“É bastante insignificante ser popular ou impopular. Para todo membro do clero, o seu primeiro interesse deveria ser o de ser popular aos olhos de Deus e não aos olhos do mundo de hoje ou dos poderosos. Jesus alertou: ‘Ai de vós, quando vos louvarem os homens.’ Popularidade é algo falso… Os grandes santos da Igreja, como, por exemplo, Thomas More e João Fisher, rejeitaram a popularidade… aqueles que hoje em dia estão preocupados com a popularidade dos meios de comunicação e a opinião pública… serão lembrados como covardes e não como heróis da Fé.”
* * *
Durante uma viagem à Inglaterra, o bispo nascido na União Soviética diz que a Igreja hoje em dia está experimentando uma ‘confusão tremenda’.
Por Sarah Atkinson – Catholic Herald | Tradução: Fratres in Unum.com – Os liberais, colaborando com o “novo paganismo”, estão levando a Igreja Católica em direção a uma divisão, de acordo com Dom Athanasius Schneider, o especialista litúrgico que está travando uma luta contra os “abusos” na Igreja.

Os problemas são tão sérios que Dom Schneider disse, em uma entrevista na semana passada, que esta é a quarta grande crise na história da Igreja, comparável à heresia ariana do século IV, na qual grande parte da hierarquia da Igreja estava envolvida.
Se você não ouviu sobre o bispo nascido na União Soviética, você o fará. O clérigo sincero e erudito é bispo auxiliar da distante arquidiocese de Santa Maria, em Astana, no Cazaquistão. Mas este mês ele recebeu as boas-vindas de um astro de rock de fiéis de todo o país em sua viagem à Inglaterra e abraçou o ciberespaço para transmitir uma defesa incisiva e tradicional da Igreja. “Graças a Deus, existe a internet,” ele disse.
As opiniões dele não são populares para todo mundo, especialmente para alguns de seus confrades liberais, ou, diz ele, com os meios de comunicação predominantes do mundo secular. Porém, o seu público diz outra história.
Dom Schneider é mais conhecido por defender que a Santa Comunhão deve ser recebida sobre a língua e de joelhos, o que ele insiste ser a maneira mais eficiente para promover o respeito ao Sacramento e impedir abuso das Hóstias Sagradas. O bispo de 53 anos de idade também convocou um esclarecimento (um novo Syllabus de Erros), direcionado ao clero, para pôr um fim ao vale tudo litúrgico e doutrinal em uma série de questões relacionadas ao “espírito do Vaticano II”.
Em sua entrevista, Dom Shneider disse que o tratamento “banal” e casual do Santíssimo Sacramento é parte de uma crise maior na Igreja em que alguns leigos e clérigos, incluindo alguns em cargos de autoridade, estão tomando partido do lado da sociedade secular. O cerne dos problemas, ele acredita, está na introdução furtiva de uma agenda centrada no homem, ao passo que em algumas igrejas Deus, presente no sacrário, de fato está fisicamente colocado em um canto, enquanto o sacerdote ocupa o centro. Dom Schneider argumentou que essa situação agora está chegando a um ponto crítico. “Eu diria, estamos na quarta maior crise [da Igreja], em uma tremenda confusão sobre doutrina e liturgia. Já estamos nessa situação há 50 anos.”
Até quando ela perdurará? “Talvez Deus será misericordioso para conosco em 20 ou 30 anos.”
No outono [europeu], o sínodo dos bispos se reunirá em sessão extraordinária para discutir a família, à luz do questionário que ao Papa Francisco convidou os fiéis para preencher, dando suas opiniões sobre o matrimônio e a sexualidade. Crescem as expectativas de que as regras serão relaxadas em uma gama de assuntos sexuais e em termos de pessoas divorciadas recebendo a Comunhão como sinal de “misericórdia” da Igreja.
Essas opiniões, de acordo com Dom Bishop Schneider, revelam a profundidade do problema. “Penso que essa questão da recepção da Sagrada Comunhão por recasados explodirá e revelará a crise real na Igreja. A crise real da Igreja é antropocentrismo e o esquecimento do cristocentrismo…
“Esse é o mal mais profundo: o homem ou o clero se colocando no centro quando estão celebrando a liturgia e quando alteram a verdade revelada de Deus, por exemplo, com relação ao sexto mandamento e a sexualidade humana.”
