“Obediência”? “Respeito”? Não vamos tolerar nenhuma lição de moral daqueles que moralmente assassinaram Bento XVI!

O grande medo dos Conformistas: Nós não aceitamos qualquer lição de moral daqueles que moralmente assassinaram Bento XVI!

Por Dom Pio Pace – Rorate-Caeli | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum,com: Já há algum tempo até bem recentemente, que modernistas, liberais, os autointitulados “moderados” e jornais e blogs considerados “levemente conservadores” têm protestado contra o que eles consideram como uma “guerra implacável” travada por Católicos ortodoxos contra o Papa Francisco e suas orientações.

Estamos bem no meio da parábola do cisco e da trave no olho!  E eles não criticaram, sem um momento de descanso, João Paulo II e sua tentativa de uma pequena “restauração”?  E são essas boas almas que agora nos querem dar lições? E não foram eles que destruíram Bento XVI num nível que só pode ser considerado como assassinato moral? Bento XVI, de quem os liberais já diziam entre si, no dia seguinte à sua eleição: “Este não vai durar mais do que dois anos”! O mesmo Bento XVI, a cujos inimigos Arcebispo Piero Marini convocava abertamente com um  grito de guerra: “Resistere resistere resistere!!”

Eles, então, agora querem nos dar lições, os mesmos que, por meio de seu incessante e brutal ataque contra Bento XVI, seja pela mídia Católica ou pela grande mídia secular, seja por vazamentos de documentos, seja por pressão financeira, seja destruindo-o pelo que ele fez ou pelo que deixou de fazer, seja por causa do que ele disse ou não disse, forçaram-no a apresentar a sua renúncia. Eles agora não só querem nos aniquilar, como fizeram com ele, mas ainda querem que nós os agradeçamos por sermos executados, querem que a gente ache graça no fato de sermos massacrados e que ainda peçamos desculpas pelas manchas de sangue salpicadas em suas roupas impecáveis…

Agora, esses bons apóstolos subitamente descobriram as virtudes da “obediência” e da “humildade”, ao nos dar lição sobre o “respeito”  devido a Pedro, como se, ao declarar a verdade — nem sempre fácil de se ouvir, e de uma forma muito mais suave e proporcional do que eles jamais fizeram – estivéssemos faltando com a obediência e o respeito. No entanto, é precisamente devido a nossa fé em Pedro e devido à nossa obediência incondicional à Igreja e toda a sua tradição que devemos falar como nós falamos.

A verdade é que eles têm medo.

Eu vejo três razões para isso.

1) A primeira razão é que os conservadores têm demonstrado uma capacidade absolutamente notável e inesperada de adaptação às novas mídias. Sua capacidade de estar presente, a sua prontidão em reagir, de comentar imediatamente, de fornecer análises tão logo os eventos acontecem, multiplicando tudo isso por blogs, por websites e por todo o mundo da mídia social… É preciso que seja dito que o Catolicismo tradicional, hoje em dia, sob todas as suas formas e tendências, é em parte resultado da modernidade e… do Concílio Vaticano II. Este Concílio quis dar voz aos leigos. E, para espanto dos guardiões do “espírito do Concílio”, os leigos tomaram isso ao pé da letra! Mas estes não são os leigos clericalizados do estabelecimento liberal, mas sim os novos Católicos ortodoxos. A partir da promoção do individualismo como resultado das mudanças implementadas na Igreja, eles foram capazes de tirar proveito dessas mudanças em um modo que seus artífices e partidários jamais poderiam ter previsto. Na época do Concílio Vaticano II, a ira dos liberais foi desencadeada contra o Cardeal Ottaviani, e eles acabaram sendo bem sucedidos em liquidá-lo. Hoje, os liberais estão tendo que encarar diante deles exércitos de pequenos Ottavianis em tudo que é mídia e fóruns católicos. E muitos dentre esses são bastante articulados!

