Foto da semana.

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CARACAS, 25 Abr. 17 / 04:00 pm (ACI).- A imagem de Irmã Esperanza, uma corajosa religiosa de 70 anos, resistindo à repressão das forças policiais venezuelanas durante a “Marcha do Silêncio” de 22 de abril, comoveram as redes sociais.

Desde o início de abril, multitudinárias manifestações pacíficas aconteceram na Venezuela contra o regime do presidente Nicolás Maduro. De acordo com a empresa de pesquisas Meganálisis, cerca de 2,6 milhões participaram durante a “Mãe de todas as Marchas” em Caracas e outros 6 milhões em outras cidades do país.

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Os opositores ao regime de Maduro e a Igreja Católica no país exigiram ao governo que não reprima violentamente as manifestações civis.

Estima-se que desde o início de abril, 24 pessoas morreram na Venezuela em casos relacionados às manifestações e à repressão do governo.

No dia 22 de abril, como uma forma de recordar os mortos durante os protestos, milhares participaram da “Marcha do Silêncio” em Caracas. Muitos deles rezavam enquanto caminhavam. Entre eles estava a Irmã Esperanza.

Os agentes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) “não deixavam passar”, disse a religiosa, ao lamentar que “começaram a lançar suas bombas”.

“Eu me aproximei do chefe, disse: como é possível? Vocês são venezuelanos, nós somos venezuelanos”, indicou.

A religiosa idosa assegurou: “Eu não tenho medo deles”.

O governador do estado venezuelano de Miranda, Henrique Capriles, elogiou a religiosa e assegurou no Twitter que “até mesmo a noite mais escura terminará com o nascer do sol. Deus a abençoe e acompanhe Irmã Esperanza!”.

Diversas contas simpatizantes do governo de Nicolás Maduro tentaram desacreditar a religiosa, assegurando que era cubana e estava vinculada a grupos de contrainteligência.

Entretanto, a Conferência Episcopal Venezuelana assegurou em sua conta no Twitter que Ir. Esperanza é “filha de Maria Auxiliadora, salesiana. Não façamos ecos de falsos rumores”.

Reflexões da Sagrada Escritura: As vestes à luz da Sagrada Escritura (I).

“Fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher umas túnicas de peles e os vestiu” (Gênesis, III, 21).

Por Padre Élcio Murucci | FratresInUnum.com

Como muitos padres não usam mais falar contra a imodéstia das modas, muitas pessoas, sobretudo as mais novas, ficam pensando que as exigências da modéstia são invenções de alguns padres. Por isso, quero tratar deste assunto baseado na Sagrada Escritura, que é a palavra de Deus escrita para nosso ensinamento.

modestia1 – Deus criou Adão e Eva no estado de inocência, sem a concupiscência, isto é, sem o desregramento das paixões. Daí, antes do pecado, Adão e Eva estavam nus e não se envergonhavam. (Confira Gênesis, II, 25). E eles conversavam familiarmente com Deus. Mas, a partir do momento que pecaram, perderam a inocência, começaram a ter maldade e então, tiveram vergonha em se verem nus, e coseram folhas de figueira e fizeram para si cinturas. (Confira Gênesis, III, 7). Foi o que eles puderam conseguir naquele momento após o pecado. Mas embora assim cobertos na cintura, se julgaram ainda nus, tiveram vergonha e se esconderam de Deus: “E o Senhor Deus chamou por Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele respondeu: Ouvi a tua voz no paraíso, e tive medo, porque estava nu, e escondi-me” ( Gênesis, III, 9 e 10). E notai que o próprio Deus não achou suficiente esta veste sumária. Eis o que diz a Bíblia em Gênesis, III, 21: “Fez também o Senhor Deus a Adão e à sua mulher umas túnicas de peles e os vestiu”.

2 – Consideremos bem isto, porque é uma ação do próprio Deus. Quem ousará contestá-la?! Se veste fosse assim algo secundário, Deus teria deixado à critério de Adão e Eva. Considere-se, primeiramente, que Deus os vestiu assim com modéstia, embora fossem esposos e os únicos que existiam até então sobre a terra. Como tudo que Deus faz é bom, disto tiramos duas conclusões: 1ª- aqui também se aplica a palavra de São Paulo que recomenda a modéstia “porque Deus está perto” (Filipenses, IV, 5). 2ª – Deus assim agiu para servir de ensinamento à toda posteridade. A pessoa deve se vestir com modéstia não só na igreja, mas em toda parte. É claro que na igreja exigir-se-ão modéstia e decoro ainda maiores. São Paulo diz: “Do mesmo modo orem também as mulheres em trajes honestos, vestindo-se com modéstia e sobriedade” (1 Timóteo, II, 9). Considere-se, outrossim, que Deus vestiu nossos primeiros pais com TÚNICAS. A túnica, por sua própria natureza, é uma veste que satisfaz as exigências da modéstia, porque oculta inteiramente o corpo, não só enquanto o cobre, mas também enquanto não deixa transparecer a sua forma.

