Dom João Braz de Aviz, em visita ao Brasil, fala sobre vida religiosa e padres cantores.

Igreja Católica perde 2 mil religiosos todos os anos

Cardeal d. Braz de Aviz alertou para a urgência em rever a vida nos conventos, além de reconhecer outros problemas, como o da autoridade e o perigo do dinheiro.

Cardeal João Braz de Avis, o representante brasileiro no consistório de hoje.
Cardeal João Braz de Avis.

Estado de Minas – A Igreja Católica perde anualmente cerca de 2 mil religiosos, homens e mulheres, em todos os continentes, sobretudo na Europa, revelou o cardeal brasileiro d. João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

A declaração foi dada em encontro na tarde desta quarta-feira, 19, com mil freiras, padres, irmãos e leigos, na Catedral de São Paulo, na Praça da Sé, região central de São Paulo. No comando de aproximadamente 1,5 milhão de religiosos, pertencentes a quase 3 mil congregações e comunidades de consagrados, o cardeal faz uma revolução no Vaticano para atrair novas vocações.

Ex-arcebispo de Brasília, d. João foi nomeado prefeito por Bento XVI em 2011 e confirmado pelo papa Francisco em 2013.

“A idade média das freiras na Europa é de 85 anos, o que significa que essas idosas vão morrer em breve sem que apareçam outras para ocupar seu lugar”, disse d. João ao jornal O Estado de S. Paulo, antes da palestra na Sé.

Novas vocações só têm surgido, em maior proporção, na África e na Ásia, onde o catolicismo tem prosperado. “Vietnã e Coreia do Sul têm, cada um, 10% de católicos em suas populações”, informou o cardeal.

Para o prefeito da congregação romana responsável pelos cristãos de vida consagrada, é urgente recriar ou rever a vida comunitária nos conventos, para restabelecer a convivência em ambiente de compreensão e caridade entre seus membros. “Sei de casos de religiosos que deixaram suas comunidades e querem voltar, mas desistem porque não encontram nelas a vida em família”, disse d. João. A revisão inclui a possibilidade de organizar comunidades mistas na vida consagrada.

“No passado, tivemos dificuldades para a convivência, porque se dizia que era preciso ter cuidado, porque a mulher é um perigo, ou cuidado porque o homem é um perigo”, observou o cardeal. “Não aconselho muito formar comunidades mistas na mesma casa”, disse, depois de ter lembrado que o voto de castidade faz parte da vocação religiosa.

D. João revelou que recebeu o pedido de dispensa de uma freira de 80 anos, ex-superiora provincial de sua congregação, que deixou o convento porque, conforme alegou, queria realizar seu ideal de maternidade. Ela saiu e adotou um bebê de três meses.

Outro problema sério para a vida religiosa é o da autoridade, ligada ao voto de obediência. “Há muitas autoridades (ou superiores de comunidades) que são opressoras”, afirmou o cardeal. Ele citou o exemplo de uma superiora-geral que ocupa o cargo há 35 anos e não abre mão dele, com graves consequências para suas subordinadas. “Há casos de superioras que mudam as regras da constituição da congregação para morrerem superioras”, lamentou.

A obediência é necessária, disse d. João aos religiosos e leigos de vida consagrada, mas deve ser exercida entre irmãos. “Superiores que não aceitam conselhos não prestam”, advertiu. O bom entendimento, no exercício da autoridade, deve se estender aos mais jovens, aos quais se deve dar responsabilidade e poder. “Que o jovem não tenha medo de ir se aprofundando na vida comunitária, no período de formação.”

D. João de Aviz advertiu também para o perigo do dinheiro, que algumas ordens e congregações religiosas acumulam, apesar de seus membros fazerem voto de pobreza. “As instituições religiosas detêm 52% do patrimônio do Banco do Vaticano (IOR ou Instituto para as Obras de Religião), dinheiro não está faltando”, disse. Como exemplo, ele citou, sem revelar o nome, o caso de uma congregação que, embora com voto de pobreza, tem 30 milhões de euros no banco.

O cardeal foi muito aplaudido pelos religiosos e leigos consagrados, depois de uma hora e meia de palestra. A presidente da seção paulista da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB-SP), irmã Ivone Lourdes Fritzen, elogiou a franqueza e transparência de d. João na exposição sobre a situação e os desafios dos religiosos no mundo.

O cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, aplaudiu as palavras do prefeito da Cúria Romana. Em seguida, os dois celebraram missa ao lado de bispos e sacerdotes da arquidiocese e de outras cidades

* * *

Cardeal de confiança do Papa critica postura de padres cantores no Brasil

‘Nem tudo nos nossos padres cantores está claro’, diz dom João Braz. Em entrevista ao G1, ele fala sobre fama e música na Igreja Católica.

G1 – O cardeal João Braz de Aviz, membro da Cúria Romana no Vaticano, fez uma visita a São José dos Campos (SP), nesta terça-feira (18), para conhecer o Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada. Em entrevista ao G1, ele criticou a postura de alguns padres cantores, mas preferiu não citar nomes.

“Nem tudo nos nossos padres cantores está claro, basta olhar. É preciso voltar ao essencial, questionar o porque se está ali cantando aquela música na televisão. Qual a razão que me faz estar aqui? É Jesus Cristo? Minha fama? O dinheiro?”, afirmou.

O cardeal é considerado um dos homens de confiança do Papa Francisco e afirma que o Vaticano não interfere diretamente no cenário audiofônico católico. Para ele, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) seria o órgão mais indicado para tal.

“Não é bom deixar estragar tudo para depois mexer. Eu não cito nomes, mas tem coisas chatas aí. Por outro lado fizeram coisas boas. Daria para citar 3 ou 4 nomes, mas não vou fazer isso”, disse.

Dom Braz revelou que é um grande admirador do padre Zezinho, que aos 74 anos tem 118 discos em seu repertório. “Padre Zezinho não se apegou à imagem e ao dinheiro. O que sobressai nele é Jesus Cristo. Se o que conta é o dinheiro, a fama e o poder, mesmo que você tenha uma bela voz e fale bonito, está errado”, afirmou.

Sobre a vocação religiosa, o cardeal afirmou que uma de suas irmãs chegou a duvidar do seu celibato. “O celibato não é não ter instinto ou vontade de casar. O celibato é outra coisa. Precisamos pautar nossa vida em um testemunho simples e direto, convicto. Se uma pessoa consagrada vive infeliz e carrancuda, pode ir para outro lado, buscar outro caminho ou ela deve mudar”, disse.

24 comentários sobre “Dom João Braz de Aviz, em visita ao Brasil, fala sobre vida religiosa e padres cantores.

  1. “Há muitas autoridades (ou superiores de comunidades) que são opressoras”…
    Que o diga os Franciscanos da Imaculada, né cardeal?

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  2. Vindo de Dom João Braz de Aviz, soa meio estranho; quando Arcebispo de Brasília perseguiu sacerdotes, irmaõs e irmãs consagradas e leigos, de todas as formas possíveis. É estranho ele falar do perigo do dinheiro se ele foi uma dos religiosos que mais esbanjou… É estranho ouvir dom João falar em obediência sendo ele um dos religiosos que mais desobedeceu a santa igreja. Na verdade isso esta me cheirando muito mau, quer possar de bonzinho, não se enganem esse senhor não é o mais adequado para falar de vida religiosa.

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  3. Falou muitas verdades que precisam ser ouvidas. Só tenho uma reserva em relação a dar poder aos jovens (jovens religiosos no caso). Isso normalmente é “catastrófico”, porque os jovens, pelo menos os brasileiros, têm uma tendência a ser despóticos e tirânicos, muito mais que os velhos. Quanto ao caso da superiora que não queria deixar o poder por mais de 35 anos, isso me parece mais um caso de personalidade doentia, daí o cuidado em colocar no poder pessoas tirânicas ou dominadoras, o que é bem diferente de ter capacidade de liderança.

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  4. Cardeal Aviz
    A luz da fé Católica sempre foi o atrator de santas e numerosas vocações por séculos. A firmeza do “Sim, Sim; Não, Não” de Nosso Senhor contribui com a fé necessária para ser religioso/religiosa. A fé “água com açúcar” aggiornata oferecida por V. Eminência e seu longo trabalho contra as expressões tradicionais da fé Católica, geram estes frutos amargos que hoje V. Eminência colhe. “Deixe-nos fazer a experiência da Tradição”, pedia Mons. Lefebvre. Tire sua pesada mão de congregações florescentes (Franciscanos da Imaculada) e discipline os verdadeiros inimigos da fé, “liberteiros”…

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  5. Como sempre, mais do mesmo.
    Correção de rumo? Nenhuma!
    O que esperar desta Cúria “Bergogliana”?
    E sempre ouvi dizer que o CV II veio solucionar tais questões.
    Ó tempora. Ó mores.

