Felix Sit Annus Novus!

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O Fratres in Unum deseja um Santo Ano de 2015!

A seguir, os posts de 2014 mais lidos:

Saiu o Hino da Campanha da Fraternidade 2014! Imperdível…

Esclarecimento de Pe. Fabio de Melo.

Gregório Duvivier, um palhaço!

Papa Francisco destitui Dom Rogelio Livieres, bispo de Ciudad del Este.

Fabio de Melo, um herege descarado. O sono profundo da Diocese de Taubaté.

Dom Henrique Soares da Costa sobre o “Templo de Salomão”.

Uma visão profética do Padre Pio.

“Papa deverá prestar contas a Deus, não a mim. O mérito da causa nada mais foi do que uma oposição e perseguição ideológica. Eu e o povo fomos ignorados”.

É neste domingo: não dê um tostão na coleta da Missa.

O Lixo chamado TV Aparecida.

* * *

Atenção: o blog está em recesso e retorna às suas atividades normais no final de janeiro/2015.

A guerra de Francisco contra os cardeais: entre remoções, ameaças e substituições.

Temido por toda a Cúria, o Papa remove ratzingerianos e promove progressistas.

Por Matteo Carnieletto – Il Giornale | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com: “Sua maneira de governar é desconcertante.” Assim um alto oficial da Santa Sé comenta sobre as ações do papa Francisco. Remove os bispos e cardeais ratzingerianos e promove os progressistas.

Na Cúria, o confronto entre as duas alas da Igreja parece piorar cada vez mais.
Está invertendo a Igreja. Esta é a teoria sustentada por Jean-Marie Guénois na revista Le Figaro, de 19 de dezembro. O Papa que veio “do fim do mundo” eliminou todo o cerimonial: “Basta com as genuflexões diante dele, muito menos beijo nas mãos”. Nos círculos conservadores da Igreja se fala no processo de  “deratzingerizzazione”.

O exemplo mais evidente diz respeito ao hábito sacerdotal. Com uma circular interna, Bento XVI havia imposto a batina para todos os consagrados que trabalham para a Santa Sé, enquanto Francisco – escreve Le Figaro – “repreendeu por causa do uso da batina, poucos dias atrás, um prelado que ele recebeu para uma reunião de trabalho”. Mas a “deratzingerizzazione” não se limita à forma. Não é feita apenas da remoção do cerimonial e decorações. É uma “deratizingerizzazione” de peso, feita através da remoção de bispos conservadores e promoção dos progressistas. Em Chigago, por exemplo, no último 20 de setembro, escreve Le Figaro, Francisco substituiu Francis Eugene George por outro “bispo americano considerado como mais progressista”, isto é, o Bispo Blase J. Cupich, que imediatamente começou a copiar o bispo de Roma, abandonando o “palácio episcopal na boa vizinhança de Gold Coast para viver em um lugar mais modesto.” Uma escolha que não leva em conta nem o fato de que a maioria dos católicos norte-americanos são conservadores e pró-vida.

Quando não remove, Francisco reduz o poder. Foi o que aconteceu com o Cardeal canadense Marc Ouellet, “promovido por Bento XVI e que acabou tendo que aceitar como  “vice” um amigo de Francisco. O mesmo esquema no setor litúrgico: no dia 24 de novembro, o Papa nomeou o africano Cardeal Robert Sarah Africano, muito conservador, como chefe da Congregação para o Culto Divino, mas não sem antes remover no dia 5 de novembro – com efeito imediato – aqueles que deveriam ser seus dois assistentes: o inglês Anthony Ward e o espanhol Juan Miguel Ferrer Grenesche, dois prelados muito próximos da linha de Bento XVI em matéria litúrgica. Eles foram substituídos por um italiano que é muito favorável ao retorno da liturgia moderna, Padre Corrado Maggioni”.

