muito bom texto. Traduz meu sentimento de ovelha sem pastor no momento, pois não entendo as palavras do Papa, não sei onde quer chegar…Sua palavras são dúbias, ao mesmo tempo um onda de elogios, do mundo inteiro a ele. Parecem que todos gostam do que o Papa fala. Porém sinto em mim confusão…falta de clareza na palavras do Papa. Será que tenho uma lesão grave? estou errada? e todos certos?
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Ludmila, eu também já pensei assim, mas lendo esta carta de Santo atanásio em especial me ajudou muitíssimo sobretudo na fé em questão. Eis a carta:
CARTA DE SANTO ATANÁSIO AOS FIÉIS PERSEGUIDOS PELOS ARIANOS
Santo Atanásio estava no exílio e de lá escreve esta carta para confortar e confirmar na fé os católicos fiéis perseguidos pelos hereges arianos. Quanto nos conforta esta carta ainda nos dias de hoje! Eis a carta:
“Que Deus vos console. Soube que não somente vos entristece o meu exílio mas também, sobretudo o fato de que os outros, ou seja os arianos, se apoderaram das igrejas pela violência e que vós fostes expulsos destes lugares. Eles possuem as igrejas, em compensação vós possuis a tradição da Fé Apostólica. Eles, consolidados nestes lugares(nas igrejas), estão na realidade fora da verdadeira Fé, enquanto vós que estais excluídos das igrejas, permaneceis nessa Fé. Confrontemos, pois, o que é mais importante: O templo ou a Fé, e se tornará logo evidente que é mais importante a verdadeira Fé.
Portanto, quem perdeu mais ou quem possui mais, o que conserva um lugar ou o que conserva a Fé? O lugar certamente é bom supondo-se que ali se pratique a Fé dos Apóstolos; é santo se ali habita o Santo. Vós sois os venturosos que pela Fé permaneceis dentro da Igreja, repousais nos fundamentos da Fé e gozais da totalidade da Fé que permanece intacta, sem confusão. Por tradição Apostólica (a Fé) chegou até vós, e muito frequentemente um ódio nefasto tem pretendido extirpá-la, mas sem resultado…
Portanto, nada prevalecerá jamais contra a vossa Fé, meus queridos irmãos, e se de um momento para o outro Deus vos devolver as igrejas, será forçoso reconhecer que a Fé é mais importante do que os Templos.
E precisamente uma Fé tão viva supra para vós, por hora, a devolução das igrejas(ocupadas pelos hereges).
… De que lhes serve possuir as igrejas? Sim, efetivamente, eles as têm, mas isso aos olhos dos que se mantém fiéis a Deus indica que são culpáveis, porque transformaram em covil de ladrões ou casa de negócios ou lugar de disputas vãs o que antes era um lugar santo, de modo que agora lhes pertence o lugar onde antes nem lhes era lícito entrar.
Meus queridos, por haver escutado daqueles que chegaram até aqui, sei tudo isto e muitas coisas piores. Porém, repito, quanto maior é o empenho destes para dominar a Igreja, tanto mais estão fora dela. Crêem estar dentro da verdade, mas na realidade estão excluídos dela, prisioneiros de outra coisa, enquanto a Igreja desolada, sofre a devastação destes supostos benfeitores”…
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O texto acima retratou bem a situação em que vivemos atualmente. Diante de um clero atorduado nós vivemos como que à deriva. Eu comecei a assistir à Missa Tridentina e percebi que é outra coisa, sem pandeiro e reco-reco como dizia o saudoso prof. Orlando Fedeli. do qual tomei conhecimento, depois de seu falecimento, através de seu site. Infelizmente, com a doença de minha esposa e tendo em vista que a Igreja onde é celebrada a Missa Tridentina, fica distante de minha casa, voltei a assistir a Missa dita de Paulo VI. Devo esclarecer, que como cuido de minha esposa , as vezes, nem a essa Missa, vou. Fico muito feliz em saber que existe muitos Padres bons e tambem leigos. Não estamos sós não, graças a Deus.
