Carta a um jornal diocesano (dito católico).

Carta enviada à redação do Jornal Diocese em Foco da Diocese de Tubarão, SC, a respeito da afirmação do Pe. Agenor Briguenti, referindo-se à Igreja pré conciliar como Igreja-massa e caduca.

Laguna, 02 de junho de 2015

Não posso deixar de expressar minha indignação às palavras do pe. Agenor Brighenti no Jornal Diocese em Foco, edição 49, nº 361, junho de 2015. Diz esse padre na página 11 do referido jornal que o Vaticano II foi um resgate de uma ‘Igreja-comunidade’ e a consequente superação do velho e caduco modelo de uma Igreja-massa. Lendo essas coisas hilárias deste doutor em teologia, fico a imaginar por que todos os santos, inclusive os mártires, entregaram suas vidas por este modelo caduco.

Por que será que Santa Teresinha do Menino Jesus, formada neste modelo caduco da Igreja-massa, continua sendo fonte de inspiração para todos os católicos nascidos pós Concílio Vaticano II? Como explicar isso? Não consta sequer uma palavra que esta santa tenha se revoltado contra esse modelo! Como explicar que todos os padroeiros e padroeiras de nossas paróquias também beberam desta “caduquice” e todos os anos o povo continua festejando suas palavras e atos?

Ainda em relação a isso, não vou muito longe: por que nossa Diocese lutou para beatificar Albertina, sabendo que ela havia sido doutrinada no modelo caduco? As virtudes desta filha de Deus vieram de onde? Aprendeu com seus pais, diriam alguns, mas onde os pais desta jovem foram doutrinados? Incrível, não? A pergunta que não cala: Poderia este modelo velho e caduco, conforme o pe. Agenos Brighenti, suscitar a santidade nesta menina tão invocada pelo nosso povo?

Das duas uma: ou todos os santos doutores e papas estavam errados e o Dr. Brighenti está certo, ou vice-versa. Afinal, pode-se perguntar:  toda esta gente que viveu antes de 62 não conseguiu ver que a Igreja estava caduca e mofada e precisava de ares novos? Será que todos esses homens e mulheres estavam também caducos? Será que todos os Concílios realizados antes de 62 não perceberam estas coisas? Pode a caduquice durar mais de dois mil anos?  Não é muito tempo para se sustentar a caduquice?

Pe. Brighenti se ufana de que os primeiros cristãos se reuniam nas casas. Afinal, o que tem de mais nisso? Jesus não era assim um ferrenho opositor dos templos de pedra, ao contrário, chegou mesmo a defende-lo com chicotes contra os mercadores, dizendo claramente que ali era um lugar de oração.

Fazendo uma analogia com a medicina, sabemos que nos primeiros tempos as pessoas eram tratadas em casa, mas hoje recorre-se aos estabelecimentos de saúde. Tenho a mais absoluta certeza de que o Dr. Brighenti e seus apoiadores não recusarão um tratamento especializado num destes locais, caso venham a necessitá-lo, em detrimento de serem tratados em casa com orações e ervas, como acontecia nas primeiras comunidades.

Quando os expoentes e propagadores da Nova Teologia dizem que a Igreja precisa “voltar às origens”, é como se estivessem dizendo nas entrelinhas que o Espírito Santo esteve ausente nesses dois mil anos de história. Assim, não se consegue entender o que motivou Santa Teresa de Ávila a fundar tantos conventos com a ajuda de São João da Cruz. Teria sido para fomentar a caduquice da Igreja? Impressionante que esses dois luminares da Igreja, em razão do que disseram e fizeram foram aclamados como doutores. Santa Teresa, inclusive, foi feita doutora por Paulo VI, um dos papas que ajudou a Igreja a sair da “caduquice”. Como explicar tudo isso, se esta santa mulher viu no protestantismo uma ameaça em oposição aos doutores de hoje que, na contramão, aclamam Lutero e aguardam festejar os quinhentos anos da reforma que já gerou mais de 35 mil denominações diferentes pelo mundo?