Embora ele diga que as conversas de mudança parta principalmente dos “meios de comunicação anticristãos”, ele vê clérigos e católicos leigos que “colaboram” com o que ele chama de novo paganismo. Dom Schneider é particularmente crítico quanto à ideia de que essas mudanças devem ser feitas para usar de misericórdia com aqueles atualmente banidos da recepção dos Sacramentos. “[Isso é] um tipo de sofisma,” ele disse. “Isso não é misericórdia, isso é cruel.”
Ele deu a entender que este era “um falso conceito de misericórdia”, dizendo: “Ela se compara a um médico que dá açúcar a um paciente [diabético], embora ele saiba que ela irá matá-lo.”
O bispo acredita que há paralelos claros com as grandes crises do passado, quando padres em posição de liderança eram cúmplices com as heresias. Na heresia ariana, ele disse, contando nos dedos da mão, somente um punhado da hierarquia resistiu. “Nós [cristãos] somos uma minoria. Estamos rodeados de um mundo pagão muito cruel. A tentação e desafio de hoje em dia podem ser comparados aos primeiros séculos.”
Ele acrescentou: “Infelizmente havia… membros do clero e até mesmo bispos que colocavam grãos de incenso em frente da estátua do imperador ou de um ídolo pagão ou que entregavam os livros da Sagrada Escritura para serem queimados. Naqueles tempos, esses cristãos e clérigos colaboracionistas eram chamados de thurificati ou traditores.”
E hoje em dia, prosseguiu ele, também temos aqueles que colaboram, são os “traidores da Fé”.
O Papa Francisco é visto como à frente de uma postura liberal vinda de Roma. Porém, Dom Schneider diz: “Graças a Deus, o Papa Francisco não se expressou dessa maneira como os meios de comunicação esperam dele. Até agora, em suas homilias oficiais [ndr: estaria Sua Excelência fazendo uma sutil distinção entre homilias oficiais e aquelas da Casa Santa Marta?…], ele proclamou a belíssima doutrina católica. Espero que ele continue ensinando a doutrina católica de maneira muito clara.”
O bispo disse que espera que “a maioria dos bispos ainda tenham o espírito católico e fé o bastante para rejeitar a proposta e não aceitá-la”.
Todavia, ele pode prever uma divisão se aproximando, por fim, levando a uma renovação da Igreja em linhas tradicionais. Mas, ele acredita que isso não acontecerá antes da crise ter mergulhado a Igreja ainda mais em desordem. Por fim, ele acha que o sistema clerical “antropocêntrico” [centrado no homem] irá desmoronar. “Esse edifício clerical liberal irá desabar porque eles não têm raízes e não têm frutos,” ele disse.
Na confusão, Dom Schneider receia que os católicos tradicionais, por um tempo, serão perseguidos e discriminados novamente, mesmo sob as ordens daqueles que têm “poder nas estruturas exteriores da Igreja”. Porém, ele acredita que as pessoas envolvidas na “heresia não prevalecerão novamente contra a Igreja”. E, na esperança, o bispo disse: “O Supremo Magistério certamente emitirá uma declaração doutrinal inequívoca, rejeitando qualquer colaboração com as ideias neo-pagãs.”
Nessa altura, Dom Schneider crê que os thurificati et traditores modernos deixarão a Igreja. “Posso assumir que essa separação irá afetar cada nível dos católicos: leigos e até mesmo o alto clero,” ele disse.
Provavelmente, esses comentários não darão popularidade a Dom Schneider em alguns círculos, mas ele argumenta: “É bastante insignificante ser popular ou impopular. Para todo membro do clero, o seu primeiro interesse deveria ser o de ser popular aos olhos de Deus e não aos olhos do mundo de hoje ou dos poderosos. Jesus alertou: ‘Ai de vós, quando vos louvarem os homens.’”
Ele acrescentou: “Popularidade é algo falso… Os grandes santos da Igreja, como, por exemplo, Thomas More e João Fisher, rejeitaram a popularidade… aqueles que hoje em dia estão preocupados com a popularidade dos meios de comunicação e a opinião pública… serão lembrados como covardes e não como heróis da Fé.”
