Mas Francisco rejeitou na íntegra todos os seus pedidos. Enquanto isso, o programa do Sínodo desapareceu do “Relatório Final”
Por Sandro Magister, 12 de outubro de 2015 | Tradução: Gercione Lima – FratresInUnum.com: Os treze signatários possuem cargos de primeira magnitude na hierarquia da Igreja (ler atualização abaixo). Entre eles estão, em ordem alfabética:
– Carlo Caffara, arcebispo de Bolonha, Itália, teólogo, o primeiro presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família;
– Thomas C. Collins, arcebispo de Toronto, Canadá;
– Timothy M. Dolan, arcebispo de Nova York, Estados Unidos;
– Willem J. Eijk, Arcebispo de Utrecht, Países Baixos;
– Gerhard L. Müller, ex-bispo de Regensburg, na Alemanha, a partir de 2012 prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé;
– Wilfrid Fox Napier, arcebispo de Durban, África do Sul, o vice-presidente do sínodo já em curso como também da reunião anterior, em outubro de 2014;
– George Pell, arcebispo emérito de Sydney, na Austrália, a partir de 2014 prefeito da secretaria do Vaticano para a economia;
– Robert Sarah, ex-arcebispo de Conakry, Guiné, a partir de 2014 Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos;
– Jorge L. Urosa Savino, Arcebispo de Caracas, Venezuela.
Na carta, concisa e clara, os treze cardeais submetem à atenção do Papa uma série de “preocupações” deles e de outros Padres sinodais sobre os procedimentos do Sínodo, na sua opinião “configurado para facilitar resultados pré- determinados sobre questões controversas importantes”, e sobretudo com relação ao ‘”Instrumentum laboris”, considerado inadequado como “o texto de orientação e fundamentação de um documento final.”
Aqui está o texto da carta, traduzido a partir da versão original em Inglês:
Santidade,
Como o Sínodo sobre a Família se inicia, e com o desejo de vê-lo produtivamente servindo à Igreja e ao seu ministério, nós respeitosamente pedimos que vossa santidade considere uma série de preocupações que temos ouvido de outros padres sinodais, e que compartilhamos.
Enquanto o documento preparatório do sínodo, o “Instrumentum Laboris”, tem elementos admiráveis, tem também seções que se beneficiariam de uma substancial reflexão e reformulação. Os novos procedimentos que orientam o sínodo parecem garantir sua influência excessiva sobre as deliberações do Sínodo e sobre seu documento final. Tal como está, e dadas as preocupações manifestadas por muitos padres sobre suas várias seções problemáticas, o “Instrumentum” não pode adequadamente servir como um texto de orientação ou fundamento de um documento final.
Os novos procedimentos sinodais serão vistos por alguns como carentes de abertura e genuína colegialidade. No passado, o processo de oferecer proposições e votar essas proposições serviu ao propósito valioso de adotar as medidas concebidas na mente dos padres sinodais. A ausência de proposições e discussões relacionadas e de votação parecem desencorajar o debate aberto e restringir a discussão aos pequenos grupos. Assim, nos parece urgente que a elaboração de proposições a serem votadas por todo o sínodo devam ser restauradas. A votação de um documento final sai tarde demais no processo para que se faça uma revisão completa e ajustamento sério do texto.
Além disso, a falta de participação dos padres sinodais na composição da comissão de redação criou um desconforto considerável. Os membros foram indicados e nomeados, não eleitos, sem consulta. Da mesma forma, qualquer um trabalhando na elaboração de documentos no âmbito dos pequenos círculos deveria ser eleito, não nomeado.
Por sua vez, esses fatos criaram uma preocupação de que os novos procedimentos não são fiéis ao espírito tradicional e ao propósito de um sínodo. Não está claro porque essas mudanças processuais são necessárias. Um número considerável de padres sente que o novo processo está destinado a facilitar resultados pré-determinados sobre importantes questões em disputa.
Finalmente, e talvez o mais urgentemente, vários padres expressaram preocupação de que um sínodo projetado para tratar de um assunto pastoral vital – o reforço da dignidade do matrimônio e da família – pode tornar-se dominado pela questão teológica / doutrinária da comunhão para os divorciados civilmente recasados. Se assim for, isso vai inevitavelmente levantar ainda mais questões fundamentais sobre como a Igreja, daqui para frente, deverá interpretar e aplicar a Palavra de Deus, sua doutrina e sua disciplina às mudanças nas culturas. O colapso das igrejas protestantes liberais na era moderna, acelerada por seu abandono dos elementos-chave da fé e da prática cristã em nome da adaptação pastoral, merece muita cautela em nossas próprias discussões sinodais.