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Se não me engano São Gregório Magno dizia: “todas as coisas são instáveis para que procuremos as estáveis”. Nesses últimos decênios o problema é que os ensinamentos da Igreja alternativa pós CVII faz parecer que é desobediência e velharia os sagrados valores de sempre. Que a presente instabilidade seja um bom fermento e estímulo para que ressurja a estalidade, querida por muitos, mas encontrada na Tradição, por poucos.
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Um verdadeiro manifesto em honra às verdades perenes que, expressas na Igreja desde seu ato fundacional pela encarnação do Criador, comunicam-No a todos os séculos e séculos – Ele que é a Verdade primordial, a Verdade total, a Verdade última.
Essa pequena exortação, tão sucinta e cândida, acalenta imensamente o coração e merece ser guardada bem próxima a si.
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Texto simples e sóbrio. Claro e iluminador. Não é fácil encontrar a missa tridentina, mas o youtube, bons sites na internet e sobretudo, bons livros ainda estão disponíveis a todos.
Na minha cidade não tem missa tridentina. Há meses que não participo de uma. Mas eu rezo o terço todos os dias, leio e estudo bons livros ( além da bíblia), confissão mensal e uma atitude orante constante( oração mental e vocal, nem que seja escondido no banheiro do trabalho) fazem a diferença. Me sinto só, é um leão por dia, mas creio não estar distante de Deus e da verdade. Amigos: amem a Deus! O que fizer, faça por amor à Deus! Aos anjos, Santos e sobretudo e de modo particular, a Nossa Senhora e São José!
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Eis a questão: querer transformar ”… a verdade imutável revelada por Deus e transmitida pela Tradição e pela Escritura…” conforme as “verdades” da vontade humana. Sendo assim, “quem busca verdadeiramente a Deus, nesta Igreja revolucionária, permanece terrivelmente sozinho.”
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Gostaria de saber onde posso assistir a essa missa aqui no Rio. Obrigada
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Na antiga Sé, na Avenida Primeiro de Março, às 09:00, todo domingo.
Consulte http://www.missatridentina.com.br/index.php/locais-de-missa-sp-635210905/62-rio-de-janeiro
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Tem em Niterói. Perto do Mercado do Peixe. E também em outro lugar que não sei bem qual é. Dom Lourenço (permanencia.org.br) pode te informar. Infelizmente não estou mais no Rio de Janeiro, mas sei que por lá tem opção.
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Como dizia a mulher de Chesterton, quem lhe converteu ao catolicismo foi o diabo. Infelizmente não há paróquia onde se possa viver a Missa de Sempre + Doutrina de Sempre + Sacramentos de Sempre + Moral de Sempre. Os únicos locais que conheço no Brasil que juntam tudo isso são os priorados da FSSPX e acredito que o modernismo na pele dos modernistas empurrará os católicos de verdade, como à esposa de Chesterton no passado, ao catolicismo de sempre.
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Pe. Alberto Secchi foi iluminado pelo Espírito Santo quando escreveu este texto.
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muito bom texto! obrigado pela partilha! traduz muito das nossas inquietações.
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PARA LUDMILLA! Concooordo com você!
Fique certa de que você não é a unica, ovelha no momento,…. que se sente sem Pastor…!! Há muitas,inclusive, eu, também!
Oremos. Vigiemos.Aguardemos, o que o SENHOR JESUS fará!!! Amém!
O lindo texto do PADRE SECCHI retrata a minha situação , também!
MARANATHA
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Gostei muito das palavras do Padre.Oremos e Vigiemos!E a foto que ilustra o texto foi muito bem escolhida.
Fiquem com Deus.
Flavio.
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Vou me apegar ao Caminho antigo, no momento em que o mar está revolto. Comodisse alguém acima: confissão, oração pessoal…porém nãoconsigo entrar numa missa nova, de jeito nenhum..principalmente se for do tipo Carismática, MIssa Show, MIssa balada, missa pula-pula…é um pena…não consigo mesmo. Em Palmas, o Neopentecostalismo e os modismos são a regra e não a exceção….Preciso voltar ao caminho seguro.
