“Em fevereiro de 1685, o Rei Carlos II, da Espanha, conduziu um numeroso grupo de cortesões e plebeus em procissão real para fora da cidade, para o que chamaríamos de um piquenique real. Quando estavam saindo da cidade, o cortejo encontrou um padre que cruzava a mesma estrada levando o Santíssimo Sacramento a um pobre jardineiro moribundo. O sacerdote estava apenas acompanhado de um acólito, que segurava uma vela. Quando o rei descobriu que o sacerdote estava levando o Santíssimo Sacramento, ele parou a carruagem e pôs-se de joelhos para adorar Cristo na Eucaristia. Então, muito respeitosamente, o rei convidou o sacerdote a entrar na carruagem real e sentar-se em seu lugar junto com o acólito. Fechando a porta com os novos ocupantes dentro, o rei, então, tomou as rédeas da carruagem com suas próprias mãos e conduziu os cavalos a pé por toda a rua, que era longa e lamacenta.
Ao chegarem à casa do pobre jardineiro, o rei abriu a porta e ajudou o sacerdote a sair da carruagem. Depois de ajoelhar-se novamente em atitude de adoração, levantou-se e com a cabeça descoberta e acompanhou o padre até o interior da pequena cabana. Durante toda a cerimônia que se seguiu, o rei permaneceu em profunda adoração. Depois que o moribundo recebeu o Santíssimo Sacramento, o rei falou-lhe de maneira muito gentil e deixou-lhe uma quantia em dinheiro. Prometeu também que daria um dote a sua filha única, que estava prestes a enfrentar a orfandade. Em seguida, o rei levou o sacerdote de volta à igreja de onde viera. Finalmente, este pôde persuadir o rei a não caminhar a pé pela rua novamente, mas, como último ato de homenagem ao Santíssimo Sacramento, o monarca preferiu viajar em uma carruagem separada atrás daquela que transportava o sacerdote. Então, ao chegarem ao seu destino, o rei acompanhou o sacerdote até o interior da igreja e recebeu a bênção habitualmente dada aos que assistem à recepção dos sacramentos aos enfermos. Enquanto tudo isso acontecia, a enorme procissão de nobres e pessoas comuns havia crescido imensamente, e muito se comentou a respeito da devoção do rei.”
Fonte: “In the Presence of Our Lord” do Pe. Benedict J. Groeschel, C.F.R.
Por Spiegel Online | Tradução: Fratres in Unum.com – Colônia: Pouco depois do início da Missa matutina de Natal, na Catedral de Colônia, a ativista do Femen Josephine Witt (20) arrojou-se da primeira fileira e pulou em cima do altar vestindo apenas uma roupa íntima. Ela havia pintado a expressão “Eu sou Deus” em seu peito. A mulher foi retirada das vistas do Arcebispo Cardeal Joachim Meisner pelo serviço de segurança da Catedral.
Witt, que se autodenomina “Markmann”, tornou-se conhecida através de diversos protestos do Femen, incluindo um protesto contra Wladimir Putin. No final de maio ela fez parte das ativistas do Femen que foram presas e condenadas a quatro meses de prisão após protestarem nuas na Tunísia. As mulheres foram liberadas com ajuda diplomática em junho de 2013.
Segundo informações da polícia, até o início da celebração católica, Witt estava sentada na primeira fileira, vestindo um casaco de couro, um vestido e um lenço na cabeça. Por volta das 10:05h, ela despiu-se, puxando o vestido por baixo e pulou em cima do altar.
Witt foi prontamente detida e retirada da Catedral pelo serviço de vigilância. A polícia deteve a mulher até o final da missa e apresentou queixa contra perturbação de culto religioso e invasão de domicílio.
“Foi um protesto individual planejado, que funciona melhor do que quando muitas mulheres estão envolvidas”, disse Witt à agência de notícias dpa. Com a ação, a organização Femen International quis protestar contra o monopólio de poder da Igreja Católica.
O processo todo durou apenas alguns minutos. Segundo informações do periódico “Kölner Stadtanzeiger”, Meisner benzeu o altar após o incidente com um breve ritual e prosseguiu com a Missa. As pessoas queriamm celebrar o Natal e não estragar o clima. Ao final da missa, ele incluiu a ativista em suas orações.