Santidade, nós oferecemos estes pensamentos em um espírito de fidelidade e agradecemos por considerá-las.
Fielmente em Jesus Cristo.
Na tarde daquela mesma segunda-feira, 5 de outubro, durante a primeira discussão na sala de aula, o Cardeal Pell e outros padres sinodais retomaram alguns dos temas tratados na carta, sem no entanto citá-la explicitamente.
Papa Francisco estava presente e ouvia. E na manhã seguinte, terça-feira, 6 de outubro tomou a palavra.
O texto desse seu discurso não programado não tinha sido publicado, mas foi resumido verbalmente pelo padre Federico Lombardi, e escrito no “L’Osservatore Romano” da seguinte maneira:
“O Pontífice quis reafirmar que o Sínodo atual está em continuidade com o que foi celebrado no ano passado. Com relação ao ”Instrumentum laboris”, Francisco destacou que esse é o resultado da “Relatio Synodi” juntamente com as contribuições enviadas mais tarde, e que foram aprovadas pelo conselho pós-sinodal – que se reuniu na presença do Pontífice – e que é a base para continuar o debate e as discussões nos próximos dias. Neste contexto, essencial importância foi dada à entrada dos vários grupos linguísticos. O papa recordou também que os três documentos oficiais do sínodo do ano passado são os seus dois discursos, início e fim, e o “Relatio Synodi”. O Papa sublinhou que a doutrina católica sobre o matrimônio não foi tocada e, em seguida, advertiu para que não dêem a impressão de que a “única questão do sínodo é a da comunhão para divorciados, convidando-os a não reduzir os horizontes do Sínodo.”
Neste relato do “L’Osservatore Romano”, Padre Lombardi acrescentou que “mesmo as decisões a respeito do método foram compartilhadas e aprovadas pelo papa, e, portanto, não podem ser questionadas.”
Disto resulta que Francisco rejeitou, na íntegra, todas as exigências da carta dos cardeais, exceto a recomendação marginal de não reduzir a discussão apenas à “comunhão para divorciados.”
Ele rejeitou a carta, e não sem antes jogar uma indireta polêmica, como mais tarde fez saber – através de um tweet não desmentido – o diretor de “La Civiltà Cattolica” Antonio Spadaro, que também estava presente na assembleia plenária, segundo o qual o papa teria dito aos padres “para não ceder à hermenêutica de conspiração, que é sociologicamente e espiritualmente fraca e não ajuda.”
Tudo isso no início do sínodo. Mas, já no fim da primeira semana de trabalho aconteceu outro caso. Mais uma vez, o oposto dos desejos dos treze cardeais.
Sexta-feira, 9 de outubro, em conferência de imprensa, o Cardeal Luis Antonio G. Tagle, arcebispo de Manila e presidente delegado do Sínodo, de repente, disse que, com relação à redação do relatório final, “aguardamos a decisão do Papa.”
E no dia seguinte o padre Lombardi disse que “não temos certeza ainda como será a conclusão do Sínodo, se até mesmo haverá um documento final. Vamos ver se o papa dará indicações precisas”.
Inacreditável, mas verdadeiro. Com o sínodo em pleno andamento, de repente, foi colocada em causa a própria existência do “Relatório Final” que aparecia nos programas como indicação de que todo o trabalho do Sínodo fora finalizado.
Do “Relatório Final”, de fato, havia falado extensivamente o secretário-geral do Sínodo, o cardeal Lorenzo Baldisseri, na apresentação oficial do mesmo, no dia 2 de outubro:
> Briefing sobre o tema e método da XIV Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos
Naquele mesmo dia, Baldisseri também havia informado que o Papa Francisco havia nomeado uma comissão de dez cardeais e seus próprios bispos “para a elaboração do relatório final.”
Em 5 de outubro, no discurso de abertura dos trabalhos do sínodo, Baldisseri voltou com ainda mais detalhes para ilustrar as fases de desenvolvimento e aprovação da “Relatio”
> Relatório do Secretário-Geral
E mais uma vez ele tinha falado em plenária, na manhã de 06 de outubro, pouco antes que o próprio Papa tomasse a palavra.