Dom Schneider observa pesarosamente que há muitos cujos pontos de vista coincidem com os pagãos que “se declaram católicos e até mesmo fiéis ao Papa”, ao passo que “aqueles que são fiéis à fé católica ou aqueles que promovem a glória de Cristo na liturgia” são rotulados de extremistas.
Esses críticos podem afirmar que os receios de Dom Schneider sobre a Sagrada Comunhão é como se preocupar sobre o sexo dos anjos. Mas o bispo insiste que o tratamento da Eucaristia está no próprio coração da crise. “A Eucaristia está no coração da Igreja,” ele disse. “Quando o coração está fraco, todo o corpo está fraco.”
Ele argumentou que receber a Comunhão nas mãos “contribui gradualmente para a perda da fé católica na Presença Real e na transubstanciação”.
Dom Schneider rejeitou também a ideia de que a preocupação pela liturgia é menos importante ou até mesmo separado da preocupação com os pobres. “Isso é um erro. O primeiro mandamento que Cristo nos deu foi adorar somente a Deus. A liturgia não é um encontro com amigos. A nossa primeira tarefa é adorar e glorificar a Deus na liturgia e também em nosso modo de vida. A partir de uma verdadeira adoração e amor a Deus cresce o amor pelos pobres e por nosso próximo. Essa é uma consequência.”
A opinião do bispo foi moldada pelos primeiros anos de sua infância, crescendo como um católico alemão perseguido na União Soviética, onde ele tinha que frequentar aulas de ateísmo na escola. Seu livro Dominus Est revela como a comunidade católica alemã manteve viva a sua fé apesar de graves dificuldades e perseguição. Em sua própria experiência, sua mãe e tia-avó se arriscaram muito por sua fé e em nome de outras pessoas na comunidade. Assim, Dom Schneider e sua família ficaram horrorizados pelas atitudes e práticas liberais no Ocidente, especialmente com relação à Sagrada Comunhão, que havia sido tão rara e tão preciosa para os católicos alemães perseguidos da União Soviética.
De modo semelhante ao menininho na história da Roupa Nova do Imperador, o bispo agora sente-se impulsionado a falar claramente e não consegue entender porque as outras pessoas não fazem o mesmo. “Parece que a maioria dos padres e dos bispos estão contentes com este uso moderno da Comunhão na mão… Para mim isso é inacreditável. Como é possível, quando Jesus está presente nas pequenas Hóstias?”
Ele continuou: “Há um fato doloroso da perda dos fragmentos eucarísticos. E os fragmentos da Hóstia consagrada são esmagados pelos pés. Isso é horrível! Nosso Deus é pisoteado em nossas igrejas!”
Dom Schneider admitiu que está “muito triste por sentir-se gritando no deserto”.
Ele disse: “É hora dos bispos levantarem suas vozes por Jesus Eucarístico, que não tem voz para se defender. Aqui está um ataque ao Santíssimo, um ataque à fé eucarística.”
Mas apesar de seus receios, Dom Schneider não é pessimista e acredita que já existe uma onda de apoio aos valores tradicionais que renovarão a Igreja com o tempo: “Os pequeninos na Igreja têm sido deixado de lado e negligenciados”, disse. “[Porém] eles têm mantido a pureza de sua fé e representam o poder verdadeiro da Igreja aos olhos de Deus e não daqueles que estão no controle.
“Falei aos jovens estudantes em Oxford e fiquei tão impressionado com esses estudantes. Fiquei tão contente de ver a sua pureza, fé e convicções, e a clara mentalidade católica. Isso irá renovar a Igreja. Assim, estou confiante e esperançoso também com relação a esta crise na Igreja. O Espírito Santo vencerá esta crise com este pequeno exército.”
E acrescentou: “Não estou preocupado com o futuro. A Igreja é a Igreja de Cristo e Ele é a cabeça real da Igreja, o Papa é somente o vigário de Cristo. A alma da Igreja é o Espírito Santo e Ele é poderoso.”
O livro de Dom Athanasius Schneider Dominus Est: É o Senhor! foi publicado pela Newman House Press. Sua obra Corpus Christi: Holy Communion and the Renewal of the Church [A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja], foi publicado pela Lumen Fidei Press.
Que venha o Espirito Santo e renove a fasce da terra; fortaleça o Santo Padre e todos os Sacerdotes para manterem guardados os tesouros da Igreja , Deus nos guarde nesta grande tribulação.