Meisner, que deixará seu cargo já no primeiro semestre de 2014, é considerado um dos cardeais mais conservadores. O cardeal alemão, que ocupa uma das mais altas posições, frequentemente, é criticado como um linha-dura e, recentemente, esclareceu publicamente que não via qualquer necessidade de reforma dentro da Igreja Católica. Meisner nasceu há 80 anos no dia de Natal.
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=A2Iz1ieJTS4
Nota do Fratres: No dia 19 de dezembro, Inna Schewtschenko, uma proeminente ativista ucraniana do Femen, insurgiu-se contra a política da Igreja Católica em relação ao aborto correndo nua na Praça de São Pedro. Em seu peito lia-se “O Natal está cancelado”.
Roma, Teatro Valle Occcupato, 7 de dezembro de 2013. Entrevista com João Pedro Stedile, membro da direção do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e da Via Campesina, sobre sua participação em seminário promovido pela Pontifícia Academia de Ciências. Com viagem paga pelo Vaticano, diga-se de passagem.
Para compreender, leia: Movimentos populares latino-americanos com o papa Francisco
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A seguir, saudação do Papa Francisco, gravada nos mesmos dias, aos participantes da Assembléia da Via Campesina, órgão internacional composto por movimentos sociais e organizações — no Brasil, podemos citar o MST e a Comissão Pastoral da Terra — que objetivam instaurar o socialismo em todo o mundo. O vídeo a seguir, gravado via celular (o que indica, portanto, ter sido feito por pessoa bem relacionada e de acesso livre a Francisco), foi divulgado pelo canal do MST no Youtube:
Lançado em 2011 na Itália, Apologia da Tradição – Post-scriptum do livro O Concílio Vaticano II – Uma história nunca escritachega agora ao Brasil pela editora Ambientes e Costumes que, muito gentilmente, concedeu ao Fratres in Unum.com a exclusiva honra de divulgar alguns excertos deste trabalho.
O sucesso da publicação do livro “O Concílio Vaticano II – Uma história nunca escrita” suscitou um vivo debate. Roberto De Mattei, desejoso de aprofundar o tema, oferece neste seu novo trabalho elementos de reflexão histórica e teológica sobre os temas desse debate. Pode-se discutir pessoas e acontecimentos que pertençam à história da Igreja, trazendo à luz eventuais limites e sombras? Pode-se dissentir (Quando? Em que medida?) das decisões da suprema Autoridade eclesiástica? Qual é a regula fidei da Igreja nas épocas de crise e confusão?
Para o autor, o principal caminho a reencontrar é a Sagrada Tradição, da qual, neste volume faz uma documentada apologia.
Com base na teologia mais segura, como o é aquela da Escolástica (e de São Tomás de Aquino em particular), da Contrarreforma e da Escola Romana dos séculos XIX e XX, a qual se estende até o XXI graças à extraordinária figura de Monsenhor Brunero Gherardini, e com base no Magistério dos Sumos Pontífices, de Mattei se faz repetidor da posição da Tradição da Igreja, aquela que a torna Santa e Imaculada. Este estudo é a melhor resposta para aqueles que buscaram confutar, com argumentos pobres e às vezes mesquinhos, a obra O Concílio Vaticano II. Uma história nunca escrita, que valeu ao seu autor o Prêmio Acqui Storia 2011.
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Athanasius Contra Mundum: Rebelde, Fanático e fora da comunhão com Roma.
Ario, padre de Alexandria, afirmava que o Verbo, segunda Pessoa da Santíssima Trindade, não era igual ao Pai, mas criado por Ele como meio termo entre Deus e o homem, e, portanto, tinha substância diversa da substância divina do Pai. Constantino convocou no ano 325, em Niceia, o primeiro grande Concílio ecumênico da Igreja. Graças à contribuição decisiva de Santo Atanásio, bispo de Alexandria, ali foi definida a doutrina da “consubstancialidade” de natureza entre as três pessoas da Santíssima Trindade.