3 – Sobre veste, há ainda no Antigo Testamento uma outra passagem: “A mulher não se vestirá de homem nem o homem se vestirá de mulher, porque aquele que tal faz é abominável diante de Deus” (Deuteronômio, XXII, 5). Estas palavras da Bíblia indicam duas coisas:

1ª – Que havia diferenciação entre o modo de se vestir dos homens e das mulheres. A própria ordem natural feita por Deus exige que as diferenças entre os sexos sejam manifestadas. Já que depois do pecado original, os corpos têm de ser cobertos, as vestes têm que ser adequadas a cada sexo. Fica assim condenada toda moda unissex.

2ª – Em segundo lugar, a Bíblia condena o travestimento, ou seja, a mulher vestir as  roupas próprias de homem, e o homem vestir as roupas próprias de mulher. A Bíblia Sagrada não falam que tipo de veste se deveria usar. Santo Tomás, citando Santo Agostinho, diz que se deve usar as vestes segundo o costume de cada região ou país, desde que sejam modestas e apropriadas para cada sexo. No Antigo Testamento, quando homens e mulheres usavam túnicas, havia diferença, sobretudo por causa dos véus que as mulheres usavam. E nos primeiros séculos do Cristianismo o véu para as mulheres era obrigatório, como diz Santo Agostinho. Santo Tomás de Aquino atesta que este costume caiu, embora a queda do mesmo  não fosse uma  coisa louvável. Mas o uso do véu para o sexo feminino continua obrigatório na igreja: pelo menos, assim fazem os fiéis tradicionalistas, obedecendo o que diz São Paulo: “Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher faça oração a Deus, não tendo véu? (1 Cor. XI, 13). E, como disse Jesus, a igreja é casa de oração.

Entre o povo fiel a Deus, procurando obedecer ao Seu preceito, desde os primeiros tempos, procurou-se um feitio de túnica para cada sexo, além das vestes complementares que davam naturalmente uma diferenciação maior, sobretudo o uso do véu para as mulheres, como já foi dito. Há, no entanto, testemunhos de que os pagãos não obedeciam
estas normas. Não reconheciam o verdadeiro Deus e a Sua Lei.   Os sacerdotes da Antiga Lei também usavam túnicas cujo modelo era bem diferente e foi indicado pelo próprio Deus. Confira Êxodo, XXVIII, 31. Nosso Senhor Jesus Cristo também se cobria com túnica. Confira S. João, XIX, 23. Há muitas outras passagens do Antigo e do Novo Testamento que mostram ser a túnica usada entre o povo. Por exemplo: Gênesis XXXVII, 32; São Mateus, V, 40; (fala também da capa); Atos, IX, 39 etc. Até hoje, os padres ( pelo menos alguns) usam a batina que é uma veste talar que lembra a túnica de Jesus. Ninguém vai dizer que
é veste feminina. O feitio da batina é muitíssimo diferente de um  vestido como hoje é usado pelas mulheres. Além disso há o colarinho que é obrigatório; e a faixa que é facultativa.

Além da primeira razão da decência para as vestes (o respeito à presença de Deus; a concupiscência própria e a vergonha natural depois do pecado original), há também uma outra razão que diz respeito ao próximo. Como depois do pecado original passou a existir no homem a concupiscência da carne e a concupiscência dos olhos pelos quais entram no coração os maus desejos, a lascívia, os adultérios etc., as vestes cobrindo direito o corpo se tornam necessárias também em relação ao próximo, ou seja, para se evitar o escândalo, isto é, tropeço que leva as pessoas a cair no pecado. E neste particular, indecente e condenável é não só a veste que não cubra bem o corpo, mas também quando deixa transparecer a forma do corpo ou em razão do seu próprio feitio ou por ser ajustada. Aliás, roupa muito ajustada, só pode ter uma razão de ser: a maldade. Além de ser incômoda, é, segundo a medicina, prejudicial à saúde. Nosso Senhor Jesus Cristo deixou os princípios, os avisos, as regras da Moral pelos quais todos os homens devem guiar o seu modo de proceder. Segundo diz a Sagrada Escritura na Epístola aos Hebreus, XXII, 8 e 9: “Jesus Cristo é sempre o mesmo, ontem e hoje, e por todos os séculos”. E, por outro lado, os homens, quanto à concupiscência, são também sempre os mesmos. Daí, não pode ninguém dizer que os tempos mudaram e por isso, as advertências de Jesus não têm mais valor hoje. Consideremos, então, algumas destas advertências de Jesus. Ele falou contra os escândalos, isto é, as seduções que levam os outros ao pecado. Disse Jesus: “Ai do mundo por causa dos escândalos; porque é inevitável que sucedam escândalos; mas ai daquele por quem vem o escândalo!” (São Mateus, XVIII, 7-9). Jesus advertiu igualmente: “Quem olhar para uma mulher desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração” (São Mateus, V, 28). Agora, quem é que não reconhece que uma pessoa vestida menos decentemente é causa destes maus desejos e adultérios contra os quais fala Jesus acima?