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1) Perseguição do Império Romano
2) Difusão da heresia ariana
3) Grande Cisma do Ocidente e Pseudo-Roforma Protestante
4) Modernismo e Concílio Vaticano II
São essas 4? Eu acho que incluiria também o Cisma do Oriente como Grande Crise.
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Caro Thiago,
Refazendo a sua lista (das maiores heresias)
1 – Arianismo (penso que o Espiritismo é bem similar)
2 – Islamismo
3 – Protestantismo
4 – Modernismo (síntese de todas as heresias como dizia S. Pio X na Encíclica Pascendi Dominici Gregis, incluindo o Catarismo-Gnoses, Pelagianismo, Maniqueísmo, etc.)
Se alguém corrigir, agradeço.
Att.,
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Arianismo; Século Obscuro (X); e Exílio em Avinhão e Grande Cisma do Ocidente (cf. entrevista completa – disponível, p.ex., no Rorate Caeli).
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Sem mais, meritissimo!!
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O referido livro de Dom Schneider pode ser encontrado no Brasil pela editora Raboni.
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Achei que D Athanasius estivesse no Brasil – pelo menos seu discurso caiu como uma luva – denunciando a TL ensinando ideologia comunista sob a doutrina católica socializada, com seu antropocentrismo, no qual sem a comunidade nada feito; para a CNBB sair do muro, como disse outro dia D Raymundo Damasceno que a Copa seja tempo para se fazerem justas reivindicações – disso e daquilo – dando impressão que se estando materialmente satisfeito, o resto pouco ou nada importaria, já que de espiritual nada teria relatado para esse tempo; para esses padres de S Missas sincréticas, como as afro, as dos kardecistas, do MST com suas bandeiras foice e martelo no altar e o sacerdote vestido a rigor nessa celebração, as das encenações de palhacinhos, as mirabolantes da RCC etc., como temos visto tantas profanações de quando em tempo nesse site.
De fato, essas doutrinas estranhas pregadas por membros do clero, como alguns conhecidos sacerdotes midiáticos, agregarão junto a si pessoas como eles, relativistas, e por não terem raízes sólidas, oportunamente dispersarão ou poderão passar para outro igual, ou mesmo engajar-se numa seita; tudo igual.
Assim como se auto destruiram as muitas heresias nesses 2000 anos que fustigaram a Igreja!
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Sim “a Eucaristia está no coração da Igreja”. A comunhão na mão profana a Divina Eucaristia e diminui gradativamente e ativamente a fé na Real Presença. Basta constatar que nas catequeses atuais pouquíssimas crianças conseguem atingir a piedade Eucarística. Por causa das profanações e banalizações da Eucaristia as crianças e os adolescentes e mesmo os adultos são bastante prejudicados na sua fé e piedade Eucarística. Em Fátima Nossa Senhora disse oficialmente assim: “AS IGREJAS SERÃO PROFANADAS!” Alguns entenderam que seriam profanadas por causa do modo imodesto de vestir-se das mulheres, que com roupas sensuais assistem e participam dos Divinos Mistérios. Ora, isso é só uma consequência. Os abusos litúrgicos e a comunhão na mão e em pé profanam as Igrejas. Profanar é tratar o Sagrado da mesma forma que se trata o profano ou comum, e é isso que estão fazendo com a Missa e com a Eucaristia. As profanações da Divina Eucaristia foram previstas não só em Fátima, mas séculos antes por Nossa Senhora do Bom Sucesso, à Madre Mariana de Jesus Torres, em Quito, no Equador. Mas a Eucaristia, mesmo profanada, é e continua sendo Deus e o Pão da Vida eterna. Aproveito para compartilhar um Milagre Eucarístico sobre a comunhão na mão.
“Uma das mais sérias e respeitáveis publicações religiosas da Itália, que se edita em bréscia, sob responsabilidade do natável sacerdote doutor Luigi Villa e do famoso professor Dietrich von Hildebrand, autor de “O Cavalo de Tróia na cidade de Deus”, divulga em seu numero de Junho de 1973 um extraordinário fato, que parece realmente um grande milagre eucarístico. Meus leitores o conhecerão agora e tirarão suas próprias conclusões. Diz a revista “CHIESA VIVA”:
“No dia 2 de julho de 1970, um padre insuspeito e muito digno, escrevia-nos uma carta contando um fato extraordinário de hóstias consagradas que se levantaram do cibório por si mesmas.