Mal haviam transcorrido dez anos do Concílio de Niceia, o arianismo já havia penetrado profundamente no seio da Igreja, tanto que duas assembleias de bispos, em Cesareia e Tiro (334-335), condenaram Atanásio por rebelião e fanatismo. O paladino da ortodoxia da Fé foi deposto de sua cátedra episcopal, sendo-lhe proibido pisar no chão de Alexandria, pelo resto da vida. Entre o “partido” intransigente de Atanásio e o partido dos arianos surgiu um “terceiro partido”, o dos “semi-arianos”. Estes, divididos, por sua vez, nas seitas dos Anomei, dos Omei e dos Omoiusiani, que reconheciam alguma analogia entre o Pai e o Filho, mas negavam que este fosse “gerado, não criado, consubstancial ao Pai”, como afirmava o Credo de Niceia.
Santo Atanásio.
Atanásio foi duramente perseguido pelos seus próprios confrades, e por cinco vezes, entre 336 e 366, foi obrigado a abandonar a cidade da qual era bispo, vivendo longos anos no exílio e enfrentando lutas extenuantes em defesa da Fé. No ano 341, enquanto um Concílio de 50 bispos, em Roma, proclamava Atanásio inocente, o grande Concílio da dedicação a Antioquia, do qual participaram mais de 90 bispos, ratificou os atos dos sínodos de Cesareia e de Tiro, e elegeu um ariano para a sede episcopal de Atanásio. As fórmulas de Fé desse Concílio, segundo o cardeal Hergenröther, “nada continham de herético; mas também não proclamavam inteiramente a verdade católica”.
O subsequente Concílio de Sardica, no ano de 343, terminou com uma cisão. Os Padres ocidentais declararam ilegal a deposição de Atanásio e revalidaram o Concílio de Niceia; por sua vez, os orientais que se reuniram paralelamente, condenaram não apenas Atanásio, mas também o papa São Júlio I (337-352), que o tinha apoiado. Constâncio, único titular do Império depois da morte dos irmãos, sob a influência de seus conselheiros semi-arianos, reuniu uma série de novos sínodos para destruir a heresia dos que apoiavam o Concílio de Niceia. O Concílio de Sírmio, no ano 351, procurou um meio termo entre a ortodoxia católica e o arianismo. No Concílio de Arles, em 353, os Padres conciliares, incluindo o legado do Papa Libério (352-366) que havia sucedido a São Júlio I, subscreveram a condenação de Atanásio. São Paulino, o bispo de Trier, foi praticamente o único que lutou pela Fé de Niceia e foi exilado na Frígia onde morreu em seguida sob os maus tratos recebidos dos arianos. Dois anos depois, no Concílio de Milão (355), mais de trezentos bispos do Ocidente subscreveram a condenação de Atanásio e do outro Padre ortodoxo, Santo Hilário de Poitiers, também este banido na Frígia em razão de sua intransigente fidelidade à ortodoxia. Em 357, o Papa Libério, vencido pelos sofrimentos do exílio e pela intransigência dos seus amigos, mas igualmente movido pelo “amor à paz” subscreveu a fórmula semi-ariana de Sírmio. Rompeu a comunhão com Santo Atanásio e o declarou separado da Igreja de Roma em decorrência da adoção do termo “consubstancial”, como nos atestam quatro cartas enviadas por Santo Hilário. Sob o pontificado do próprio Papa Libério, os concílios de Rimini (359) e de Selêucia (359), que constituíram um único grande Concílio representando o Ocidente e o Oriente, abandonaram o termo “consubstancial” de Niceia e criaram uma equívoca “terceira via” entre os arianos e Santo Atanásio. Parecia que a heresia difundida tinha vencido a Igreja.