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  6. Até que D João Braz foi coerente no que relatou: sobre a perda de vocações e na questão relativa a certos padres cantores, cujos procedimentos estão aquém do que se dispuseram a fazer de suas vidas: servir unicamente a Igreja e a Jesus Cristo!
    Sem dúvida, D João, mas certos expoentes altos hierárquicos se comportando como relativistas dentro do Vaticano, defendendo o indefensável, muito influentes e loquazes após a saída do Papa Bento XVI, agora apologizando certas teorias anti católicas, têm maleficamente influenciado e estariam colaborando na dispersão do rebanho cristão!
    Há também a questão de relativistas infiltrados nos seminários para deformarem propositadamente os sacerdotes e religiosos e têm conseguido “bons” resultados…
    Quanto às músicas, de modo geral, expressam um cristianismo agua-doce, sentimentalista, e seus comportamentos, esses então, muitas vezes se parecem com de artistas profanos, descompromissados com a doutrina da Igreja – se é que são cristãos – e nos palcos, mais se pareceriam ídolos de plateias alienadas e mais atiçariam as paixões que conversões!
    Nesse sentido, o Pe Zezinho evangeliza com seriedade, enquanto o Pes Fabio de Melo, Alessandro e similares deixam a desejar!

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  7. Confesso que fiquei indignado com tudo isto. Algumas considerações:
    1- A Igreja perde 2000 religiosos por ano. Antes desta avalanche progressista/modernista de 50 anos para cá também se constatava esta perda? Não ofende perguntar.
    2- Se for para ter uma vida de família nas ordens religiosas não seria melhor ficar na própria família ou formar uma? Vida religiosa vai muito alem da vida de família.
    3- A Santa Igreja e os Santos nunca acharam a mulher e o homem um perigo em si. O convívio intimo e continuo em muitas circunstancias, ai sim está o perigo. E se considerar este perigo é coisa do passado, porque o Cardeal acha que não deve haver Congregações mistas na mesma casa, pois o voto de Castidade faz parte da vida religiosa, segundo ele mesmo afirma?.
    4- No caso da freira de 80 anos, houve sim uma não correspondência a sua vocação. Isto é extremamente sério. Qual a saída? Freiras terem filhos, se casarem?
    5- No item da autoridade seria bom lembrar a truculência para com os Franciscanos da Imaculada e muitos outros.
    6- Pe. Zezinho teve seu papel no momento certo na dessacralização da Igreja, tão desejada pelos progressistas. Daí a simpatia do Sr. cardeal para com ele. O cardeal será que condena estes padres cantores pelas mesmas razoes que nós, que queremos uma sacralização das cerimônias e dos ritos sagrados? Ou é porque eles não afinam com a TL, sendo omissos em não incentivar invasões de terras, Reforma Agraria, etc, etc?
    7- Por ultimo, me diga quem te aplaude que eu direi quem tu és…

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  8. Como diria a minha mãe no seu português castiço: O roto falando do esfarrapado…

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  9. Que autoridade tem esse homem para falar sobre vida consagrada?
    Pede pra sair, Cardeal?
    Faz voto de silêncio, confesse seus pecados.
    O homem que ajudou a destruir os Franciscanos da Imaculada.

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  10. Pelos feicebuques da vida Braz de Avis já é herói e santo! Que gente desmemoriada, santo Deus! Sua eminência critica os padres baladeiros da RCC por rivalidade ideológica: o cardeal situa-se na banda oposta do câncer moderno, a dos padres de passeata, ongueiros, comunisteiros da teologia da libertação.

    O insigne curial lamenta a queda no número de consagrados… Justo ele, que desmantelou a imensa família dos frades e freiras da Imaculada.

    Sempre achei a Toca de Assis, pentecostalismo rc-cista com pitadas de tradição litúrgica, uma coisa meio maluca, mas a mistura desses dois ingredientes tão indigestos ao bucho moderno de João Braz de Avis não passou despercebida. Avis desceu à fossa moral da torpeza ao difamar o padre Lettieri na revista Zenit.

