Filho do homem, disse-me, vês tu a abominação que praticam, como eles procedem na casa de Israel, para que eu me afaste do meu santuário? Verás, todavia, coisas muito mais graves.
Conduziu-me até a entrada do adro e, reparando, vi que havia um rombo no muro.
Filho do homem, disse-me ele, fura a muralha. Quando a furei, divisei uma porta.
Aproxima-te, diz ele, e contempla as horríveis abominações a que se entregam aqui.
Fui até ali para olhar: enxerguei aí toda espécie de imagens de répteis e de animais imundos e, pintados em volta da parede, todos os ídolos da casa de Israel.
Setenta anciãos da casa de Israel, entre os quais Jazanias, filho de Safã, se achavam de pé diante deles, segurando cada qual o seu turíbulo, do qual se elevava espessa nuvem de fumaça.
Filho do homem, disse-me ele, vês tu o que fazem os anciãos de Israel na obscuridade, cada um deles em sua câmara, guarnecida de ídolos, pensando que o Senhor não os vê, e que ele abandonou a terra?
Ez. 8, 6-12
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Sinais do tempo: “Reunião confidencial para manobrar Sínodo a aceitar uniões do mesmo sexo”.
Cerca de 50 participantes, entre bispos, teólogos e representantes da mídia, participaram do encontro realizado na Pontifícia Universidade Gregoriana.
Por EDWARD PENTIN, NC REGISTER | Tradução §|Olhar Católico|§ | ROMA – Uma reunião de estudo de um dia – aberta apenas a um seleto grupo de indivíduos – teve lugar na Pontifícia Universidade Gregoriana, na segunda-feira, com o objetivo de incitar “inovações pastorais” no próximo Sínodo dos Bispos sobre a Família em Outubro.
Cerca de 50 participantes, entre bispos, teólogos e representantes da mídia, participaram do encontro a convite dos presidentes das conferências Alemã, Suíça e Francesa dos bispos – Cardial Reinhard Marx, bispo Markus Büchel e Arcebispo Georges Pontier.
Um dos principais tópicos discutidos na reunião a portas-fechadas foi como a Igreja poderia melhor acolher aqueles que estão em uniões estáveis do mesmo sexo, e que supostamente “ninguém” se opõe que sejam reconhecidas como válidas pela Igreja.
Os participantes também falaram da necessidade de “desenvolver” o ensinamento da Igreja sobre a sexualidade humana, diferenciando de uma teologia do corpo, como a famosa ensinada por São João Paulo II, mas o desenvolvimento de uma “teologia do amor”.
Um padre suíço discutiu a “importância do instinto sexual humano”, enquanto outro participante, falando sobre a Santa Comunhão para os divorciados recasados, perguntou: “como podemos negá-lo, como se fosse um castigo para as pessoas que falharam e encontraram um novo parceiro com quem começará uma nova vida?”
Marco Ansaldo, um repórter de jornal diário italiano La Repubblica, que estava presente na reunião, disse que as palavras pareciam “revolucionárias, expressadas por clérigos”.
Biblicista francesa Anne-Marie Pelletier elogiou o diálogo que teve lugar entre os teólogos e bispos como um verdadeiro “sinal dos tempos”. Segundo La Stampa, outro jornal diário italiano, Pelletier disse que a Igreja precisa entrar em “uma dinâmica de escuta recíproca”, no qual o magistério continua a guiar consciências, mas ela acredita que ele só pode efetivamente fazê-lo se ele “ecoa as palavras para o batizado”.
A reunião teve o “risco do novo, na fidelidade a Cristo”, afirmou ela. O artigo também citou um participante dizendo que o sínodo seria um “fracasso” se ele simplesmente continuar a afirmar o que a Igreja sempre ensinou.
A reunião a portas-fechadas, idealizada pelos bispos da conferência alemã sob a liderança do Cardeal Marx, foi proposto pela primeira vez na reunião anual dos chefes das três conferências episcopais, realizada em janeiro, em Marselha, França.
O dia de estudo teve lugar poucos dias depois de o povo da Irlanda ter referendado apoio ao “casamento” de pessoas do mesmo sexo e no mesmo dia em que o Conselho Ordinário do Sínodo dos Bispos reuniu-se em Roma. Alguns observadores não veem este timing como uma coincidência.
O Conselho do Sínodo é o responsável para elaboração do Instrumentum Laboris para o Sínodo de Outubro sobre a Família. Junto ao documento estarão as respostas ao questionário enviado aos leigos de todo o mundo. Essas respostas, particularmente da Suíça e Alemanha, aparentam ser esmagadoramente a favor da Igreja adaptar seus ensinamentos ao mundo secular.
Por que a falta de publicidade?
Ninguém sabe por que este dia de estudo se deu confidencialmente. Tão confidencial que nem mesmo jesuítas proeminentes da Faculdade Gregoriana ficaram sabendo completamente dele. The Register descobriu por um vazamento de Jean-Marie Guénois em uma história no Le Figaro.
Em declarações ao The Register, após a reunião, o Cardeal Marx insistiu que o dia de reunião não era secreto. Mas ficou irritado quando pressionado sobre por que ele não foi anunciado, dizendo que ele tinha simplesmente que vir a Roma para “assuntos privados” e que tinha todo o direito de fazê-lo. Próximo do papa Francisco e membro do conselho de nove cardeais, ele é conhecido por ser especialmente ansioso para reformar a abordagem da Igreja aos homossexuais. Durante a homilia de Pentecostes, domingo passado, o cardeal Marx falou de uma “cultura de acolhimento” na Igreja para os homossexuais, dizendo que “não são as diferenças que contam, mas o que nos une”.
Cardeal Marx também não é o único entre os participantes da reunião a pressionar por mudanças radicais para a vida da Igreja. O chefe dos bispos suíços, o bispo Büchel, tem falado abertamente em favor da ordenação de mulheres, dizendo em 2011 que a Igreja deveria “orar para que o Espírito Santo nos permita ler os sinais dos tempos”. Arcebispo Pontier, chefe dos bispos franceses, também é conhecido por ter tendências heterodoxas.
Os organizadores da reunião não estavam dispostos a revelar os nomes de todos os que participaram, mas o The Register obteve a lista completa dos participantes. Entre eles incluíam-se o padre jesuíta Hans Langendörfer, secretário-geral da Conferência Episcopal Alemã e na figura principal por trás da recente reforma das leis trabalhistas da Igreja alemã a controversa que permite que divorciados recasados e casais homossexuais trabalhem em instituições da Igreja.
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A lista dos participantes do encontro revelado pode ser vista aqui.