São Roberto Bellarmino não considera herege o Papa Libério, ainda que admita que ele pecou em seu comportamento externo, favorecendo a heresia. Os Concílios gêmeos de Selêucia e de Rimini, convocados pelo Imperador e tidos como ecumênicos, como o de Niceia (325), hoje são enumerados pela Igreja entre os oito concílios ecumênicos da Antiguidade. Eles contaram com aproximadamente 560 bispos, a quase totalidade dos Padres da Cristandade e foram tidos como ecumênicos pelos contemporâneos. Escreve Hergenröther: “os perseguidores da Igreja não eram mais inimigos externos, mas os seus seguidores, os seus filhos. A aparência oficial contrastava em tudo com a realidade. Foi então que São Jerônimo cunhou a expressão segundo a qual ‘o mundo gemeu e, com estupor, se deu conta de ter se tornado ariano’”. Contudo, a Igreja continuava a ser não só una et sancta mas catholica, isto é universal, porque universal permanecia a sua mensagem, capaz de reunir todos os homens e todas as gentes, ainda quando eles se distanciavam dela como aconteceu durante a crise.
Somente o Concílio de Constantinopla, convocado pelo Imperador Teodósio o Grande, no ano 381, sob o papa São Dâmaso (367-384), assinalou o fim do arianismo no Império. Ele definiu que o Espírito Santo é verdadeiramente Deus, como o Filho e o Pai. Apesar de não tê-lo convocado, Dâmaso confirmou os cânones do Concílio, exceto o terceiro, porque lesivo aos direitos da Igreja de Roma. O Concílio de Constantinopla foi, pois, reconhecido como o segundo dos Concílios ecumênicos. Graças ao Imperador Teodósio, o Cristianismo foi declarado religião do Estado. A obra iniciada com a vitória de Constantino em Saxa Rubra, no dia 28 de outubro de 312, pôde dizer-se verdadeiramente cumprida.
Santo Ambrósio havia enunciado o sacrossanto princípio Ubi Petrus, ibi Ecclesia, mas quem quisesse seguir este princípio ao pé da letra, naquela época, teria acompanhado o erro de Libério e abandonado a ortodoxia. “Pedro” é a instituição imutável, não o homem, que pode errar. No espaço de sessenta anos decorridos entre o Concílio de Niceia e o Concílio de Constantinopla, o Magistério vivo da Igreja cessou de reafirmar com clareza a verdade católica, sem jamais contudo cair em heresia formal. Teria cessado por isso o Espírito Santo de assistir a Igreja? Não, porque a Fé foi mantida por uma minoria de santos e indômitos bispos, como Atanásio de Alexandria, Hilário de Poitiers, Eusébio de Vercelli e, sobretudo, pelo povo fiel que não acompanhava as diatribes teológicas, mas conservava, pelo simples sensus fidei, a boa doutrina.
Apologia da Tradição, Roberto De Mattei, páginas 25 a 28, Ambientes & Costumes Editora, 2013, São Paulo
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Roberto de Mattei nasceu em Roma, em 1948. Formou-se em Ciências Políticas na Universidade La Sapienza. Atualmente, leciona História da Igreja e do Cristianismo na Universidade Europeia de Roma, no seu departamento de Ciências Históricas, de que é o diretor. Até 2011, foi vice-presidente do Conselho Nacional de Investigação de Itália e, entre 2002 e 2006, foi conselheiro do Governo italiano para questões internacionais. É membro dos Conselhos Diretivos do Instituto Histórico Italiana para a Idade Moderna e Contemporânea e da Sociedade Geográfica Italiana. É presidente da Fundação Lepanto, com sede em Roma, e dirige as revistas Radici Cristiane e Nova Historica e colabora com o Pontifício Comitê de Ciências Históricas. Em 2008, foi agraciado pelo Papa com a comenda da Ordem de São Gregório Magno, em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à Igreja.
Onde encontrar: Editora Ambientes e Costumes – R$ 30,00
“Movimento Quero Nosso Pároco” lamenta remanejamento de padres promovido pelo “conservador” (sic) Dom Odilo — que seria, em breve, nomeado para algum cargo na Cúria Romana. Apresentamos a seguir mensagem do movimento direcionada à edição de Fratres in Unum.com.
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Dom Odilo remove padres de suas paróquias que divergem de sua linha política
Cardeal Odilo Pedro Scherer.
O Arcebispo da cidade de São Paulo, Dom Odilo Scherer, promoveu ação no começo de dezembro para trocar os párocos entre seis igrejas da região episcopal do Ipiranga. Não foi dada justificativa para mudança.