    Em dias de Papa Francisco botando a revolução no Vaticano e de PT botando a revolução na rua, ambos contando com o silêncio conivente (e unânime) dos bispos brasileiros, fica difícil elogiar algum prelado. No entanto, vi um gesto de ousadia no Arcebispo da Paraíba em desferir o anátema a um padre petista de seu clero, justo na visita do eminentíssimo defensor dos tomba-latas. Ansioso por um parecer do cardeal sobre dom Aldo Pagotto.

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  11. Acredito que a grande maioria dos que estão dando opinião nunca tiveram uma experiência religiosa. Eu, que a tive, digo que o cardeal está completamente correto no que diz, de modo que não há palavras a serem acrescentadas. Só quem viveu sabe. No catecismo tudo é lindo e maravilhoso, mas a realidade é que a penitência machuca.

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  12. “30 milhões de euros”. Nunca se deve falar em valores. Nunca. Isso é uma prova rebarbativa que esses senhores deveriam, quando muito, estar limpando a sacristia em vez de estarem onde estão, detonando o que resta da Igreja católica. Lembro de um fradeco aqui de São Paulo que, numa entrevista, saiu a destrinchar o patrimônio do seu convento, a fim de “esclarecer” – não sei pra quem ! – de onde eles tiravam a sobremesa de domingo: “- Bem….vejamos…Temos um conjunto de escritórios na Faria Lima, um prédio aqui, uma fazenda ali, uma fábrica de lingerie acolá”. Gente caipira e deslumbrada, gente do fim do mundo. Pela mesma época, certo prelado, nada mortificado, e que gosta de dizer a cada meia hora que se formou no ITA, mas prega cavalarmente mal, posou para fotografia, ostentando, em close, o seu anel prelatício como se fosse uma joia de dondoca. Façam-me o favor!

    Por favor, vamos todos meditar meia hora por semana na Paixão de Cristo! Quem sabe assim o Cardeal desavisado deixa de tingir o cabelo.

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  13. “Há muitas autoridades (ou superiores de comunidades) que são opressoras”. Conheci certa religiosa, exemplar, que, no tempo de noviciado – não me lembro bem da estória – não sabia se estava fazendo reverência para a superiora ou para o gato dela, que se instalava na sede junto com a respectiva dona. E por aí vai.

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  14. “O que esperar desta Cúria “Bergogliana”?

    O DESASTRE QUE ESTÁ ACONTECENDO…

    Bergóglio entregou a Cúria nas mãos de pessoas totalmente duvidosas espiritualmente, com raríssimas exceções, agora, iremos colher a bagunça e a falta de competência nos atos curiais como o cardeal de Aviz… Sem falar na “espiritualidade” midiática e ralé de Bergóglio…

    São Pio X, rogai pela Igreja de Deus!

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  15. Vou fazer pior que o Cardeal Aviz: “lavou roupa suja” na mídia

    As intenções de Dom João Braz de Aviz não são nadas ortodoxas em relação aos conventos. Ele apenas colhe alguns dos problemas que estão sim, hoje, permeando os conventos e os joga na mídia.

    Esse senhor é pretensioso e gosta de holofotes. Carente deles, vai à mídia falar de questões que deveriam está no estrito conhecimento de quem compete: ao corpo de autoridades da Igreja e de sua Congregação. Mas devido a sua ávida sede de sucesso e popularidade – é candidato a papa antes de proclamarem “o Rei está morto. Longa Vida ao Rei!” – não se conteve e alarmou ao publico suas façanhas. Por isso, nos chega ao nosso conhecimento seus ardis.

    É comum e bastante tradicional que religiosos, verdadeiramente católicos, levem seu ofício até a morte. Que seus irmãos de convento zelem de seus superiores durante a vida, nos momentos mais penosos, ao “requies” – descanso. E isso entre todos os irmãos.

    No entanto ele quer mesmo que eles sejam ocupados por jovens da “nova evangelização” e retirar aqueles que ainda resistem ao modernismo – ou seja, ele quer que o mundo entre nos conventos e a igreja sai deles. É para acabar de acabar com a vida religiosa a espiritualidade tradicional. Fim da vida retirada do mundano e da maior perfeição espiritual. Já se sabe que para o clero moderno, vida religiosa efetiva é aquela que dá às pessoas algum bem material( “ir às periferias existenciais”). Como se a vida espiritual contemplativa(passiva) não fosse efetiva perante a Deus, não colhesse frutos para o clero secular. Ao contrario, foram, por dois milênios , um dos grandes arrimos da Igreja.

