‘Igreja de Francisco não é mais aquela que só se defendia’, diz dom Orani.

Folha de São Paulo – D. Orani Tempesta, 65, já tirou as medidas da roupa que vai usar no dia 22 de fevereiro, na Basília de São Pedro.

Nesse dia, sob as bençãos do papa Francisco, ele se tornará o mais novo cardeal brasileiro e passará a fazer parte do restrito grupo de 120 homens que, além de serem responsáveis por discutir os rumos da Igreja, têm o poder de escolher o ocupante do cargo máximo na hierarquia católica.

Anfitrião do papa em sua primeira viagem internacional – a ida ao Rio para participar da Jornada Mundial da Juventude, em junho de 2013– dom Orani diz que a Igreja mudou em menos de um ano de pontificado de Francisco.

“Ele procurou tornar a Igreja mais proativa, que toma a iniciativa. Não é mais aquela que só se defendia, respondendo às questões, mas sim a que propõe as questões”. Afirma também que as dívidas de cerca de R$ 90 milhões deixadas pela Jornada estão equacionadas e promete que em breve todos os fornecedores do evento serão pagos.

“A Jornada mostra que o bem que a Igreja faz vai além do interesse econômico. Fazemos o bem, mesmo que tenhamos que pagar por isso.”

Folha – Como o senhor recebeu a notícia de que seria cardeal?
Dom Orani – Tinha celebrado a missa das oito na TV Brasil e ia visitar várias paróquias. No celular tenho um aplicativo para seguir o papa. Estava no carro escutando o papa Francisco no aplicativo. Ele começou a falar do consistório [reunião de cardeais com o papa] e percebi que ele ia anunciar os novos cardeais. Ouvi meu nome e me deu um calafrio. ‘Meu Deus do céu, onde eu fui parar agora?’. É uma responsabilidade muito maior. Foi um dia inteiro de repórteres andando atrás de mim, subindo e descendo as ladeiras do Pavão-Pavãozinho [favela íngreme em Ipanema]. Dei uma canseira em todo mundo naquele dia.

Mas sua nomeação era tida como certa há algum tempo…
Falam desde que vim para o Rio [em 2009], por causa da tradição de se ter um cardeal na Arquidiocese. Mas o papa é livre para nomear quem ele quiser. Não é porque a cidade é sede cardinalícia, ou porque alguém já é bispo há muito tempo. Isso quem resolve é o papa, ainda mais o papa Francisco.

O que mudou na igreja nesse quase um ano do pontificado de Francisco?
É natural termos agora um papa mais aberto para o mundo. Bento 16 foi um professor, aprofundando questões teológicas. Agora temos um latino americano, jesuíta até no modo de falar, e que, imagino, esteja colocando em prática muitas coisas que ouviu no consistório e que a Igreja não sabia como fazer. Bento 16 teve um trabalho muito importante de reflexão e a Igreja precisa desse aprofundamento. Nesse ponto ele é imbatível. Já o papa Francisco, sem deixar de olhar a teologia, é mais da proximidade. Ele fala e faz. Fala dos problemas sociais e vai a Lampedusa ver os prófugos; chama o mundo inteiro para jejuar para que não se joguem mais bombas na Síria. Lida com as questões da Igreja e começa a atuar para sua reformulação, também com atitudes, como simplificar onde vai morar, o carro que vai usar…
O que ele põe em prática é o que está no documento da 5ª Conferência da Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano) [a conferência aconteceu em Aparecida, em 2007, e o então cardeal Bergoglio foi o coordenador do texto final]. Foi esse documento que ele entregou para a presidente Dilma. Aliás, ela me contou que o papa entregou uma cópia para ela toda marcada com clipes e disse que ela não precisava ler tudo, só os pedacinhos marcados. Só não sei quais pedacinhos ele marcou.

A dedicação de Bento 16 às questões teológicas não tornou a Igreja mais distante dos católicos?
O papa Francisco procurou tornar a igreja mais proativa, que toma a iniciativa. Não é mais aquela que se defende respondendo às questões, mas sim a que propõe as questões. Quando vamos evangelizar, o primeiro anúncio, como chamamos, é o anúncio alegre, de perdão, de misericórdia, de que Deus te ama. Em qualquer curso de evangelização o esquema é esse. Bento 16, como teólogo, já tinha uma coisa mais fechada, de pensar nas questões teológicas, mas o papa Francisco tem um jeito mais pastoral, da Igreja que quer levar uma boa notícia para as pessoas. Uma vez que a pessoa percebe o quanto é amada por Deus, se começa a mudar a vida. Aí podem surgir os novos conceitos. Francisco pegou esse esquema de evangelização; Bento nem falava disso. É uma questão de jeito. Em seus escritos Bento 16 dizia a mesma coisa, mas ele é um intelectual e apresenta isso de outra forma.