O caso que causou mais repercussão, no que diz respeito às remoções feitas por Francisco, foi o do Cardeal Raymond Leo Burke. Enquanto Prefeito do Tribunal da Signatura Apostólica e “benedettiano” de ferro, Burke sempre esteve empenhado em valorizar o rito antigo liberado por Bento XVI com o Motu Proprio Summorum Pontificum de 2007. Não obstante o fato de que no Vaticano Burke é um dos homens que melhor domina questões jurídicas, foi removido do cargo de prefeito da Signatura Apostólica, em 08 de outubro, depois de ter expressado “publicamente a sua discordância do Papa Francisco sobre a questão dos divorciados recasados.”

Conforme relatado pelo Le Figaro, “o clima não é nada bom. Reina o medo porque hoje em dia ninguém está seguro de seu futuro, enquanto a Santa Sé sempre foi por excelência sinônimo de estabilidade.”

Este é o clima que se respira entre os muros leoninos. O clima desejado pelo Papa que “veio do fim do mundo.”

Novas ameaças para 2015.

Fratres in Unum.com – Para quem tinha ainda alguma dúvida do que acontecerá em 2015 com os temas polêmicos do próximo Sínodo, Papa Bergoglio, que fala nas entrelinhas, cada vez mais sobe às linhas para falar entre as palavras, mesmo.

Na homilia de sua última missa pública matinal deste ano, no dia 19 de dezembro de 2014, utilizou expressões muito contundentes, aplicando-as a estes interlocutores invisíveis com os quais briga quase diariamente. Comentando a esterilidade de Santa Isabel, mãe do Precursor, disse que

“também hoje é um dia para rezar pela nossa mãe Igreja, por tantas esterilidades no povo de Deus. Esterilidade de egoísmos, de poder…. Quando a Igreja acredita que pode tudo, que pode tomar conta das consciências das pessoas, percorrer o caminho dos fariseus, dos saduceus, o caminho da hipocrisia, eh, a Igreja é estéril. Rezar. Que este Natal faça a nossa Igreja se abrir ao dom de Deus, que se deixe surpreender pelo Espírito Santo e seja uma Igreja que faça filhos, uma Igreja mãe. Mãe. Muitas vezes eu penso que a Igreja em alguns lugares é mais empresária do que mãe.”

Quer dizer que, para o Papa Francisco, quando a Igreja acredita que pode tomar conta da consciência das pessoas (no original italiano, “impadronirsi delle coscienze della gente”) se torna farisaica, hipócrita. Porém, o próprio Concílio Vaticano II afirma que:

“os fiéis, por sua vez, para formarem a sua própria consciência, devem atender diligentemente à doutrina sagrada e certa da Igreja. Pois, por vontade de Cristo, a Igreja Católica é mestra da verdade, e tem por encargo dar a conhecer e ensinar autenticamente a Verdade que é Cristo, e ao mesmo tempo declara e confirma, com a sua autoridade, os princípios de ordem moral que dimanam da natureza humana” (Concílio Vaticano II, Declaração Dignitatis Humanæ, n. 14).

Mas Bergoglio é maior, inclusive, que o Concílio. Para a ruptura, vale até ser contra o Vaticano II; para a continuidade, para a tradição, contudo, sua letra de nada vale.

Na noite de natal, ele explicita o que implicitamente diz na homilia do dia 19. Deixemo-lo falar:

“temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficientes mas desprovidas do calor do Evangelho? Quão grande é a necessidade que o mundo tem hoje de ternura! A resposta do cristão não pode ser diferente da que Deus dá à nossa pequenez. […] Queridos irmãos e irmãs, nesta noite santa, contemplamos o presépio: nele, ‘o povo que andava nas trevas viu uma grande luz’ (Is 9, 1). Viram-na as pessoas simples, dispostas a acolher o dom de Deus. Pelo contrário, não a viram os arrogantes, os soberbos, aqueles que estabelecem as leis segundo os próprios critérios pessoais, aqueles que assumem atitudes de fechamento”.

Enfim, depois do violento discurso que dirigiu contra seus principais colaboradores no dia 22, Bergoglio não se enche nem um pouco de ternura. Antes, continua a acusar os que antes eram católicos fieis de arrogantes e soberbos, enquanto ele, “humilde”, não cessa de humilhá-los. A ameaça está posta. Agora é a hora de agir.

Um laicista se penitencia.