E há também o escândalo das crianças que se sentem tentadas a imitar as adultas e assim vão perdendo o recato, o pudor e a pureza já desde pequenas. Jesus advertiu: “É melhor uma pessoa amarrar uma pedra de moinho ao pescoço e se lançar no fundo do mar do que escandalizar uma criança” (São Mateus, XVIII, 6). Já imaginaram as contas que vão dar a Deus as mães que dão este mau exemplo às suas filhas! Os pais procurem, pois, seguir o conselho que a Bíblia Sagrada lhes dá em relação aos filhos: “Tens filhos? Ensina-os bem, e acostuma-os à sujeição desde a sua infância. Tens filhas? Conserva a pureza de seus corpos” (Eclesiástico, VII, 25 e 26). Quantas mães, no entanto, desculpam seus filhos dizendo que são jovens e devem aproveitar a mocidade. Estas ouçam o que diz a Sagrada Escritura: “Regozija-te, pois, ó jovem na tua mocidade e viva em alegria o teu coração na flor de teus anos, segue as inclinações de teu coração e o que agrada a teus olhos, mas sabe que Deus te chamará a dar contas de todas estas coisas” (Eclesiastes, XI, 9 e 10). Meditem, outrossim, nos elogios que a Bíblia faz a castidade e pureza: “Oh! quão formosa é a geração pura com o seu brilho!” (Sabedoria IV, 1). “Graça sobre graça é a mulher santa e cheia de pudor! Todo preço é nada em comparação de uma alma que pratica a castidade” (Eclesiástico, XXVI, 19 e 20).

CONCLUSÃO: A Sagrada Escritura e a Tradição são as duas bases sólidas sobre as quais se funda a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Se alguém não as aceita, então vai se basear em quê? No seu modo de pensar? Nas máximas do mundo? Mas quem age assim, não é de Jesus Cristo.

NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE FÁTIMA! CONVERTEI OS PECADORES!

#EndireitaCNBB! Greve geral? Só em Aparecida.

Começou a 55ª Assembléia-geral dos bispos da CNBB. O clima panfletário e viúvo-petista está em alta. Aborto, células-tronco, ideologia de gênero, casamento gay, nada disso, durante os governos petistas, mereceu tamanha mobilização de bispos que agora, individualmente, urgem com os fiéis para aderirem à tal “greve geral” de amanhã. Até batina colocam nessa hora!

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O secretário-geral, Dom Leonardo Ulrich Steiner, garantiu, anteontem, o apoio da Conferência Episcopal à greve geral convocada pela CUT e sindicatos. Durante o governo Dilma, a CNBB ficou comportada, calada, tranquila. Agora, não consegue mais esconder a amargura do próprio petismo e sai do armário. Em tempos de Lava Jato, a cúpula da Conferência dos Bispos do Brasil parece, mais uma vez, fazer sua opção preferencial pelos PT. E os bons bispos, aceitarão tudo isso passivamente?

Em plena comunhão com nossos bispos, conclamamos nossos leitores a mandarem o seu recado, como pede a imagem acima.

O esquerdismo da Igreja no Brasil tem que acabar!

Defendemos a greve geral somente em Aparecida, para funcionários do Santuário Nacional e da organização da Assembléia Geral dos Bispos, bem como empregados (seguranças, cozinheiras, faxineiras, etc) dos hóteis em que os bispos estão hospedados, das TVs católicas que fazem cobertura do evento, etc.

Manifeste-se pelas redes sociais. Use a hashtag #55AGCNBB e diga:

#EndireitaCNBB

#CNBdoB

#NãoÀGreve

#ForaCUT

#ForaPT

#LulaNaCadeia

#ForaTL

Festing em Roma.

Segundo Philip Pullella, correspondente da Reuters em Roma, Fra ‘Matthew Festing, “renunciado” pelo Papa Francisco do posto de Grão-mestre da Ordem de Malta, “participará do encontro que poderia eleger seu sucessor, afirmou o grupo na quarta-feira, em um desafio direto à ordem dada pelo Papa Francisco de que ele ficasse de fora. Um porta-voz dos Cavaleiros afirmou que Matthew Festing, que renunciou em 24 de janeiro, informou o grupo que viria para o encontro neste sábado, em sua sede, em Roma. Não estava claro se ele se apresentaria à reeleição, como alguns de seus apoiadores o encorajaram” .

Festing fora proibido de pisar em Roma durante os dias em que acontecerá a reunião.

Por sua vez, Sandro Magister relata em seu blog a reunião do Papa Francisco teve que as lideranças da Ordem na Casa Santa Marta.

O Leão de Campos. Quem era este homem?

No 26o. aniversário de falecimento de Dom Antonio de Castro Mayer, bispo diocesano de Campos, RJ, republicamos nosso post de 2008.

Dom Antônio de Castro Mayer

Dom Antônio de Castro MayerCruz 25 de abril de 1991.

Fidelium animae per misericordiam Dei

requiescant in pace.