2) A segunda razão é que a facção pró-Vaticano II está envelhecendo muito rápido e sendo atingida por uma hemorragia de “leigos engajados”, leigos clericalizados que também se tornaram leigos “desespiritualizados”, ou seja, que estão desanimados, e caem como vítimas de costumes e práticas burguesas da atualidade. Há também um importante número de Católicos a quem Joseph Malègue – um romancista francês apreciado pelo Papa Francisco – chama de “as classes médias de salvação”. São os Católicos que praticam sua religião de modo mais ou menos regular, mas que não frequentam a confissão, que organizam a sua religião e seu sistema de crença Católica de acordo com as tendências liberais de pensamento e assim agem no meio em que vivem. Estas são as ovelhas sem pastores, porque a Igreja que agora está de pé, de modo algum os desperta de sua letargia espiritual. (E não pensem que esta é uma tendência apenas das nações do hemisfério norte, muito pelo contrário: na América Latina, aqueles que estão espiritualmente engajados, que valorizam tradições familiares não encontram espaço e acolhida na Igreja, acabam indo parar no pentecostalismo, enquanto a maioria dos que permanecem nominalmente Católicos são precisamente os membros dessas “classes médias” letárgicas e desengajadas

Por outro lado, o Catolicismo “conservador” representa, em todas as suas nuances, tendências, correntes, novas comunidades, comunidades tradicionalistas, movimentos de jovens, grupos de identidade, seminaristas neo-clássicos, “novos sacerdotes”, “freiras com véus”, decididamente escolas e faculdades Católicas, o que podemos chamar as “forças vivas” da Igreja de  hoje. A bem da verdade, é um mundo extremamente diversificado, mas para os quais,de tradicionalistas de um lado a conservadores moderados do outro, e incluindo aí quase toda a Igreja na África, a nova orientação tomada por Roma desde março de 2013 “não dá pra ser engolida”. Bem, este Catolicismo é claramente o Catolicismo de amanhã. É, evidentemente, minoritário, mas é uma minoria que não cessa de crescer, porque é o único que é verdadeiramente fértil em vocações (ou fértil, em todos os sentidos!).

3) Esta segunda razão, sublinhada pelo debate público engajado pela primeira, deixa claro a existência de um “racha” entre uma parte considerável do atual “establishment” Católico e uma “elite” de cardeais ” e bispos e o “novo Catolicismo”, uma discrepância que se torna cada vez mais evidente. O erro fundamental do pontificado de Bento XVI foi o de não ter reduzido essa lacuna por meio de fortes nomeações episcopais (exceto, em parte, nos Estados Unidos). Qualquer que seja a interpretação “profunda” que se tente dar ao pontificado atual, fica evidente que ele só faz ampliar essa discrepância. Papa Francisco, com todas as suas habilidades de manobra, é um homem de outra era. Ele já cometeu erros consideráveis, como o caso dos Franciscanos da Imaculada e a submissão da indissolubilidade do matrimônio àquele show de votação durante o Sínodo. Erros que causaram um dano muito mais profundo à sua credibilidade do que o caso Williamson e o Vatileaks causaram  a Bento XVI.

Em suma: se os liberais pretendem infligir aos conservadores um complexo de culpa, na verdade são eles que estão demonstrando-se (culpados de assassinato moral como eles de fato o são) reduzidos a uma atitude muito defensiva. Eles não vão conseguir silenciar aqueles que agem por meio de oração, escritos, petições, debates, protestos, pois os que assim agem são movidos por Aquele que é a Verdade e a Justiça. E que sabem que o Cristo da bem aventurança da paz é o mesmo que expulsou a golpe de chicotadas os mercadores do Templo.

8 comentários sobre ““Obediência”? “Respeito”? Não vamos tolerar nenhuma lição de moral daqueles que moralmente assassinaram Bento XVI!

