Dom Athanasius Schneider em São Paulo: lançamento do livro “A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja”.

Por Marcos Silva – Fratres in Unum.com: Ocorreu ontem, 27, no Mosteiro de São Bento em São Paulo, conforme anunciado, o evento de lançamento no Brasil do livro de Dom Athanasius Schneider, A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja. O evento foi organizado pela Editora Imaculada, com a presença do famoso pregador Anderson Reis, colaborador da comunidade carismática “Alegrai-vos no Senhor”, e pela Associação Cultural Montfort, presidida pelo Sr. Alberto Zucchi. A Editora Imaculada responsabilizou-se pelas vendas do livro de Dom Schneider e a Associação Montfort pelo cadastramento dos participantes, pela organização da mesa expositora e das perguntas do auditório e pela filmagem do evento.

Da esquerda para a direita: Mons. Dominic Carey, Pe. Luiz Fernando Pasquotto, Pe. Renato Coelho, Dom Schneider, Dom Bruno e Duclerc Parra.
Da esquerda para a direita: Mons. Dominic Carey, Pe. Luiz Fernando Pasquotto, Pe. Renato Coelho, Dom Schneider, Dom Bruno e Duclerc Parra.

Compuseram a mesa, além, evidentemente, de Dom Schneider, Mons. Dominic Carey, vigário-geral da Diocese de Ciudad del Este; os sacerdotes do Instituto do Bom Pastor Luiz Fernando Pasquotto e Renato Coelho, superior do IBP no Brasil; Dom Bruno Costa, OSB, ecônomo do Mosteiro de São Bento de São Paulo; e Duclerc Parra, vice-presidente da Associação Cultural Montfort.

Dom Athanasius fez uma breve exposição de cerca de trinta minutos sobre o conteúdo de seu livro para um público de aproximadamente 250 pessoas, majoritariamente composto por membros da Montfort. O bispo defende que a comunhão na mão deve ser proibida nas celebrações litúrgicas, porque essa prática acarreta uma série de problemas espirituais e práticos. Da perspectiva espiritual, haveria um arrefecimento da fé e da reverência à Eucaristia nos fiéis. O motivo disso residiria no fato de que receber de pé a comunhão na mão assemelha-se muito à tomada de um alimento comum. Do ponto de vista prático, Dom Schneider comentou a queda de partículas e o crescente roubo de hóstias em todo o mundo destinado a rituais satânicos, roubo esse que evidentemente seria muito dificultado com a Sagrada Hóstia recebida diretamente na boca.

Cerca de 250 pessoas assistiram à conferëncia de Dom Athanasius em São Paulo.
Cerca de 250 pessoas assistiram à conferëncia de Dom Athanasius em São Paulo.

Dom Schneider também enfatizou que é preciso iniciar a prática do fervor Eucarístico no seio das famílias graças ao exemplo dos pais, a uma completa catequese e à busca de celebrações dignas, ainda que isso acarrete algum desconforto prático por causa de deslocamentos.

Após sua exposição, Dom Schneider respondeu a algumas perguntas. Alguns participantes indagaram, referindo-se a uma experiência pessoal concreta, como se deve proceder quando seu bispo proíbe a comunhão de joelhos diretamente na boca. Dom Athanasius respondeu de maneira muito serena e firme que isso se configura como um abuso grave, em descumprimento ao documento Redemptionis Sacramentum, nº 91, e que se deveria recordar, com todo respeito, ao bispo o que está consignado nele. Dom Schneider, em suas respostas, também comentou que não importa tanto hoje aumentar o número de católicos, mas de melhorar a qualidade deles.

Em sua passagem por São Paulo, Dom Athanasius celebrará Missa Pontifical e administrará o santo sacramento da Crisma, no próximo domingo, 30, na Paróquia São Paulo Apostólo. Ainda no Brasil, Sua Excelência proferirá conferências em Brasília e Belém.

38 comentários sobre “Dom Athanasius Schneider em São Paulo: lançamento do livro “A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja”.

  1. Salve Maria! Gostaria de saber se alguém sabe o site desta editora Imaculada, que esta divulgando o livro de Dom Athanasius em português?

    Paz e bem!

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  2. Estive lá. O auditório estava completamente lotado (cabem 280 pessoas sentadas).

    Excelente palestra não só pelo tema mas pela postura de Dom Athanasius que é, percebe-se facilmente, um homem de oração, um homem da Igreja!

    Lex orandi, lex credendi. O Sr. Bispo entende como muito clara a relação entre a recepção da comunhão na mão e a queda na devoção seja dos fiéis, seja dos padres. Quer pelos fragmentos eucarísticos que caem no chão, quer pela banalização do ato de comungar: dá a impressão de ser um alimento qualquer, cotidiano.

    Muito mais foi dito (“ministro extraordinário da Eucaristia” atuando na Missa, fato inédito na História).