Q

uem era este homem elevado a uma posição de alta responsabilidade eclesiástica em 23 de maio de 1948? Quem era este homem que se tornaria uma das “duas testemunhas” da Igreja de sempre, sacrificando a honra do mundo e dias calmos na defesa da Fé Católica?

Todo homem permanece em certo grau envolto em mistério, o coração de cada personalidade humana individual e o centro de cada alma é aberto e revelado apenas para Deus. Há certos aspectos de Dom Antônio de Castro Mayer que não são misteriosos, mas abertos e claros a qualquer olho observador. Facetas de sua personalidade e aspectos de sua alma eram totalmente públicos. Era um daqueles homens abençoados com a unidade de ser, o interno e externo em harmonia, os vários lados de seu caráter unificados num todo. Um homem íntegro. Em seu caráter pode ser encontrado apenas dois mistérios reais a serem explorados mais tarde. Em sua época de fragmentação, insegurança e angústia existencial, andava ele, um homem justo, uno, em paz com seu Deus.

Dom Antônio[…] Nesta primeira foto do novo bispo de Campos sagrado em 1948, a autoridade descansa confortavelmente em seu possuidor; há “aquilo no rosto que [qualquer um] chamaria de bom grado de senhor”. Todos que o conheciam e especialmente aqueles que foram afortunados o bastante para conhecê-lo bem atestam esta autoridade, um dom dado por Deus.

Eles não podem falar do homem e mencionar seu nome sem suas vozes e comportamento assumirem uma espécie de temor e reverência. E, todavia, curiosamente, eles nunca mencionam estas qualidades diretamente. Parecem quase inconscientes do grande efeito que a presença deste homem tinha sobre eles. Sua atitude e vitalidade criavam estima em todos que o encontravam, uma estima próxima da veneração. Ainda quando essas mesmas pessoas falavam diretamente de seu jeito, quando escreviam aquelas qualidades especiais que o faziam único, falavam primeiro de sua humildade, sua simplicidade, sua inocência. Modesto em sua juventude, permaneceu um homem humilde por toda sua vida. Nunca se promovendo nem trabalhando para garantir o avanço de sua carreira quando jovem, permaneceu distante das honras do mundo e muitas vezes mesmo de seus simples prazeres.

Durante sua enfermidade final, que foi longa, seu médico expressou espanto por nunca ter ouvido aquele homem reclamar sequer uma vez, pouco importasse quanto desconforto ou dor experimentava. Quando seus padres tiveram de cuidar dele por causa de seu estado enfraquecido, nunca o ouviram se queixar. Dependia de seus padres para suas refeições. Perguntavam-no: “prefere mamão ou banana de fruta?”. Replicava: “você escolhe”. “Mas temos as duas. Qual você prefere?”, respondiam. “Tanto faz, você escolhe”. As graças de Deus eram abundantes; Dom Antônio apreciaria qualquer coisa que aparecesse em seu caminho. Assim, não surpreende ter vivido numa simplicidade quase de um eremita, se poderia dizer pobreza, no palácio episcopal. Chegaria o dia em que o mundo o puniria por esta santa austeridade. Esse não é o jeito do mundo.

Seus prazeres terrenos eram poucos. Seus livros, claro, mas isso não é novidade. Aparentemente sua única verdadeira ligação a prazeres deste mundo era seu amor pelo pingue-pongue. Nos fins de seus dias, uma raquete em sua mão indicaria a primavera de vida renovada e energia juvenil. Uma raquete em sua mão extrairia do misterioso íntimo de seu ser um desejo competitivo invisível. Com zelo, ele desafiaria seus padres, os fiéis da diocese ou as crianças que o visitavam. A batalha de dentro e fora da raquete na bolinha branca de plástico sob o revestimento verde na mesa lhe dava grande alegria. Instituiu um campeonato especial e, quando já eram passados seus próprios dias como jogador,  ainda se deliciava assistindo os quatrocentos meninos de toda a diocese mostrarem suas habilidades e avançarem os postos, raquetes em mãos, até a vitória final. Um troféu especial viaja toda primavera para a paróquia cujos moços mostraram a mais extraordinária proeza na competição de pingue-pongue daquele ano.