Para não falar do calendário oficial dos trabalhos do Sínodo, que ainda dá um total de quatro dias, de 21 a 24 de outubro, à redação do “Relatório Final”, para sua apresentação em sala de aula, discussão e apresentação dos artigos, revisão do mesmo, e sua reapresentação em plenária e votação final:
Na carta ao Papa Francisco, os treze cardeais esperavam que fosse retomado o procedimento dos sínodos passados, os quais terminavam com a votação, de uma por uma das “proposições” a serem apresentadas ao Papa. Ou, pelo menos, na ausência dessas proposições, se votasse ponto por ponto de um “Relatório Final”, escrito por um conselho eleito, não pelos nomeados a partir de cima.
Mas mesmo que a “Relatio” – como ficou claro – não exista mais, o único produto do Sínodo não será outra coisa senão uma reformulação do “Instrumentum laboris” que os treze signatários da carta consideram como inapto para servir como fundamento de um documento final, por causa de “suas várias partes problemáticas”, ou seja, por causa da incerteza de fidelidade à Doutrina.
Porque, é verdade, os 270 padres sinodais estão trabalhando dia após dia apenas para reelaborar de cima para baixo o “Instrumentum”. Mas, é igualmente verdade que a correção do texto será prerrogativa de toda uma comissão nomeada diretamente pelo Papa Francisco, nas quais os membros inovadores são maioria esmagadora, contrários a tudo que é decidido na plenária dos Bispos. E em um texto quilométrico e discursivo, como o “Instrumentum” – não telégrafico como as “proposições” de muitos sínodos do passado – é muito mais fácil de acontecer de novo tudo o que aconteceu no sínodo de 2014, com a introdução de fórmulas vagas e polivalentes, difícil de serem aprovadas ou rejeitadas nas plenárias com um voto seco.
“A doutrina católica sobre o matrimônio não foi tocada”, assegurou o Papa Francisco, referindo-se a todo o percurso do Sínodo de 2014 até hoje, em resposta às “preocupações” dos treze cardeais da carta.
Mas o cardeal Tagle, expoente de peso entre os inovadores, também disse na conferência de imprensa de 9 de Outubro, com visível satisfação:
“O novo método adotado pelo sínodo provavelmente gerou um pouco ‘de confusão, mas não há problema em ser confuso de vez em quando. Se as coisas são sempre claras, não seria a vida real.”
* * *
Nota do Fratres: À matéria acima, de segunda-feira, Magister fez um adendo hoje, confirmando o conteúdo da carta, embora reconheça a possibilidade de variações secundárias que não afetam a substância do texto. Também atualiza o nome dos cardeais signatários, segundo divulgado pela revista América, dos jesuítas nos EUA:
– Carlo Caffarra, arcivescovo di Bologna, Italia, teologo, già primo presidente del Pontificio istituto Giovanni Paolo II per studi su matrimonio e famiglia;
– Thomas C. Collins, arcivescovo di Toronto, Canada;
– Daniel N. Di Nardo, arcivescovo di Galveston-Houston e vicepresidente della conferenza episcopale degli Stati Uniti;
– Timothy M. Dolan, arcivescovo di New York, Stati Uniti;
– Willem J. Eijk, arcivescovo di Utrecht, Olanda;
– Gerhard L. Müller, già vescovo di Ratisbona, Germania, dal 2012 prefetto della congregazione per la dottrina della fede;
– Wilfrid Fox Napier, arcivescovo di Durban, Sudafrica, presidente delegato del sinodo in corso come già della precedente sessione dell’ottobre 2014;
– John Njue, arcivescovo di Nairobi, Kenya;
– George Pell, arcivescovo emerito di Sydney, Australia, dal 2014 prefetto in Vaticano della segreteria per l’economia;
– Robert Sarah, già arcivescovo di Konakry, Guinea, dal 2014 prefetto della congregazione per il culto divino e la disciplina dei sacramenti;
– Jorge L. Urosa Savino, arcivescovo di Caracas, Venezuela.
Papa Francisco hoje, por sua vez, pediu perdão por escândalos ocorridos no Vaticano, sem mencionar exatamente a que se referia. A mídia secular entendeu como uma indireta e fala em conspiração de conservadores para minar sínodo reformista, comparando o vazamento aos Vatileaks (!).