Num desses últimos domingos, (21 ou 28 de Junho/70), na missa paroquial das 7 horas, na Igreja de Beauceville, no Canadá, o pároco Dom Carlo Eugene Houde, de aproximadamente 50 anos, celebrava a Santa Missa. Avisara que, daquela data em diante, os fiéis tinham permissão de comungar recebendo a Santa Hóstia na mão, segundo determinação do Arcebispo de Quebec. Antes da Missa, havia dito a seus paroquianos palavras mais ou menos assim: “Para evitar complicações e diferenças, todos deveis comungar recebendo a Santa Hóstia na mão.”
Ao momento da comunhão, o Sacerdote Dom Houde dirigiu-se ao povo, com a âmbula nas mãos, mas antes que tomasse a primeira Hóstia para entregá-la ao comungante, eis que umas 50 particulas consagradas sairam por si mesmas do cibório e, erguendo-se no ar, se dispuseram em semi-circulo em torno do celebrante. Passados alguns instantes, foram caindo lentamente em terra, pousando no pavimento junto ao altar. Dom Houde ficou totalmente surpreendido diante daquela maravilha e quedou-se aterrado e mudo, pálido e imobilizado de espanto.
Quando se refez da profunda emoção, internamente inspirado disse aos fiéis também atônitos, que se aproximavam para comungar: “Dora em diante, todos comungareis recebendo a Santa Hóstia sobre a língua e nunca sobre a mão, pois o bom Deus se dignou dar-nos um vivo sinal!” E inclinando-se respeitosamente, recolheu as Hóstias dispersas sobre o tapete e distribuiu contritamente a Santa Comunhão. E sempre repetia: “Jamais em minha vida darei a comunhão nas mãos!”
O Senhor quis mostrar que a comunhão na mão equivale a lançar a Santa Hóstia por terra, porque são incontáveis os fragmentos que caem das mãos dos comungantes e se perdem pelo chão ou se prendem nos vestuários. Eis porque a Igreja sempre exigiu o uso da patena para recolher cuidadosamente as minúsculas partes que contém realmente o Corpo de Cristo. Por isso mesmo, as rubricas prescrevem que o celebraste recolha os fragmentos do corporal e da patena e, depois de os consumir ele próprio, purifique os dedos, para evitar qualquer profanação ou sacrilégio.”. (Chiesa Viva – Junho/73).
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Acabei de ler “Dominus Est” (É o Senhor) de Athanasius Schneider (filho de pais alemães deportados), que trata de algumas reflexões desse grande bispo da Ásia Central sobre a Sagrada Eucaristia.
No final da contas:
“Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat”.
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Vejo alguns conservadores, como o Sr. Bispo, um tanto “animados” em achar que o modernismo vai sofrer um revés. Não consigo compartilhar dessa alegria com base no que vejo.
Fico feliz que os conservadores do mundo estejam se manifestando contra a crise da Igreja, mas em minha ignorância, vejo da parte deles críticas aos sintomas (antropocentrismo, abusos litúrgicos etc.), não às causas. Nesse aspecto diferem de Dom Antônio de Castro Mayer e de Dom Marcel Lefebvre, que foram ao cerne da questão (o Modernismo e o Novus Ordo) e por isso perseguidos e injustamente excomungados.
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Caro Pedro,
Isto é focar conseqüência, como pensar no Novus Ordo. O Modernismo é anterior e causa maior para a questão litúrgica. A raíz é o destronamento de Nosso Senhor, base do Modernismo que quer colocar o homem no trono (antropocentrismo) e este reger com cetro de ferro.
Já que deve ser um seguidor da FSSPX, melhor assistir/ler o filme “O bispo na tormenta” sobre D. Marcel Lefebvre. A Missa foi o pomo da discórdia mas a guerra tem outra raíz. As preocupações de D. Lefebvre era o espírito e ação missionária, o que foi muito importante, com todas as suas contingências…Quando o concílio passou, aí a Missa ficou como ícone desta situação.