  1. Para os admiradores do Emérito Bento XVI:
    1 – Nas audiências das 4ªs feiras, magistralmente Papa Ratzinger historiou didaticamente toda a Teologia … … … confirmando a Doutrina!!!
    2 – Paralelamente … ia aperfeiçoando a Legislação Vaticana … em relação aos crimes praticados pelo Clero – principalmente os de pedofilia e de má gestão financeira.
    3 – Era a pessoa mais indicada para este aggiornamento das leis; pois, como Cardeal só podia aplicar a legislação vigente (principalmente, a deixada por São João XXIII).
    4 – Ao tornar as leis mais rigorosas (tornando os eclesiásticos iguais aos civis) … foi incomodando os lobos (que se infiltraram na Igreja também porque a legislação era brandíssima para os crimes eclesiásticos).
    5 – Também finalizou a Profecia ao informar que estamos no tempo de Governo Mundial.
    6 – Como Testamento deixou: o verdadeiro profeta católico obedece somente a Deus … … … quem não quiser obedecer, tem que se assumir PROFETA!!! !!! !!!

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  2. Pessoal,
    Lamentavelmente, o lobby do Vaticano derrubou um santo papa: Bento XVI, essa é a verdade nua e crua. Com efeito, é preciso divulgar o livro do Padre Malachi, “o último papa” (disponível abaixo). A versão em inglês é de difícil acesso na net. Mas, no link abaixo, há a disponibilização do livro, integralmente, em espanhol.

    Clique para acessar o el-ultimo-papa-rp-malachi-martin.pdf

    Sugiro que vc compartilhem o endereço com outras pessoas que ainda não o tenham feito.
    Finalmente, parabéns novamente a Gercione Lima pela tradução dessa matéria.
    Saudações cristãs!

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  3. Excelente texto! O autor, com tenacidade e agudeza de espírito, mostra aos modernistas que tolos escrúpulos de consciência não impedirão que os tradicionalistas reajam. O clero modernista, com seus padrecos, bispos e cardeais ímpios, cafonas e imorais, difamou lucifericamente o Papa Bento XVI. Agora, pedem respeito ao tal Bergoglio. Que aguardem… Vale salientar que entre a postura dos modernistas em relação a Bento XVI e a reação dos conservadores no tocante ao pontificado de Bergoglio há uma grande diferença: aqueles agiram de má fé, baseados na vontade depravada do mundo; já estes pronunciam-se fundamentados nas Escrituras Sagradas e na tradição da Igreja. Em Gálatas 6:7-8 está escrito:” Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.” Que os modernistas aprendam a lição! É melhor…

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    1. Bem pessoal, eu acho que esse periódo de lobo em pele de cordeiro já está acabando e que a nova igreja deles surgirá em breve acontecendo o cisma.
      Já tem água demais no copo, não? A partir de agora vou rezar para que as coisas andem mais rápido e que outros padres parem de ficar achando que o lobo vai dar de comida para os cordeiros.

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  4. Bento XVI foi o papa mais inseguro do pós-concílio. Dava um passo à frente (p.e. no justíssimo levantamento das excomunhões e no Motu Proprio liberando a missa que nunca foi ab-rogada). E dava dois ou três para trás. Por exemplo: nas péssimas nomeações que fez na cúria; quando rezou descalço na Mesquita Azul, voltado para Meca; quando rasgou elogios a Lutero (ou quase São Lutero); Sobre o episódio dos preservativos; etc…
    Não tinha a coragem que Francisco tem de afastar seus desafetos. Este, quando tem um desafeto (card. Burk, por exemplo), logo afasta. Bento XVI não, o mantinha o mais próximo possível. Daí foi sendo criado este “lobby” que supostamente o derrubou. Eu particularmente não acredito. Creio que ele quis sim renunciar para criar uma das maiores revoluções da Igreja. Abrindo às portas para as renúncias por qualquer motivo.