O blog Secretum Meum Mihi traz interessante nota sobre a reação do Papa à publicação da carta. Com a licença do Ferretti, faço a citação em espanhol dada a gravidade do supostamente ocorrido e minha falta de tempo de providenciar uma tradução:
“Ayer en la noche, a las 19 horas, en el Vaticano sucedió el fin del mundo. Inmediatamente después de la publicación, en el blog del vaticanista de “L’Espresso” Sandro Magister, de la carta con la que 13 cardenales planteaban al Papa sus objeciones sobre el Sínodo, el eternamente amable Bergoglio se fue con toda la furia.
Cogido por un improviso y violento ataque de ira, Bergoglio primero tronó contra la purpura conservadora (“Si las cosas están así pueden irse. La Iglesia no necesita de ellos. ¡Los echo a todos!”) y luego —desfogada la ira— tuvo un leve malestar. Un poco de taquicardia, una subida de presión. Nada serio, pero sintomatico de un malestar —no sólo físico— que se vive desde hace meses en las secretas estancias.”
Que Deus nós ajude!
Alexandre Semedo.
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Ontem a noite, as 19 horas , no Vaticano se sucedeu o fim do mundo. Imediatamente após a publicação, o blog do vaticanista do “L’Espresso” Sandro Magister, sobre a carta dos quais os 13 cardeais planteavam ao papa suas objeções sobre o sínodo, o eterno amável Bergoglio saiu com toda fúria.
Movido por um improviso e violento ataque de ira, Bergoglio primeiro trovejou contra a purpura conservadora (“Se as coisas estão assím então podem sair. A igreja não precisa deles. Deixo a todos”) e logo – desafogada a ira – teve um leve mal estar. Um pouco de taquicardia, uma subida de pressão. Nada sério, mas um mau estar sintomático – não somente físico – que esta vivendo já alguns meses visto por instâncias mais secretas.
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Por que o Fratres se tornou nos ultimos dias uma fábrica reprodutora de artigos “anti-sinodo”?
Por que não reproduzem, sobre a mesma carta, algumas notícias que a levam a completo descrédito?
Quatro pessoas que supostamente teriam assinado a carta desmentiram. Angelo Scola, André Vingt-Trois, Mauro Piacenza e Peter Erdö. Aí o Magister vai, risca o nome deles fora… Mesmo assim, preferimos continuar dando credibilidade à carta… Depois vem George Pell e Fox Napier, que embora não tenham desmentido que tenham assinado, dizem que o conteúdo divulgado não confere com a carta entregue. Mais uma vez Magister diz que pode ter variações. Depois corrige sua lista baseado na lista divulgada por Gerard O’Connell na revista “America”, da qual também pularam fora Norberto Rivera Carrera desmentido ter assinado a carta com o conteúdo divulgado e Elio Sgreccia.
Mas vamos continuar divulgando a carta, né? Ela bate muito com os questionamentos fabricados desde antes do Sínodo… Afinal, nenhum papa jamais nomeou uma comissão para redação do documento final, os relatores dos círculos menores não foram eleitos pelos círculos, três minutos são insuficientes e blá, blá, blá.
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Anti-sínodo?
O senhor considera, por exemplo, a defesa da fé e da moral realizada num artigo como este (https://fratresinunum.com/2015/10/13/cardeal-de-paolis-hoje-falamos-muito-sobre-compaixao-amor-e-misericordia-mas-sem-a-verdade-estamos-no-caminho-errado/) uma publicação “anti-sínodo”?
A insistente divulgação do livro “Opção preferencial pela família”, de autoria de três bispos, também é uma divulgação “anti-sínodo”?
Amigo, se você quer ler amenidades de uma Igreja que “nunca esteve tão bem”, busque Zenit ou ACI Digital. De fato, você está no lugar errado.
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Creio que não há projeções de tocarem na parte redacional doutrinaria por vários motivos – em especial se acaso existissem más intenções – pois criariam uma desmedida polêmica com os conservadores e milhões de católicos mundo afora que não aceitariam as concessões em nome da “misericórdia, amor, acolhimentos, tolerancia etc., mas excetuando mudanças serias comportamentais – que não passariam de ciladas.
Infelizmente, por outro lado, vivemos num tempo em que o mal só nos aparece sob lindo formato, dissimulado de bem mas enganando multidões, a começar de implantações de regimes socialistas em muitos países – exclusivamente as vantagens são patenteadas com euforia – enquanto os males apenas oportunamente aparecerão, depois de “tudo dominado”!