Confesso meus erros sobre Francisco

Por Breno Altman – Venho de uma família judia cevada nas ideias socialistas e no ateísmo há quatro gerações.

O último da minha linhagem a acreditar em Deus deve ter morrido no início do século passado.

Para mim, o Natal é uma data sem qualquer significado especial, ainda que tenha aprendido a respeitar aqueles que celebram nascimento de Jesus.

Mas quero aproveitar esta véspera natalina para uma confissão.

Há ano e meio escrevi, para o Opera Mundi, artigo dos mais furados de minha vida jornalística. O título diz tudo, basta clicar para ter acesso ao texto: “Papa Francisco é a contrarrevolução moderna”.

Continuar lendo

Foto da semana.

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Vaticano, Sala Clementina, 22 de dezembro de 2014: Papa Francisco cumprimenta o Cardeal Raymond Leo Burke, patrono da Ordem de Malta. São palavras do purpurado: “Certamente é possível a um cardeal discordar do papa sobre questões de procedimento ou de linha pastoral. Mas, por outro lado, é impossível divergir sobre uma questão doutrinal e de disciplina da Igreja. Assim, isso significa que um cardeal, em certas situações, tem o dever de dizer o que ele pensa de verdade ao papa. Certamente, ele deve sempre se expressar de modo respeitoso, pois o papa representa a cátedra petrina. Mas se o papa dispõe de cardeais em torno dele, é precisamente para lhe dar conselhos”.

Cardeal Burke: “Estou muito preocupado”.

Por Jean-Marie Guénois – Le Figaro / Tradução: Dominus Est: Nomeado por Bento XVI como prefeito do supremo tribunal da Assinatura Apostólica, um dicastério da cúria romana, o cardeal americano Raymond Burke foi retirado dessa missão por Francisco, e nomeado capelão da ordem de Malta. Fato raríssimo na Igreja, ele ousou criticar publicamente o método seguido pelo papa durante o sínodo sobre a família.

Le Figaro Magazine: Um cardeal pode discordar do papa?

Cardeal Burke: Certamente é possível a um cardeal discordar do papa sobre questões de procedimento ou de linha pastoral. Mas, por outro lado, é impossível divergir sobre uma questão doutrinal e de disciplina da Igreja. Assim, isso significa que um cardeal, em certas situações, tem o dever de dizer o que ele pensa de verdade ao papa. Certamente, ele deve sempre se expressar de modo respeitoso, pois o papa representa a cátedra petrina. Mas se o papa dispõe de cardeais em torno dele, é precisamente para lhe dar conselhos.

Le Figaro Magazine: As divergências constatadas durante o sínodo sobre a família tomaram demasiada importância? 

Cardeal Burke: O que é estranho nessa questão dos divorciados recasados é que aqueles que recordaram e sustentaram o que a Igreja latina sempre ensinou foram acusados de serem contra o Santo Padre e não estarem em harmonia com a Igreja… Isso é um cúmulo! Dito isso, a Igreja sempre conheceu disputas teológicas e fortes confrontos onde os teólogos e cardeais foram levados a dar sua opinião. Logo, se publiquei com outros cardeais um estudo sobre esse tema para expressar minha posição, foi no espírito de alimentar uma verdadeira discussão teológica e chegar à verdade.

Le Figaro Magazine: O senhor ficou chocado com o que ocorreu no sínodo?

Cardeal Burke: O sínodo foi uma experiência difícil. Houve uma linha, a do cardeal Kasper, poder-se-ia dizer, atrás da qual se colocaram aqueles que tinham em mãos a direção do sínodo. De fato, o documento intermediário parecia já ter sido escrito antes das intervenções dos padres sinodais! E segundo uma linha única, em favor da posição do cardeal Kasper… Também introduziram a questão homossexual, que não tem nada a ver com a questão do matrimônio, buscando aí elementos positivos. Outro ponto muito perturbador: o texto intermediário não fazia referência nem às Escrituras, nem à tradição da Igreja, nem ao ensinamento de João Paulo II sobre o amor conjugal. Logo, foi muito desconcertante. Assim como o fato de ter mantido, no relatório final, certos parágrafos sobre a homossexualidade e sobre os divorciados recasados que não foram, todavia, adotados pela maioria requerida pelos bispos [nota do Fratres: este último ponto, por decisão pessoal de Francisco].