A Jornada Mundial da Juventude, no Rio, foi o ponto de partida para essa mudança na forma de ação?
A Jornada foi uma apresentação do papa, de seu programa, para o mundo e para a Igreja. O que ele falou aqui para os bispos sobre teologia, para a sociedade sobre questões sociais, foram as linhas principais do que depois surgiu no documento que escreveu [“Alegria do Evangelho”, divulgado em novembro de 2013]

Antes de o papa chegar ao Rio, houve vários problemas relativos à Jornada, como a mudança do lugar, a discussão sobre sua segurança…
Se você soubesse o trabalho que deu para convencer todo mundo que ele podia vir de carro sem blindagem, que podia andar com o papamóvel… Meu Deus do céu, não foi fácil. Diziam que ele não podia andar de carro aberto porque alguém em um prédio podia dar um tiro. Mas para ser do jeito que eles queriam, sem ver o povo, nem adiantava vir. Foi uma luta. Só conseguimos porque o papa quis assim e se responsabilizou. E quando ele chega, deu aquilo, por erro da Polícia Federal.

O sr. estava no carro com o papa quando ele foi cercado por populares no centro do Rio?
Estava no carro atrás. Não vi direito o que acontecia e não entendia porque, se tinha uma via livre no meio, enfiaram a gente no meio daquele povo todo. Quando o comboio parou, achei que o papa tinha pedido, mas meu celular começou a tocar e as pessoas diziam para eu mandar o papa fechar a janela. Que janela? O que está acontecendo? Ali foi o batismo. Depois daquilo, não precisava ter medo de mais nada. Imagina só, na apresentação do papa ao mundo me acontece um negócio daquele! Mas o papa tirou de dez a zero.

E naquela noite ainda houve uma manifestação violenta na porta do Palácio Guanabara, onde ele era recebido pela presidente Dilma e outras autoridades. Quais foram as impressões do papa?
Lá dentro não tínhamos dimensão do que acontecia, então queríamos que o papa fosse cumprimentar o pessoal lá fora. Mas a segurança brasileira não deixou. Quando voltamos para o Sumaré [residência oficial da Arquidiocese do Rio], ele estava muito contente, ria contando como o povo quase entrou pela janela do carro. Ele viu como uma bela manifestação, não como um erro da polícia. Então, por circunstâncias não pensadas e não desejadas tudo deu certo.

A interdição da área de Guaratiba por causa das chuvas e a transferência para a praia de Copacabana está nesse caso?
Claro que depois do fato concretizado ficou bonito, mas na cabeça da gente Guaratiba seria um apogeu, tudo muito planejado. Em Copacabana tivemos que arrumar tudo de última hora. Se tivesse dado muito certo em Guaratiba seria uma glória nossa, mas como foi em Copacabana, o que ficou foi que Deus fez as coisas porque não tínhamos planejado e pensado [dom Orani ri].

O evento deixou uma dívida em torno de R$ 90 milhões…
Quando planejamos tudo direitinho, não ficaria nenhuma dívida

O que causou a dívida, então?
Primeiro, a mudança do local inicialmente previsto, a Base Aérea de Santa Cruz, para Guaratiba. Na Base não teríamos que fazer terraplenagem, asfaltar. Mas por questões da presidência da República tivemos que mudar de lugar. Depois, tínhamos muita gente -no último dia eram 3,5 milhões de pessoas na praia-, mas o número de inscrições foi menor que o de Madri [em 2011]. Lá foram 500 mil inscritos, aqui tivemos pouco mais de 300 mil. Terceiro, tivemos que transferir tudo para Copacabana. A dívida está sendo negociada, mais um pouco e terminamos de pagar todos os fornecedores. Já pagamos todos os funcionários. Ainda estamos fazendo campanhas e o dinheiro está pingando. Quando chegar o dinheiro do papa [que doou R$ 11 milhões para ajudar a saldar a dívida], vamos ver quanto ainda fica faltando.

O papa já demonstrou ser muito preocupado com as finanças da Igreja. Ele deu algum puxão de orelha na Arquidiocese por causa do déficit da JMJ?
Não.