Se acaso, ao final do Sínodo prevalecer o mantenimento da doutrina, já esperado, mas sua dissociação da prática pastoral, poder-se-iam abrir as portas um cisma, ou mesmo a uma heresia, dependendo de como e o que seja contemplado, e que o Sínodo atual não teria passado de preparação antecedente das mentes para o que se ratificaria em 2015!
Rezemos e penitenciemos pelo bom êxito do Sínodo!
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Ah ele ficou nervosinho foi? Achou que as tramóias do “Sínodo da Sombra” paralelo que ele armou na Domus Santa Marta ficaria em segredo? O gato tá fora do saco e todo mundo ( que tem dois neurônios) tá sabendo que esse sínodo que ele convocou como jogo de cartas marcadas é uma tremenda fraude.
O jornal alemão Die Católica Tagespost revelou uma notícia que vem explicar tanto a maneira surpreendente porque as regras do Sínodo são mudadas a cada hora com o constante vazamento de ameaças e opiniões Bergoglianas via Spadaro e afins.
Segundo o jornal alemão, cada dia uma espécie de “sínodo sombra” miniatura reúne-se na Casa de Santa Marta com Bergoglio (incluindo alguns Padres sinodais e alguns convidados de fora) para escolher que medidas devem ser tomadas no Sínodo para garantir que a agenda deles prevaleça.
Ele jogou sujo, tentou desacreditar Sandro Magister depois de já ter usado a “misericórdia bergogliana” com o vaticanista, retirando sua credencial de imprensa do Vaticano depois que esse publicou trechos que vazaram da Laudato Si, antes que essa fosse oficialmente publicada.
Mas quando ele achava que estava tudo sob controle, que Magister seria desmentido e desacreditado, a bomba explode em Nova York na sede da prestigiosa revista dos Jesuitas “America”, voz do Catolicismo Progressista Americano.
Dessa vez o autor da revelação nem era Magister, mas sim Gerard O’Connell, vaticanista e correspondente em Roma e além de tudo marido da jornalista argentina Elisabetta Piqué, que é amiga e biógrafa autorizada de Jorge Mario Bergoglio.
E agora Bergoglio? Vai desmentir também os amigos?
Com toda a segurança, depois de ter consultado fontes seguras, os Jesuítas de Nova York confirmaram que a carta entregue ao papa no dia de abertura do Sínodo foi efetivamente assinada por 13 cardeais, todos padres sinodais de peso, entre os quais o Arcebispo de Nova York e o de Houston.
Resumo da ópera, Bergoglio, dando uma de “caudilho dos Pampas” deve ter feito ameaça feia pra que esses cardeais mentissem descaradamente ao desmentir o que seria visto por todos os fiéis como um ato de coragem:
_”“Si las cosas están así pueden irse. La Iglesia no necesita de ellos. ¡Los echo a todos!”
Não Bergoglio, o que a Igreja não precisa é de você e sua corja de impostores que querem impor o sacrilégio e a sodomia até nas paróquias mais longínquas do orbe católico, usando como desculpa o seu conceito herético de misericórdia.
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E os cardeais brasileiros, como sempre, fazendo média!!! Em cima do muro como homens corajosos, bravos, guerreiros, destemidos e valentes defensores da candura que são. Alguns deles à beira da morte, a cinco minutos do julgamento de suas almas e ainda sim na passividade. Eles usam um vermelho que é mais de vergonha do que de verter sangue pelo testemunho do Evangelho.
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Caro Ferreti,
Me referi às notícias a respeito do próprio Sínodo. Estou de pleno acordo com as divulgações que o site faz em favor da defesa da família e da indissolubilidade do sacramento do matrimônio.
Mas com raríssimas exceções, aquilo que é concernente ao próprio Sínodo é divulgado aqui sob uma perspectiva conspiratória e catastrófica. Você é uma pessoa muito sábia para não saber que nunca uma comissão responsável pela redação do texto final foi “eleita”, mas sempre foi nomeada. Então por que não desmentir isso? Questione a nomeação livremente. Mas por qual motivo reproduzir artigos que fazem parecer que a nomeação pelo papa nunca ocorreu?
Por qual motivo fazer um estardalhaço a respeito dos três minutos que os padres sinodais terão para suas proposições? Bento XVI já havia reduzido em outro Sínodo de 8 para 6. Será que 6 ou 8 seriam suficientes? Porque não divulgar que os padres sinodais podem livremente publicar suas proposições?