Att.,
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Dom Athanasius deve conhecer a realidade do Brasil, aqui fez sua formação e foi ordenado, em Anápolis, por Dom Manuel Pestana. Pertence ao grupo “Opus Angelorum” (Engelwerk), sob a estrutura canônica da Ordem dos Cônegos Regulares da Santa Cruz (os antigos “crúzios”, ordem a que pertenceu Santo Antônio antes de se tornar frade menor).
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Interessante a questão da Comunhão Eucarística aos casais em situação irregular. Parece que esquecemos que a comunhão Eucarística, verdadeira antecipação da visão beatífica, é ponto de chegada, e não de partida… Os discípulos ficaram três anos com o mestre, para que na Ceia derradeira recebessem o Corpo do Senhor… e hoje vemos a luta pela comunhão aos recasados como se fosse algo banal, um começo de conversa… Não é… Não é um direito que está sendo negado, e sim uma dádiva que não está se buscando com a devida conversão de coração…
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“Graças a Deus, o Papa Francisco não se expressou dessa maneira como os meios de comunicação esperam dele. Até agora, em suas homilias oficiais [ndr: estaria Sua Excelência fazendo uma sutil distinção entre homilias oficiais e aquelas da Casa Santa Marta?…], ele proclamou a belíssima doutrina católica. Espero que ele continue ensinando a doutrina católica de maneira muito clara.”
Mas infelizmente em seus documentos oficiais e em seus gestos que viram públicos Francisco não é tão claro quanto nas suas homilias oficiais, e a Evangelii gaudium e a perseguição aos Franciscanos da Imaculada são provas que a mídia não se alegra sem ter motivo com Francisco, nem o louva de graça, porque o papa não esclarece sua doutrina e é extremamente ambíguo, faz o que o excelente Bispo Dom Schneider relata: Embora ele diga que as conversas de mudança parta principalmente dos “meios de comunicação anticristãos”, ele vê clérigos e católicos leigos que “colaboram” com o que ele chama de novo paganismo. Dom Schneider é particularmente crítico quanto à ideia de que essas mudanças devem ser feitas para usar de misericórdia com aqueles atualmente banidos da recepção dos Sacramentos. “[Isso é] um tipo de sofisma,” ele disse. “Isso não é misericórdia, isso é cruel.”
Francisco foi o primeiro a ficar feliz com a “misericórdia” do cardeal Kasper que quer dar a Comunhão para os recasados, que, segundo o papa, é “fazer teologia de joelhos”.
Também me chamou atenção o Bispo parecer, para mim, se contradizer quando disse: “É bastante insignificante ser popular ou impopular.” E depois: “Jesus alertou: ‘Ai de vós, quando vos louvarem os homens.’ Popularidade é algo falso… Os grandes santos da Igreja, como, por exemplo, Thomas More e João Fisher, rejeitaram a popularidade… aqueles que hoje em dia estão preocupados com a popularidade dos meios de comunicação e a opinião pública… serão lembrados como covardes e não como heróis da Fé.”
Jesus disse que os mornos serão vomitados, ou seja, os covardes se perderão. E se também ai dos populares, como pode ser insignificante ser popular aos olhos do mundo? Se o mundo soubesse quem realmente foi São Francisco de Assis, ele ainda seria popular? O mundo admira um ecologista hippie que dizem, eles mentindo, ser São Francisco. E se soubesse que Jesus Cristo não só veio dizer “não julgueis”, ainda teria tantas seitas e pagãos se dizendo cristãos? Ora, basta ver o que o mundo faz com os verdadeiros cristãos, que tentam imitar Jesus Cristo, e o que fez o mundo com o próprio Jesus Cristo, basta olhar os mártires, pois eles não morreram por somente dizer “não julgueis”, mas por seguirem verdadeiramente Jesus Cristo.
Porém o Bispo Dom Athanasius Shneider é um exemplo para todos os bispos, pois se a Igreja tivesse mais bispos como ele, com certeza a crise seria menos dolorosa para muitos. Rezemos por ele, é um dever nosso!
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O cisma não desencadeou uma crise na Igreja, mas consumou uma crise prolatada ao longo do tempo. E, mal ou bem, os cismáticos preservaram a tradição e o cânone. Crise braba foi a Reforma, que desencadeou a luta do espírito moderno do anticristo contra a Igreja.
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“…o Papa é somente o vigário de Cristo.” ,isto diz tudo aquilo que gostaria de dizer mas não pode dizer,… ainda.