Como se chegou à decisão de ele contribuir?
Por iniciativa dele. Ainda aqui ele disse que queria contribuir porque a Jornada era um trabalho para o mundo inteiro. Dissemos que assim que tivéssemos uma visão de como ficariam as coisas, repassaríamos para ele. Quando a CNBB esteve lá, ele cobrou. Mandamos um relatório e ele nos disse que ia contribuir.

Como são as cobranças dele? Ele já ligou alguma vez para o sr.?
Não. A não ser que ele tenha ligado e eu não tenha atendido, como aconteceu com as freiras [no início do ano Francisco ligou para um convento. Não foi atendido e deixou um recado na secretária eletrônica].

O sr. é arcebispo de uma cidade que enfrentou um ano difícil, com uma série de manifestações violentas. Qual sua avaliação sobre esses movimentos?
Ao mesmo tempo que é positivo as pessoas se manifestarem, há grupos que nem sempre tem um objetivo. Um movimento que não tem uma cabeça e está cheio de ideias corre o risco de infiltrações. Reivindicação tem que ser feita de forma que se respeite o outro.

Nas missas o sr. fala sobre isso?
Dependo do tema que a palavra de Deus me coloca, não posso inventar um tema a meu bel prazer. Mas a palavra de Deus pode ser atualizada. Tem que falar da violência, da desagregação, saúde, transporte, habitação, mas não basta só ter bem estar social, é preciso amar um ao outro, cuidar da parte religiosa. Precisamos partir do amor ao próximo para ter um mundo diferente e a Jornada mostrou isso. Tivemos problemas, grupos que queriam cometer violências, blasfemaram contra imagens. Houve fila para ônibus, para comer, um frio danado Mas não houve violência. Claro que vamos lutar por questões sociais, mas é preciso desarmar os corações. A gente passa tão rápido pelo mundo, daqui a pouco somos só um monte de ossos, por que não passar para fazer o bem?

O que o sr. diria para os jovens que simularam atos sexuais e quebraram imagens sacras durante a Jornada?
Que, apesar do que fizeram, Deus os ama. O que eles fizeram é contra eles mesmos. No que essas imagens atrapalham a vida deles? Sabemos que são só representações, mas o que eles diriam se alguém pegasse a imagem da mãe ou do pai de um deles e fizesse a mesma coisa? Lamento que eles tenham perdido tempo fazendo isso. Tem tanta coisa importante para fazer no mundo.

O papa Francisco tem feito uma “faxina” no Vaticano, não só em questões financeiras, mas também com relação a problemas ligados a suspeitas de pedofilia, homossexualismo. O sr. enfrentou problemas semelhantes no Rio em algum momento?
Todo lugar onde chegamos tem sempre muita coisa para fazer. E quando eu deixar, quem vier também terá muito o que fazer. Nunca se chega à perfeição.

Qual a situação financeira da cúria, que mesmo tendo vários imóveis não parece passar por um momento confortável?
As pessoas misturam as coisas. O patrimônio não é da Arquidiocese. Tem as irmandades, casas religiosas que têm propriedades. Nem tudo que falam que é da Igreja é da Arquidiocese. Estamos fazendo levantamento para saber quais são nossos imóveis, como estão sendo
cuidados.

Mas a situação é difícil, péssima ou boa?
É equilibrada.

A Jornada foi um bom negócio?
Financeiro, não. Isso mostra que o bem que a Igreja faz vai além do interesse econômico. Fazemos o bem, mesmo que tenhamos que pagar por isso.

Qual sua avaliação sobre a substituição de dom Odilo Scherer na comissão que supervisiona o Banco do Vaticano?
Não vejo isso como nada contra dom Odilo ou sua capacidade. É como em qualquer empresa: você pode ser um ótimo chefe, mas mesmo assim resolvem trocar para mudar algum outro aspecto. De vez em quando é bom deixar que outras pessoas sintam o peso.

*

RAIO-X: DOM ORANI TEMPESTA

IDADE 65 anos

TRAJETÓRIA Bispo da diocese de São José do Rio Preto (1997-2004), arcebispo de Belém (2004- 2009) e do Rio (desde 2009)

FORMAÇÃO Filosofia no Mosteiro de São Bento e teologia no Instituto Pio 11, em São Paulo

14 comentários sobre “‘Igreja de Francisco não é mais aquela que só se defendia’, diz dom Orani.

  1. “Uma vez que a pessoa percebe o quanto é amada por Deus, se começa a mudar a vida. Aí podem surgir os novos conceitos. Francisco pegou esse esquema de evangelização; Bento nem falava disso.”