Por que não falar sobre o que os círculos menores discutiram?
No mínimo uma postura menos tendenciosa e mais imparcial era de se esperar. A “Verdade” que arduamente lutam para manter inabalada não precisa ser defendida com mentiras.
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Caro Thiago,
A carta publicada não reivindica eleição à comissão para redação do texto final (que, agora, nem sabemos se existirá). Ela apenas expõe e lamenta o fato de não ter havido qualquer tipo de participação dos padres sinodais na composição da comissão — não que nos sínodos anteriores não tenha sido o Papa a nomear, mas, neste, diferentemente, tal nomeação teria se dado numa postura nada sinodal, isto é, sem qualquer tipo de consulta aos padres sinodais:
O que a carta reivindica, sim, é eleição para os participantes da redação dos relatórios dos círculos menores:
“Então por que não desmentir isso?” Não desmentimos porque, como explicado, a carta não afirmou “isso” que você alega.
Caro Thiago, nós buscamos prestar um serviço de informação aos católicos, dentro de todas as nossas limitações e afazeres diários. Se você tem qualquer sugestão de pauta ou pode ajudar com traduções, teremos muito gosto em publicar (basta enviar a fratresinunum@gmail.com).
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Thiago,
Andrea Tornielli, publicou quatro dias antes da carta vir a tona, uma matéria muito bem informada no Vatican Insider e La stampa, falando de uma conjuração de 13 Cardeais. Logo em seguida o artigo foi retirado do site Vatican Insider. O primeiro vazamento veio da própria parte de Bergoglio (Andrea Tornielli é seu amigo e frequenta a Casa Santa Marta) e é ao próprio Papa, que o atribuem no artigo:
La “congiura dei tredici”. Ecco chi l’ha raccontata per primo
http://chiesaepostconcilio.blogspot.com.br/2015/10/la-congiura-dei-tredici-ecco-chi-lha.html
Provavelmente, a ira de Francisco, se deve ao conteúdo da carta e ao fato da publicação desmontar a matéria de Andrea Tornielli. Só mesmo um jornalista como ele, para defender o conteúdo da carta como uma conspiração contra o Sínodo. Aliás, para se ser a favor de um Sínodo que discute uma doutrina já definida pelo próprio Jesus, tem se primeiro que aderir a um conceito não católico de liberdade. Isso sem contar que:
1) Existem pastores, como Kasper, que são ou estão tão doentes quanto as famílias que querem curar. Suponho, por exemplo, que as famílias pastoreadas por Kasper, não devam ser um exemplo de boa saúde familiar. Assim, em muitos casos, as famílias são feridas pelos próprios pastores, seja pela falta de fé ou pela infidelidade doutrinária.
2) Todos sabem que do Sínodo nascerá o mesmo problema do Concílio: hermenêutica da reforma na continuidade e outra da ruptura, como também um Sínodo dos meios de comunicação.
O problema, como é claro, não é hermenêutico, mas o que homens como Kasper ainda fazem na Igreja. O simples fato dele continuar em um Sínodo, onde defendeu uma tese já refutada, mostra que uma das cartas ainda continua no baralho. O Cardeal Burke, embora fora, ainda está no jogo. Bergoglio, o “pró-sínodo” falou recentemente de fundamentalismo, e Burke o respondeu:
“La Chiesa deve essere chiara sulla sua identità. Se per fondamentalista si intende qualcuno che insiste sulle cose fondamentali, sono un fondamentalista. Quale sacerdote, non insegno me stesso e non agisco per me stesso. Appartengo a Cristo. Agisco nella sua persona. Insegno solo quello che Egli insegna nella sua Chiesa, perché questo insegnamento salverà le anime”. Cardeal Burke
http://chiesaepostconcilio.blogspot.com.br/2015/10/vaticano-card-burke-si-sono-un.html
O Sínodo é realmente um jogo de cartas marcadas. Você provavelmente deve ser a favor das reformas do processo de nulidade matrimonial promovidas por Francisco, que disse:
“O Sínodo não é um Parlamento onde, para atingir um consenso ou um acordo comum, há negociações, pactos ou compromissos. O único método do Sínodo é abrir-se ao Espírito Santo, com coragem apostólica, humildade evangélica e oração”. Papa Francisco:”O Sínodo não é um parlamento”. http://www.ihu.unisinos.br/noticias/547714-papa-francisco-o-sinodo-nao-e-um-parlamento
Quando diz no Motu Proprio Mitis Iudex Dominus Iesus :
“Neste sentido, apontaram também os votos da maioria dos meus Irmãos no Episcopado, reunidos no recente Sínodo Extraordinário, que imploraram processos mais rápidos e acessíveis.[4] Em total sintonia com tais desejos, decidi, com este Motu Proprio, dar disposições que favoreçam, não a nulidade dos matrimónios, mas a celeridade dos processos, no fundo, uma justa simplificação, para que, por causa da demora na definição do juízo, o coração dos fiéis que aguardam pelo esclarecimento do seu próprio estado não seja longamente oprimido pelas trevas da dúvida”. http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/motu_proprio/documents/papa-francesco-motu-proprio_20150815_mitis-iudex-dominus-iesus.html
A reação da Cúria Romana e de muitos bispos, mostra que não foi a maioria que implorou por tal reforma no Sínodo. No entanto, se o Sínodo não é o que ele diz, porque assenta sua decisão em base ao Sínodo? Francisco é muito contraditório…
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Retroscena dell’esplosiva lettera dei cardinali (e cosa accadra’ora al Sinodo e alla Chiesa).
