Reflexões sobre temas da Sagrada Escritura: Profecia que condena o Modernismo.

Por Padre Élcio Murucci | FratresInUnum.com

“Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os
vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino: prega a palavra,
insiste, quer agrade quer desagrade, repreende, suplica, admoesta com
toda a paciência e doutrina, porque virá tempo em que não suportarão a
sã doutrina, mas multiplicarão para si mestres ao capricho de suas
paixões, (levados) pelo prurido de ouvir novidades. Afastarão os
ouvidos da verdade e os aplicarão às fábulas” (II Timóteo IV, 1-4).

Há homens de coração reto que têm sede de uma luz infinita. E esta sede do infinito, só Deus pode saciá-la. E Deus se fez Homem para lhes dar a segurança dizendo: Eu sou a Verdade.

E o grande foco da luz divina é a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Divino Mestre cingiu a fronte de sua Esposa mística com o diadema visível de Rainha da Verdade. A unidade, a indefectibilidade, a santidade e a infalibilidade refulgem na coroa da Igreja, quais gemas preciosas, prendas que são deste Divino Esposo e que distinguirão a Igreja das rugas das adulterações humanas e das manchas das sociedades heréticas ou cismáticas. Dado o orgulho humano, estas últimas, infelizmente, sempre existirão. Daí as exortações do Apóstolo  ao seu discípulo e bispo Timóteo, exortações estas sobre as quais vamos ora refletir.

São Paulo, num tom pleno de solene gravidade, conjura o seu discípulo caríssimo, o Bispo Timóteo, a ser fiel à sua missão de pregar a doutrina imutável de Nosso Senhor Jesus Cristo. E, portanto, deverá insistir, quer agrade quer desagrade, e repreender aqueles que dela se afastarem. O Apóstolo dos Gentios, exorta o seu discípulo a ter sempre firmeza em defender a verdade, a doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo que não muda, e, ao mesmo tempo, mostra que é mister fazê-lo sempre com bondade e paciência, isto é, sem discussões e altercações. Não há a mínima dúvida de que São Paulo faz aqui uma profecia: “virá tempo” afirma ele. Já na primeira carta ao mesmo Bispo Timóteo, o Apóstolo São Paulo já alertava: “O Espírito (Santo) diz claramente que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvido a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios…” (I Tim., IV, 1). E ao terminar esta mesma carta, faz esta exortação: “Ó Timóteo, guarda o depósito (da fé), evitando as novidades profanas de palavras e as contradições de uma ciência de falso nome, professando a qual, alguns se desviaram da fé” (I Tim. VI, 20 e 21).

A lídima Palavra de Deus da qual os bons têm sede, causa náuseas aos orgulhosos. Não suportam ouvir a sã doutrina. Almejam uma multidão de pregadores que adulem suas paixões. Por isso, São Paulo, já na primeira epístola, havia dito a Timóteo: “Se alguém ensina, de modo diferente e não abraça as sãs palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo e aquela doutrina que é conforme à piedade, é um soberbo…” (I Tim., VI, 3 e 4). Não suportam ouvir sempre a mesma coisa; desejam ardentemente ouvir novidades. Em lugar do Evangelho, da verdade confirmada com tantos milagres, e assim tornada a mais evidente e incontestável, abraçarão fabulosas, estranhas e inacreditáveis doutrinas. Assim agiram os gnósticos, maniqueus e outros hereges. 

Em verdade, esta profecia de São Paulo vem se realizando desde os primeiros séculos; mas, com certeza se realizará plenamente nos últimos tempos, na época do Anti-Cristo. Mas, não resta a mínima dúvida de que ela se cumpre ao pé da letra em relação aos modernistas.

São Pio X dizia que o Modernismo é a reunião de todas as heresias, e a sua origem está no orgulho humano que procura novidades que agradam. Agravando-se o espírito de contestação contra a Tradição e os dogmas, compreende-se que os modernistas não suportem mais ouvir a verdade. Daí vem a apostasia da fé, e passam a pregar abertamente doutrinas diabólicas. Os modernistas são pessoas ávidas de popularidade, que lançam a divisão na Igreja e nas famílias. Organizam conciliábulos e preparam os cismas dentro da Igreja. Procuram ensinar outras coisas diferentes e rejeitam a linguagem escolástica tradicional. Cabe aqui perfeitamente seguirmos a mesma exortação que S. Paulo fez a Tito: “Foge do homem herege, depois da primeira e da segunda correção, sabendo que tal homem está pervertido e peca, como quem é condenado pelo seu próprio juízo” (Tito, III, 10 e 11).