    A palestra (e as várias perguntas ao final) foi gravada. Esperemos seja publicada logo.

    Deus abençoe Dom Athanasius e nos dê mais pastores como ele!

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    1. Luis, é óbvio que a Montfort não aderiu aos carismáticos, por mais defeitos que eles tenham! É evidente que foi apenas uma associação prática para a promoção do livro.

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    2. Vera eu entendi: há ocasiões em que se pode adorar os idolos. Bem ecumenico, bem relativista. Mas o exemplo dos martires e dos santos foi diferente.

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    1. Não é porque o professor Orlando condenava a renovação carismática que a Montfort hoje não pode agir junto com eles em algumas ações práticas.

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    2. Entendi Vera, é mais ou menos como vender a alma ao diabo por uma boa causa – Associação pragmática é maquiavelismo. Entendo esse conchavos políticos porém, é muito feio se colocar como propagadores do Sr. Fedeli e não agir como tais. Hoje, a Monrfort do seu Zucchi não tem nada do Prof. Fedeli.

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    3. Pelo que entendi o evento teve participação da Montfort na organização, e contou com a presença de pessoas de vários grupos, inclusive carismáticos. Não foi “evento carismático”, foi a palestra de um bispo. Que bom que muitas pessoas compareceram. Queira Deus que a semente plantada brote em solo fecundo.

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  3. Que bom que o Anderson Reis esteve presente. Mostra ser um Católico que busca se formar. As palestras dele sobre a comunhão são ótimas!

    O evento foi aberto à todos, pelo que me consta. A participação da Montfort ou outro grupo com Carismáticos é irrelevante. Na verdade não há ligação. Católicos diferentes estiveram presentes. Louvador seja Deus!

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  4. PARABÉNS AO FRATRES pela divulgação do evento de Dom Schneider. Sem dúvida contribuiu para que mais pessoas estivessem lá.

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  5. @ Diogo Schmitt

    E aí? Para que mentir, dizendo que a Montfort-Zucchi não tinha nada a ver com o evento?

    Você se lembra do que escreveu?

    La-men-tá-vel!

    Mensagem de Diogo Schmitt no Fratres:

    Diogo Schmitt

    19 novembro, 2014 às 1:14 pm
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    @Marcel,

    Informação equivocada e que pode causar confusão.

    Nem a Associação Montfort, nem o Prof. Alberto Zucchi são promotores do evento, ou “estão pagando a vinda de Don Schneider”.

    A iniciativa do bispo é isenta e, com seu consentimento, a Associação Montfort está apenas contribuindo com a divulgação, após se verificar que era falsa a informação do IPCO de que estariam promovendo o evento.

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    1. @Marcel,

      Lamentável é essa sua afetação.

      Me lembro muito bem do que escrevi. Eu corrigi uma comentário seu, tremendamente imbecil e canalha, no qual você insinua que Don Athanasius é algum tipo de interesseiro, ou mercenário, que vai “se aproveitando” de “grupelhos”, se relacionando com “quem está pagando” mais.

      Pare de dar palpites que ninguém lhe pediu a respeito do que você não conhece.

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  6. O que a conveniência uniu, Fedeli não separa!

    Montfort & Carismáticos, uhhh, quem diria?!!!!!

    Só para refrescar a memória: “na Igreja não há vertentes. Nela só se admite a verdade. E a RCC é protestante de origem e de práticas. Logo, não há lugar para o carismatismo pentecostal na Igreja Católica” (Orlando FEDELI, Não há aspectos positivos na RCC?, 21.12.2011, em: http://www.montfort.org.br/nao-ha-aspectos-positivos-na-rcc/).

    In Corde Iesu Semper!!!!!!!!

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    1. Será que se ao invés do grupo carismático fosse o IPCO a comercializar os livros, será que haveria esta associação pragmática? Mas hoje em dia buscar resultados pragmáticos têm sido um vício infelizmente generalizado. Quem dera fosse apenas a Montfort…

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  7. Até onde eu percebi o pregador estava vendendo os livros, portanto pode ele ser um representante da editora. Eita gente que gosta de ver o circo pegar fogo.
    Fora isso o evento foi ótimo.

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    1. Quem sabe uma pessoa (carismática) dessa se converte, ué, não é possível isso? Um carismático presente a uma palestra de um verdadeiro Bispo da Santa Igreja e com uma instituição tradicional , não pode ele receber graças para tal? ou Nosso Senhor já escolheu os seus?