Tinha uma habilidade de mover-se entre seus fiéis e misturar-se com eles na vida cotidiana sem de qualquer maneira diminuir ou desfigurar sua autoridade. Sentia-se tão confortável oferecendo uma Missa Solene no Natal ou Páscoa diante de uma multidão abarrotada na Basílica do Santíssimo Salvador em Campos, uma igreja elevada ao status de basílica através de seus esforços, como ao oferecer uma benção à turma da primeira série em sua pequena cerimônia de formatura. Viveu a vida de sua diocese com os fiéis em todos os seus aspectos, em toda faceta possível da existência do dia-a-dia, e contudo sempre manteve sua dignidade como seu bispo. Serviria [como acólito] enquanto era bispo a Missa de seus jovens padres. O fazia sem falsa humildade e sem nunca fazê-los se sentir desajeitados. Não havia nada sobre sua própria Missa que a fizesse extraordinária, nada que a distinguisse. Era um bispo, sim; foi, além disso, um artesão, como o foi seu pai, fazendo bem seu trabalho e no melhor de suas habilidades, mas, ao mesmo tempo, ciente de que estava fazendo um trabalho. Sua atitude foi sempre “arregaçar as mangas e trabalhar”, e fez este trabalho sem pretensão ou esperança de elogios. As palavras do escritor inglês Evelyn Waugh vêm à mente. Numa carta escrita em 1964 ao Catholic Herald, Waugh alertava para os perigos da “renovação explosiva” dos inovadores do Concílio Vaticano Segundo “que desejam mudar o aspecto exterior da Igreja”. Ele chegava a descrever sua própria conversão, especificamente aqueles aspectos da Fé que o levaram à Igreja. Aquela “atração estranha” que mais o atraía, dizia, “era o espetáculo do padre e seus ajudantes na Missa rezada, subindo lentamente o altar sem dar uma olhada sequer para saber os muitos ou poucos que tem em sua congregação; um artesão e seu aprendiz; um homem com um trabalho que apenas ele é qualificado para fazer” (Waugh, Evelyn, A Little Order – Boston: Little, Brown, 1977 – pág. 188). O relato é uma descrição apropriada do trabalho do Bispo de Campos.

Um de seus padres o descreveu nestas palavras: “Ele foi um homem de grande simplicidade. Tinha a alma de uma criança”. Nunca falou mal de outros e se recusava a acreditar, às vezes para sua tristeza, que outros pensariam ou falariam mal dele. Amava crianças e aproveitava as ocasiões quando podia estar com elas. Era, em seu tranqüilo modo, uma delas.

Também permaneceu uma criança em sua devoção às suas mães, sua mãe terrena e sua Mãe espiritual. A incessante e intensa devoção de Dom Antônio à Santa Mãe de Deus marcou seu reinado em Campos. Uma de suas primeiras ações ao tornar-se Bispo de Campos foi publicar uma ordem especial a seus padres – doravante na diocese, ao fim de toda Missa, três Ave-Marias adicionais seriam rezadas pelo padre e fiéis à Nossa Santa Mãe com a intenção de que ela preservasse a verdadeira Fé Católica e de que a heresia nunca encontrasse abrigo na diocese. Tal devoção foi recompensada.

Ele mesmo rezaria o rosário em todas as horas do dia ou da noite. Seus padres relatam que quando viajavam com ele, muitas vezes ele os acordava em horas incomuns para rezar o rosário porque adorava rezar acompanhado. Certa vez, durante uma visita ao seminário da Fraternidade São Pio X, em Ecône, Suiça, o bispo acordou seus companheiros de viagem depois do “apagar das luzes” do seminário, uma hora de silêncio estritamente obrigatório, e anunciou seu desejo de rezar o rosário. Lembraram a ele que era tarde e que o seminário estava observando um período de silêncio e repouso, mas sua devoção a Nossa Senhora não seria dissuadida. Foram com ele assim que começou a andar pelos corredores do seminário com sua voz ecoando as Ave-Marias. As cabeças dos seminaristas enraivecidos começaram a aparecer enquanto mais e mais portas iam se abrindo bruscamente. Ao encontrar o vibrantemente fervoroso Dom Antônio como o réu rezador, suavemente fechavam suas portas e envergonhados retornavam para suas camas.

[…] A qualidade final de Dom Antônio de Castro Mayer que definia seu caráter é a óbvia – sua grande inteligência. Este dom é evidenciado em suas cartas pastorais e em sua vida, mas pode logo de início ser visto numa espécie de símbolo nas fotos do homem naqueles extraordinários óculos que adornavam seus olhos penetrantes. Se alguém fosse fazer uma caricatura do homem, começaria certamente por aqueles óculos. Pouco depois de sua elevação ao trono episcopal de Campos, os óculos apareceram – enormes, pesados, armação tipo concha. Os olhos escuros que brilham com intenso pensamento ficaram ampliados e pareciam colocados como jóias escuras nos sólidos círculos moldurados dos óculos. Eles dominavam sua cabeça e atraiam a atenção em toda fotografia para aqueles sábios olhos e à mente ágil trabalhando por detrás deles.

Dom AntonioNa medida em que chegava a idade, o bispo e já pequeno homem começou a diminuir fisicamente, encolhendo em tamanho enquanto seu espírito crescia, e os óculos, por serem os mesmos, tornavam-se cada vez mais salientes. Pareciam se tornar gigantes. Ao fim de sua vida, quando os anos e as provações por defender a Fé e a Igreja de Cristo cobraram seu preço total e reduziram a forma física de Dom Antônio novamente ao tamanho diminutivo de um garoto, os óculos tomavam muito do espaço na menor tela da face e servia como prismas escuros radiando a inteligência para fora em fluxos de sábias luzes. No fim ele era uma “sábia criança”, um prodígio idoso para a época.

