Reflexões sobre temas da Sagrada Escritura: Direitos e deveres dos cônjuges.

“O homem é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da Igreja… Mas, assim como a Igreja está sujeita a Jesus Cristo, assim também as mulheres devem estar sujeitas aos seus maridos em todas as coisas” (Ef V, 23-24). “E vós, pais, não  provoqueis à ira os vossos filhos, mas educai -os  na disciplina e nos mandamentos do Senhor’ (Ef VI, 4).

Por Padre Élcio Murucci | FratresInUnum.com

Continuando a explanação do Papa Leão XIII:

matrimonio“A perfeição e plenitude do matrimônio cristão não estão inteiramente encerrados no que acabamos de recordar [o que foi exposto no artigo anterior]. Porquanto, em primeiro lugar, a união conjugal veio a receber um fim muito mais nobre e elevado do que antes, pois o fim que lhe foi assinalado não consistiu somente em propagar o gênero humano, mas também para dar filhos à Igreja, ‘concidadãos dos Santos e familiares de Deus’ (Ef II, 19); isto é, a fim de gerarem e educarem um povo para o culto e Religião do verdadeiro Deus e de Jesus Cristo, nosso Salvador. – Em segundo lugar, foram perfeitamente definidos os deveres de cada um dos cônjuges e exatamente determinados os seus direitos, de tal sorte que têm obrigação de nunca se olvidarem de manter reciprocamente grande e profundo afeto, de guardarem uma convivência recíproca, dedicada e assídua. O homem é o chefe de família e a cabeça da mulher: esta, todavia, por isso que é a carne da sua carne e o osso dos seus ossos, deve submeter-se e obedecer a seu marido, não à maneira de uma escrava, mas na qualidade de companheira, para que não falte nem a honestidade, nem a dignidade na obediência que ela lhe prestar. E cumpre que assim ele, que é o chefe de família, como ela, que deve obedecer, tenham sempre presente a caridade divina no cumprimento dos seus respectivos deveres, porque ambos os cônjuges são a imagem um de Cristo, o outro da Igreja. ‘O homem é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da Igreja… Mas, assim como a Igreja está sujeita a Jesus Cristo, assim também as mulheres devem estar sujeitas aos seus maridos em todas as coisas’ (Ef V, 23-24).

Pelo que respeita aos filhos, devem submeter-se e obedecer a seus pais, honrá-los e venerá-los por dever de consciência, e, por outro lado, os pais devem aplicar todos os seus pensamentos e cuidados em proteger seus filhos e, sobretudo, em educá-los na virtude: ‘Pais… educai os vossos filhos na disciplina e nos mandamentos do Senhor’ (Ef VI, 4). De onde se depreende que os deveres dos cônjuges são graves e numerosos: mas estes deveres não só se tornam suportáveis, mas até agradáveis para os bons consortes, por efeito da virtude que recebem no Sacramento. Tendo, pois, Jesus Cristo renovado e restabelecido com tanta perfeição o matrimônio, entregou e confiou à Sua Igreja toda a disciplina que o deve regular. E a Igreja em todos os tempos e em todos os lugares exerceu este poder sobre os casamentos cristãos e tem desempenhado essa missão de maneira a mostrar que esse poder propriamente lhe pertence, e que não deriva de qualquer concessão dos homem, mas sim que lhe foi divinamente outorgado pela Vontade do seu Divino Fundador.

A atenta vigilância e solícitos cuidados que a Igreja sempre manifestou pela santidade do matrimônio e para manter intacto o seu verdadeiro caráter, constitui um fato, que, por demais conhecido, não carece de demonstração. Com efeito, sabemos que o Concílio de Jerusalém condenou os amores dissolutos e livres (At XV, 29); que S. Paulo condenou, por sua própria autoridade, um habitante de Corinto, como criminoso de incesto (1 Cor V, 5); que a Igreja sempre repeliu e rejeitou, com energia sempre igual, as tentativas de todos aqueles que atacavam o casamento cristão, tais como os Gnósticos, os Maniqueus, os Montanistas nos primeiros tempos do cristianismo e, nos nossos dias, os Mórmons, os San-Simonianos, os Falansterianos e os Comunistas. (…) A Igreja cercou esta instituição divina de tantas leis fortes e previdentes que nenhum homem dotado de espírito reto pode desconhecer que, até nesta matéria do matrimônio, o melhor guarda e o mais firme defensor e amigo da sociedade foi a Igreja, cuja sabedoria triunfou, no decorrer dos tempos, das injustiças dos homens e das inúmeras vicissitudes sociais”. (Excertos da Encíclica “ARCANUM” do Papa Leão XIII, escrita em 1880).