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  5. Não sei… sou cético em relação a esta heterogeneidade do conservadorismo católico. Gostaria de dizer algo bastante óbvio que talvez pareça fugir ao assunto do artigo: não há como negociar os artigos de fé. Não existem artigos de fé mais importantes que os outros. Crer na Santíssima Trindade NÃO é mais importante que crer na Virgindade Perpétua de Maria Santíssima ou na Presença Real. A barafunda em que se acham os ambientes católicos deve-se, na verdade, a um único problema de fundo: o patético ecumenismo do vaticano-dois e a sua inaceitável proposta de se barganhar os artigos de fé. Pois foi em nome do ecumenismo que se fizeram TODAS as reformas que arruinaram o catolicismo (liturgia, eclesiologia, disciplina etc etc etc). Que fruto se tirou disso? Nenhum! Os orientais cismáticos continuam com a sua teologia do século XI; os hereges protestantes continuam com a sua do século XVI; os judeus esperam o seu messias e os muçulmanos querem a nossa pele. Todos estes não vieram e, pelo jeito, jamais virão; pelo menos não virão mediante a politicagem patética do ecumenismo la vaticano-dois. De fato, à guisa de ilustração, não há nada mais ridículo que um típico encontro ecumênico onde os católicos, imbecilizados por seus maus pastores, costumam acorrer em massa, enquanto que os hereges, os cismáticos e os infiéis cuidam ciosamente para que os seus sequazes NÃO compareçam! Mas que isso tem a ver com o artigo ? É simples. Ainda que os moderados e conservadores creiam e professem integralmente a fé católica, eles se veem constantemente compelidos e mesmo constrangidos a TRAI-LA: uma macumbaria aqui (missa dos quilombos), uma negação da divindade de Jesus Cristo ali (encontros ecumênicos com os infiéis), uma renúncia ao primado acolá (encontros ecumênicos com os cismáticos “ortodoxos”) e daí ao infinito. Os moderados e conservadores ao promoverem, auxiliarem ou mesmo TOLERAREM em qualquer medida o ecumenismo do vaticano-dois, TRAEM a Igreja, o seu próprio batismo e a fé católica. Que graça, então, eles esperam alcançar para manter a Igreja? Que Igreja eles pretendem manter? Não é disso que trata o artigo acima: a continuidade e manutenção da Igreja? Mas como Deus Nosso Senhor poderia ser conivente com esse tipo de TRAIÇÃO? Ele, que é a Verdade Eterna, a Verdade Imutável, Ele que aborrece a mentira, o erro e a duplicidade – como poderia Ele tolerar que se que se tenha como vil mercadoria de barganha o que Ele revelou e selou com o Seu Sangue? Eis por que a Igreja só colheu amargura e vergonha, desprestígio e confusão na senda do ecumenismo irenista, relativista e destrutivo inaugurado por João XXIII perseguido com obstinação e afinco por TODOS os seus sucessores, mesmo o amado Bento XVI. E não venham dizer que não é bem assim, que precisamos ver o “contexto histórico” em que tal e qual verdade de fé foi proposto e demais cretinices eivadas de hegelianismo e kantismo pra boi dormir.

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  6. Tais quais os dissimulados comunistas, os modernistas hipocritamente desejam que todos avalizem as ideias dos cardeais Kasper, Bruno Forte & Associados – aliás seriam infiltrados na Igreja a serviço da régua e compasso e bem à la “Politicamente Correto” – aí sim, tudo fica de acordo, e o proprio cardeal Kasper nos 2 pontificados anteriores teria tentado levar seus planos “misericordiosos” adiante, mas ele e seus adjuntos deram-se mal, pois nem S João Paulo II provindo de um país comunista ou Bento XVI lhes deram oportunidade e caíram-lhes no conto, daí o ranço extremado contra eles, principalmente contra o papa Bento XVI por tentar mais duramente impedir o avanço da agenda globalista.
    Existem as obras de misericórdia temporais, assim como as espirituais, sendo dessas “dar bom conselho e ensinar os que erram” e nesse caso, dessa suposta “misericórdia de atendimentos a reivindicações de cunho egoísta e anti cristão”, caso de admissão da S Comunhão aos divorciados ainda vinculados ao matrimonio anterior e concessões aos praticantes de sodomia, seriam no mínimo eles encaminharem os incautos para Sodoma e Gomorra, mas simulando ser para o Céu.

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