É muito fácil encher as páginas dos jornais com afirmações genéricas e assim desmontar todo um trabalho construído ao longo dos séculos, como se tudo não passasse de um castelo de cartas. Não se quer dizer com isso que não tenha havido erros, mas querer chamar as práticas da Igreja de caducas e grupos de massa, é de uma insensibilidade e ignorância a toda prova. Não vejo uma linha escrita por este doutor enaltecendo alguma coisa de bom neste longo período. Será que não houve nada?

Pergunto: qual das duas Igrejas é melhor? A que produziu uma beata Albertina ou esta que exibe um padre cowboy de calças justas que tem levado mulheres e homens ao delírio, ou alguns desses padres televisivos que possuem comunicação direta com Deus usando para isso uma língua estranha, chamada Xandari…cantari, la, la chanta cantari, la, la, la e tudo isso embaixo da marquise da CNBB.

Termino estas considerações perguntando ao pe. Agenor Brighenti, se ele teria coragem de expor na imprensa que a educação que recebeu de seus pais na infância também não passava de um modelo ultrapassado e caduco e se a sua família era uma “família-massa”. É lamentável que textos como esses possam ser impressos, pois afinal de contas, fazem com que os católicos sintam vergonha do passado da Igreja.  Por outro lado, quem irá contrapor este padre, uma vez que ele é doutor formado em Roma e perito de conferências?

Seja como for, talvez seja melhor morrer caduco do que bailar nas noitadas “evangelizadoras” patrocinadas por esses padres que foram resgatados da “caduquice” e salvos pelo gongo do Concílio Vaticano II.

Ir. Bonifácio

Laguna, SC

26 comentários sobre “Carta a um jornal diocesano (dito católico).

  1. Deixe de ser briguento, Pe Brighenti!
    A serviço de quem estaria atuando, parecendo que a Igreja inexistiu antes do Vaticano II, apenas após ele?
    O nome já estaria ajudando a mostrar seu caráter “politicamente correto”, os quais dão ênfase particular aos dissidentes desse Concilio como se tudo antes dele estivesse arcaico, reformável, passível de ser consertado ou adaptado quando chegasse à “Plenitude dos Tempos”, da alta tecnologia, da internet etc., para não dizer que seria na època quando a MAÇONARIA E SEU SÉQUITO DE SEGUIDORES ESTIVESSEM NO PODIO, seria isso?
    O sr sabia que o PT e mesmo outros partidos comunistas que são paranoicos têm como norma reescreverem a historia apenas depois de si, e tudo o mais anterior, se não coincidir com suas ideologias, será considerado como obsoleto?
    Cuidado para em breve não se mudar em Pai-se-santo, Ayatollah ou Iman!

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  2. Corrigido:
    Prezado Bonifácio, não há uma Igreja melhor do que outra… a questão é que a Igreja, como tudo criado por Deus (que veio a revelar-se ao homem NA HISTÓRIA), caminha. Caminhou nesses 2000 anos e continua caminhando para não ficar apartada da história, que afinal é sim o lugar onde Deus fala com sua criação. Todos esses santos citados eram provavelmente figuras de seu tempo, atualizados com o que se apresentava na época.
    O que não podemos é aqui ficar discutindo anacronicamente. Isso não ajuda a Igreja, não ajuda a humanidade e não ajuda o projeto de Deus.
    A salvação começa aqui, e sermos irmãos e olharmos o outro com o cuidado que Deus nos pede é esse começo. O passado vai ser sempre guia para o futuro. Respeitar basta… mas é preciso querer viver os dias atuais, para isso Deus nos criou: para viver e não para venerar o passado.
    Se nos preocupássemos mais com a essência da mensagem e menos com firulas históricas certamente serviríamos melhor a Deus.

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    1. Teobaldo, vc não está “corrigindo”, você está afundando.

