Por Prof. Hermes Rodrigues Nery | Fratres in Unum.com: As apreensões em torno do Sínodo da Família se justificam. A crise é grave, gravíssima. Temem-se as falsas soluções. A pressão é muito forte por uma estratégia sutil: nada muda-se na doutrina, apenas no tom, na abordagem. Aí é que está o perigo. Não dá para esconder o desconforto, a perplexidade, a angústia dos católicos, em todo o mundo. “Ao menos um bispo perguntou sobre o que ocorreu com o conceito de pecado. A palavra ‘pecado’ aparece raramente no relatório de 5 mil palavras”, afirmou John Travis. Religiosos e leigos sérios são procurados por fiéis sinceros e devotos autênticos, que querem entender o que está acontecendo. Muitos evitam se posicionar pois temem o “linchamento moral”, a represália que podem sofrer se alguma opinião for considerada intempestiva. Mas não são lideranças católicas leigas que começam a sair do silêncio e manifestar graves preocupações. São cardeais da envergadura de Stanislaw Gadecki (Polônia), Wilfrid Fox Napier (África do Sul) e Raymond Burke (Estados Unidos) que reagem. E tais reações se intensificaram após a apresentação da Relatio post disceptationem.
Não é a mídia internacional que está fazendo sensacionalismo e distorcendo os fatos, como falam aqueles que tentam encobrir o mal estar geral. São os próprios cardeais que querem evitar que as propostas apresentadas pelos alemães Walter Kasper e Reinhard Marx, com a anuência do prelado italiano Bruno Forte, sejam contempladas no documento final. E pior ainda, que sejam acatadas nas decisões que serão tomadas após as deliberações, no próximo ano. “Nada será mudado na doutrina”, enfatizam os defensores das propostas mais aggiornadas. Mas, é justamente isso que preocupa. Manter a doutrina e mudar o tom: em vez de condenar o pecado, recorrer a misericórdia como retórica quando direcionadas a pecadores não penitentes.
Que efeitos serão acarretados com a “lei da gradualidade”, “que permite colher os elementos positivos em todas as situações até agora definidas como pecadoras pela Igreja”, como destacou o Prof. Roberto de Mattei? A mudança no tom visa isso: relativizar e minimizar as conseqüências do pecado, algo que o próprio Jesus evitou, como fica evidente no episódio da mulher adúltera. Qual foi a atitude de Jesus para com a pecadora? Jesus disse: “quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”, evitando o apedrejamento da mulher adúltera, porque estava diante de uma mulher inteiramente arrependida. E não se despediu dela sem dizer: “Vai e não tornes a pecar!”. Teve misericórdia para com a mulher pecadora, porque ela estava arrependida, e não deixou de exortá-la a não mais pecar. Esse é o exemplo deixado pelo Divino Mestre.
Sabemos que “a letra mata, o espírito vivifica”. A sã doutrina católica não é apenas um texto normativo, mas uma via propositiva, que requer ser vivida, para que a adesão ao Evangelho seja realmente testemunhada. Daí ser uma via exigente, que nos obriga a escolhas difíceis, a decisões penosas, muitas vezes, porque a liberdade justamente nos é dada para renunciar ao mal. Se a liberdade acaba sendo condescendente com o mal, a pessoa deixa de ser livre e se torna escrava das piores ilusões. Daí pode perder-se por deixar de recorrer à graça divina, atenuada que está a sua consciência do pecado, por uma misericórdia que apenas o anestesiou e não o levou à conversão. O papel de um Sínodo é, portanto, confirmar a fé, a beleza e a riqueza da sã doutrina católica, e não deixar-se seduzir por uma estratégia que coloca na sombra a realidade do pecado, e instrumentaliza a misericórdia numa postura que talvez não leve o pecador a tomar consciência do seu pecado, dificultando assim o seu verdadeiro arrependimento.
A mudança no tom, principalmente, no campo da moral familiar, acentua as apreensões existentes, quando o conceito do pecado deixa de ser devidamente ressaltado. É uma estratégia, portanto, de risco, pois pode acarretar o contrário do que se pretende, dando mais debilidade e criando mais dificuldade na vivência da fé católica. Por esse motivo o Sínodo tornou-se altamente problemático. E mais: os estudos mais recentes comprovam que forças políticas, culturais e econômicas agem (de fora, com parte do clero contagiado e conivente com a agenda globalista), pressionando o Vaticano a mudar o tom e a flexibilizar no modo como sempre se posicionou em relação aos “valores inegociáveis”. A mudança no tom é a estratégia desejada pelos que interessam descatolizar a Igreja e neutralizar resistências no processo já em curso, e também viabilizar outras mudanças mais profundas que muitos desejam há tempos empreender, e querem fazer o quanto antes, visando minar assim a sã doutrina. Daí a importância da posição tomada especialmente pelos cardeais Brandmüller, Burke, Caffarra, De Paolis e Müller, tão bem expressa no título da obra que eles recentemente publicaram e que diz tudo o que cada católico deve fazer, em meio aos tempos convulsivos em que vivemos: “Permanecer na Verdade de Cristo”.