No Livro de Tobias o divino Espírito Santo nos mostra um exemplo belíssimo da misericórdia divina na realização de um casamento verdadeiramente santo. Meditemos um pouco estas belíssimas palavras da oração feita pelo velho Tobias:

“Tu és justo, Senhor, todos os teus juízos são justos e todos os teus caminhos são misericórdia, verdade e justiça. Agora, pois, Senhor, lembra-te de mim, e não tomes vingança dos meus pecados, nem te lembres dos meus delitos nem dos de meus pais. Porque não obedecemos aos teus preceitos, por isso fomos entregues ao saque, ao cativeiro, à morte e para servirmos de fábula e de escárnio a todas as nações” (Tobias, III, 2-4).  E ainda: “Ele (Deus) castigou-nos por causa das nossas iniquidades; e Ele mesmo nos salvará pela sua misericórdia… Convertei-vos, pois, ó pecadores, e sede justos diante de Deus. Crede que Ele usará conosco da sua misericórdia” (Tobias, XIII, 5 e 8).

Caríssimos, pelas Sagradas Escrituras não será difícil verificarmos em que consiste a verdadeira misericórdia. Afinal é a palavra da própria Verdade Eterna!

Um comentário sobre “Reflexões sobre temas da Sagrada Escritura: Direitos e deveres dos cônjuges.

  1. O lema das famílias cristãs deveria ser de conhecer a fé católica para dar integral e ótimo exemplos comportamentais aliados à catequese católica e “Ensinar desde a sua mais tenra idade a temer ao Senhor Deus e a se abster de todo o pecado.” Tob. 1, 10, pois esse é principio básico e fundamental, especialmente na atual sociedade, fustigada e sufocada pelas ideologias, avessas às leis natural e divina.
    Para obterem sucesso nessa árdua missão, os pais deveriam ser exemplos sob todos os pontos, a começarem de uma fé provada, e desde tenra idade também incuti-la na criança, pois disso muito dependerá seu futuro, não somente neste mundo, idem no vindouro.
    Regra geral, a criança será o adolescente e resultará no adulto, pois é a partir da educação inicial que se forma a consciência e a personalidade da pessoa; as tantas hoje em dia precocemente envolvidas em delitos, ou adultos psicopatas, até serial killers, sem exceção, todas provieram de uniões ilegítimas sem as bênçãos do Senhor, de famílias destroçadas e pais sem condições religioso-ético-morais de educarem seus filhos – muito menos ainda aqueles possuiam uma mínima educação catequético-católica para lhes repassarem!
    Há muitos exemplos, devidos às deficiencias acima, que os pais não passariam de simples tratadores de filhotes do zoo para seguirem adiante na sua prole, quase se nivelando aos animais que assim procedem por mero instinto…
    Presentemente, até por motivos fúteis, como terem alto padrão financeiro, consumista, ao saírem as mães para o trabalho fora do lar, as crianças em geral são “educadas” via diversos alienantes e distorcidos programas “infantis” da tv, como os de auditorio, conduzidos por atrizes, apresentadoras de comportamentos devassos, péssimos exemplos para as crianças e adolescentes, envolvidas em notorios adulterios públicos, havendo diversas!
    Idem, por desenhos animados repletos mensagens esoteristas e/ou pelas sórdidas sexo-novelas, as quais muitos pais irresponsaveis assistem com elas, facilitando seus filhos serem alienados desde tenra idade, mais ainda em nações sob governos marxistas que odeiam profundamente as familias e as querem destruir, caso PT-Brasil!.
    O futuro de uma nação depende primordialmente de familias estáveis, que educam adequadamente as crianças sob a fé cristã, dirigindo-as para a harmonia ou para o caos, o qual é facilitado quando da entrada de partidos e ideologias niilistas que propositadamente as corroem e as escravizam nos vicios, caso do asqueroso partido PT no Brasil!

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