“Até agora, em suas homilias oficiais …ele proclamou a belíssima doutrina católica”. “Até agora” pelas suas palavras parece que está à espera que o papa ainda proclame doutra doutrina que não a católica. Quanto a mim tem toda a razão em ter esse receio como temos vindo a assistir, as palavras do Papa são tudo menos claras e inequívocas.
Quanto ao estado da Igreja basta, ler as múltiplas mensagens de Nossa Senhora para reconhecer o seu estado hoje. Esta não é uma crise como as outras, mas a maior crise da Igreja, que só será sanada com a vinda do próprio Cristo, tal como foi prometido. Estamos a viver a apostasia que antecede a vida de Jesus Cristo.
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Também acredito que a “deforma Protestante” foi muito mais grave do que o Cisma do ano de 1024. O início de toda a revolução contra Deus surgiu nesse período. Depois, foi ladeira abaixo: Iluminismo, revolução Francesa, Revolução Comunista, pós-modernismo anti-Cristão.
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Comunhão na mão = Uma das maiores, senão a MAIOR invenção de satã maldito para pisotear e jogar Nosso Senhor na lama.
Para não pecar, de raiva, é preciso comungar e fechar os olhos para não ver a pressa, a frieza, o desdém com que Cardeais, Bispos, Padres, “ministros”(as) malfadados(as) da comunhão distribuem a hóstia consagrada, muitos não a colocam sobre a mão do comungante, a enfiam mesmo, como se jogassem uma bala ou uma bolacha…
Na mão, colocando com carinho ou não, é e será sempre uma ofensa gravíssima a Nosso Senhor. Quem duvida que partículas ficam na mão ou caem no chão, é só experimentar usar a patena, só para tirar a dúvida… Sempre fica alguma partícula visível, não é pó, como dizem os relaxados e sem fé, são PARTÍCULAS VISÍVEIS DA HÓSTIA CONSAGRADA que ficam na mão ou vão pelo chão a fora…
Paulo VI suportou a comunhão na mão, mesmo totalmente contra sua vontade, porque era fraco, vacilante, medroso, sem autoridade, e perdeu totalmente o controle do seu Pontificado…e agora vai ser beatificado… É RIR PRA NÃO CHORAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Li num blog, não me recordo qual, que a Beata Tereza de Calcutá disse “que um dos males da nossa época é a comunhão na mão”…
Graças a Deus nosso Pároco, devagarinho, com cuidado e enfrentando resistências, foi explicando para as pessoas o porquê de não ser bom a distribuição na mão e foi cortando a comunhão na mão nas nossas Missas; atualmente ele não dá, em hipótese alguma, a comunhão na mão e sempre usa a patena e o mesmo é exigido dos “ministros”(as)…
GRAÇAS E LOUVORES SE DÊEM A TODO MOMENTO, AO SANTÍSSIMO E DIVINÍSSIMO SACRAMENTO!!!!
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Exatamente Heitor, a Reforma Protestante é o ato inicial da rebelião do homem contra Deus. O protestantismo encarna o ódio contra a autoridade divina, encarnada na Igreja. A Revolução Francesa é o ódio contra a religião. O comunismo tem na sua raiz o ódio contra Deus. E, o modernismo, a condensação contemporânea de todas essas experiências históricas, odeia o homem, é o anti-humanismo travestido pelo antropocentrismo radical. Daí o triunfo da cultura de morte nas sociedades modernas, pois na raiz do aborto, do casamento gay, da eutanásia, da manipulação eugênica, está o ódio contra a própria miserável condição deste homem sem Deus e sem sentido na sua existência.
Não sei se as coisas vão melhorar nos próximos anos. Parece-me que uma consciência mais honesta e franca da crise profunda em que a Igreja se encontra é absolutamente salutar para que a situação mude. Entretanto, é necessário efetivamente um ato, por parte de Roma, que determine de forma enfática que a vida da fé cristã no mundo depende de uma tomada de armas contra a modernidade. Lutar contra a modernidade não é um fardo anti-historicista, como alguns insinuam, mas é o dever existencial da Igreja na luta contra o espírito do anticristo no mundo.