      Essa desgraça liberteira e suja de Deus-na-História chama-se “Hegel”. Toda a calamidade que se abate sobre a “teologia católica” chama-se: HEGEL que nada mais é que uma mente doentia, retorcida e pedante oferecida à devoração dos incautos como castigo de seus pecados.

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  3. Ir. Bonifácio, obrigada pela sua carta!

    Confesso que passei muitos anos da minha vida anestesiada nessa pós-conciliar ‘igreja-comunidade’ do Xandari…cantari, la, la chanta cantari, la, la, la … até que tive a maior graça da vida, a graça de conhecer essa pré-conciliar Gigante “caduca” de 2000 anos, e aí foi amor a primeira vista.

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  4. Uma perguntinha ao padre “doutô”:A Igreja “massa” e “caduca” foi substituída por uma Igreja vazia e infantilóide????

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  5. Os documentos da Igreja Católica devem ser melhor estudados pelos padres católicos. Em 2005 disse o Papa Bento XVI: “Não queremos aplicar exactamente esta descrição dramática à situação do pós-Concílio, todavia alguma coisa do que aconteceu se reflecte nele. Surge a pergunta: por que a recepção do Concílio, em grandes partes da Igreja, até agora teve lugar de modo tão difícil? Pois bem, tudo depende da justa interpretação do Concílio ou como diríamos hoje da sua correcta hermenêutica, da justa chave de leitura e de aplicação. Os problemas da recepção derivaram do facto de que duas hermenêuticas contrárias se embateram e disputaram entre si. Uma causou confusão, a outra, silenciosamente mas de modo cada vez mais visível, produziu e produz frutos. Por um lado, existe uma interpretação que gostaria de definir “hermenêutica da descontinuidade e da ruptura”; não raro, ela pôde valer-se da simpatia dos mass media e também de uma parte da teologia moderna. Por outro lado, há a “hermenêutica da reforma”, da renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos concedeu; é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo porém sempre o mesmo, único sujeito do Povo de Deus a caminho. A hermenêutica da descontinuidade corre o risco de terminar numa ruptura entre a Igreja pré-conciliar e a Igreja pós-conciliar. Ela afirma que os textos do Concílio como tais ainda não seriam a verdadeira expressão do espírito do Concílio”. Veja no discurso do Papa Bento XVI aos cardeais, arcebispos e prelados da cúria romana na apresentação dos votos de Natal- Em 22 de Dezembro de 2005

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  6. Caro irmão Bonifácio, vou usar um termo bem vulgar, já que esse padre foi tão vulgar com a Santa Igreja Católica, chamando-A de massa e caduca. Estou com o senhor e não abro. Meus parabéns pelo texto. Mais lamentável é que isso possa ser escrito por um padre, e doutor. Claro que ser doutor, em ciências religiosas, é bom quando se está a serviço de Deus. Veio-me à mente, nesse momento, quando os doutores fariseus quiseram desmentir o milagre feito por Jesus em um homem simples, do povo, lhe disseram: tu nascestes todo em pecado e querem nos ensinar? ao que o homem respondeu. Eu não sei. O que eu sei é que eu era cego e agora vejo.

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  7. Teobaldo Torres, bem se vê, através das suas palavras, que você é modernista. Primeiramente, você deveria dirigir-se ao missivista (Irmão Bonifácio) como “Irmão”. Sim, este é o tratamento destinado àqueles que fazem parte de congregações religiosas católicas, mas não são padres. Ora, quando você se recusa a tratá-lo de forma adequada, demonstra que, de fato, faz parte dessa nova concepção de Igreja, que é orientada por ideias esquerdizantes, pecaminosas, blasfemas, bem ao ritmo de Boff e do cardeal Kasper, dentre outros hereges. Inclusive, a medonha concepção de Igreja da qual você é sequaz detesta qualquer título religioso católico (daí o porquê da sua repulsa a “Irmão”), hábitos, batina e paramentos. Devo dizer-lhe que a sua análise é mundana, pois quando disse “[…] mas é preciso querer viver os dias atuais […]” deu a entender que a Igreja Católica deve adequar-se à vontade do mundo, aliando-se àqueles que são partidários do aborto, comunhão para recasados, casamento gay, secularização, etc. Em outras palavras, segundo o seu pensamento, a Igreja deve ser “aggiornata” (atualizada de acordo com os interesse do mundo). Lembre-se que em Tiago 4,4 está escrito: ” Todo aquele que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Entenda, de uma vez por todas, que “caminhar com a história” não exclui os mandamentos de Deus, que são imutáveis! Que Deus tenha misericórdia da sua alma.