http://www.antoniosocci.com/retroscena-dellesplosiva-lettera-dei-cardinali-e-cosa-accadra-ora-al-sinodo-e-alla-chiesa/
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E ainda existe a suspeita de um Sínodo paralelo na Casa Santa Marta:
Tagespost: c’è un Sinodo parallelo: a Santa Marta
http://chiesaepostconcilio.blogspot.com.br/2015/10/tagespost-ce-un-sinodo-parallelo-santa.html
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Segundo o jornal francês Le Figaro o pedido de perdão se funda em notícias envolvendo uma série de escândalos ligados ao homossexualismo.
http://www.lefigaro.fr/actualite-france/2015/10/14/01016-20151014ARTFIG00272-francois-demande-pardon-pour-les-scandales-au-vatican.php
” a morte de um prelado acusado de de pedofilia, um dossier de prostitutição masculina envolvendo uma ordem religiosa (carmelitas, segundo o blog la cigoña) et o coming out de um membro homossexual da curia.
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Se há sensacionalismo aqui ou alí, ou se foram 13 ou 31 cardeais pouco importa. A verdade é evidente e estridente e só não vê quem não quer: o comunismo e a maçonaria infiltrou-se na Igreja profundamente, e revestiu-se e personificou-se no velho sistema autoritário e absolutista da idade moderna. O Vaticano II, e agora o sínodo da família, é certamente fruto do conceito do modernismo defendido por essas correntes filosóficas (que alguns chamam de coisa dos illuminatis); se isso é planejado ou involuntário, não sabemos, mas é com toda a certeza que observamos o catolicismo a uma renúncia apressads de sua própria doutrina. Lentamente, os pilares da Eucaristia e da Mariologia (evidências clássicas do catolicismo, aqui figurativas) são deixados de lado, rumo à uma Igreja mais plural e acessível aos povos (a velha história do eu transcendental que busca nesta terra despertar o deus interior, cujo caminho é qualquer religião).
Vemos a barca balançar. Sem dúvida esse outubro é um mês tenebroso para quem entendeu o que está acontecendo. Não disponho de autoridade para falar, mas o nosso papa de temperamento sanguíneo, que tem como lema a misericórdia, a pobreza e os oprimidos, está bem mal influenciado. Meu achismo pessoal é que um sínodo autoritário, cujo promove a dissolução da teologia básica da doutrina da família, e que ainda tende a um cisma, não pode ser inspirado por outro, senão o divisor, o qual usa-se uma palavra grega para designar: diabo.
Vejo, agora, sobretudo, dois contrastes: um papa humilde silenciado, que sabe mais do que fala, e um papa cegado pelo poder, que fala mais do que sabe.
Sugiro uma correção ao editor na seguinte colocação: “Na carta, concisa e clara, os treze cardeal submetem à atenção do Papa…”, acho que melhor seria no plural: “os treze cardeais”.
Mais uma coisa: Nós temos que rezar pelo papa enquanto sucessor de Pedro e guardião da Fé Cristã, mas na medida em que ele despreza a Fé por opinião pessoal, ele certamente já negligenciou aquilo que foi encubido, tornando-se mais um péssimo papa da história da Igreja. Como disse aquele bispo do documentário que ninguém traduziu: “A Igreja é de Cristo, e não do papa.”
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