    Dom Orani, o que dizer então sobre a primeira encíclica de Bento XVI, “Deus Caritas Est”?

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  2. ‘Igreja de Francisco não é mais aquela que só se defendia.’

    Nessa entrevista o que mais vi foi Orani Tempesta ficar na defensiva.

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  3. Os prelados da Igreja Conciliar dão a impressão de que a humanidade está ansiosa, só esperando o primeiro anúncio para se converter. Depois da JMJ as igrejas e capelas continuam vazias.

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  4. Bom, temos que rezar para que ele não seja eleito. A primeira coisa que vai fazer é colocar a igreja em um nível mais baixo de ecumenismo. Muito pior do que o que já temos com o Papa Francisco defendendo sodomitas e judeus.

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  5. O problema da igreja não são as bofetadas dos inimigos internos mas sim de seus inimigos internos, daqueles que trabalham pela sua destruição do lado de dentro.

    Então deveria o sr. Cardeal fazer algo de bom a começar pela expulsão de padres ao estilo Fabio de Melo e bispos como os comunas D. Pedro Casalgalia Tomas Balduino.

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  6. De fato, desde o Vaticano II, por pura covardia culposa, a Igreja só ficou parada vendo todo tipo de sacrilégio contra as coisas sagradas, da arquitetura das igrejas até à Liturgia e Eucaristia, e não fez nada para mudar isso. Também desde o concílio viu escândalos em muitas ordens religiosas, pedofilia, homossexualismo, heresias das mais perigosas sendo disseminadas, e nada fez, só defendia-se com muita benevolência e fraqueza.

    Hoje com Francisco, é claríssimo, a Igreja não é mais assim, morna e defensiva. É uma igreja com voz altiva engajada nas questões sociais, lutando mais pela farinha que faz o pão para as pessoas do que com o Cristo que transforma o pão em Sua plenitude na Santa Missa para salvar as pessoas; uma igreja que prefere esconder a Tradição e a Doutrina, com vergonha delas, mas falar com altivez jamis vista desde os anos 1950 contra as desigualdades sociais, mas diferente dos anos 50, só contra estas desigualdades, dando valor às coisas do mundo, mais valor que às coisas de Deus. Realmente, este parece ser o caminho do papa Francisco, pois para ele é mais importante acabar com a pobreza do que com o que causa a pobreza; ele mesmo disse: Primeiro acabemos com a fome e depois a gente se senta e discute a religião. Isso é colocar a fome de comida acima da fome que todos têm de Deus. Onde está a caridade que tanto pede que levemos Deus àqueles que não O conhecem verdadeiramente e se afundam em seitas?

    Mas, Dom Orani, antes do concílio a Igreja também era proativa, próxima dos pobres, os quais eram ajudados sem que se as trombetas tocassem. E não se permitia cuidar da questão social sem primeiro cuidar da questão espiritual, que confortava os desesperados e dava-lhes a solução para as difíceis situações. E os frutos são conhecidos: quem, de bom coração, largou a Igreja antes do concílio? quem criou uma questão que a Igreja de Cristo não respondesse a destruindo e extirpando o erro de crescer em seu domínio?

    Pelos seus frutos os conhecereis, é o que diz a Bíblia. Quando um protestante fala que idolatramos Maria Santíssima e diz que Ela não é grande, eu digo o seguinte: A Igreja honra o que diz a Sua Cabeça, Jesus Cristo:” Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos? Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo.” (São Mateus 7, 16-19) E diz, conforme é toda a verdade, que a Santíssima Mãe de Deus é o maior fruto de Cristo, maior fruto de Deus. Por que quem foi maior que Maria, senão Jesus Cristo, que é Deus? Quem mais que Maria Santíssima seguiu a Palavra de Deus, fazendo cumprir-se nela mesma, também a ponto de antes mesmo de Jesus saber que a hora de Seus milagres serem vistos já tinha chegada, em Caná da Galileia? Quem mais foi pura o suficiente para ser repleta do Espírito Santo e chegou a conceber do Espírito de Deus o Filho de Deus? Não há fruto do poder de Deus maior que Maria, fiel Serva do Senhor e como Imagem da verdadeira Igreja!