“Nada muda-se na doutrina, apenas no tom, na abordagem”. Estão tentando passar a perna em Jesus Cristo na maior cara dura! E o que é pior, essa armação está sendo urdida pelo seu próprio vigário!
É como uma mãe desonesta desautorizando o pai da família. Ela chega para os filhos e diz:
_ Nada mudou nas regras dessa casa. O horário estabelecido pelo seu pai pra se entrar em casa continua sendo 11 horas da noite…mas vocês podem chegar as 11 da manhã contanto que não deixem ele saber.
É tanta desonestidade que se Deus não abreviar esse tempo podemos contar até o número dos que se salvarão.
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…”Se a liberdade acaba sendo condescendente com o mal, a pessoa deixa de ser livre e se torna escrava das piores ilusões. Daí pode perder-se por deixar de recorrer à graça divina, atenuada que está a sua consciência do pecado, por uma misericórdia que apenas o anestesiou e não o levou à conversão”.
O acima parece uma interessante abordagen que, dentro da Igreja, mais se pareceria obra da maçonaria infiltrada que promoveria novos direcionamentos para a doutrina da Igreja, atendendo a grupos ou casos pontuais em nome da complacência com o erro, no entanto simulando misericórdia e acolhimento, mas discordante da tradicional doutrina de até então.
Mais se pareceria – senão apostasia – que, com as cessões aqui e acolá acabem relativizando os católicos, um desejo e meta há décadas perseguidos: protestantizar a Igreja, abrindo caminho para a futura religião globalista.
Os cardeais promotores dessas ideias revolucionarias são altamente suspeitos de pertencerem à maçonaria – seriam reedições do Cardeal Bugnini – e, se prevalecerem ao final, a dominação estaria em processo bem avançado, especialmente se o papa Francisco não se contrapuser às concessões aos re-uniões e aos homossexuais, nessas situações sem mudanças comportamentais, eles irregularmente querendo serem católicos!…
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Eu sinto muito que um homem dessa envergadura não tenha sido eleito deputado. Sinto vergonha dos católicos brasileiros. Eu em Nome de Cristo pedi votos pro senhor Prof. Hermes.
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Pois é caro Eduardo, também fiquei decepcionado com a quantidade de votos recebida pelo Profº Hermes… Eu mesmo consegui alguns votos para ele.. ao menos entre minha família…
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A doutrina católica é exigente, principalmente no seu aspecto pastoral, ou seja, o guiar os fiéis nos mandamentos divinos. O que a Igreja é obrigada a fazer é transmitir esses ensinamentos sem atenuações e quem desejar ser católico realmente, tem obrigação de acolher tal ensino, não sendo permitido a descrença de um só ponto, pois quem nega um só mandamento da lei, nega a lei inteira.
Mas sendo as exigências tão difíceis de serem cumpridas, alguém poderia perguntar, quem poderia se salvar cumprindo a moral católica?
A resposta é ninguém, porque para isso é impossível aos homens.
MAS PARA DEUS NADA É IMPOSSÍVEL, já repetia o Divino Mestre e Pastor de nossas almas.
Alguns bispos progressistas já perderam a noção do sobrenatural faz tempo.
Possuem carteirinha de naturalistas maçônicos infiltrados na Igreja, ou são lobby gay que muitos normalistas neo-conservadores negam existir, apesar de cardeais falarem abertamente que a Igreja se deve abrir aos gays, daquela forma diferente que Bento XVI e JP II fizerem.
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Segundo o q foi publicado no Messa in Latino, o Arcebispo Maior da Igreja Ucraíno Católica (Rito Bizantino) – Sua Beatitude Svetoslav Shevchuk – falou sobre a necessidade de
“enviar uma mensagem clara aos fiéis e ao Papa”, que “a família é a união estável, fiel e sacramental entre um homem e uma mulher.”
Alegria por ouvir isso da boca de um Patriarca Católico, tristeza ao perceber q ele teve de dizer isso não a um grupo de indígenas recém descobertos, mas sim ao PAPA e em um sínodo de BISPOS
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Caros amigos, porque não uma assembleia mundial, das organizações da família, de religiosos que tenham coragem de falar, de estudiosos, robertto de mattei, michel voris, e outros…laicos, simples fieis,etccc todo o tipo de organizações pró família e pró vida. todos em Roma… nas barbas deles. para discutir o sínodo e vaticano ii ( a fonte de todos os males). união já! resistência à tomada da igreja pelo demónio.