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Para os fiéis católicos do Espírito Santo e regiões próximas:
Temos a graça de ter a Santa Missa Tridentina, doutrina, moral e orientações católicas tradicionais.
Nosso capelão é o Revmo. Dom Tomás de Aquino, prior do Mosteiro da Santa Cruz.
Capela Nossa Senhora das Alegrias – Vitória/ES
http://www.nossasenhoradasalegrias.com.br
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Confio nas palavras de Jesus quando diz que o céu e a terra passarão, mas minhas palavras não passarão. Já tivemos muitas tormentas na História da Igreja, vocês lembram? 02 papas, o cisma do oriente e outras heresias e sempre jogando muita água para dentro do barco, mas Deus suscitará em meio a seu povo aqueles que tirarão esta água do modernismo e relativismo que tenta afundá-la e ressurgirá desta tempestade. Oremos para que permaneçamos firmes na fé.
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Essa imutabilidade da igreja ao longo da história ñ é verdade. Vcs sabem, né? O q a igreja mais fez ao longo dos séculos foi se adaptar. Nem de Trento a Vaticano II é possível sequer rascunhar uma continuidade monolítica.
Afirmar o contrário é má-fé histórica ou pura ignorância…
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N. Marques,
Desenvolva, fazendo favor. Só afirmar não adianta muita coisa.
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Não se pode modificar profundamente a lex orandi (lei da oração, liturgia) sem modificar a lex credendi (lei da Fé, doutrina, magistério). À Missa nova corresponde catecismo novo, sacerdócio novo, seminários novos, universidades novas, uma Igreja carismática e pentecostalista, coisas todas opostas à ortodoxia e ao magistério de sempre.
Esta Reforma, por ter surgido do liberalismo e do modernismo, está completamente empeçonhada, surge da heresia e acaba na heresia, ainda que todos os seus atos não sejam formalmente heréticos. É, pois, impossível para todo o católico consciente e fiel adotar esta reforma e submeter-se a ela de qualquer modo que seja.
A única atitude de fidelidade à Igreja e à doutrina católica, para bem da nossa salvação, é uma negativa categórica à aceitação da Reforma.
E por isso, sem nenhuma rebelião, sem amargura alguma e sem nenhum ressentimento, prosseguimos a nossa obra de formação sacerdotal à luz do magistério de sempre, convencidos de que não podemos prestar maior serviço à Santa Igreja Católica, ao Soberano Pontífice e às gerações futuras.
Por isso, cingimo-nos com firmeza a tudo o que foi crido e praticado na fé, costumes, culto, ensino do catecismo, formação do sacerdote e instituição da Igreja, pela Igreja de sempre, e codificado nos livros publicados antes da influência modernista do Concílio, à espera de que a verdadeira luz da Tradição dissipe as trevas que obscurecem o céu da Roma eterna.
Fazendo assim, com a graça de Deus, o socorro da Virgem Maria, de São José e de São Pio X, estamos convictos de permanecer fiéis à Igreja Católica e Romana e a todos os sucessores de Pedro, e de ser os ‘fideles dispensatores mysteriorum Domini Nostri Jesu Christi in Spiritu Sancto’. Amem. (cf. I Cor. 4, 1 e ss.)”
+ Marcel Lefebvre
21 de novembro de 1974
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Tem um trecho de um dos livros de Bossuet, que traduzi tem algum tempo e até já publiquei aqui no site. Torno a publicá-lo para aproveitamento de nós católicos:
Havia duas classes de cristãos que pediam a reforma. Os primeiros tinham um espírito verdadeiramente pacífico, e eram verdadeiros filhos da Igreja, os quais deploravam os males sem virulência, propunham com respeito a reforma, cuja dilação toleravam também com humildade; e longe de querer procurá-la por meio de um ROMPIMENTO, olhavam ao contrário este rompimento como o ápice de todos os males: em meio dos abusos admiravam a Divina Providência, que sabia, segundo suas promessas, CONSERVAR A FÉ DA IGREJA; e se parecia que se lhes recusava a reforma dos costumes, não obstante sem exasperar-se nem decompor-se, se davam por contentes com que nada os impedisse de verificá-la neles mesmos.