    Sempre que alguém vê um bom fruto vindo de uma árvore dentre muitas que não dão bom fruto, vai escolher, se mentalmente saudável, a árvore que dá bom fruto, e rejeitará as que dão maus frutos. A Igreja Católica, como única Igreja de Cristo e como Corpo de Cristo, apresenta Maria Santíssima como Ela é, a mais formosa criatura de Deus, toda bela e imaculada, para Cristo, como fruto do próprio Cristo, que orienta todos que A virem à árvore que a produziu, que é Cristo. Como, pois, não louvar a Virgem Maria Puríssima? Não cantando as glórias da Virgem Mãe de Deus, não se cantam as glória de Deus, já que Maria é a glória de Deus por Cristo, assim como figura da Igreja de Deus, que imitando a Mãe de Deus, torna-se pura como Ela e digna de Deus.

    Resumindo isto, Maria é fruto de Deus, e quantos frutos, quantos santos a Igreja formou apresentando Nossa Senhora como tal perfeita criatura de Deus? Muitíssimos, milhares, milhões, sem dúvida, a história comprova! Agora quantos frutos à imitação de Maria, de Cristo, o protestantismo formou? É certo que nenhum!

    Comparemos os frutos: os da Igreja Católica, com Maria fiel a Deus e só a Deus, são santos em todos os continentes, com conversões reais e com a apresentação ao Senhor de milhões de almas limpas pelo Sangue do Redentor; já os frutos do protestantismo, negando a Maria seu louvor devido e mitigando as verdades de Cristo para adquirir prazeres e prosperidades mundanos, são as milhares de heresias, de filosofias vãs e o avanço de seitas e do ateísmo, como nos países que primeiro foram tornados protestantes.

    Não entendo como a Igreja Católica, se não foi usurpada, pôde se envergonhar de Seu passado tão glorioso, no qual sem cessar com a mediação de Nossa Senhora o Cristo foi apresentado como Centro e finalidade da vida humana, e como pôde substituir este Centro pelo centro do homem caído em pecado? Que frutos conseguiu essa “piedade” toda que tanto é anunciada por trombetas? Os mesmos que os do protestantismo oficial, como na França, na Espanha, no Brasil, que imoralidades e amoralidades são incentivadas? Certamente, são os mesmos que os do protestantismo, porque é o próprio protestantismo!

    Os que veem os frutos da Igreja Católica do século I até à primeira metade do XX, não deixa de estar perplexo com o que se vive hoje, em como a situação chegou a esse ponto e não é tratada como deveria ser.

    É louvável defender os pobres e mostrar a misericórdia de Deus aos pecadores. Mas isto a Igreja sempre fez. O Papa Leão XIII, não como o papa Francisco, não olvidou em criticar o que o capitalismo selvagem fazia com os pobres operários, e movido por verdadeira solicitude incentivou associações católicas que os defendam, sem nunca pôr as necessidades humanas acima das necessidades divinas, mas ao serviço destas necessidades. A Igreja não caiu no marxismo prático com a atitude de Leão XIII, que na Encíclica Rerum Novarum resolveu a situação e impôs questões ao mundo que este grande Papa afrontou, mundo que não respondeu à nenhuma questão levantada pela Igreja do século I à primeira metade do século XX. Quais questões a igreja do papa Francisco levanta agora ao mundo? As mesmas falácias que o mundo levantou contra a Igreja, e esta, quando preservando o Depósito da Fé, respondeu a todas. Mas e as questões que a Igreja Católica, única de Deus, levantou e o mundo não respondeu?

    É menos pior uma Igreja que só se defendia, como a do Papa Bento XVI, que uma proativa mas para o mundo, como a do papa Francisco… Não entendo como os neoconservadores podem elogiar tudo que Francisco faz, como faziam com Bento XVI, se uma contradiz a outra nos efeitos, e o que parece ser bom é justamente o mais perigoso, pois engana. Francisco voltou com uma igreja ativa, porém a atividade não é para a evangelização verdadeira, porque ninguém foi evangelizado, ao contrário, as coisas estão cada vez piores e a impudicícia é cada vez mais vista como boa, pela ignorância!

    Que Deus tenha piedade!