Le Figaro Magazine: Qual é a questão do que se tornou uma polêmica?

Cardeal Burke: Numa época cheia de confusão, como se vê com a teoria do gênero, necessitamos do ensino da Igreja sobre o matrimônio. Ora, somos, ao contrário, levados numa  direção que visa admitir pessoas divorciadas e recasadas à comunhão. Sem contar essa obsessão em reduzir os processos de anulação do laço do matrimônio [nota do Fratres: novamente, exigência pessoal de Francisco, que criou uma comissão especificamente para estudar tal possibilidade, ainda quando Burke era prefeito da Signatura Apostólica — deixando-o de fora, obviamente]. Tudo isso vai conduzir de fato a um tipo de “divórcio católico” e ao enfraquecimento da indissolubilidade do matrimônio, cujo princípio é, todavia, reafirmado. Contudo, a Igreja deve defender o matrimônio, não enfraquecê-lo. A indissolubilidade do matrimônio não é uma penitência nem um sofrimento. É uma grande beleza para aqueles que o vivem, é uma fonte de alegria. Logo, estou muito preocupado, e chamo os católicos, os leigos, sacerdotes e bispos a se comprometerem, daqui até a próxima assembleia sinodal, a fim de realçar a verdade sobre o matrimônio.

A única vez que Bergoglio perdeu uma votação na Conferência Episcopal.

Foi em 2008, quando se discutia a lei do “matrimônio igualitário”.

Por Sergio Rubin – “Clarín”, 14/10/2014 | Tradução: Fratres in Unum.comComo em outras partes do mundo, a posição da Igreja sobre a homossexualidade provocou debates acirrados na Argentina. Mesmo que com o passar do tempo as declarações mais duras tenham dado espaço a outras mais respeitosas. Desde um sacerdote especialista em bioética que dizia que a Aids “é um castigo divino pelas condutas imorais” dos gays, passando pelos questionamentos que lançava na TV o cardeal Antonio Quarracino nos anos 90, gerando grandes polêmicas, até as mais recentes declarações do Episcopado a favor de um tratamento respeitoso para com os gays, muita água rolou debaixo da ponte.

“Casamento” gay “abençoado” por padre “católico” na Argentina. Escandalosamente, um dos indivíduos estava vestido de noiva.
“Casamento” gay “abençoado” por padre “católico” na Argentina. Escandalosamente, um dos indivíduos estava vestido de noiva.

O debate sobre a lei do matrimônio igualitário foi o último disparo da controvérsia, que voltou a evidenciar a luta entre conservadores e progressistas. Quando a tratativa parlamentar era eminente – em 2008 –, os quase cem bispos, reunidos no Pilar, tiveram de definir uma estratégia. Naquele momento, o então cardeal Jorge Bergoglio, presidente da Conferência Episcopal, pronunciou-se a favor de uma campanha moderada (“Sair dizendo coisas fortes seria contraproducente diante da sensibilidade que existe hoje na sociedade”, advertiu). Além disso, sugeriu a conveniência de propiciar a união civil, seguindo a doutrina do mal menor, convencido de que o ex-presidente, Néstor Kirchner, pressionaria fortemente os legisladores para conseguir a sanção, reafirmar o seu poder e submeter a Igreja a uma derrota.

Entretanto, o setor conservador, liderado pelo arcebispo de La Plata, D. Héctor Aguer, propôs jogar pesado. “Está em jogo o futuro do matrimônio e a família”, notava. Foi assim que aconteceu a votação e a posição moderada de Bergoglio sofreu um revés. Foi a primeira e única vez que o hoje Papa Francisco perdeu uma votação no episcopado. A pressão dos setores conservadores, em linha com Bento XVI, foi tão grande – acusavam Bergoglio de não pôr força suficiente na batalha contra a lei – que o obrigou a dar um sinal de dureza. Então, escreveu uma carta às monjas de clausura com duras considerações sobre o matrimônio gay, fazendo a carta vazar para a imprensa e irritar os grupos gays.