Padre Possidente, que cuidou do bispo até o fim, conta de sua recuperação de consciência exatos quarenta minutos antes de sua morte. Embora seu corpo estivesse reduzido ao desamparo, embora ele pudesse respirar com muita dificuldade, e embora a fala agora fosse algo do passado, “seus olhos estavam completamente vivos”. Eles cintilavam com “a verdadeira luz que ilumina todo homem e que veio a este mundo”, a luz que este bispo “conheceu”, “recebeu” e “intensificou”. Brilhavam com a “verdadeira luz” que não pode se apagar.

The Mouth of the Lion: Bishop Antonio de Castro Mayer and the last Catholic Diocese. Dr. David Allen White, Angelus Press, 1993 – pág. 51 a 57. Tradução: FratresInUnum.com

Leia as postagens anteriores da série sobre o Leão de Campos.

Papa está planejando se aposentar, dizem aliados — mas, somente quando tiver indicado um número suficiente de cardeais liberais.

Por Damian Thompson, The Spectator, 21 de abril de 2017 | Tradução: FratresInUnum.com – Aliados do Papa Francisco estão dizendo que ele planeja seguir o exemplo de Bento XVI e se aposentar. Todavia, ele só o fará uma vez que tiver designado um número suficiente de cardeais liberais para garantir que o próximo conclave não eleja um conservador que interpretará a doutrina católica de maneira mais estrita do que ele.

cover_11032017_landscapeIsso, ao menos, é o que os aliados do Papa vêm contando a colegas — alegando terem ouvido do próprio pontífice (Francisco mesmo é um notório tagarela e igualmente o são alguns dos cardeais que lhe são próximos).

O Papa, agora com 80 anos, aparentemente quer realizar mais três consistórios nos quais concederá o chapéu vermelho a bispos que compartilham de sua visão de reforma (o que quer que isso seja: os detalhes ainda são incompletos, já há quatro anos),

Ele poderia partir em dois ou três anos, levantando a possibilidade surreal de que teremos três papas e ex-papas vivos (Bento XVI parecia bastante saudável quando comemorou seus 90 anos no último final de semana).

 

Interdito sobre o grão-mestre. O Papa o proíbe de pôr os pés em Roma.

Por Sandro Magister, 18 de abril de 2017 | Tradução: FratresInUnum.com: Foi convocado para o dia 29 de abril, em Roma, o Conselho Pleno de Estado entre os Cavaleiros Professos, o órgão que segundo norma de estatuto elegerá o novo Grão-Mestre da Ordem de Malta.

Como é de conhecimento público, o Grão-Mestre anterior, o inglês Fra ‘Matthew Festing, renunciou no dia 24 de janeiro, entregando nas mãos do Papa Francisco a sua demissão, em obediência à sua ordem.

Desde então, o governo supremo da Ordem está sob suplência do Lugar-tenente temporário, o Grão-Comendador Fra ‘Ludwig Hoffmann von Rumerstein.

No entanto, desde o dia 4 de fevereiro, o Papa Francisco também sobrepôs à Ordem um delegado especial de sua própria escolha e “porta-voz exclusivo”, dotado, de fato, com plenos poderes, na pessoa do Arcebispo Angelo Becciu, vice-secretário de Estado.

A carta a seguir é uma prova clara do exercício desses plenos poderes.

Em nome do Papa, Becciu proíbe o ex-Grão-Mestre Festing de participar na eleição de seu sucessor, e não apenas isso! Também o proibiu de pôr os pés em Roma por ocasião da eleição.

Aqui está a tradução completa da carta enviada para Festing no Sábado de Páscoa.

* *  *

O Delegado Especial

Junto à Ordem Soberana Militar e Hospitalária de

São João de Jerusalém

de Rodes e de Malta

00120 CIDADE DO VATICANO

Cidade do Vaticano, 15 de abril 2017

Caro Venerado Irmão,

lettera3A partir do momento em que aceitei a tarefa que me foi confiada pelo Santo Padre como seu delegado junto à Ordem Soberana Militar e Hospitalária São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, uma das minhas prioridades é aprofundar-me no conhecimento da Ordem, seja através de reuniões pessoais com os seus membros, seja através de correspondência. Desta forma, eu tenho sido capaz de apreciar a vitalidade da Ordem, bem como a complexidade de seus problemas. O que também surgiu foi uma certa desorientação, acompanhada de profundo sofrimento devido à crise recente. No geral, no entanto, pode-se ver claramente o desejo de virar a página, trabalhando para reconciliar os diferentes elementos e realizar uma revisão das Constituições.

No entanto, tendo em vista o Conselho Pleno de Estado a ser realizado em 29 de abril, muitos expressaram o desejo de que o senhor não venha a Roma e não participe das sessões de votação. Sua presença reabriria as antigas feridas, só recentemente cicatrizadas, e impediria o evento de ocorrer em uma atmosfera de paz e harmonia recuperada.