    E foi muito bem observado por Pedro Pelogia: “Sua eminência critica os padres baladeiros da RCC por rivalidade ideológica: o cardeal situa-se na banda oposta do câncer moderno, a dos padres de passeata, ongueiros, comunisteiros da teologia da libertação.”
    Minha Nota: Destaque para a expressão “rivalidade ideológica”. É o que ocorre entre o clero modernista e a RCC, outra vertente dele. Apenas há oposição ideológica e, mesmo, do que ensina a RCC, no mínimo, da moral e doutrina católicas.

    Que Dom João quer dizer com: “D. João revelou que recebeu o pedido de dispensa de uma freira de 80 anos, ex-superiora provincial de sua congregação, que deixou o convento porque, conforme alegou, queria realizar seu ideal de maternidade. Ela saiu e adotou um bebê de três meses.”(se ele disse isso mesmo).

    1. freira de 80 anos deixa convento para realizar seu ideal de maternidade e adotou bebê de três meses.

    “Não aconselho muito formar comunidades mistas na mesma casa”, disse, depois de ter lembrado que o voto de castidade faz parte da vocação religiosa.

    2. Aqui pensa justificar a saída da freira que quer realizar seu ideal, faz reflexão sobre o fim do celibato, mesmo nos conventos.

    “A revisão inclui a possibilidade de organizar comunidades mistas na vida consagrada.”(não sei se realmente disse isso. E possa está se referindo a vida religiosa ativa e passiva. Espero que ele não quis dizer que quer o convívio entre homens e mulheres nos conventos. E não disse).

    3. Forca-me a concluir que ele quer mesmo o fim do celibado.

    Esse é candidato a ultramoderno papa da história(vai sonhando).

    Que eu esteja imaginando e mesmo correndo aos perigos de juízos. Mas este prelado foi à mídia fazer escândalo e faço pior: dois segredos sobre ele(que todo mundo sabe):

    Ele usa peruca
    Ele celebra Missas de bermudão e camiseta

    É pouco?! Só o fato dele usar peruca.

    p.s. Levem em consideração os meus dotes intelectuais, são parcos, confesso.

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  16. O motivo dele ser um grande admirador do padre Zezinho, é porque em seu repertório Padre Zezinho se revela aquele típico sacerdote em crise de fé, que se tornou epidemia depois do desastre do Vaticano II.
    Basta dar uma conferida em letras como essa:

    Um grande amigo meu
    Que a sua fé perdeu,
    No dia de Natal me procurou.
    Contou-me a sua vida
    Tão cheia de incertezas
    Com tanta honestidade
    Que me fez chorar.
    E a lágrima teimosa caindo no meu rosto
    Lavou meu preconceito de cristão.
    Eu sei que da verdade eu não sou dono,
    Eu sei que não sei tudo sobre Deus.
    Às vezes, quem duvida e faz perguntas,
    É muito mais honesto do que eu.
    Ao grande amigo meu
    Que a sua fé perdeu,
    No dia de Natal me confessei.
    Contei-lhe a minha vida
    Tão cheia de procuras
    Com tantas esperanças
    Que ele até sorriu.
    E aquele riso aberto
    Nos trouxe bem mais perto,
    Lavou seu preconceito de ateu.
    Por este amigo meu
    Que a sua fé perdeu,
    Naquele mesmo dia eu fui rezar.
    E a minha prece amiga
    Gerou esta cantiga
    Que eu fiz pensando muito
    Em meu país cristão.
    Às vezes muita gente
    Não crê no que acredita
    E afasta o seu irmão da religião.

    E pra não falar daquela outra pérola:

    “Se eu não te encontrar,
    no irmão que sofre,
    no irmão que chora,
    no irmão que rir.
    Não vou te encontrar,
    nem na oração,
    nem nos meus amigos
    e também no livro que falou de ti”.