Contudo, assegura-se que nas horas prévias à sanção da lei uma legisladora de firmes posições católicas levou a Bergoglio um projeto de união civil. “O que fazemos? E se vier a tal lei? A união civil é a última carta”, disse a legisladora ao então cardeal e arcebispo portenho. “Você está perguntando a mim… O que lhe posso dizer neste momento? Que vá em frente e Deus lhe acompanhe!”, respondeu-lhe. Hoje se vê com mais clareza qual é realmente a posição histórica de Bergoglio sobre os homossexuais. Porque as avaliações que os padres sinodais acabam de fazer sobre os homossexuais foram produzidas em linha com os desejos de Francisco.

O “Feliz Natal” de Francisco.

Por Fratres in Unum.com: Francisco chama seus principais colaboradores para os felicitar pelo Natal e agradecer-lhes todos os trabalhos desenvolvidos durante o ano. Mas, surpresa!

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Na verdade, ele lhes preparou um discurso de dez páginas, nas quais acusou-os diante das câmeras de doentes mentais e os humilhou completamente (veja os rostos dos cardeais, no vídeo). Embora alguns estejam querendo acalmar os católicos perplexos à custa da adulteração, não podemos fugir das palavras Francisco. Ele quis falar à Cúria e sobre a Cúria: “Aqui gostaria de mencionar algumas destas prováveis doenças, doenças curiais. São doenças mais costumeiras na nossa vida de Cúria”. Ele fala de “exame de consciência”, mas aplicado aos outros, não a si mesmo. Fato é que a mídia entendeu imediatamente do que se tratava, difundiu por todo o mundo que ele estava atacando a própria Igreja e seus colaboradores imediatos, aplaudiu sua atitude despótica e sádica, e, pior, não foi desmentida pela Sala de Imprensa do Vaticano.

Abaixo, veja os comentários do Jornal Nacional e leia a íntegra do discurso de Francisco à Cúria.

Afirmam que o papel do Papa no desfecho com Cuba foi decisivo.

Os tempos são maus! Como sugeríamos em nosso editorial da semana passada, a excessiva ostensão da mediação de Francisco como pacificador entre os EUA e Cuba, na verdade, tinha um objetivo: fortalecê-lo para que se façam as mudanças disciplinares ou doutrinais na Igreja, especialmente os temas mais árduos do Sínodo da Família, fazendo o catolicismo prostrar-se ante a “ética” da Nova Ordem Mundial.

Matéria impressa (não veiculada via internet) do mais importante diário argentino, Clarin:

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O Chanceler do Vaticano confirmou que Francisco enviou cartas a Obama e Castro. Propunha nelas a libertação dos detentos. “Estamos muito contentes”, disse o Pontífice.

Julio Algañaraz (no “Clarin”, 19.12.2014, Mundo, pg. 40),  | Tradução: Fratres in Unum.com – Enquanto o mundo inteiro celebra o restabelecimento das relações entre Cuba e os Estados Unidos, na quarta-feira, dia de seu aniversário de 78 anos e do anúncio oficial do fato em Washington e Havana, o prestígio do Papa argentino chegou ao seu nível mais alto, devido ao seu papel fundamental como mediador entre ambos países. “Estamos todos muito contentes”, disse ontem Francisco, diante de 13 embaixadores que lhe apresentaram suas cartas credenciais. “Vimos como dois povos, que se afastaram por anos, deram um passo de aproximação”.

Jorge Bergoglio elogiou o trabalho exercido pelos diplomáticos que interviram. Disse que “o trabalho do embaixador é um ofício de pequenos gestos, de pequenas coisas; mas que determina a paz, aproxima os corações dos povos, semeia fraternidade”.

Elogiado e engrandecido pelos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, a mediação de Francisco “foi determinante”, dando um impulso notável com uma carta de próprio punho e letra a ambos os chefes de Estados. “Convidou-lhes a superar as dificuldades existentes entre os dois países e a buscar um ponto de acordo, um ponto de encontro”, disse o Secretário de Estado, Paolo Parolín, outra figura importante na mediação, ao confirmar a notícia de que as cartas foram enviadas.