Comenta-se, nos bastidores, que já há algum tempo Dom Odilo queria retirar o poder de padres que divergem de sua linha política. O cardeal pertence à ala conservadora da Igreja e parte dos padres alvos da ação é moderada ou progressista. Ele teria ficado frustrado ao perder a sucessão de Bento XVI, conservador, para um bispo moderado como Bergoglio.
O Papa Francisco publicou em novembro o documento “Evangelli Gaudium” onde defende a descentralização do poder do Papa e do poder hierárquico dos bispos. Uma das críticas internas do clero é contra a hierarquia da Igreja.
Comenta-se que com a troca de padres entre as paróquias, o objetivo seria interromper o trabalho de anos nas igrejas dos padres moderados ou progressistas.
O pároco da igreja Nossa Senhora de Fátima, João Cícero, ficou sabendo da ação do arcebispo por meio de fiéis que leram a notícia no Facebook do padre que vai ser nomeado nesse mês, Wilson Santos da igreja Santa Cristina. Comenta-se que Dom Odilo teria pressa com as trocas, pois estaria de malas prontas para sair da arquidiocese tendo Roma como possível destino.
O padre da Igreja Santa Rita de Cássia, Celso Paulo Torres, por exemplo, está há mais de vinte anos na Paróquia. Comenta-se que ele teria visão progressista na Igreja, a “opção preferencial pelos pobres” defendida pelo papa, contrária a Odilo e próxima a defendida pelo antigo clero brasileiro progressista. Esse foi desarticulado nos anos 80 pela ação dos papa João Paulo II e do então prefeito da Congregação da Fé (antiga Inquisição) Bento XVI, por meio também da troca de bispos e padres de suas igrejas.
Os fiéis das paróquias estão indignados pelo motivo da mudança e tristes por poder perder alguém da “família” com quem convivem há anos. Muitos foram batizados pelo padre e hoje são adultos.
Os paroquianos das igrejas Imaculada Conceição (pároco Benedito de Abreu), Santo Afonso (Márcio Manso) e Nossa Senhora do Sion (José Geraldo Moura Rodrigues) se articulam para impedir as mudanças. O bispo Dom Odilo não responde aos seus e-mails, mensagens no Facebook, telefonemas e outras tentativas de contato.
Fiéis das quatro igrejas se articulam para fazer abaixo-assinados e fazerem protestos em frente à Catedral da Sé e da casa de Dom Odilo.
Outro boato é que os párocos Márcio e Vicente teriam “traído” os colegas concordando com a mudança achando que iriam para paróquias maiores, o que não aconteceu. Eles participaram do conselho presbiteral que votou pelas trocas. Parte deste seria composto por padres novos “carreiristas em busca de igrejas com mais status político e econômico”.
Os fiéis das três outras igrejas nas trocas Santa Cândida (pároco Jorge Bernardes), Santa Cristina (Wilson dos Santos) e Nossa Senhora de Fátima (João Cícero) não participam das mobilizações. Os dois primeiros seriam conservadores como Dom Odilo.
Parte dos padres removidos das igrejas também enfrentou o “modelo de pastoral conservador e hierárquico” do antigo bispo auxiliar da região, Dom Tomé, conservador e aliado de Dom Odilo. Dom Tomé foi transferido para a diocese de São José do Rio Preto por ter atingido o tempo limite como bispo auxiliar em São Paulo. Vive lá conflitos noticiados pela imprensa com fiéis devido a esse modelo pastoral.
Leis da igreja
Ainda de acordo com os artigos 1.740 a 1.752 do Direito Canônico da Igreja, um padre só pode ser removido de sua Paróquia por motivo de escândalos e questões morais, financeiras etc que coloquem em risco “a salvação da alma dos fiéis”.
Demissão na PUC
Dom Odilo demitiu o professor e padre Edson Tonetti da PUC-SP que não quis assumir o paroquiado da Imaculada Conceição. O pároco da Nossa Senhora do Sion, José Geraldo, não aceitou também ir para a paróquia e vai ser transferido para a região do Belém. A igreja é associada à universidade e enfrenta problemas como a disputa pelo uso do estacionamento.