Em face do exposto, e tendo partilhado a decisão com o Santo Padre, peço-lhe, na competência de Delegado Especial, que não esteja presente no Conselho Pleno de Estado e que não faça nenhuma viagem a Roma nesta ocasião. Peço-lhe isso como um ato de obediência, pelo qual o senhor reconhecerá, sem dúvida, o seu sacrifício como um gesto de doação para o bem da Ordem de Malta.

Estendo-lhe os meus melhores votos de Feliz Páscoa e asseguro-lhe uma recordação constante em minhas orações.

Sinceramente em Cristo,

Arcebispo Angelo Becciu

Delegado Especial

Fra ‘Matthew Festing

Burks, Tarsot

Hexham NE48 1LA

Northumberland

GRÃ-BRETANHA

Foto da semana.

fsspx canada

Por Gercione Lima | FratresInUnum.comO quarto Domingo da Quaresma é tradicionalmente conhecido como Domingo Laetare por causa do introito da Missa: Alegra-te o Jerusalém!

A Estação para esse dia em Roma é a Igreja da Santa Croce in Gerusalemme que abriga as relíquias da Santa Cruz e foi construída com terra vinda de Jerusalém.

Um outro nome para o quarto domingo é Domenica de Rosa, porque antigamente era nesse dia que o Papa benzia as rosas de ouro que eram enviadas aos Soberanos Católicos. Por esse motivo também se usa paramentos de cor rosa.

A Epístola do dia nos recorda o direito se sermos chamados de filhos de Deus pelo Batismo, portanto, não poderíamos ter uma ocasião mais propícia para a celebração de um Batismo durante a Quaresma!

No quarto domingo da Quaresma, tivemos a graça de testemunhar mais um desses milagres da Providência Divina!

A história de Joseph, assim como José do Egito, é mais uma prova desses milagres divinos. Nascido na Indosésia, país de maioria muçulmana, Joseph imigrou bem cedo para o Canadá fugindo da pobreza e perseguição.

Como a maioria dos imigrantes, concentrou os anos de sua juventude em juntar dinheiro que pouco ou nada lhe serviu na velhice.

Atualmente doente, sozinho e praticamente abandonado pela família num Lar da Velhice, acabou entrando em contato com a FSSPX através de uma Legionária Mariana que visitava outra pessoa no mesmo local.

Não demorou muito para que ele mesmo se interessasse a saber mais sobre a fé Católica e assim Padre Herkel, da FSSPX, pessoalmente passou a visitá-lo para ensinar-lhe a catequese.

No Domingo Laetare, ao completar 80 anos de idade, Joseph foi batizado e recebeu sua Primeira Comunhão.

Rezemos, irmãos, para que a graça de Deus nele não seja em vão e que derrame sobre ele a graça da perseverança em abundância.

Reflexões da Sagrada Escritura: Estima e favor dado pelos sumos pontífices ao culto do Sagrado Coração de Jesus

“Àquele que é poderoso para fazer, acima de toda medida, com incomparável excesso, mais do que o que pedimos ou pensamos, segundo o poder que desenvolve em nós a sua energia, a Ele glória na Igreja e em  Cristo Jesus por todas as gerações, nos séculos dos séculos, Amém” (Ef 3, 20 s).

Por Padre Élcio Murucci | FratresInUnum.com

8. “Quem não vê, veneráveis irmãos, quão alheias são estas opiniões do sentir dos Nossos Predecessores, que desta cátedra de Verdade publicamente aprovaram o culto do Sacratíssimo Coração de Jesus? [Opiniões expostas no artigo anterior]. Quem ousará chamar inútil ou menos acomodada aos nossos tempos esta devoção que o Nosso Predecessor de imperecível memória Leão XIII chamou de “estimadíssima prática religiosa”, e na qual viu um poderoso remédio para os próprios males que, nos nossos dias de maneira mais aguda e com mais extensão, afligem os indivíduos e a sociedade? “Esta devoção, – dizia ele – que a todos recomendamos, a todos será de proveito”. E, acrescentava estes avisos e exortações que também se referem à devoção ao Sagrado Coração: “Daí a violência dos males que, há tempo, estão como que implantados entre nós, e que reclamam urgentemente busquemos a ajuda do único que tem poder para os afastar. E quem pode ser este senão Jesus Cristo, o unigênito de Deus? Pois nenhum outro nome foi dado aos homens sob o céu no qual devamos salvar-nos” (At 4, 12). “Cumpre recorrer a Ele, que é caminho, verdade e vida” (Enc. “Annum Sacrum”, 25 de maio 1889; Acta Leonis, Vol, 19, 1900, pp. 71, 77-78).