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  8. Como é ignorante esse povo…
    Haviam carismaticos la?
    Obvio…
    oq isso tem d importante?
    A montfort aderiu ao carismatismo por causa disso?
    aff ein
    vamos ser mais espertos amigos
    nao saio mais na rua, pq la tem gente de todo o tipo… daqi a pouco vao dizer q sou isso e aqilo…
    talvez a montfort nao devia ter ido la pra evitar esse tipo de comentario ignorante
    mas eh claro q nao
    talvez vcs devessem sair as vezes da frente do computador e fazer algo d mais util…

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  9. Será que é pecado mortal ir à palestra dele? Pois segundo o poderoso chefão, quem foi à palestra do De Mattei cometeu pecado mortal. Só pelo fato dele ser próximo da TFP. E ao que me consta, Dom Athanasius é muito mais próximo da TFP do que da “falida” Montfort.

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  10. Rapidamente veio a confirmação daquilo que tinha dito ao Sr. Dionísio em notícia anterior. A Montfort é uma entidade híbrida com elementos da Tradição e do modernismo. Parabéns ao Guilherme Chenta pela denúncia ainda quando membro da associação. De outra feita, temos que admitir que a Montfort tem sido nos últimos tempos mais transparente evitando escamotear uma situação inverídica. Co-patrocinar importante evento com a vertente carismática revela a meritória transparência.

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  11. A Montfort critica tanto D. Rifan dizendo que ele traiu os tradicionalistas e agora ela adere a um bispo que é muito mais adepto ao CV II do que D. Rifan. Que é tão devoto de “São João Paulo II” quanto D. Rifan e não tem nada que ver com a missa tradicional, antes pelo contrário, sempre defendeu a missa de Paulo VI “bem celebrada”
    O IBP que tome cuidado para não resvalar por essa pirambeira dos Pozzos e outros bispos modernistas que tentam aliciar os tradicionalistas.

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  12. Rapidamente veio a confirmação do que eu afirmei ao Sr. Dionísio Lisboa em tópico anterior. A Montfort é uma entidade híbrida já que ao mesmo tempo acende vela à Tradição e à igreja conciliar. Alberto Zucchi está conduzido a diretriz do tradicionalismo “ma no troppo”. Parabéns ao Guilherme Chenta pela coragem em denunciar esta diretriz ainda quando estava dentro deste grupo. De outra feita, temos que concordar que ultimamente a Montfort tem sido transparente revelando a sua hibridez. Eis, pois, o verdadeiro legado Montfort: A nova manobra Judith. Alberto Zucchi. O novo João Clá.

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    1. Caro Watchman (que eu não tenho a menor ideia de quem seja),

      A única coisa que eu denunciei foi o tradirromantismo do Sr. Alberto Zucchi.

      Colateralmente, também tratei do sectarismo dele, mas sem me aprofundar.

      Até mais,
      Guilherme

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  13. Caro Guilherme
    Reputo meritório quem vira as costas ao comodismo, às boas relações de um grupo, para defender a verdade. Por isso elogiei a sua ação. Quanto à resposta do Sr. Eder, se a autoria da resposta for dele, onde procura refutar o tradirromantismo da Montfort, gostaria de fazer um pequeno comentário, embora confesso que não a li integralmente. Pareceu-me que o Sr. Eder evitou fazer uma verdadeira refutação do mérito da questão, sendo que focou a discussão na suposta evidência que a Montfort alia-se ao IBP porque segue as diretrizes do Professor Orlando Fedeli. Estaria, então, apresentando um argumento de autoridade. Ao meu ver o Sr. Eder está combatendo usando como o escudo o falecido professor. Se a ação da Montfort está certa foi Fedeli quem anuiu. Se estiver errada que a culpa fique com ele.
    A questão do tradirromantismo ao meu ver origina-se em uma transmudação do próprio conceito que o Professor Fedeli tinha do Concílio Vaticano II, pois com o tempo seu entendimento vai evoluindo de uma reprovação total a ponto de considerá-lo ilícito para posteriormente reconhecer nele o caráter exclusivamente pastoral. Ora, quem reconhece a natureza pastoral do Concílio reconhece a sua licitude, a despeito de defeitos que a pastoralidade permite questionar. Portanto, assim que Orlando Fedeli aceita essa circunstância ele abrirá portas para a possibilidade de uma crítica construtiva do Concílio. Ora, essa é a tônica da constituição do IBP.
    Essa flexibilização de juízo confirma o que percebia em sua militância de aproximadamente um década para cá. Orlando Fedeli transformou-se, juntamente com seu grupo, em um elemento católico com espírito pré-conciliar. Se estudarmos essa época, vale dizer, as vésperas do advento do Concílio Vaticano II, com certeza verificaremos que o espírito de muitos católicos era esse: Devemos ceder alguns pontos da Tradição para o Modernismo para que aquela permaneça viva. Ao meu ver essa posição na época foi desastrosa.
    Estranhou-me essa transformação do Sr. Orlando, porque em sua militância ele rapidamente passou de um homem medieval (no bom sentido da palavra) para outras fases até chegar a um homem pré-conciliar. Parece-me que hoje o processo continua.
    Cordialmente,
    Watchman

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