Raio-X das trocas de párocos:
• Imaculada Conceição: Benedito Vicente de Abreu (próximo de Dom Odilo e vai para a Paróquia Santo Afonso em data não informada).
• Nossa Senhora de Fátima: João Cícero (conservador e vai para Santa Cândida em fevereiro)
• Santa Cândida: Jorge Bernardes (conservador e vai para a Santa Rita de Cássia em fevereiro)
• Santa Cristina: Wilson dos Santos (conservador que vai para a Nossa Senhora de Fátima já em dezembro)
• Santo Rita: Celso Paulo Torres (progressista e vai para Nossa Senhora do Sion em fevereiro)
• Santo Afonso: Márcio Manso (moderado que vai para Santa Cristina em março)
• Nossa Senhora do Sion: José Geraldo Rodrigues (progressista e vai ser transferido para região Episcopal Belém, em data indeterminada, por não ter aceitado ir para a Imaculada)
Esse texto é divulgado por fiéis interessados em suspender as mudanças. O Clasp (Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo) apoia a iniciativa. Para o presidente da entidade, Edson Silva, o arcebispo perdeu uma oportunidade de mostrar que está alinhado ao chefe do Vaticano. “O cardeal Dom Odilo podia renovar as estruturas das paróquias ouvindo os fiéis de cada comunidade e promover tudo de uma forma mais participativa”, afirma.
O artigo 212 do Direito Canônico diz que “os leigos devem advertir seus pastores e tornar público suas opiniões” quando não são ouvidos por um bispo. Os padres receberam a notícia das trocas no dia 7 na véspera dos seus aniversários de ordenação. Os fiéis recebem a notícia próximo às festas de natal.
Por Catholic News Agency | Tradução: Fratres in Unum.com – Cidade do Vaticano, 23 de dezembro de 2013 – Manfred Lütz, um colega próximo de Bento XVI, revelou em uma entrevista recente que ele ainda mantém contato com o pontífice aposentado, que ainda se considera a serviço da Igreja e do Papa Francisco.
Em 4 de dezembro, Lütz explicou à CNA que durante uma visita recente a Bento, o Papa anterior “disse que não deixou o serviço de São Pedro e que o vive de outra maneira.”
23 de dezembro de 2013: Francisco visita Bento XVI para os votos de natal
“Ele está rezando, e esse é um aspecto importante, ele disse, acerca do serviço de São Pedro.”
Manfred Lütz é um psicólogo e teólogo alemão e esteve presente em Roma para a sessão plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, de 5 a 7 de dezembro, sobre “Proclamar Cristo na Era Digital.”
O teólogo explicou que originalmente encontrou o Cardeal Ratzinger quando este viera pela primeira vez à Roma, em 1980, porque os dois moraram juntos por “algumas semanas” perto de um cemitério alemão dentro do Vaticano, acrescentando que “morei aqui para estudar, e assim eu o conheço desde aquela época.”
Em uma recente conversa com Bento XVI, Lütz afirmou que “para mim, foi uma visão muito emocionante constatar que o Papa Francisco está lá como o Papa, e atrás do Papa Francisco há um outro Papa… Bento, que está rezando, como Moisés, pelo Papa Francisco e pela Igreja.”
Lütz observou que embora Bento seja “idoso fisicamente… mentalmente ele estava muito bem. Ele tinha uma memória melhor do que a minha!”
A ocasião deste encontro com Bento XVI, Luetz afirmou, foi um livro que ele havia escrito com o Cardeal Cordes, o ex-presidente do Pontifício Conselho “Cor Unum,” sobre um discurso que o pontífice aposentado fez em Friburgo, Alemanha, enfatizando que “a Igreja não tem que estar próxima demais do mundo.”
“Dizemos que a Igreja precisa estar no mundo, isso é claro, mas a Igreja não tem que estar muito envolvida no poder do mundo… e essa é a mesma coisa que o Papa Francisco diz.”
Então, este é um livro, ele observou, “sobre dois Papas e sobre este aspecto onde os dois Papas têm uma identidade.”