9. Nem menos dignos de aprovação e adequado para fomentar a piedade cristã julgou-o o Nosso imediato Predecessor, de feliz memória, Pio XI, que, na sua encíclica “Miserentissimus Redenctor”, escrevia: “Acaso não está contido nessa forma de devoção o compêndio de toda a religião, e mesmo a norma de vida mais perfeita, como quer que ele guie mais suavemente as almas para o profundo conhecimento de Cristo Senhor Nosso, e com maior eficácia as mova a amá-Lo mais de perto?” (Enc. Miserentissimus Redenctor”, 8 de maio 1928; A. A. S. 20, 1928, p. 167). Nós, por nossa parte, com não menor agrado do que os nossos predecessores, aprovamos e aceitamos essa sublime  verdade; e, quando fomos elevado ao sumo pontificado, ao contemplarmos o feliz e triunfal progresso do culto ao Sagrado Coração de Jesus entre o povo cristão, sentimos o nosso ânimo cheio de alegria e regozijamo-nos com os inúmeros frutos de salvação que ele havia produzido em toda a Igreja, sentimentos que tivemos a satisfação de exprimir logo na nossa primeira encíclica (Cf, Enc. “Summi Pontificatus” 20 de outubro, 1939; A. A. S. 31, 1939, p. 415). Através dos anos do nosso pontificado – cheios não só de calamidades e angústias, como também de inefáveis consolações, – esses frutos não diminuíram nem em número, nem em eficácia, nem em beleza, antes aumentaram. Com efeito, iniciativas múltiplas e muito acomodadas às necessidades dos nossos tempos surgiram para reacender este culto: referimo-nos às associações destinadas à cultura intelectual e à promoção da religião e da beneficência; às publicações de caráter histórico, ascético e místico encaminhadas a este mesmo fim; às piedosas práticas de  reparação e, de modo especial, às manifestações de ardentíssima piedade que tem promovido o Apostolado da Oração, a cujo zelo e atividade se deve o se haverem famílias, colégios, instituições, e mesmo algumas nações, consagrado ao Sacratíssimo Coração de Jesus; e não raras vezes, por ocasião dessas manifestações de culto, temos expressado a nossa paternal complacência (Cf. A.A.S. 32, 1940,p. 276; 35, 1943, p. 170; 37, 1945, pp. 263-264; 40, 1948, p. 501; 41, 1949, p. 331).

10. Portanto, ao vermos que tamanha abundância de águas, quer dizer, de dons celestiais do supremo amor, que têm brotado do Sagrado Coração do nosso Redentor, se derramam sobre incontáveis filhos da Igreja Católica por obra e inspiração do Espírito Santo, não podemos, veneráveis irmãos, deixar de exortar-vos com ânimo paterno a que, juntamente conosco, tributeis louvores e profundas ações de graças ao Dador de todos os bens, repetindo estas palavras do apóstolo das gentes: “Àquele que é poderoso para fazer, acima de toda medida, com incomparável excesso, mais do que o que pedimos ou pensamos, segundo o poder que desenvolve em nós a sua energia, a Ele glória na Igreja e em Cristo Jesus por todas as gerações, nos séculos dos séculos, Amém” (Ef 3, 20 s.). Mas, depois de tributarmos as devidas graças ao Deus eterno, queremos por meio desta encíclica exortar-vos, a vós e a todos os amadíssimos filhos da Igreja, a uma mais atenta consideração dos princípios doutrinais contidos na Bíblia, e nos Santos Padres, e nos teólogos, princípios nos quais, como em sólidos fundamentos, se apóia o culto do Sacratíssimo Coração de Jesus. Porque nós estamos plenamente persuadidos de que só quando à luz da divina revelação houvermos penetrado a fundo a natureza e a essência íntima deste culto, é que poderemos apreciar devidamente a sua incomparável excelência e a sua inexaurível fecundidade em toda sorte de graças celestiais, e destarte, meditando e contemplando piedosamente os inúmeros bens que ela produz, poderemos celebrar dignamente o primeiro centenário da festa do Sacratíssimo Coração de Jesus na Igreja universal.

11. Com o fim, pois, de oferecer à mente dos fiéis o alimento de salutares reflexões com as quais possam eles mais facilmente compreender a natureza deste culto, tirando dele frutos mais abundantes, deter-nos-emos antes de tudo nas páginas do Antigo e do Novo Testamento que contêm a revelação e descrição da caridade infinita de Deus para com o gênero humano, caridade cuja sublime grandeza jamais poderemos esquadrinhar suficientemente; depois aduziremos o comentário que sobre ela nos deixaram os padres e doutores da Igreja; e, finalmente, procuraremos esclarecer a íntima conexão que existe entre a forma de devoção que se deve tributar ao Coração do Divino Redentor e o culto que os homens estão obrigados a render ao amor que Ele e as outras Pessoas da SS. Trindade têm a todo gênero humano. Pois achamos que, uma vez considerados à luz da Sagrada Escritura e da Tradição os elementos constitutivos desta nobilíssima devoção, aos cristãos será mais fácil chegarem-se “com gáudio às águas das fontes do Salvador”; quer dizer, poderão eles apreciar melhor a singular importância que o culto ao Coração Sacratíssimo de Jesus adquiriu na liturgia da Igreja, na sua vida interna e externa, e também nas suas obras; e assim cada um poderá obter frutos espirituais que assinalarão uma salutar renovação nos seus costumes, segundo os desejos dos pastores do rebanho de Cristo”. (Encíclica ‘HAURIETIS AQUAS” de Pio XII).