Em outubro, enquanto a atenção de todos convergia para o primeiro Sínodo dos Bispos sobre a Família, que terá uma segunda etapa em outubro de 2015, reuniram-se secretamente no Vaticano com Parolín as delegações de Cuba e dos Estados Unidos, em um encontro movido também por aquelas cartas de Jorge Bergoglio a Obama e Raúl Castro.

Apresentará hoje suas cartas ao Papa compatriota o novo embaixador argentino junto à Santa Sé, Eduardo Valdés, que assegurou ontem “sentir muito orgulho de representar o país ante um Papa como Francisco” e qualificou como “decisivo” o papel do Pontífice para aproximar as posições em confronto, de Havana e Washington.

Valdés disse que, com suas iniciativas e atitudes, Francisco está conseguindo que os jovens se aproximem da Igreja, “como passou nos tempos do Concílio Vaticano II, nos anos sessenta” (sic!), que “atualizou a mensagem da Igreja para um mundo que pedia mudanças”.

Hoje, concluiu o novo embaixador argentino no Vaticano, “é o chefe da Igreja que guia este espírito de transformação”.

Em Roma, e especialmente nos palácios vaticanos, as conclusões são unânimes: esta vitória manifesta da “audácia da paz”, que enfatiza a condição de pontífice – que quer dizer “ponte” – e que Francisco usa como “construtor de pontes” nos conflitos internacionais, esta vitória consolida claramente na cátedra de São Pedro a Jorge Bergoglio. Sabe-se que dentro e fora da Igreja existem resistências ao Papa argentino, à sua vocação por uma Igreja “pobre e para os pobres”, aberta sobretudo à periferia geográfica, geopolítica e “existencial”. Mas Francisco não cede um milímetro em sua vontade renovadora.

No plano interno, Francisco está mudando radicalmente a estrutura e os responsáveis da Cúria Romana, o governo central da Igreja. Criou um superministério da Economia para limpar profundamente o IOR, o banco vaticano e todas as finanças. Nas conferências episcopais, está nomeando bispos reformistas e dando-lhes funções de responsabilidade. Além disso, empreendeu o que chama de “caminho” da renovação nos temas mais árduos da família, que serão decididos no Sínodo de Outubro. Muito importante, além disso, é o fato de que completou as nomeações na comissão pontifícia que se encarrega de estudar a situação dos abusos sexuais por parte do clero e de outros responsáveis religiosos, aplicando com rigor a “tolerância zero” aos culpáveis.

No plano externo, tomou iniciativas extraordinárias, como a que evitou um ataque norte-americano na Síria, na guerra civil pela questão dos gases tóxicos. Em maio, reuniu-se no Vaticano com os presidentes de Israel e da Palestina, em uma oração compartilhada por cristãos, judeus e muçulmanos, pela paz e segurança em Israel e a criação do estado palestino. Ontem, em sua conta no twitter, publicou: “O Senhor disse claramente: não se pode servir a dois senhores: ou Deus, ou as riquezas”.

Agora, há outra iniciativa, na qual Francisco está se movendo com discrição. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu ao Vaticano que “favoreça soluções humanitárias” para 136 reclusos sem processo, que ficam no inferno carcerário militar de Guantánamo. A oposição dos setores conservadores norte-americanos é taxativa. O partido Republicano, que acaba de ganhar as eleições parlamentares de meio-termo, está totalmente contra o fechamento.

Um Santo e Feliz Natal!

É o que deseja o Fratres in Unum a seus amigos e leitores. Obrigado por tudo!

O blog entra em recesso e retorna às atividades normais na segunda metade de janeiro. Até lá, alguns posts foram programados, no entanto, a liberação dos comentários será mais lenta.

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O Natal em um campo de refugiados iraquianos

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Dominus dixit ad me: Fílius meus es tu, ego hódie génui te. Quare fremuérunt gentes: et pópuli meditáti sunt inánia?

O Senhor disse-me: Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei. Porque se enraivecem as nações, e os povos maquinam coisas vãs?

Intróito da Missa da Meia-Noite – Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na imagem, presépio e árvore de Natal ao centro, consoladores, de toda a tristeza e incerteza que os cerca.