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  8. O Pe. Agenor chama a Igreja Católica medieval com suas belas catedrais, universidades, hospitais de caduca, mas no trato quando os maçons, quando dizem que foram eles que construíram as belas catedrais medievais, ele não confronta, não chama os maçons de caducos, não é?

    Aí se vê que a foice e o martelo andam junto com o esquadro e o compasso.

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  9. Se fossem apenas alguns padres que pensassem assim…em SP tem cardeal que ficou muuuuuito feliz com a eleição de Francisco -” para consertar essa Igreja que já não funciona mais”……

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  10. Irmãos, reflitamos sobre alguns fatos pontuais recentes:
    -A Corpus Christi Basilica, a mais antiga basílica do Reino Unido, fechou as portas e foi vendida para uma rede de restaurantes;
    -Uma igreja católica de Montreal no Canadá virou um tempo da igreja universal do Edir Macedo;
    -Em países como Alemanha e França diversas igrejas estão sendo virando lojas, academias, baladas e residências, outras estão simplesmente sendo demolidas, pois não mais há dinheiro, padres e nem mesmo fiéis para mantê-las;
    -A Arquidiocese de New York está reduzindo pela metade o número de paróquias;
    -Praticamente a cada semana uma casa religiosa, masculina ou feminina, é fechada na Espanha;
    As congregações religiosas sofrem desde a década de 1960 uma queda abrupta no número de membros. O exemplo mais gritante é dos jesuítas, considerada a maior congregação da Igreja: 36 mil membros em 1960 contra 17 mil em 2014;
    -No Brasil, os católicos que até o final do século XIX compunham quase 100% da população, hoje são 57%, podendo ser passados pelos evangélicos em mais um ou dois censos.
    Poderia passar a tarde escrevendo muitos outros fatos, mas só por esses reflitamos: valeu a pena o “aggiornamento”? Valeu a pena jogar 2000 anos de tradição no lixo para agradar Suenens, Bugnini e outros do mesmo naipe? Valeu a pena se render a ONU e a URSS? Valeu a pena ter perdido a nossa identidade em nome de um falso “ecumenismo”?

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    1. Depende do ponto de vista… para o Inimigo, o Diabo, o Satanás, com certeza que valeu a pena. E muito.

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    2. Modernistas não ligam para isso, Carlos. Vão para o Inferno de forma merecida. Deus tenha piedade por suas almas antes da morte e que eles reneguem todos os erros dos tempos atuais!

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    3. Carlos,

      Todos esse dados que elencou é duro golpe na alma. E, com o pretexto de assegurar as pessoas na Igreja, parte – grande parte – dos bispos trocaram a doutrina catolica por política populista – ter quantidade a qualquer custo. Mas se essa era a preocupação deles, não é mais. Hoje, pode-se fazer uma conjectura: era o verdadeiro objetivo dos traidores do alto clero chegar a numeros mais baixos e piores que esses?

      Fosse a questão de reparar uma “injustiça” histórica. Tais como as cotas reparadoras, para inserir na sociedade determinadas etnias, para fazer justiça dos erros do passado. Pretendem devolver a cultura que Igreja tolheu dos povos, por obras de seus santos,(Jesus Cristo!).