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  7. Que falta faz um Cardeal Siri pra dar uma lição a esse intempestivo Tempesta:

    “Num primeiro momento se espalhou a confusão no campo das idéias. Num Segundo momento, depois de terem espalhado a confusão no terreno da Fé que é o fundamento de tudo, foi agredida a moral para anular as normas e permitir a liberdade de expressão a cada ato humano. A essa altura foram atacados todos os elementos externos que mantinham unidos tudo o que compõe o clero: hábitos, seminarios, estudos…etc, com uma confusão estranha de inumeráveis iniciativas culturais. Em seguida puseram em curso uma idéia sociológica do paraíso na terra ao invés do Céu. A partir da revolução permanente, ao invés da paz foi dado um valor meramente simbólico a todos os atos de culto voltado a um Senhor que está confinado numa névoa.
    O celibato sacerdotal se tornou motivo de discussão até mesmo entre mestres, ignorando que nenhuma igreja foi capaz de melhorar ou fazer progredir os povos onde o celibato foi abolido.
    Por ultimo e em estado permanente virou moda discutir sobre certas coisas, como se não fossem e na verdade não são relacionadas a Jesus Cristo. Nem todos chegaram a tocar o fundo, muitos embarcaram na onda sem ter uma idéia precisa das consequências imediatas, outros pularam de cabeça saltando por cima de tudo e de todos.
    E abaixo de todos está o povo que é bom e evidentemente busca a Deus. Se multiplicam os slogans, não se ensina mais o Catecismo, se fala de pastoral e se dissertam gradativamente sobre todos os ministérios. Se fala da Palavra de Deus ao mesmo tempo que se ensina que não passa de uma fábula. Se discursa sobre a proximidade com Deus ao mesmo tempo que na prática tratam como matéria de riso a Santa Eucaristia .

    [ Pensamento do Cardeal Giuseppe Siri retirado do ” Genovese Diocesano Magazine” em janeiro de 1975 ]

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  8. Coitado de Dom Orani! A Igreja se tornou em fonte de confusão com Francisco. Infeliz ideia a de Bento ter nomeado Dom Orani Tempesta para à Catedra de São Sebastião do Rio de Janeiro, pois desta forma o fez Cardeal. Já é tradição q o Bispo dessa Sé seja Cardeal. Ele, o futuro Cardeal, dança conforme a música. Imagine que Cardeal teremos.

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  9. “O que o sr. diria para os jovens que simularam atos sexuais e quebraram imagens sacras”?
    Resposta: “que Deus os ama… Lamento que eles tenham perdido tempo fazendo isso. Tem tanta coisa importante para fazer no mundo.”
    Dá impressão que ele diria o mesmo pros assassinos de Cristo. Ou pros padres pedófilos.

    “Francisco pegou esse esquema de evangelização; Bento nem falava disso.”
    De que evangelização ele estará falando? ah, sim, aquela que diz pro mundo que Deus ama a todos, é bonzinho, perdoa tudo, não castiga nada. Se falar em teologia vai ter que falar em pecado, em conversão… essas coisas chatas que ninguem gosta. O papa Francisco não é chato, com certeza.

    É… desse não dá pra esperar muita coisa, não.

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  10. A igreja de Francisco nem se defende mais, só sabe pedir desculpas por aquilo que fez certo, omite-se naquilo que deveria fazer e nega a Cristo. É a “igreja” neo-pentecostal protestante antropocêntrica nova-era maçônica luciferiana de Deus é Só Amor e Meiguice com os inimigos de Cristo.

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  11. A Igreja que Fracisco tem em mente não é a Igreja Católica: ” Aquele que por graça de Deus, está destinado a ser a rocha na qual se apoiará o edifício da fé, é, por si próprio, uma pedra no caminho, um objeto de tropeço. Aparece aqui de forma dramática, a tensão entre o dom que vem do senhor e as forças próprias; antecipa-se nisto de alguma maneira todo o drama da HISTÓRIA DOS PAPAS, naqual deparamos constantemente com estas duas realidades: a de que o papado permanece o fundamento da Igreja, por uma força que não provém dele, e a de que ao mesmo tempo, alguns papas se convertem, a partir de seu próprio ser humano, em PEDRA DE ESCÂNDALO, por quererem adiantar-se ao Cristo, em lugar de segui-lo; por acreditarem que podem traçar por sua lógica própria o caminho que somente ele pode fixar: Não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens(Mt, 16, 23)” – In : Cardeal Ratzinger, Joseph. Compreender a Igreja hoje. Vozes, Petrópolis, 2005, p. 34.

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  12. Não adianta simplesmente anunciar o amor de Deus sem anunciar a necessidade de conversão, a necessidade de se abandonar o pecado para ser possível a abertura a este amor de Deus.
    Porque o que estão fazendo é dizer para as pessoas que elas são umas lindas e que Deus ama tudo o que elas fazem e se Ele não fizer isto, Ele é que lhes deverá um pedido de desculpas.
    Essa estratégia pastoral não leva ninguém ao confessionário; antes, faz as pessoas acharem que é Deus quem lhes deve pedir perdão.

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