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Ó Deus que fizestes resplandecer esta noite com a claridade da verdadeira Luz, concedei-nos que depois de conhecermos na Terra os mistérios dessa Luz, gozemos também no Céu das suas alegrias. Ele que vive e reina conVosco.

Coleta da Missa da Meia-Noite – Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na imagem, criança que vive neste campo de refugiados, construído em torno de uma igreja católica, reza apenas desejando um dia retornar para casa.

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Tecum princípium in die virtútis tuae: in splendóribus Sanctórum, ex útero ante lucíferum génui te. Dixit Dóminus Dómino meo: Sede a dextris meis: donec ponam inimícos tuos, scabéllum pedum tuórum.

No dia do teu poder, estou contigo Eu, o princípio, que te gerei do Meu seio, nos esplendores dos Santos, antes de haver dia. Disse o Senhor ao meu Senhor: Senta-se à minha direita, até que ponha os teus inimigos como escabelo dos teus pés.

Gradual da Missa da Meia-Noite – Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Inocência perdida: o paliativo do campo de refúgio tornou-se a realidade dos pequeninos. Ali vivem e ali brincam.

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Dóminus dixit ad me: Fílius meus es tu, ego hódie génui te.

O Senhor disse-me: tu és meu Filho Eu hoje te gerei.

Aleluia da Missa da Meia-Noite – Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Segurança: o campo erigido ao redor da igreja proteje, mas o frio é outro adversário feroz.

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Accépta tibi sit, Dómine, quaésumus, hodiérnae festivitátis oblátio: ut, tua grátia largiénte, per haec sacrosáncta commércia, in illíus inveniámur forma, in quo tecum est nostra substáncia.

Senhor, nós Vos pedimos, aceita as ofertas da presente festividade, a fim de que, com a vossa graça, por este sacrossanto Mistério, nos assemelhemos Àquele no qual se uniu a vos a nossa natureza.

Secreta da Missa da Meia-Noite – Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Alegria: o temor não é capaz de apagar a alegria dos católicos iraquianos nesta tão singela festa.

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Laeténtur caeli et exsúltet terra ante fáciem Dómini: quóniam venit.

Alegrem-se s Céus e exulte a Terra ante a face do Senhor, porque Ele chegou.

Antífona do ofertório da Missa da Meia-Noite – Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. A vida continua, pequeno e fiel rebanho.

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Vere dignum et justum est, aequum et salutáre, nos tibi semper et ubíque grátias ágere: Dómine, sancte Pater omnípotens, ætérne Deus: Quia per incarnáti Verbi mysterium, nova mentis nostræ óculis lux tuæ claritátis infúlsit: ut dum visibílier Deum cognóscimus, per hunc in invisibílium amórem rapíamur.

É verdadeiramente digno e justo, necessário e salutar que, sempre e em toda parte Vos demos graças, Senhor, Pai santo, Deus onipotente e eterno, porque, pelo mistério do Verbo Incarnado, aos olhos da nossa mente brilhou nova luz do vosso esplendor, a fim de que, conhecendo Deus de forma visível, por ele sejamos arrebatados ao amor das coisas invisíveis.

Prefácio da Santa Missa do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Da nobis, quaésumus, Dómine, Deus noster: ut, qui Nativitátem Dómini nostri Jesu Christi mystériis nos frequentáre gaudémus; dignis conversatiónibus ad ejus mereámur perveníre consórtium.

Concedei-nos, Senhor nosso Deus, nós vos pedimos, que pois nos alegramos de celebrar com estes mistérios a festividade de Nosso Senhor Jesus Cristo, mereçamos também, por uma vida digna, alcançar um dia a união com Ele.

Oração postcommunio da Santa Missa de Meia-noite do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Concéde, quǽsumus, omnípotens Deus: ut nos Unigéniti tui nova per carnem Natívitas líberet; quos sub peccáti jugo vetústa sérvitus tenet.

Concedei, Deus onipotente, que o novo nascimento pela carne do vosso Unigênito nos liberte, a nós, a quem a antiga escravidão retém sobre o jugo do pecado.

Coleta postcommunio da Santa Missa do dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Imagens: Daily Mail