      No meio em que vivo, cercado por maçons, sei muito bem do que estou imaginando(a fé catolica não se baseia em imaginações, eu sei). Não queira ver o diabo, Deus o livre, mas se aliciado por maçons, a sensação é proxima disso. Por muitas vezes fui ameaçado de morte. Para a maçonaria isso é fácil. Não me importo muito com as ameças, mas se a face de um maçom é terrível, imagine a do demonio.

      Nas paróquias, nas pastorais e movimentos; disso e daquilo, fazem parte os membros filhos do bode. Entre os jovens, filhos de maçons, ninguem ouse constrangê-los. A paróquia está a serviço do gostinho deles. Os padres de hoje não tem preparo para enfrentá-los. E olha que vi, pelo interior de Góias e Mato Grosso, muito, e muito mesmo, padres recusarem batismo as crianças em que os padrinhos eram maçons. Bispos jurados de morte. E havia muita morte estranha, entre o clero, naqueles lugares. Quando? Quando o tsuname VII ainda não havia chegado por aqui. A morte desses padres e bispos terá sido em vão?

      Uma das ameças se deu assim:

      Chegou-me um maçom ostensivo – daqueles que portam o anel, brasão da loja e a simbologia clássica dos mensageiros dos secretos – dizia, com ar de superior, meio desconfiado (eu o conhecia há muito tempo, não passava de neorecruta e pára por aí – recruta sempre): “Se Jesus morreu para nos salvar, então salvou a todos. Ora, se Ele não salvou a todos, falhou. Logo Ele não é Deus, pois Deus não falha.” E continou: “quando jovem, fui salvo de um acidente por que chamei o nome de Nossa Senhora. Mas hoje sei que foi uma “força suprema” quem me salvou.” E deu o aviso: “o que acontece na cidade fica na cidade, ninguém vẽ nada, e nada sabe. Se quer continuar vivo melhor ir morar em outro lugar. Vai morar nos EUA.” Não argumentei muito. Que disse de principal foi que Nossa Senhora não o teria livrado da morte no acidente em que se envolveu para perdê-lo de uma seita satânica. Saiu um pouco perturbado. Aquele homem velho, de vida sofrida, andava de casa em casa dando alimento e roupa para os necessitados. Ele, orgulhoso de seu altruísmo, revelava-o um valor enorme e de muito mérito. Mais vaidade que tudo. Quando um “deus-força-suprema” vai se alegrar com os atos dele?

      S.S. O Papa está preocupado com o aquecimento global? O caldeirão ainda nem começou.

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  11. Pouco a acrescentar, pois o Irmão Bonifácio disse tudo. Quem visita uma catedral na Europa facilmente reflete sobre a beleza de uma instituição existir há tantos séculos. É uma emoção entrar em uma Saint Chapelle em Paris e saber que ela foi construída duzentos anos antes da descoberta do Brasil.
    Padre Agenor. A ciência nos demonstra a importância do passado. Quando Albert Sabin elaborou a vacina contra a poliomielite a descoberta não veio de um estalo em dado momento. Sua descoberta deu-se pela somatória de conhecimentos científicos que foram surgindo durante o tempo. Logo, os conhecimentos do passado foram fundamentais. Isso se chama tradição. Na Igreja Católica dá-se da mesma forma. Existe uma sucessão enorme de fatores, não existindo qualquer rompimento que forme um hiato, como o padre procura ver. A isso se chama de Tradição. Não é cristão jogar no buraco negro deste hiato tantos santos e mártires como bem disse o Irmão Bonifácio. A dissertação do suposto doutor é anticatólica, anticristã e antiética. E além de tudo é bem CADUCA porque repete a vetusta visão histórica que procura justificar o renascimento alegando que os tempos clássicos eram melhores que os tempos medievais. Não fosse o próprio renascimento CADUCO porque ao invés de impulsionar o mundo para frente retroagiu séculos para alcançar o mundo clássico, a dissertação também o é porque essa visão renascentista tem mais de quinhentos anos. Também é CADUCA porque procura fazer a Igreja retroagir aos primórdios da Cristandade. E é CADUCA porque há quinhentos anos um homem também entendia que a Igreja deveria retroagir aos tempos da igreja primitiva: LUTERO.