    Ecumenismo? Cantado de verso em prosa:

    Canção Ecumênica
    Padre Zezinho

    Que todos nós que acreditamos em deus
    Saibamos viver em paz e dialogar
    Que todos nós que cremos que deus é pai
    Saibamos nos respeitar e nos abraçar
    Filhos do universo
    Filhos do mesmo amor
    Saibamos amar uns aos outros
    Ouvir o que o outro nos tem à dizer
    E sem combater
    Sem desmerecer
    Primeiro escutar
    Depois discordar
    Por fim, celebrar e orar
    E adorar e servir a deus
    E ajudar e ajudar as pessoas
    E respeitar os ateus

    Teologia da Libertação? Esse é o refrão que repetia sem cessar nas “vitrolas” das Paulinas:

    Por causa da Tua palavra
    Por causa da libertação
    Por causa de um pouco de terra
    Por uma fatia de pão
    Mataram mais um irmão (4 X)

    Mais Ele ressuscitará (3 X)
    O povo não esquecerá (3 X) (bis)

    Por causa do Teu Evangelho
    Por causa da nossa nação
    Por causa da esperança
    Por causa da religião
    Mataram mais um irmão (4 X)

    Mais Ele ressuscitará (3 X)
    O povo não esquecerá (3 X) (bis)

    Por causa de um mundo mais justo
    Por causa de tanta opressão
    Por causa de coisas que disse
    Por ter defendido os irmãos
    Mataram mais um irmão (4 X)

    Mais Ele ressuscitará (3 X)
    O povo não esquecerá (3 X) (bis)

    Padre Zezinho foi um elemento que só serviu pra destruir a fé tradicional do povo Católico brasileiro. Por décadas ele foi o grande campeão de vendas de editoras como Vozes e Paulinas. Suas cantigas com batidas monótonas de violão era o pau que rolava nas liturgias com direito à coreografia. Até que vieram os novos padres cantores no rastro dos protestantes e de olho no $$$$ e na fama e passaram a fazer o mesmo que Padre Zezinho sempre fez: usar a Igreja como palco pra promover suas musiquinhas de gosto duvidoso.

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  17. Na Europa os conventos estão virando pousadas, seu amplos espaços sendo alugados para conferências, casamentos, congressos. Conventos com 10% de ocupação de religiosos. No Brasil não sei como esta . Pelo menos na Arquidiocese de Olinda e Recife, tem hoje em dia 70 seminaristas (em estudo na UNICAP , filosofia e teologia).

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  18. Dentro da área que a cardeal Aviz deve (ou deveria) promover, que são os institutos de vida consagrada e as sociedades de vida apostólica, falta zelar também por uma vocação menos abundante que as outras (religiosas, sacerdotais e matrimoniais), que é a do leigo consagrado. Aquele que não tem vocação matrimonial nem sacerdotal nem religiosa, exerce sua carreira profissional secular, não vive em comunidades, guarda a castidade (mesmo porque detectou não ter vocação matrimonial) e se consagra a Deus através do trabalho e na oração cotidianos. Lamentavelmente uma das vocações mais desprestigiadas após o Vaticano II.

    No outro extremo e fora do escopo do cardeal está a vocação mais abundante de todas: a matrimonial. Também muito mal promovida. Nas últimas décadas a Igreja aceita oficiar casamentos a rodo de gente totalmente despreparada. Vários desses são casamentos inválidos desde o rito, como a de muitos que já casam com mentalidade divorcista (“se não der certo, a gente descasa depois”).

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  19. Já que publicaram algumas letras do pe. Zezinho. Vou publicar também. Uma das mais lindas, que embalou minha juventude e me ajudou a perseverar na fé apesar de viver numa região encharcada de teologia da libertação. Obrigada, pe. Zezinho. Se todos os padres cantores fossem iguais a voce, não teríamos tanto pra nos envergonhar.
    E ofereço essa música com todo carinho pra Gercione. Que nos momentos de tristeza ao ver o exílio em que estamos vivendo e sentir saudade da verdadeira Igreja, essa belíssima música a possa consolar (e recomendo ouví-la no youtube pois não só a letra, a música também é linda):

    Nos rios da Babilônia,
    à suas margens andei.
    Nos seus salgueiros fendidos,
    arrependido chorei.
    Juntei ao rio o meu pranto
    e no salgueiro eu deixei,
    minha guitarra e meu canto
    que em minha terra eu cantei.

    Nasceu a flor e o espinho,
    onde eu pisei e dancei,
    longe sem ter o meu ninho,
    não mais sorri nem amei.

    Medi com minha tristeza
    o Infinito Amor.
    Pesei com medo e coragem,
    o peso imenso da dor.
    Cantei ao mundo meu canto,
    e no meu canto eu deixei,
    rolar meus rios de pranto
    quanta saudade eu passei.

    Nasceu a flor e o espinho
    onde eu pisei e dancei
    longe, sem ver o meu ninho
    Não mais sorri, nem amei

    Mas voltarei… mas voltarei…
    Mas voltarei… mas voltarei!!!

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