(…)
Porém havia também alguns espíritos soberbos cheios de um humor melancólico e intransigente, que surpreendidos com as desordens que viam reinar na Igreja, e principalmente entre seus ministros, não criam que as promessas de sua eterna duração pudessem subsistir em meio de tantos abusos, assim sendo que o Filho de Deus havia ensinado a RESPEITAR a cátedra de Moisés, apesar das más obras dos doutores e dos fariseus que se assentavam nela. Dominados estes pela soberba, chegavam a fazer-se fracos, sucumbiam à tentação que induz a aborrecer a cátedra em ódio dos que a ocupam.
–
Foi tomado do livro variaciones de las iglesias protestantes. Lógico que a reforma a que Bossuet se refere trata-se de uma verdadeira reforma católica, como se observou no concílio de Trento, cujos preciosos frutos ainda cumulam a Igreja de glória e profunda admiração de nós católicos. Longe da revolução que vem ocorrendo.
Creio que essa divisão entre a postura dos cristãos perante períodos de crise é muito pertinente. Não só a pureza da fé é necessária, mas nosso Senhor também disse que edificaria a sua Igreja sobre Pedro. Portanto o vínculo hierárquico com o sucessor de Pedro é importante e também devemos deplorar o rompimento desse vínculo. Isso sem ceder em nossa fidelidade ao magistério tradicional dos Papas anterior ao CV II, que sequer mereceu alguma citação nessa nova exortação apostólica de Francisco.
Devemos, sim, ser pacíficos e tolerar os males com humildade, sabedores de que a diminuição do fervor e da caridade do povo fiel também é causa de uma má hierarquia. Mas não devemos ser pacifistas como os neo-conservadores, que veem ortodoxia e continuidade em todo e qualquer gesto de ruptura.
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Nessas falas do Papa me assustam:
1) Essa indeterminação em relação à função de outras religiões e como Deus pode agir nelas. Dá margem para relativismo.
2) Essa ênfase em falar em economia sem entender a respeito. Isso só fortalece a TL (mesmo que ele não seja).
3) E a parte do “O papel das Conferências Episcopais deve ser valorizado realizando concretamente aquele “senso de colegialidade” que até agora ainda não se concretizou plenamente”. Quem conhece a CNB do B não pode ficar feliz lendo isso.
4) Quando ele faz críticas que recaem sobre o passado da Igreja e sua doutrina de sempre. Não é questão de apego ao passado, é questão de lógica. Se a doutrina estava errada, então a de hoje também está; se tudo muda – inclusive a fé – então tudo é relativo, inclusive Deus. Será que é para nós, que cremos que Deus não muda e que buscamos a firmeza da fé, que ele manda indiretas sobre “comodismos”? Quero crer que não, mas fico sem saber. Por isso também não me agradam as indiretas.
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E quando nos tirarem a missa tradicional ? Até quando durará esta provação ?
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Quanto ao dado das conversões de outrora e de hoje, há algum levantamento oficial, para que o argumento não seja falacioso?
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Durante toda a vida da Igreja, e mesmo antes, quando o povo de Deus andava sob a lei mosaica, sempre houve instabilidade. Penso que seja equivocado pensar que isso seja “privilégio” dos católicos da atualidade. O modernismo confunde os católicos de hoje tanto quanto as heresias e a mentalidade pseudo-católica do passado confundiu nossos antecessores. A única diferença é que os confundidos de hoje só conseguem ver os dramas de então. Os santos que sobreviveram, ou não, às instabilidades de suas épocas que o digam.
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