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A “Lei de Gradualidade” foi inventada para impossibilitar a conversão radical, e se assemelha à mornidão que está no Livro do Apocalipse, contrariando o princípio do “Sim, sim; Não, não” ensinado por Nosso Senhor no Evangelho de São Mateus.
“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.”
Mateus 5:37
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Foi precisamente dos cristãos mornos que o Papa falou na homilia da passada sexta:
“Ter como fiança de eternidade o próprio céu não impede os cristãos de resvalar ao menos em algumas tentações, alertou o papa. “Quando nós queremos, não digo cancelar, mas podemos tornar opaca a nossa identidade”. É o caso, disse o papa, do “cristão morno. Ele é cristão, sim, vai à missa aos domingos, sim, mas, na sua vida, a identidade não é visível. Ele vive como um pagão: pode viver como um pagão, mas é cristão. Ser mornos. Tornar opaca a nossa identidade. E o outro pecado de que Jesus fala aos seus discípulos e que nós escutamos: ‘Guardai-vos bem da levedura dos fariseus, que é a hipocrisia’. Fingir: finjo ser cristão, mas não sou. Não sou transparente; digo uma coisa, mas faço outra coisa que não é cristã”.” (Zenit)
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Professor, parabéns pelas palavras. É por esta posiçâo que votei no sr.
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O Vaticano está com a síndrome do Costa Concórdia. Aquele navio cujo capitão desprezou as cartas náuticas e os modernos instrumentos de navegação e desviou a rota para agradar os passageiros. Deu no que deu! A Igreja não tem de agradar ninguém, muto menos a imprensa. Ou os bispos assumem que a Igreja é um farol ou criem as suas próprias igrejas.
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‘Religiosos e leigos sérios são procurados por fiéis sinceros e devotos autênticos, que querem entender o que está acontecendo.”
Uma amiga protestante me perguntou que tinha ficado horrorizada com as palavras do Papa, eu disse a ela que o Papa não disse nada disse que a mídia disse que o Papa disse, mas que havia uma grande porção de religiosos hereges que escreveram um relatório não aceito pela maioria dos católicos. Fazemos de tudo para não denegrir a Igreja, mas os protestantes são melhor doutrinados pelos pastores evangélicos que estão aproveitando para reiterar o que eles sempre disseram: que a igreja católica é mais falsificadora das palavras de Cristo e a unica não verdadeira igreja cristã….
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Muito bom o texto do Prof.Hermes.Assino embaixo.
Fiquem com Deus.
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Perfeito ! Muito bom artigo !
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a lei da gradualidade está cheia de “fumaça de satanás”, muito cuidado! … cheira a vaticano ii e a maçonaria.
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Esse é o texto que deveria ter sido lido no Sínodo e constado do documento final.
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Em oração, com a convicção de que a sã doutrina será sempre preservada, pela ação do Espírito Santo, porque rezamos no Credo: Creio na Santa Igreja Católica.
Agradeço ainda aqueles que aqui manifestaram o apoio e o voto no pleito de 5 de outubro para a Câmara dos Deputados. Foram 6.514 votos inteiramente limpos e conscientes, sem populismo nem clientelismo, o verdadeiro voto católico. O movimento pró-vida dividido, especialmente de São Paulo, preferiu apoiar, por exemplo, o evangélico Pastor Marco Feliciano (com mais visibilidade midiática), ou católicos abrigados em partidos abortistas, como o PV ou declaradamente socialista, como o PSB. Há anos que vou a Brasília e percebo diminuir cada vez mais o protagonismo católico naquele campo decisório nacional, e as bandeiras conservadoras serem assumidas por parlamentares evangélicos, espíritas e outros. Chalita passou, Zimbaldi passou, ambos com o voto católico. Cobrei, em 27 de abril de 2011, dos deputados da Frente Parlamentar em Defesa da Vida empenho na PEC pela Vida, mas a propositura não avançou. É a terceira legislatura que passa sem que os deputados ditos católicos ou outros, incluam na Constituição Federal o direito a vida, desde a concepção. O fato é que não há vontade política nesse sentido. E assim por diante. Continuaremos no bom combate, tendo já ido muito além das nossas forças, mas sabendo hoje, graças a Deus, que há mais de seis mil e quinhentos católicos no estado de São Paulo que podem formar a base para uma verdadeira MILITÂNCIA CATÓLICA. Que Deus os abençoe sempre, com a família.
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Corrigindo o dado acima: Foram 6.574 votos inteiramente limpos e conscientes.
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Sejam mais serenos nos vossos comentários que irradiam em termos uma imprudência reflexiva até pois temos um sínodo pastoral assistido pela continua presença do Espirito Santo de Deus. E é indispensável lembrar a tradição da Igreja em assuntos seculares, nunca nosso senho Jesus deixará nada ser defeito em tudo aquilo que foi revelado.
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