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  12. Pe. Brighento “se ufana de que os primeiros cristãos se reuniam nas casas”. E hoje os verdadeiros cristãos continuam se reunindo em casas, salas alugadas e até estábulos, enquanto os templos e catedrais estão nas mãos de impostores.
    Que tal então o “Padre Briguento” ceder a Catedral de Laguna aos fiéis Católicos Tradicionais, enquanto ele “volta às origens” celebrando a “partilha do pão” dentro de sua própria casa?
    Não sei se é ignorância ou má fé do Brighento, mas andei por muitas igrejas de Roma que antes de se tornarem Basílicas eram simples residências dos antigos cristãos.
    Uma dessas casas era a do Senador Prudêncio, citado por São Paulo na 2 Carta a Timóteo, 4- 21. A Basílica de Santa Pudenciana é considerada o templo cristão mais antigo de Roma. Foi construída sobre as escavações da casa do Senador Prudencio que juntamente com suas duas filhas, foi convertido ao Cristianismo pelo Apóstolo Pedro que viveu em sua casa por 7 anos e ali celebrava a Eucaristia às escondidas.
    Por que eles celebravam em casas e não em templos? É outra pergunta que os arautos do Modernismo se recusam a responder. Mas gente, não era por simplicidade ou humildade.
    Assim como querem fazer atualmente, naquela época aos Cristãos era permitido apenas o culto privado. Os ritos religiosos dos Cristãos eram vistos pela população Romana pagã e supersticiosa, como práticas ocultistas e assim eles tinham que enfrentar uma terrível campanha de calúnias e desprestígio entre a população.
    Os cristãos eram qualificados pior do que ateus por se negarem a prestar culto ao imperador e às divindades do panteão Romano.
    A eles era atribuída toda a sorte de desordens, a ponto que Tertuliano descrevia assim a situação:
    “Os cristãos são os culpados de qualquer calamidade pública ou males que sobrevêem ao povo. Se o Tibre aumenta de volume de água e sai do leito, se o Nilo não aumenta e não rega os campos, se o céu não manda chuva, se a terra treme, se há fome, se há peste, logo ressoa um mesmo grito: os cristãos às feras!”.
    Engana-se também quem acha que naqueles tempos de perseguição, a celebração da Eucaristia se dava nas Catacumbas. As Catacumbas eram constantemente inspecionadas por soldados Romanos pra averiguar se ali os Cristãos estavam se reunindo para alguma atividade subversiva. Muitos desses soldados acabaram sendo convertidos, como foi o caso do soldado Sebastião que pagou com a vida por sua deserção.
    Então a celebração da Eucaristia se dava nas casas, na surdina, disfarçando as evidências, como se fosse só uma refeição festiva partilhada entre amigos pra não levantar suspeita.
    A própria “Didache” ou Catecismo daquela época descreve em detalhe como se davam essas reuniões.
    Se reuniam para uma refeição festiva chamada “Agape”. Logo em seguida vinha a leitura dos textos sagrados, a explicação desses textos que era a catequese ou instrução, da qual podiam participar até aqueles que ainda não tinham ainda sido batizados mas estavam se preparando para o Batismo.
    A essa altura, os catecúmenos ou não batizados eram retirados porque aí então é que começava a parte ritualística ou sacramental com a apresentação das ofertas ao Bispo e a “Fração do Pão”.
    Outra coisa, não tinha essa de “irmãozinho padre”, “sacerdócio compartilhado” e outras baboseiras que andam inventando com desculpa de “voltar às orígens”. A hierarquia era respeitada.
    Desde o momento da Ascenção de Cristo, os Apóstolos tinham consciência da sua autoridade, delegada pelo próprio Cristo e os cristãos reconheciam e respeitavam essa autoridade.
    Devido a esse caráter intimista e quase clandestino, tendo que armar uma festinha de confraternização pra não dar nas vistas, alguns passaram a abusar e esquecer o ponto central daquelas reuniões eclesiais. Por causa disso São Paulo teve que dar aquela regulagem na comunidade grega dos Coríntios:

    “Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio.
    E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.
    De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor.
    Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se.
    Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.
    Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
    E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
    Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
    Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.
    Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
    Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.
    Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
    Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.
    (1 Coríntios 11:18-30)

    Aí está. Padre Briguento, liçãozinha básica de história. Depois que Constantino se converteu ao Cristianismo e se encerrou o período das grandes e sangrentas perseguições, os Cristãos botaram a cabeça pra fora do buraco e passaram a construir seus locais de culto sem medo de ser feliz! E que locais de culto!! As Basílicas Constantinianas são só uma amostra grátis desse apogeu! Depois vieram as Catedrais Góticas e seus vitrais, as Igrejas Barrocas com sua riqueza de detalhes…etc. E quando Lutero começou a dar seus “pitis” de iconoclasta, condenando desde as vestimentas papais às estátuas dos Santos, os Católicos contra- atacaram com o Rococó: e toma-lhe mais imagens nas Igrejas e cada uma mais rebuscada que a outra!
    Isso sim que é evolução!
    Agora, caduquice mesmo é essa mania de ficar citando as primeiras comunidades cristãs como se o fato delas serem obrigadas a celebrar na surdina fosse o ideal para os cristãos dos dias de hoje. Aliás, essa heresia chamada “ANTIQUARIANISMO” já foi claramente condenada na Mediator Dei de Pio XII:

    “O desejo de restaurar tudo indiscriminadamente à sua antiga condição, não é nem sábio e nem digno de louvor. Seria errado por exemplo, querer que o altar seja restaurado à sua antiga forma de mesa, ou querer eliminar a cor preta dos paramentos, ou ter estátuas e pinturas excluídos de nossas Igrejas, ou requerer que os crucifixos não tragam mais os sinais dos sofrimentos do Divino Redentor”. (MediatorDei).

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  13. Pe. Agenor pensa que dividiu o Corpo Místico de Jesus com uma pancada pseudo-sociológica. E o seu superior hierárquico lhe emprestará solidariedade?

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  14. Enquanto acontece a peleja como disseram acima com o Pe Briguento, o Vaticano convida prefeitos comunistas de cacholas cheias da psicopatia marxista para falarem em escravidão e noutros temas que atingem as populações mais deserdadas, exemplares do naipe de Fernando Haddad-PT – esse então é de assustar assombração em termos de intelligentsia – Márcio Lacerda-PSB, J Fortunati-PDT, gente associada a partidos que entendem de escravidão de montão!
    Estando presentes os prefeito de Havana, Pongyang e Pequim entre esses, exímios mestres que são nesse assunto, mais abrilhantarão o evento; tomara que sim!

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  15. Gustavo Corção, em sua aula: “O verdadeiro e falso amor de si mesmo” explana muito bem sobre a tradição, o valor das coisas que não mudam com o passar do tempo. E Monsenhor Lebfevre também fala disso na Carta Aberta aos Católicos perplexos. Valem a pena ambas.

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  16. É tão complicado cometar sobre esse assunto. Parece que após o Concílio Vaticano II a Igreja se dividiu em duas e os católicos estão se tornando relativistas assim como os protestantes. O Vaticano II é pastoral e não dogmático. A Igreja não pode ser reduzida a uma simples função social, mais importante do que isso é a sua natureza religiosa.

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  17. É bom avisar o Teobaldo que Santo Pio X disse: “Não pode haver mais de uma Igreja, porque assim como há um só Deus, uma só fé e um só Batismo, assim também não há e não pode haver senão uma só Igreja verdadeira” (Catecismo S. Pio X, 156). Se é que é católico.

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