Caríssimos, um só é o código que liga nossas almas aos destinos eternos: o Evangelho genuíno sem alterações e acomodações humanas. Guardemo-lo com toda fidelidade e amor.  A graça de Deus seja com todos vós. Amém.

3 comentários sobre “Reflexões sobre temas da Sagrada Escritura: Profecia que condena o Modernismo.

  1. Contrastando com a maioria das heresias anteriores que visavam diretamente a deturpação da fé em determinados pontos da tradição apostolar, a heresia do Modernismo não a confronta, mas propaga uma mescla de verdades e erros de modos bem sutis para facilitar a sua difusão nos meios católicos sem serem bem percebidos e, ao mesmo tempo, defendendo seus adeptos quando criticados pela Santa Sé ou desmascarados.
    É o material-ateísmo apresentado de forma palatável, como em confeitos que aos poucos matam as pessoas: como a TL fraternalista e agora a “misericordia” como propagam alguns por aí de forma descompromissada com seria conversão é um desses seus novos tentáculos.
    Dessa forma, os modernistas não apresentam suas teses num conjunto ordenado para “revolucionar a Fé”, conforme expressão do Papa S. Pio X, ou seja, negando todos os artigos dogmáticos do CREDO do Concílio de Nicéia, no entanto, racionalistas que são, solapam a partir do primeiro artigo, ao defenderem a impossibilidade de se provar a real existência de um Ser único e absoluto,“Deus, Pai, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis”, portanto, defendendo o gnosticismo ou panteísmo, a existência da divindade no proprio universo e em cada ser humano.
    Dessa forma, doravante tudo estaria sob o relativismo e não mais necessitaria como até então crer só na verdade apenas se proveniente de Jesus Cristo-Igreja católica, não seria mais a portadora da verdade unica e absoluta, mas de igual forma “respeitar” as outras religiões e crenças, pois todas seriam as manifestações religiosas válidas, colocadas em pé de igualdade,
    Porém, o resultado final de aceitação das ciladas de suas teorias, geraria a implantação do relativismo, da alienação e massificação da sociedade como um todo, e finalmente exercerem sobre ela dominio total os globalistas da maçonaria!

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  2. Muito bem padre Élcio! Nós estamos precisando de um sacerdote, de têmpera e coragem; que venha à público defender a Tradição da Santa Igreja. O senhor, foi muito feliz em ratificar esta doutrina que a Santa Igreja sempre defendeu. A Esposa de Cristo. Tem Sua doutrina perfeita, cristalina, sempre verdejante; em todos os séculos. Também nos dias atuais, Ela é o eco de Deus na terra. As heresias, os cismas, a malícias dos homens da Igreja. Não macula a Sua pureza. O senhor guardou com fidelidade, os ensinamentos de vinte séculos de cristianismo. Onde o nosso tão abnegado pastor de outrora. Dom Antonio de Castro Mayer. Procurou com afinco zelar, por esta doutrina que povoou os céus nos seus vinte séculos de cristianismo. Os sacerdotes formados por ele. Tiveram uma base muito sólida, para transmitir ou ensinar o que eles aprenderam com este Bispo tão sábio. Infelizmente, muitos não conservaram esta fidelidade da doutrina de sempre. O senhor aproveitou estas frases, tão oportuna de Apóstolo São Paulo; onde o mesmo parece que está falando para os dias atuais. Me fez recordar de um zeloso sacerdote que alguns anos, escreveu um livro sobre a necessidade de guardar sempre a fé de sempre. O nome do livro, em lembro bem! “Quer agrade quer desagrade.” O nome do referido sacerdote, eu guardei o último nome. Chamava. “Rifan”. Não sei se ele ainda ele conserva a mesma doutrina que ele outrora defendia com tanto garbo?

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