Hoje estava contemplando fotos de várias, inúmeras igrejas alemães barrocas, especialmente as da Baviera e Baden, que, ao lado da Renânia, formaram a resistência civilizacional católica contra o protestantismo. O deslumbramento absoluto do barroco alemão nos séc. XVII e XVIII, talvez um dos conjuntos de templos mais bonitos do mundo, não reflete apenas um movimento artísticos, mas um ato vigoroso de afirmação da catolicidade contra a iconoclastia protestante. A Contrarreforma, a verdadeira Reforma Cristã, jamais capitulou em ponto algum diante do protestantismo. A Igreja jamais pensou em “conciliar” a doutrina católica e suas devoções. Pelo contrário, a Reforma Católica, de São Pio V, da então florescente e áurea Companhia de Jesus de São Roberto Belarmino, da mística de Santa Teresa d’Ávila e São João da Cruz, de gigantes como São Felipe Neri e São Carlos Borromeu, é a radicalização da fé católica. Contra a genuína e indispensável iconografia cristã, mais ícones, mais representações. Contra a devoção aos santos, maior devoção à eficácia da santa intercessão dos eleitos. Contra o amor católico à Maria Santíssima, mais amor e devoção à Mãe de Deus. Contra a santa missa, o rito tridentino, esta benção santificante.
É para isto que os homens da Igreja devem despertar: a crise só vai acabar quando Roma assumir que o triunfo da cruz neste mundo depende da assunção radical da fé católica como Verdade revelada em Cristo e por Cristo. E, que perdoe o querido, valente e, diria até, necessário dom Athanasius Schneider: um papa que esconde a sua cruz diante dos judeus não pode ser um papa que esteja disposto a lutar pela Igreja. A fé católica é um chamado à batalha, não tem jeito. Foi assim no tempo dos mártires, sempre tem sido assim ao longo dos séculos. Inclusive lutar contra os parvos que, de tempos em tempos, arrebatam o Trono de Pedro. Somente nos últimos 50 anos pensou-se que poderia ser diferente, que a Igreja poderia transigir com o mundo. Não o pode, simplesmente não o pode, pois Cristo não pode transigir com o diabo. Eis a finalidade da Igreja, enquanto corpo místico de Cristo no mundo: lutar até o fim dos tempos contra o espírito do anticristo.
Bento XVI cifrou esta mensagem perene em uma linguagem mais palatável às sensibilidades contemporâneas nos conceitos de “minoria criativa” e “luta cultural”. Há uma evidente sensibilidade escatológica por trás dos documentos pontificiais de Ratzinger. Mas a missão redesperta no pontificado de Bento XVI transcende às suas forças e à sua própria condição humana. É o Espírito Santo que infundirá sobre esta geração, consciente da crise em que a Igreja se encontra, o caminho para retomarmos as armas na luta contra o anticristo. E este movimento já vem por baixo, pelos pequenos e intrépidos padres que, em meio à insanidade reinante de seus pares, preferem a Cristo ao mundo, aos leigos que cada vez mais se apercebem do real estado do mal que nos afliges, dos homens e mulheres que hoje trabalham, com a força de seu exemplo e de sua fé, pela Restauração.
Restauração não é “retorno”, o mundo pré-conciliar já se dissolveu no atual estado da crise, e retorna-lo é um traço de romantismo que ainda envolve as almas devotadas à Tradição da Igreja. Restaurar aqui significa aprofundar a experiência do homem sob a luz da Revelação, restaurar a Igreja em Cristo, mirando no Senhor para melhor atender à Sua vontade.
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Que maravilha, meu Deus do Céu!
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Em tempo: onomástico merecido.
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Gerson disse:
«Em Fátima Nossa Senhora disse oficialmente assim: “AS IGREJAS SERÃO PROFANADAS!”»
Em lado nenhum se encontra tal afirmação! Cuidado para não usar, no entusiasmo, mentiras para defender uma justa causa…
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Maravilhosas palavras de Dom Schneider! Disse tudo que eu gostaria de dizer.
Fiquem com Deus.
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Além das outras três crises (que mencionei na resposta a Thiago e Jeby Albás), lê-se na entrevista completa que D. Schneider confirma o tópico, na agenda do Sínodo, para se discutir a admissão de divorciados “recasados” à Sagrada Comunhão.
Mas ele espera que a maioria dos bispos ainda tenha espírito e Fé Católicos, e rejeitem a proposta (queira Deus que sim).
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