“Bento nos disse que ele também tem a impressão que teologicamente segue a mesma linha do Papa Francisco.”
Em comentários feitos a jornalistas, em 6 de dezembro, durante a apresentação do novo aplicativo iPad “Mundo da Bíblia”, o Arcebispo Georg Genswein, Prefeito da Casa Papal e secretário pessoal de Bento XVI, revelou que “entre o Papa Bento e o Papa Francisco há um relacionamento muito bom,” que ele ajuda a facilitar.
“Meu trabalho”, observou o arcebispo, “pode ser comparado a fazer uma ponte” entre os dois.
O Mundo da Bíblia é um app que foi lançado pela Sociedade de São Paulo em honra de seu 100º aniversário e contém a palavra escrita, e permite que você navegue por vários lugares e figuras da Bíblia de uma maneira moderna e animada.
Fazendo eco as palavras de Lütz, o arcebispo Genswein explicou que o antigo pontífice é “um homem idoso, mas nesse exato momento muito claro, muito arguto e muito bem,” e que ele “recebe muitas visitas.”
O prefeito papal também revelou aos jornalistas que existe “uma grande esperança” de que Bento XVI compareça à canonização, em abril, de seus predecessores, os Beatos João Paulo II e João XXIII, porém, “isso ainda não está confirmado.”
Publicamos a seguir nossa tradução da mensagem de Natal de Dom Samir Nassar, arcebispo de Damasco. Rezemos nesta Santa Noite por nossos irmãos sírios, por suas famílias e crianças.
Os refugiados diante da manjedoura
Reflexão de natal do Arcebispo Maronita de Damasco
A Síria, neste tempo de Natal, assemelha-se muitíssimo com a manjedoura: um estábulo aberto, sem portas, frio, desprovido e extremamente pobre…
Ao Menino Jesus não faltam companheiros na Síria… Milhares de crianças que perderam seus lares estão vivendo em barracas tão pobres quanto a manjedoura de Belém.
Jesus não está sozinho em sua extrema pobreza. As crianças sírias abandonadas e marcadas pelas cenas de violência querem estar no lugar de Jesus, que tem pais ao seu redor e que o acariciam.
Freira mostra presépio de Natal para sírios cristãos na igreja de São Paulo em Damasco (23/12)
Essa prova de amargura é muito visível nos olhos dessas crianças sírias, em suas lágrimas e em seu silêncio…
Algumas delas invejam o Divino Menino porque ele encontrou uma manjedoura para nascer e se proteger, enquanto algumas desafortunadas crianças sírias nascem sob bombas ou a caminho do exílio.
Maria não está mais sozinha em suas dificuldades; mães infelizes, menos auspiciosas, vivem em extrema pobreza e lidam com responsabilidades familiares sozinhas, sem seus maridos.
A insegurança (precariedade) da gruta de Belém traz uma consolação a essas mães esmagadas por problemas intratáveis e pela falta de esperança.
A tranquilizadora presença de José ao lado da Sagrada Família é fonte de inveja para milhares de famílias desprovidas de um pai, carência que traz medo, angústia e insegurança. Nossos desempregados invejam José, o carpinteiro, que protege sua família de passar necessidade.
Os pastores e seu rebanho, próximos à manjedoura, falam demais para muitos lavradores que perderam 70% de sua criação nessa guerra…
A vida nômade nesta terra bíblica que data até a Abrãao e até antes, brutalmente desaparece com seus antigos costumes de hospitalidade e sua tradicional cultura.
Amman, Jordânia, Natal de 2012: crianças rezam pela Paz.
Os cães dos pastores do Natal têm compaixão pelo fato dos animais domésticos na Síria serem marcados pela violência mortal; perambulando entre ruínas e se alimentando de cadáveres.
O som infernal da guerra sufoca o “Gloria” dos Anjos… Esta sinfonia pela paz dá lugar ao ódio, à divisão e à atrocidades cruéis.
Possam os três Magos trazer à manjedoura da Síria os mais preciosos dons do Natal: Paz, Perdão e Reconciliação, a fim de que a Estrela do Natal possa brilhar novamente em nossas noites escuras.